Fanfics Brasil - Seja somente minha, querida // Anahí Possession

Fanfic: Possession | Tema: Ponny


Capítulo: Seja somente minha, querida // Anahí

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— O valor é alto Madness. Seja esperta quanto a isso.


 


A proposta era tentadora até demais, mas se existia uma coisa pela qual ela não conseguia abrir mão, essa era a sua liberdade. Anahí gostava de ter sua vida privada, seus momentos sozinha e principalmente suas noites de filme ao lado de Dulce.


 


— Sei que é. Mas acho melhor apenas nos encontrarmos como amantes, ao invés de eu ser exclusivamente sua.


O homem estava de pé, e mesmo com a suave luz da suíte, consegui perceber que a expressão de Ricardo não parecia das melhores. O seu aborrecimento com minha recusa me fez recuar os ombros. Olhei para a minha bolsa em cima da estante do lado da cama e calculei quanto tempo ia demorar chegar até ela e sacar a minha arma elétrica num tempo hábil, caso algo acontecesse.
Ele andou um pouco de um lado ao outro segurando as mãos atrás das costas.
Ricardo era um dos meus "mais jovens clientes" Ele tinha seus quarenta anos muito bem conservados. Os cabelos ruivos eram iluminados por poucos fios brancos precoces, encorpados num belo par de braços fisicamente voluptuosos e exercitados. Uma das minhas maiores perguntas era o porquê daquele homem que tanto me atraia fisicamente na cama, não conseguir me encantar de outras maneiras? Para uma mulher esperta e com visão perfeita, ele se encaixaria como luva. Era bonito, rico, educado. O que mais pedir?


— Eu sei que você está nessa vida porque quer ou porque deva gostar, duvido que propostas como a minha sejam escassas. Mesmo assim, não suporto mais imagina-la com outros além de mim.


— Me perdoe, mas ambos nos envolvemos cientes de que tipo de relação é esta. Se é que posso chamar de relação.


— Não estou enganado Madness, apenas te ofereço algo melhor!


— Ricardo, você me quer para vivermos juntos! Acha que faz o correto?


— Correto não posso confirmar se é. Mas olhe ao seu redor, eu posso te dar tudo o que quiser. Todas as roupas, jóias, viagens e uma vida digna.


— Vida digna? — confesso que ao ouvir aquilo, me senti como uma prostituta das mais baratas prestes a dar o golpe no ricaço apaixonado — Eu tenho uma vida digna.


— O que disse? — perguntou sarcástico.


— Tenho — reafirmei — Cada um segue a vida que achar mais prudente. Esta é a minha maneira de ganhar dinheiro. O que tem de não digno nisto? Nunca roubei, matei ou extorqui alguém, isso sim eu considero indigno Ricardo.


Soltando os braços ele andou até a minha frente e me olhou nos olhos. Percorrendo todo o meu corpo nu, sentado na beirada da cama. Ricardo estava vestido pela metade, usando apenas uma calça social.
Eu não tinha vergonha daquelas coisas, até porque seria ironia demais, uma mulher que vivia de sexo ter pudor com o próprio corpo. Eu ganhava por exibi-lo, e as horas na academia e em locais estéticos tinham que ser valorizados.


— Desculpe se pareceu ofensivo o meu comentário.


— Não se incomode — respondi juntando o meu vestido do chão, pondo-o ligeiramente — este tipo de abordagem não me surpreende.


— Espero que mude de ideia à respeito do meu pedido, porque pretendo insistir.


Com a ponta dos dedos eu fechei o zíper da roupa, escondendo os meus seios, e segui arrumando os cabelos, passando os dedos e prendendo-os num coque. Juntei meu sapato de salto fino e andei até ele. Ficando bem próxima, odiei o fato de ser sempre tão pequenina sem aquele acessório. Ricardo media 1 metro e 87 e eu não chegava nem na altura do seu peitoral. Olhei para cima e fixei meus olhos nele. Calcei-me imediatamente e fiquei com um pouco de vantagem.
Segurei seu queixo e lhe dei um beijo carinhoso na bochecha. Não havia motivos para que eu tivesse raiva de alguém que dividia a cama comigo há tanto tempo.


— Não tente me convencer. Jamais direi sim ao que me pede. Não posso aceitar ser de ninguém. Eu já me pertenço.


Ele apertou os olhos e puxou minha cintura com as mãos, usando a direita para agarrar minha nuca. Ricardo sugou meus lábios e enterrou sua língua mais profundamente, brincando com a minha, numa guerra de poderes. Assim que me soltou eu puxei o ar que havia sido roubado de mim e tornei a olha-lo. Aquele beijo não parecia com os nossos beijos, audaciosos e interesseiros. Ele me olhava com vontade de que eu ficasse, foi ai que decidi me soltar e andar para fora dali. Não era nada bom ter sentimento num jogo de prazer, pelo contrário, o amor devia passar longe daquilo.


— Espere — pediu ele, me fazendo parar na frente da porta do quarto — não precisa ter medo Madness. Eu sei que com você nunca existe amor, ou qualquer outro sentimento além de desejo.


— Isso é bom...


— De certa forma é — continuou — Por isso acho interessante a experiência contigo. Mesmo que oculte sua vida de todos, eu sinto que dentro existe alguma coisa a mais, algo de misterioso.


Dei uma gargalhada alta e desinibida, virando-me pela metade para conseguir coloca-lo no meu campo de visão.


— Quanta percepção sua meu querido — retruquei — Na verdade não chega a ser mentira, é lógico que todos temos segredos. E eu, principalmente.
Dando uma piscadela, me despedi puxando a porta.


