Fanfics Brasil - Capítulo vinte e dois. Secret. — Portiñón.

Fanfic: Secret. — Portiñón. | Tema: Portiñón, AyD. Anahí e Dulce.


Capítulo: Capítulo vinte e dois.

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Afundei o meu corpo na banheira. Deixei a minha cabeça ficar submersa por alguns segundos. Ainda sentia a minha coxa latejando, os cortes foram mais profundos do que eu imaginava. Os deixariam cicatrizar sem nenhum ponto para não marcar a minha pele. Fiquei uns dois minutos afundada até que os meus pulmões começassem a reclamar. Ergui-me com um suspiro longo, restabelecendo o oxigênio em meus pulmões.


 


As ideias começaram a clarear em minha mente. Eu sabia como retirar a Maite de minha vida e ainda por cima, fazê-la ser odiada não só pelo Thor, mas também pela família. Levantei-me e me enxuguei. Era um plano perfeito, mas tinha que ser executado com cautela. Precisava também de outros elementos, não seria muito difícil de conseguir.


 


Limpei a lateral da minha coxa, e passei um antisséptico. Fiz uma caretinha de dor, eu iria sobreviver. Vesti uma roupa confortável, uma regatinha, calça de moletom e chinelos. Deixei os meus cabelos secarem naturalmente.


 


Desci, e encontrei á Maite com Alfonso na cozinha, os dois cochichavam e riam. Enquanto, o Thor estava completamente alheio á situação. O meu filho estava bem empenhado em organizar as almôndegas em cima da massa.


 


Parei no batente da porta e fiquei os observando. A mão do Alfonso estava repousada preguiçosamente nas costas de Maite, mas descia bem lentamente em direção da bun/da. Á Maite balbuciava algumas palavras no ouvido dele, não deixei de perceber á sua língua deslizando na pontinha da orelha do Alfonso depois da frase terminada.


 


A situação era bem nítida: Eles ainda tinham um caso. Não sei de quanto tempo, ou talvez, nunca tivessem terminado. Aquela expressão apaixonada da Maite não era em vão. Não parecia ser diferente de nove anos atrás.


 


Ah, nove anos atrás... Os dois estavam tendo um caso tórrido de amor ou de paixão. O interessante era que na época o meu casamento com Alfonso estava uma lua de mel. Quase não acreditei quando os flagrei se beijando. Foi uma confusão muito grande... Maite dizia que isso acontecia á muito tempo, e o Alfonso me jurava que foi um deslize que nunca mais iria acontecer. Eu tinha ficado tão furiosa que quase o abandonei, porém, o Alfonso me implorou para que não fizesse isso e deu por fim o seu caso com a Maite. Meses depois, a mesma surgiu grávida e nos chantageou. Ou dava uma boa soma de dinheiro á ela ou assim que desse a luz, iria abandonar o bebê no primeiro orfanato que visse á sua frente. Maite não se importava nem um pouco com aquele bebê, estranhamente, eu me afeiçoei aquele ser que ainda estava em seu ventre.


 


Unindo o meu afeiçoamento com á vontade incontrolável do Alfonso em ser pai que não só dermos uma boa quantia em dinheiro como ainda custeamos o pré-natal. Quando o Thor nasceu, a Maite nem fez questão de olhá-lo. O repassou para nós como se fosse uma mercadoria qualquer. Segundo ela, não iria estragar á sua vida por conta de um bebê que o pai nem se dava o trabalho de ficar com ela. Supostamente o Alfonso a tinha abominado de nossas vidas, e nós, recomeçamos a nossa família...


 


Por tanto, acho muito pretensiosa da parte de Maite me aparecer nessa altura do campeonato. Eu não aceitaria isso. Se ela não quis o Thor á oito anos, não é agora que vai querer. A intenção dela era bem clara: Alfonso.


 


“Mamãe!”. Thor falou alto, Alfonso e Maite se assustaram e se afastaram. Sorrir sarcasticamente. “Vem jantar”. Meu filho me chamou.


 


Caminhei até a mesa, e me sentei. O meu filho sentou-se ao meu lado. Olhei o aspecto da comida, não me parecia muito atrativa. Maite sentou-se próxima do Theo.


 


“Quer vinho, Anahí?”. Alfonso me perguntou com a garrafa de vinho na mão. Vinho tinto suave. Quem era que bebia aquela merd/a? Olhei para a taça de Maite. Óbvio que seria ela.


 


“Prefiro vinho seco. Você sabe qual é meu favorito, querido. Pegue-me para mim, por favor,”. Sorrir docemente para o meu marido.


 


Alfonso concordou e foi na nossa adega em busca do meu vinho.


 


“Vinho seco combina bastante com você, Anahí”. Maite me alfinetou sorrindo.


 


“Concordo Maite. Vinho seco é clássico para as pessoas com classe e com paladar aguçado. Bom gosto é tudo nessa vida, minha querida”. Devolvi o sorriso para ela. “Mas não espero que você entenda isso não está no seu patamar”.


