Fanfics Brasil - Dance, dance // Anahí Possession

Fanfic: Possession | Tema: Ponny


Capítulo: Dance, dance // Anahí

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Presente...




Faltava apenas a última sequência de inversão Split  daquela noite para que Anahí terminasse o seu numero de pole dance. Os clientes soavam empolgados e cochichavam ao pé do ouvido do agenciador dela brigando entre si por apenas algumas horas ao lado da mais cobiçada de todas. Os olhares invejosos das outras garotas da casa não pareciam incomodá-la em nada, pelo contrário, o ego e autoestima só ganhavam mais intensidade. "Só se inveja aquilo que é bom" Esse era um dos seus maiores dilemas.



Assim que terminou ela mandou a sua tradicional piscadela e se despediu, voltando para o camarim. Logo na entrada havia uma funcionaria com um casaco longo e fechado nas mãos cobrindo tudo o que não devia estar amostra.



Cansada ela se sentou de frente a sua penteadeira e retocou a maquiagem, olhando detalhadamente a sombra brilhosa que tinha escolhido, e percebeu que ressaltava seus olhos azuis com precisão.




— Vou exigir que me empreste esta sombra na próxima semana! — A voz altiva da ruiva fez Anahí sorrir.



— Tenho como negar?



— Não!



Dulce era a sua única amiga naquele lugar. As duas moravam juntas desde que Anahí se mudou para Milão e fez da prostituição o seu meio de vida. Ela sabia que a mulher de cabelos escuros não devia estar ali, muito menos naquele meio. Ela era boa e nunca saia com os homens por dinheiro, apenas dançava de peças intimas para descolar ao menos o dinheiro das nossas roupas e aluguel do apartamento. Ao contrário de mim, que sempre quis mais, nunca me contentei com as migalhas das danças, quando, se tornar uma acompanhante de luxo era bem mais rentável.


 


— Que horas vamos para casa hoje?



— Você pode ir, eu ainda tenho que ver qual dos caras vai querer sair comigo esta noite.



— Porque não faz como eu Anahí?



— Não me chame assim aqui! — a repreendeu, junto ao pé do ouvido — Madness. Não se esqueça. Além disso, não vamos começar esse assunto mais uma vez.



— Tudo bem.




As mãos pesadas do homem sobre os seus ombros, fizeram Anahí revirar os olhos.




— Minha querida! Vamos adiantar as coisas? O embargador quer vê-la logo.



— Posso terminar de me arrumar Lessa?



— Não apenas pode como deve — afirmou enquanto acendia um cigarro, virando os olhos para Dulce — Candy, não quer acompanha-la hoje?



— Quanta gentileza sua, mas sabe muito bem que não faço essa parte do trabalho.




Mexendo a cabeça com uma expressão falsa, ele sorriu debochando das palavras da garota.




— Você devia tentar convencê-la e mostrar para ela como é bom Madness, quem sabe assim as duas saem daquele lugarzinho onde moram, indo para uma cobertura digna.



— Vamos de uma vez? — Anahí sabia que Dulce ia discutir com ele em seguida, e sair dali seria uma boa opção de rebate.



Dando um beijo na cabeça dela, Anahí arrumou a peruca e a penteou cuidadosamente. A invenção dos cabelos falsos tinha sido de Dulce. Aquilo era uma forma de manter a identidade das duas no seu dia a dia. A de Anahí era loira e a da amiga era ruiva.




Depois de uma hora e meia de conversa e desabafos, ela já estava exausta demais para sequer conseguir disfarçar, mesmo assim permaneceu com um sorriso e uma cara de interesse. Ouvir historia de vida, experiência e dar conselhos; era uma parte boa daquele trabalho, principalmente que na maioria desses casos os homens não pediam para transar com ela. Só que o seu acompanhante não sabia organizar as ideias, talvez por não ser tão novo e os seus cabelos brancos não darem espaço para nenhum fio negro escondido. Ele devia ter seus mais de sessenta anos.



Anahí só aceitou sair com aquele homem, por ter plena certeza de que não passaria de uma conversa, e isso era graças aos seus anos de experiência.



Começara nesta vida aos dezesseis e hoje com vinte e sete tudo era bem mais rotineiro. Era um emprego com suas vantagens. A começar pelos agrados que ganhava e que a mantinham sempre bem apresentável.



Depois da função cumprida, o cliente ordenou para que fosse deixada em casa por um dos seus motoristas. Mas como tática, ela sempre pedia que eles a deixassem próximo de um endereço onde o seu carro ficava estacionado. De lá ela saia em ruma a sua verdadeira casa. Aqueles homens não podiam saber o paradeiro dele, ou seus dias provavelmente seriam desagradáveis. Como campainhas na meia noite e falta de sossego.



Eram exatas três da manhã, Anahí entrou devagar dentro do imóvel com todo o cuidado para não acordar Dulce. Ali não era tão pequeno quanto Lessa fez parecer, o apartamento era bem arrumado e tinha móveis de boa qualidade e desenho; a calefação funcionava divinamente; a cozinha era acoplada com a sala, divididas por um firme balcão de mármore e as paredes em tom neutro mantinham um ambiente calmo. Às vezes era duro pensar que aquele era o único lugar de todos em que ela se sentia apenas Anahí, a garota do interior. Sem maquiagens, roupas cheias de brilho ou homens cercando-a como gaviões.



Automaticamente, ela andou até a varanda, apertou mais o casaco que usava, checando as luvas e se firmou com os cotovelos na beirada. A neve da estação de inverno era encantadora. Quem não gostava dos flocos gelados? Era impossível não se deixar encantar, nem mesmo os corações gelados e duros como o dela. Era bom estar sozinha. As horas se passaram e a mulher nem se permitiu adormecer, seus olhos pareciam exaustos, porém, sem sono.


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Autor(a): imagineunahistoriaa

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