Fanfic: Save me before I fall. | Tema: Rebelde, Portiñón

Passei o dia inteiro com ela, Marcio chegou no inicio da noite e ficou muito feliz em me ver e meio que deu uma bronca na minha mãe por ter contado a volta de Daniela e Maite, pra ser sincera, eu tava até com medo de sair dali e esbarrar com elas na rua. Acabei ficando pro jantar também, comemos lasanha e bebemos vinho, apenas bebi um copo pois estava dirigindo, não queria novamente bater o carro por causa de bebida. Assim que acabamos de comer, minha mãe levou os pratos pra cozinha e foi lavar a louça, enquanto eu e Marcio sentamos pra conversar, ele acendeu o charuto dele, enquanto esperava minha resposta.

- Não sei Marcio, até tive um pressentimento sobre isso, pois do nada as vozes da Daniela estava na minha cabeça e sabe que isso era um problema pra mim. - ele concordou soltando a fumaça do charuto.

- Isso não pode te afetar Dulce, faz tempo que isso aconteceu e vocês estava numa depressão horrivel e agora vendo você aqui e parece bem melhor, não pode deixar isso te afetar.

- Mas o que vai acontecer quando eu encontra-las? Quando elas falarem com o pessoal? - levantei e fui pra janela, estava suando frio já.

- Seus amigos não vão falar com elas naturalmente pois sabem pelo que você passou por causa delas. - ele levantou e foi até mim e apoiou sua mão em meu ombro. - Eles com certeza estão furiosos com elas e não vão aceita-las nesse momento, até que você aceite isso. - me virei pra ele e o abracei novamente e senti sua mão acariciar meu braço. - Sabe que te tenho como uma filha..?! - confirmei. - E nao quero ver você mal, nem eu e nem mesmo seu pai que deve tá te olhando lá de cima.. Eu e sua mãe vamos te ajudar a superar isso tá?

- Te amo Marcio. - beijei sua bochecha e continuei abraçado a ele.

Ficamos conversando mais um pouco até dar o horario de ir pra casa, estava ficando tarde e queria descansar um pouco. eles me deixaram lá embaixo e nos despedimos, disse que proximo sábado queria eles almoçando comigo lá em casa e eles adoram a ideia. Entrei no carro e fui pra casa, fiquei olhando pros lado pra ver se encontrava elas, quando o sinal parou e pra mim infelicidade vi as duas passando de mãos dadas. Daniela continuava linda com sempre e Maite era a mesma coisa sem graça de sempre. Ver Daniela fez meu coração acelerar, quase parar, depois que elas passaram, começei a me sentir mal, enfurecida, triste e com muito odio, minha vontade era de ir até elas e xingarem o máximo. Mas respirei fundo e segui meu caminho. Assim que cheguei em casa fui direto tomar um banho bem gelado, tirar a imagem das duas na minha cabeça, a imagem dela fugindo com Maite e a mesma me pedindo desculpas.. Quando fui perceber já estava sentada no chão, com a agua caindo na minha cabeça, chorando e abraçando as pernas. Pensei em ligar pra Anahí, mas ela nunca entenderia meu estado, o que ela iria imaginar me ver assim chorando nua no banheiro e ainda por uma mulher que me matou da forma mais cruel. Minhas roupas estavam no chão do banheiro e minha calça com o celular ali preto do box, peguei ele e mandei mensagem pra Christian e Rodrigo, os dois eram irmãos e me meu melhores amigos. 

"Preciso de você, preciso de vocês dois" - digitei pra ambos e sem me importar se estava molhando ou não, minutos depois responderam.

" Estamos indo, calma." - assim que li joguei o celular longe, provavelmente quebrei a tela.

15 minutos depois eles chegaram, eu continuei no mesmo lugar e eles sabiam que tinha uma cópia da chave atras da caixinha da campanhia, ouvi a porta bater e a voz de Christian me chamando, não respondi, meu corpo começou a tremer e eu não parava de chorar, eu apertava tanto meus braços que ja me incomodava. Não senti mais agua do chuveiro, levantei a cabeça quando os dois agachados ali na minha frente, Rodrigo me cobria com uma toalha. Eles sorriram e eu, que tinha cessado um pouco o choro, retornei ao banho de lágrimas.

- Vem Dul, vou te tirar daqui enquanto Christian recolhe suas roupas. - ele me levantou, colocou a toalha em meu corpo, deixando nenhuma parte exposta e me levou no colo pro quarto, eu abraçei ele pelo pescoço. - Calma, já estamos aqui, não precisa mais chorar, já passamos por isso antes né? - eu concordei - Então isso já vai passar, eu vou preparar um café enquanto Christian te ajuda a botar uma roupa. - Ele me colocou deitada na cama, e beijou minha testa, Christian apareceu, jogando minhas roupas numa cadeira que ficava de frente pra mim. - Vou la fazer um café pra gente e conversarmos um pouco.

- Vou pegar um roupa pra você, porque sabe que não gosto de ver mulher nua. - no meio do choro acabei rindo do que ele disse, o mesmo me ajudou a levantar e a colocarr um short e uma camisa e penteou meu cabelos, estavamos de frente pro espelho, minha cara estava inchada e vermelha, respirei fundo e algumas lagrimas voltaram a escorrer pelo rosto. - Melhor assim né? - concordei - Pra você ficar assim tem um motivo, nome e cpf né? - concordei novamente, ele acariciava meus braços levemente.

- Daniela e Maite voltaram pro Rio. - no momento que eu disse isso ele parou de acariciar e foi andando pra tras até sentar na cama, eu o observava atraves do espelho.

- Tem certeza disso? - afirmei. - Desculpa Dulce, não era pra você saber disso. - olhei pra ele sem entender.