 


Maite me fuzilou com os olhos. Alfonso voltou com a garrafa do vinho seco e me serviu. E também se serviu. Sentou-se de frente para nós. Jujuba estava miando nos pés do Thor e se esfregando, ele fez menção de pegá-la no colo, mas ao receber o meu olhar, desistiu.


 


Jantamos ou tentamos...


 


“Thor, você disse á sua mãe o que ganhou de presente?”. Maite perguntou, fazendo carinho na cabeça do meu filho. Imaginei a sua mão assando em uma frigideira e depois sendo servida aos cachorros.


 


“Ah”. Thor exclamou com empolgação, engoliu o seu pedaço de almôndegas antes de falar. “Um avião de controle remoto. Muito massa, mamãe! Ele tem até câmera embutida! O papai me prometeu que iríamos no parque para usá-lo”. Os seus olhos estavam brilhando.


 


“Iremos sim, campeão. Vamos ser detetive por um dia”. Alfonso concordou com um sorriso.


 


“Isso é ótimo, mas só autorizo á sua ida depois de jogarmos no seu Xbox. Você está me devendo isso”. Fiz um biquinho para o Thor que riu. A sua animação aumentou consideravelmente.


 


“Sim”. Ele quase gritou. “Pode ser depois da janta? Por favor?”.


 


“Com toda certeza”.


 


Thor gritou de animação e puxou o meu rosto para um beijo na bochecha. Eu rir. O Alfonso também, menos á Maite que continuava séria. Ela achava que iria chegar a minha casa e competiria comigo á atenção do meu filho e no primeiro embate sairia vitoriosa? A resposta era não. Ela não iria ganhar nenhum embate se dependesse de mim.


 


 O meu filho terminou o jantar primeiro e foi para o quarto preparar o Xbox. Ficou apenas eu, Maite e Alfonso. O clima da mesa mudou consideravelmente, tornando-se quase hostil.


 


“Você quase não comeu”. Alfonso comentou, me olhando.


 


Realmente, eu não tinha comido quase nada. Estava sem fome, mas não podia perder essa oportunidade para provocar um pouco á Maite.


 


“A massa passou do ponto”. Mexi a massa no garfo que agarrou como se fosse uma papa. “Ainda está sem sal. As almôndegas estão cruas...”. Parti com o garfo uma almôndega que estava bem vermelha no meio. “Sem contar que falta tempero... Dispenso a refeição de cachorro”.


 


Alfonso deu uma tossida, mas estava bem claro que ele estava querendo esconder o riso. Ele adorava isso.


 


“Se queria melhor, porque não o fez?”. Maite me perguntou com o rosto avermelhado.


 


“Porque eu não estava em casa e você se atravessou em minha cozinha”. Respondi calmamente.


 


“O Thor estava com vontade de comer almôndegas, não iria deixar o meu filho com fome”. Maite retrucou.


 


Esmurrei a mesa com força, por questão de pouco que as taças não quebraram. O meu olhar foi quase assassino. “Não o chame de filho. Ele não é o seu filho!”. Rangi entre os dentes, sentindo a raiva florescer.


 


“Não é isso que a fisiologia me diz”. Maite piscou.


 


“Pouco me importa a fisiologia! Tê-lo colocado no mundo não lhe qualifica como mãe”. Falei irritada, mesmo que eu tentasse me controlar, não dava. “Eu o criei, estive ao seu lado em todos os momentos: De alegria, de tristeza, de doença e de saúde. Por tanto, eu sou a mãe dele. Você é apenas uma cadela que fez o favor de por no mundo, então, minha querida, pense duas vezes antes de chama-lo de filho, essa palavra não é digna de você”.


 


Maite estava furiosa. O seu olhar e também a sua expressão dizia isso. Ela abriu e fechou á boca diversas vezes, sabia que os seus argumentos eram chulos diante da realidade.


 


“Convidei a minha família para um almoço amanhã”. Alfonso se pronunciou, ignorando o atrito de segundos atrás. O olhei sem esconder minha irritação. Mais uma decisão sem eu ser comunicada. “E chamei os seus pais também”.


 


Tudo que eu menos queria. Limitei-me a ficar calada, enchi mais a minha taça de vinho, e dei um longo gole.


 


“Alfonso, está ficando tarde... Acho que deveríamos ir”. Maite falou ao acariciar o braço do meu marido.


 


“Ah sim, verdade. Eu vou buscar á minha carteira”. Alfonso disse se levantando.


 


“Aonde vão?”. Perguntei mais por curiosidade. Não por ciúmes.


 


“Vou levar á Maite para o teatro”. Alfonso respondeu.


 


“Espero que não se importe, querida”. Maite me olhou.


 


“Não mesmo”. Respondi tranquilamente, para a surpresa da Maite e também do Alfonso que me olhou gravemente.


