Fanfics Brasil - Dr. Herrera // Alfonso Possession

Fanfic: Possession | Tema: Ponny


Capítulo: Dr. Herrera // Alfonso

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Era um fardo ficar sentado por mais de duas horas seguidas numa avenida tão movimentada como aquela, mas era inevitável também. O resto das avenidas todas estava num estado bem pior. Era cedo e todos precisavam trabalhar inclusive Alfonso. O BlackBerry começou a tocar revelando na frente da tela um número que ele não fazia questão de atender, não naquele momento, pois seus estresse diurno ia ser transmitido diretamente para quem surgisse na sua frente. Depois de mais algumas tentativas, a ligação encerrou e ele arfou aliviado pelo congestionamento começar a dar sinais de que estava próximo do fim.


O prédio espelhado de cinquenta andares abrigava na sua cobertura o escritório dele, com os demais funcionários trabalhando no restante. Tudo aquilo era um patrimônio de anos de dedicação, deixados sobre as suas mãos.


Depois da morte de seu pai e da herança ser dividida entre a família, Alfonso ficou com metade dos capitais da empresa, porém, foi fácil se tornar um dos únicos e exclusivos donos de tudo. Com dois irmãos inconsequentes era tarefa simples. Christopher se mantinha de mesadas mensais e um sonho medíocre de se tornar um piloto de avião, enquanto Maite usufruía de um casamento conveniente. A mãe, não fez questão de nada, deixou nas mãos dele a sua parte para que o filho administrasse. Ele era o único interessado nos negócios da família, por isso, era mais certo se dizer que aquilo foi o sensato a se fazer. Os Herrera, eram donos de mais da metade dos centros advocacionais de Milão, não havia advogados naquela capital e redondezas que não trabalhassem para eles. Todos queriam fazer parte da comissão, sendo os mesmos de quaisquer especialidades na área.


 


— Bom dia Dr. Herrera — A secretária me saudou com um sorriso amarelo, exibindo sua beleza como um currículo. Ela sempre parecia mais dedicada que o habitual.


Continuei andando, seguindo para minha sala. A mulher saltou de trás da bancada e me acompanhou segurando uma agenda nas mãos, virando as páginas rapidamente.


— O senhor tem alguns compromissos pendentes para esta manhã, inclusive a reunião das dez com o departamento de moda da R. Dress.


— Então ficou certo com a nossa empresa o fechamento de todos os contratos e transições deles durante este ano?


— Sim senhor, ao que parece.


— Pode confirmar minha presença.


— Eu pensei que ia querer que o Dr. Roy fosse no seu lugar — disse temerosa — pedi que ele se encaminhasse para a sala de processos.


— O mande voltar. Essa empresa pertence a um grande amigo, por isso faço questão de estar lá.


Concordando, ela anotou algo na agenda o voltou a me encarar por detrás da mesa.


— Também gostaria de avisar que seu irmão está na sala ao lado — Bufante. Baixei a cabeça exaltado em imaginar o que poderia ser.


— Certo. Pode se retirar agora.


— Com licença — levantei a vista para olhar a mulher de cabelos loiros, presos num coque, andar majestosamente dentro de uma saia justa na cor preta, sob a altura dos joelhos.


Ela tinha um belo corpo, mas não o suficiente para tirar minha atenção por mais de alguns segundos. Lembrando-me de quem me aguardava no ambiente privado ao lado, apertei as mãos e andei até a porta de vidro anexada a sala.


Sentado no imenso sofá de camurça, vi como o meu irmão saltou para me arrancar um abraço nada delicado.


— Alfonso! Como alguém tão importante não atendo o celular. Não viu minhas ligações?


— Vi todas, por este motivo não atendi.


— Sempre engraçadinho! Por isso que meu sonho é ser como você quando crescer.


— Deixe de baboseiras e diga de uma vez porque veio me distrair — exigi me soltando por fim dele.


— Queria saber se tem alguma possibilidade de você aumentar meu dinheiro do mês.


— Mais? Você já recebe uma fortuna Christopher.


— Não maior que a sua — retrucou se sentando novamente no sofá de forma esparramada. — Não seja mesquinho. Se não fosse por mim você não seria o único sócio majoritário.