- Como assim? - sentia meu coração acelerar e diminuir constantemente, a ponto de qualquer momento parar ali.

- Vamos lá pra sala que eu e Rodrigo conversarmos com você, mas quero que fique claro, eu queria te contar, eu iria te contar, mas Rodrigo não deixou por seu proprio bem.

Ele segurou minha mão e foi me puxando de leve pra sala, sentei no sofá, Christian sentou na mesinha de centro e minutos depois Rodrigo trouxe as canecas com café pra gente, ele sentou do meu lado enquanto bebia um gole daquele café quente e forte.

- Christian já falou? -  ele já sabia que Chris ia abrir a boca.

- Não, mas quero que conte tudo. - fiquei olhando para os dois quejá se olhavam.

- Ok.. - ele respirou fundo e me olhava com uma cara de culpa - Há duas semanas atras, enquanto eu estava fiscalizando uma obra no Humáita recebi uma ligação desconhecida, o numero era de São Paulo e pensei que fosse Pamela que estava viajado a negócios, mas quando atendi era Maite animada em falar comigo: 

" - Christian! Sou eu Maite! - eu não sabia o que falar e nem reagir, fiquei em silencio - Alô?! Tá me ouvindo?!

- O-Oi Maite, que surpresa um pouco assustadora depois de tanto tempo. -  ele riu do que eu disse, mas tinha falado num tom frio com ela.

- Pois é, muitas coisas aconteceram de 9 meses pra cá..

- Muitas mesmo, pricipalmente você ter fugido com Daniela... - eu já não estava muito feliz de falar com ela, pois naquele momento me lembrei de você quando falou isso, foi a ultima vez que todos vimos elas duas.

- Por favor Christian, eu não queria fazer isso, mas eu amava e ela me amava.. era o unico jeito de sermos felizes juntas.. - eu tive que me afastar dos funcionarios para ir a um canto conversar com ela direito sem aquele barulho todo de obra.

- Ahhh e vocês esperaram o dia do casamento pra fazer isso?! Magoram a pessoa que nunca faria isso com vocês. 

- Eu sei, mas já ta feito e estou muito feliz com ela.

- Tem que tá mesmo né, porque ninguem aqui tá nem um pouco feliz, a sua melhor amiga sofreu horrores e ainda sofre, está numa depressão que ninguem consegue tirar ela, nos dois primeiros meses ela teve surtos de choros e desesperos a noite, tinha vezes que era todo dia.. Você em nenhum momento pensou na Dulce, sabe quem é ela né? Sua melhor amiga, que confiou plenamente em você. - eu já estava me alterando com ela, pois me doeu ela falar aquilo e eu sabendo o quanto você sofria.

- Eu sinto.. - eu interrompi ela, não queria mais ela falando de desculpas, que não queria te magoar e nem nada.

- O que vocês quer Maite?

- Liguei pra avisar que estou voltar pro Rio, vou morar com Daniela ali na Gloria e daqui há 4 meses vamos nos casar, daqui a duas semanas estou chegando ai com as coisas - eu não acreditei quando ela disse isso e ainda iria morar no bairro onde sua mãe e Marcio moram.

- Voce vai morar no mesmo bairro que os pais de Dulce?

- Sim, foi o unico local que achamos com preço mais em conta, eu pensei nisso, mas era o unico jeito.

- Não sei o que te dizer.

- Dá pra você ficar um pouco feliz com a minha felicidade e.. - do nada alguem interrompeu o que ela ia falar, até ouvir a voz de Daniela.

- Christian, eu e Maite estamos felizes e ela é sua amiga também, custa ficar feliz pela gente?! - eu tive vontade de desligar o telefone, mas não fiz e acabei despejando tudo nela.

- Não quero que você dirija a palavra pra mim sua vagabunda.. - ouvi a voz de Maite de reprovação e continuei, com certeza tava no viva voz. - O que vocês duas fizeram não tem perdão e nem pense em ficar de gracinha comigo e com pessoal, estamos todos ao lado da Dulce, e se querem que eu fiquei feliz com a lua de mel do casal, ok, estou feliz porque vocês duas se merecem e Daniela, você nunca mereceu a Dulce, pois o que ela fez por você ninguem faria e sabemos muito bem disso.. - eu já estava meio que gritando. - E só dou um aviso pra vocês, nem pense em ligar, procurar ou até mesmo olhar pra Dulce, porque vocês vão se ver comigo."

- ... Depois disso eu desliguei o telefone, ao decorrer dos dias ela me mandava mensagem, mas não respondia, hoje mesmo ela me mandou mensagem falando que a mudança tava pronta e queria que eu fosse lá... - eu estava com as pernas cruzada, posição de indio e com as não no cabelo em tom de desespero, meu estado estava desesperador. - Contei tudo isso pra Rodrigo e que me fez prometer não contar a você, me desculpa.

- Eu só fiz isso ra te proteger Dul, não queria te ver nesse estado novamente. - senti sua mão na minhas costa como sinal de conforto.

- Minha mãe e Marcio viram elas duas na rua e me contaram, eu... eu.. - as lagrimas voltaram a escorrer pelo mes rosto. - Eu tava me sentindo tão bem esses dias, mas sabia que esse sentimento de felicidade iria acabar.

Eles não falaram nada, eu deitei no sofá com ambos cuidando de mim e não parava de chorar, eles foram me acalmando até eu dormir. Minha vida se tornaria um grande inferno com as duas nessa cidade, mas eu tinhameus amigos ali e Anahí, que é minha amiga, a melhor pessoa que em pouco tempo gostei de cara, seria mais um ombro em que posso me apoiar.