Fanfic: Save me before I fall. | Tema: Rebelde, Portiñón

Anahí

Assim que Dulce foi embora, fiquei descansando por mais alguns minutinhos e voltei a ensaiar, precisava fechar essa apresentação, pois não posso ficar com duvida quando dançar na frente dos professores da Rosen Ballet, imagina o vexame que seria isso! Gosto nem de pensar, então voltei a ensair, ensaiei por horas e só pude notar quando minha barriga começou a roncar, ainda bem que preparei uns sanduiches e uma garrafa de suco pra comer aqui mesmo. O dia passou bem rápido já era 17h da tarde, não sabia se continuava a dançar ou se ia pra casa descansar um pouco, acabei optando por ira pra casa, faltava apenas finalizar a dança e estava completa, eu assinava todos os movimentos num caderninho pra não ter que esquecer e nem confundir com outros passos. Apaguei as luzes e tranquei a sala e fui para o meu carro, que estava a uma quadra dali onde eu trabalhava e ensaiava. Finalmente fui pra casa, ouvindo minha musica e aproveitando o momento sozinha. Cheguei em casa e tomei um belo banho quente quando ouvi a porta bater, era quase 18h e Pablo chegando cedo em casa? Tem alguma coisa ai. Ouvi sua voz me chamar e respondi que estava no banheiro, pela cortina do box vi ele entrar no banheiro e indo direto pro vaso fazer xixi.

- Aconteceu algo pra você chegar cedo hoje? - continuei tomando banho, estava lavando o cabelo.

- Deu um problema na energia com prédio e ja estava na hora de encerrar o expediente, foi todo mundo liberado mais cedo. -  ouvi o som da descarga e despois vi sua sombra na cortina, ele abriu um pouco, vi ele me observando, não tava muito animado não.

- Cansado? - olhava pra ele enquanto me ensaboava.

- Um pouco, nada que uma noite de sono resolva... enfim, domingo eu vou pro futebol com pessoal do serviço, quer ir? - ele me chamando pra sair com os amigos?! Claro que eu não ia, tinha compromisso marcado com Dulce - Vai tá as esposas de todos lá e seria uma boa pra gente se divertir..

- Desculpa amor, mas já tenho compromisso marcado com uma amiga minha, um jantar na casa de uma amigo dela. - nunca me levou pra sair com os amigos e agora quer me levar?! Nem em sonho. 

- Tudo bem amor, deixa pra outro domingo. - ele começou a tirar a roupa ali mesmo, ia entrar no box pra tomar banho comigo e eu tinha que fingir a esposa feliz por uma boa noite de sexo e o marido atencioso. Ele entrou e me abraçou e beijou meu pescoço.

- Toma seu banho direito que já vou sair e pedir comida pra gente. - ele apenas concordou e eu sai do box, me sequei e também sequei rapidamente o cabelo, fui botar um pijama logo, pois nao sairia de casa mais e daqui a pouco iria dormir. 

Enquanto ele tava no banho, fui pra sala e vi seu celular na mesa, aproveitei e vi o que tinha, se ele tinha comentado sobre o que aconteceu a noite, e não deu em outra, ele comentou tudo num grupo do whatsapp, como foi e como rolou. Nojento, só isso que posso dizer. Encontrei a conversa dele com uma mulher, falando sobre domingo, não teria futebol e sim ele iria pra um motel com essa mulher. Respirei fundo, larguei o celular dele na mesa, como estava antes, pedi  nossa comida e fui pra pequena varanda que tinha na nossa sala. Tava choviscando um pouco, passei a mão em meu rosto, eu não acreditava naquilo, não acreditava que estava passando pela mesma coisa que meu pai passou com minha mãe. Definitivamente meu casamento tinha acabado. No momento que a pessoa mente, trai e consegue te enrolar pra ter o que quer, isso é sinal de que não tá dando mais certo. Se ele esta fazendo isso comigo, eu vou fazer bem pior do que traição e qualquer outra coisa.

1h depois chegou nossa comida, paguei e dei uma gorjeta ao entregador, chamei ele pra comer que veio praticamente correndo pra mesa. Jantamos em silencio, eu não tinha nada pra falar pra ele e muito menos ele pra falar comigo, apenas ouvi ele reclamar de tão cansado ele tava. Assim que acabamos e lele beijou minha testa, pegou seu celular e disse que iria dormir, não falei nada, apenas afirmei com a cabeça. Joguei as embalagens no lixo, arrumei a mesa, peguei as roupas dele e botei na maquina e fiquei esperando até acabar, isso já era 21h40 da noite. Fiquei assistindo televisão na sala, por um momento tive vontade de ligar pra Dulce, só pra me sentir um pouco bem, mas talvez ela poderia estar ocupada, sei la. Enfim, acabei não ligando, mas mandei mensagem pro meu pai dizendo que estava com saudade e se poderia ir almoçar comigo amanha, ele rapidamente me respondeu e disse que me pegaria 13h aqui em casa. Desde do divorcio dos meus pais, eu não falo mais com minha mãe, pois o que ela fez com meu pai foi terrivel, ela acusava ele de tudo até mesmo por ter espirrado ela o acusava. Sempre via meu pai como um grande heroi, ele era Bombeiro em Ribeirão Preto-SP, e sempre que dava me levava no quartel pra ficar com ele e com os amigos que me adoravam e eu adorava né, ficar com os capacetes e tudo mais. Um deles era meu padrinho, Patricio, eu amava ele, quase sempre me deixava na escola com o caminhão de bombeiros e eu adorava isso. Até que quando eu tinha 13 anos, ele tinha passado o dia lá em casa com a mulher, que era minha tia e seus dois filhos, que eu considerava como primos, foi um dia incrivel, conversamos, rimos, pela primeira vez vi meu pai e minha mãe juntos sem brigar ou discutir. Até que ele recebeu um telefonema do quartel de bombeiros sobre um acidente entre um caminhão e um carro e que precisaria dele, meu pai até disse que iria, mas ele disse que não, que seria coisa rápida. Disse pro meu pai deixar a familia dele em casa que de madrugada ele voltaria, ele foi até mim e beijou minha bochecha e sorriu. Foi a ultima vez que vi ele. Ele estava voltando pra casa de madrugada, quando perdeu o controle do carro e capotou, ele morreu na hora. Sofri demais com a perda e meu pai também, eles eram companheiros e grandes amigos. Depois disso, a casamento dos meus pais só pioraram. Um dia, ele me buscou na escola e fomos pra casa juntos, entrei junto com ele até que ouvimos uns barulhos estranhos, eu era nova e não sabia o que era, ele pediu pra que eu fosse pro quarto e não saisse de la, obedeci ele. Minutos depois ouvi uma gritaria, fiquei olhando da porta do meu quarto um cara qualquer saindo nu, combrindo suas partes e minha mãe enrolada no lençol e a mesma gritando com meu pai e vice-versa. Meu pai pegou as coisas da minha mãe e a expulsou de casa, ela ainda fez sinal pra eu ir junto, mas nao fui, não abandonaria meu pai pra viver com ela e aquele cara. Ela insistiu muitas vezes durantes anos, mas sempre neguei. Até que conheci Pablo, aquele que eu considerava o grande amor da minha vida, que hoje nem chega perto disso. Casamos e ele aceitou o emprego de auxilar de bombeiro aqui no Rio, hoje ele já é aposentado, mas ainda trabalha no quartel na area de administração, anos depois vim morar aqui no Rio, ele mora na Lapa e eu em Copacabana. Depois que a maquina terminou de lavar botei a roupa dele pra secar e fui dormir. Só pensava no colo do meu pai.