— E se não fosse por mim você já estaria pedindo esmolas.


— Vamos deixar de desavenças bobas. Por isso, vou pedir que adicione apenas cinquenta mil.


— Cinquenta mil — realmente o valor era baixo perto do que ele esperava ouvir — E depois disso vai sumir por mais uns dois anos?


— Dois anos eu não posso garantir, mas deixarei para aparecer apenas no natal. Aliás, você sabe que nossa mãe faz questão.


Isto era uma tradição de todos os anos. A matriarca exigia como um ultimato para que todos nós nos reuníssemos para a ceia de Natal, mesmo que não falássemos nada e os únicos barulhos ouvidos fossem dos talheres durante a refeição.


Chamei Christopher até minha sala e ligue para o setor financeiro ordenando a dispensa e acréscimo daquela quantia a mais no valor mensal destinado a ele. Pelo menos de uma coisa eu tinha certeza. Aquele dinheiro ou ia para mulheres e farra ou para bancar mais uns dos seus sonhos e desejos absurdos. Da última vez que me lembrava de ter feito um aumento parecido, ele veio com diplomas de aulas de fotografia, pintura e teatro. Christopher fazia tudo, menos trabalhar de verdade.


Pondo o telefone de volta ao gancho, eu o encarei e recebi em troca um sorriso realizado.


— O valor já foi reajustado. Espero que não volte a me pedir novamente outro aumento tão cedo.


— Porque reclama tanto? Você é rico.


— Sou, e muito. Mas esse dinheiro não é colhido em árvores e nem é infinito. É necessário saber quando há desperdício demais, para impedir que se exceda.


— Por isso não fiz questão de nada. Deixo as finanças em suas mãos. — retocou de forma debochada — Até breve.


— Pare de falar "por isso" e saia de uma vez.


— Ah, cada um que fique com seus vícios de linguagem!


O homem saiu a passos relaxados, pegando uma xícara de café da bandeja da minha secretaria que acabava de entrar piscando um dos olhos para ela. Todos os dias, Suzy trazia café preto com adoçante e duas barras proteicas para que meu dia fosse iniciado. Tomar café da manhã em casa não era um dos meus hábitos, sempre optei por me alimentar no trabalho. O desespero na face dela me fez dar de ombros. Christopher já estava longe demais para ouvir meu sermão.


— Traga outro.


Mesmo estando de costas, percebi que os passos dela soaram apressados como uma formiga atordoada.


Fechando as pastas e todos os papéis necessários, peguei as chaves da minha BMW i8 e fui até o estacionamento. Era conveniente fazer aquele contrato, pois estava envolvido muito dinheiro, principalmente na legalização da exportação de tecido da China em custo bem menor. Ninguém quer fazer nada sem autorização, e isto era uma das funções da empresa: Fornecer licenças.


A R. Dress era uma das maiores produtoras de vestidos de todas as espécies, sendo eles de festas de gala, casamentos, tudo o que as maiores celebridades gostavam, já que lá abrigada muitos estilistas "queridinhos" Além de produzir outras peças femininas.


O dever de casa havia sido feito, eu estudava meus clientes antecipadamente e exigia o mesmo dos funcionários. Sendo um mentiroso ou um inocente, conheça-o.


No meio do caminho ele recebeu uma ligação direta do amigo, avisando que um pequeno imprevisto o tinha atrasado, mas que na manhã seguinte eles com toda certeza se encontrariam. Alfonso estava zangado e cansado, ele gostava de pontualidade mesmo que nem sempre cumprisse com as suas e que o atraso também fosse parte da sua rotina. Ninguém gosta de esperar e ele se encaixava nessa população. Talvez a voz depressiva do amigo tivesse relação com o fato dele desmarcar o encontro. Ligando em seguida para sua secretaria, a mulher repassou alguns outros compromissos inacabados e reservados para quando sua agenda cedesse horas vagas. Aproveitando estar na rua e dirigindo, ele foi resolvê-los, não perdendo a viajem. O que lhe arrancou toda uma manhã e parte de uma tarde.


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Autor(a): imagineunahistoriaa

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