Quando a porta fechou completamente, apressei os passos e andei até o elevador, chamando pelo térreo. A porta automática abriu e eu entrei indo direto para a parede metálica. Recostei-me e cruzei os braços, soltando o ar vagarosamente para manter a calma depois daquela situação desagradável. O casal de idosos que também desciam junto comigo, não esconderam sua curiosidade. Olhavam-me como se eu estivesse completamente despida. O meu vestido nem era decotado ao extremo, muito menos vulgar para aquela analise toda.


— Sente-se bem menina? — a voz rouca da senhorinha me apertou o peito. Era gostosa de ouvir — você parece pálida.


— Estou bem sim senhora, obrigada.


— Vocês jovens acham que a saúde é eterna. Isso deve ser falta de alimentação correta!


— Deixe a moça mulher! — a outra voz cansada repreendeu o comentário dela, fazendo a mesma se calar depois de balbuciar alguma coisa em chateação.


Eu sorri rapidamente quando eles começaram a andar vagarosamente, descendo no quinto andar, indo para sua casa, imaginei. Foi como se aquela mulher idosa fosse uma espécie de avó, protetora, disposta a fazer doces e guloseimas na próxima visita dos netos no final de semana. Aquilo era lago que eu jamais poderia ter, e não foi nada bom sentir aquela preocupação instantânea logo depois de uma conversa dramática.
Meu olhar ficou vazio por alguns segundos até a porta voltar a se abrir, já no estacionamento subterrâneo.
Assim que sai, recuperando a postura de antes, vi que o motorista de Ricardo esperava por mim, recostado na Mercedes prateada que sempre era encarregada de me levar em casa. Sorri para ele e o funcionário abriu a porta de trás para que eu entrasse. Assim que me curvei e sentei no banco, ele fechou a porta e foi para o seu posto na frente.


— Onde quer que eu a deixe hoje senhorita? — a pergunta nunca era feita com olhares pelo retrovisor. O motorista sempre evitou me olhar diretamente.


— Pode ser na minha casa...


Sim, aquele desconhecido era o único que sabia onde eu morava de verdade. Nunca perguntei seu nome ou sequer conversávamos sobre outro assunto que não fosse o meu destino do dia, ou na exceção, quando pedi que ele fosse discreto quanto o meu endereço. O fiz jurar que para todos os efeitos ele me deixava sempre no meu ponto estratégico ao invés do verdadeiro. Não sei o motivo, mas confiei nele. E até aquele momento, Ricardo nunca tinha me surpreendido durante a noite indo ao meu apartamento, o que me confirmava da fidelidade daquele empregado.
Recostei minhas costas no estofado macio e soltei as mãos, girando o pescoço para liberar toda tensão que existia no meu corpo. Discretamente olhei pela janela, e percebi que a enxurrada de neve voltava a cair na cidade, recobrindo as ruas e calçadas. Mas uma das construções que mais me chamou atenção foi a belíssima Galeria Vittorio Emanuele II. Aquele lugar era um dos pontos mais bonitos da cidade no meu ponto de vista. Naquele instante as pessoas transitavam alegres, alguns turistas batiam fotos, todos vestidos de forma agasalhada e elegante, diferente de mim que apenas utilizava um vestido nem tão pesado.
Num estalar de dedos, dei um pequeno salto e percebi que havia esquecido o meu casado de pele na suíte.


— Droga! — Com a pressa em sair dali nem me dei conta de pega-lo. Planejei sais correndo o mais depressa possível do carro até a entrada do prédio para sentir o mínimo possível de frio antes de e chegar um lugar aquecido.


Com a minha dificuldade com baixar temperaturas, o risco de uma hipotermia era um dos maiores avisos do meu médico. - Evite o frio, alertava-me ele em todas as minhas visitas. Graças a um problema genético, naquela época do ano o cuidado com isso era maior.


— Chegamos — o aviso do homem me alertou outra vez.


Logo após ele descer do carro eu esperei próximo da porta, prestes a correr assim que ela se abrisse, mas a demora foi maior do que imaginei. O som da porta malas abrindo e fechando me tirou a atenção por um instante, antes de voltar. Ele destravou a porta e me mostrou o casaco marrom que me parecia familiar. Era de Ricardo.


— Tome senhorita — continuou ele — está muito frio e é melhor que se aqueça.
Cobri-me com a roupa e sai do carro.


— Obrigada. Irei avisar para ele que o casaco está comigo.


Assentindo o empregado andou novamente para onde estava anteriormente, ligando o veículo. Saindo logo em seguida. Fui para a entrada do prédio e saudei o porteiro antes de ir até o elevador.


— Anahí? — a voz de Dulce me chamando me fez sentir em casa finalmente.


— Olá!


— Que bom encontrar você aqui, já que como hoje é a nossa folga da boate resolvi comprar alguns filmes novos.


— Só não me diga que são romances outra vez.


— Que implicância com o amor! Eu gosto deles.


— Se fossem reais tudo bem, mas servem apenas para iludir mulheres de que existem realmente homens daquela maneira.


Entrando na cabine quadrada, ela voltou a tentar me convencer em assistir alguns, em meio as minhas várias risadas.


— Que tal, comédia? Eu preciso rir um pouco.


— Eu sabia que ia pedir! — empolgada ela voltou a mexer na sacola que carregava — comprei estes dois que lançaram há pouco tempo. A vendedora disse que eram bons.


— Então vai ser esses.
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Autor(a): imagineunahistoriaa

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