 


“Hum... Cuidado, Alfonso. Quando a esposa deixa de se importar com as saídas do marido com outra mulher, significa apenas uma coisa: Encontrou diversão fora de casa”. Maite sentenciou venenosa.


 


Alfonso se incomodou com o comentário da Maite, e pelo semblante o bastante. Mantive a minha expressão tranquila, mesmo que por dentro, quisesse cortar á língua de Maite.


 


“Está muitíssimo enganada, Maite... Significa que a companhia é irrelevante aos meus olhos para despertar qualquer incomodo”. Levantei-me e comecei a retirar os pratos. “Espero que se divirtam”. Andei dei um selinho em Alfonso para enfatizar a minha tranquilidade. Eu realmente estava tranquila.


 


O meu marido deixou a cozinha, ficando apenas eu e Maite. Joguei o resto da comida no lixo, e coloquei os pratos no lava-pratos. Virei-me e me deparei com a Maite atrás de mim, me olhando fixamente, sem esconder o seu desprezo por mim. Isso não me incomodou.


 


“Você acha que me engana com todo o seu discurso que não se importa quando eu sei que está morrendo por dentro”. Maite começou. “Sei que está tremendo nas bases com medo de que eu roube o Alfonso de você. Deixa-me lhe dizer uma coisa: Se eu fosse você, ficaria mesmo com medo, porque isso vai acontecer”.


 


Encarei-a, e dei uma risadinha. O meu descaso com as suas palavras a deixou confusa. “Você acha mesmo que eu me importo? Por favor! Se quiser, pode tre/par com o Alfonso em cada ponto de casa que isso não irá me abalar nem um pouco. É um favor que me faz. Quer ele pra si? Dou-lhe em uma bandeja de ouro”.


 


Maite apertou os olhos. “Você realmente está tendo um caso!”.


 


“Não minha querida”. Disse sarcasticamente. “Eu tenho amor próprio, é completamente diferente. Não vou ficar brigando pela atenção e muito menos pelo amor do Alfonso. Nem com você e nem com ninguém. Não preciso disso ao contrário de você”. Gesticulei. “Então, vai lá... Tenta na sorte”. A olhei com nojo. “Usa as suas artimanhas baixas, no fundo, vai repetir a mesma história de nove anos atrás: Ele ficará comigo, e não com você. Alfonso é incapaz de me deixar”.


 


Maite grunhiu. Foi uma coisa bem feia de se escutar. Depois de bufar, apontou o dedo á riste em meu rosto. “Ele não ficou com você por amor, ficou com você por pena e é isso que mantei esse casamento de me/rda, á pena”. Ela cuspiu as palavras em meu rosto. “Alfonso ficou com remorso em pensar em abandonar a esposa estéril que nunca poderia procriar porque o seu útero é mais seco que sua alma”.


 


Não me abalei com as suas palavras. Sim, eu era estéril, não de nascença... Fiquei assim depois de um aborto. Esse assunto não me incomodava nem um pouco. Existia uma razão para eu não procriar, e muito menos a minha filha ter vingado... Deus não dava asas á cobra. Ele sabia que um filho meu no mundo seria uma perdição, e de pecadora, bastava eu.


 


“Foi essa á desculpa que o Alfonso usou para lhe conformar?”. A minha voz era pura diversão, os meus olhos estavam até alegres. “Você é muito bobinha em acreditar nisto. O motivo para ele não ter me deixado: Ele não é capaz de me deixar porque é louco por mim... Sim, tem as suas amantes espalhadas por aí, mas nunca passaram disto. Eu sempre serei á primeira dama, e ele sempre voltará para a nossa cama no final da noite”.


 


Maite bufou. “Você poderia ter um pouco de dignidade! Que mulher fica com um homem que a trai constantemente?”.


 


Não perdi o meu sorriso. “Faço a mesma pergunta á você... Que mulher se submete a ter um caso com um homem casado? Dignidade é algo que pelo visto, está faltando para ambas. A diferença entre mim e você, queridinha, é que eu não sou a errada da história. Não sou a outra”. A encarei com deboche.


 


Ela ficou extremamente séria. Uma veia em sua testa se dilatou e latejou. Provavelmente pelo ódio sentido.


 


“Continue animadinha assim... Quero ver se esse sorriso vai continuar quando eu tomar o seu marido e também o seu filho”. Ela me ameaçou me olhando nos olhos.


 


A pauta da conversa seria insignificante enquanto estivesse o nome do Alfonso. Mas usar o nome do meu filho me tirava do sério. E ela sabia muito bem disso. Dei uma leve espreguiçada como se nada importasse.


 


“Não se eu a destruir primeiro”. Minha ameaça soou tão suave que parecia uma carícia.


 


Maite ficou desconcertada com isso. O Alfonso surgiu no batente, desviando as nossas atenções.


 


“Vamos?”. Perguntou se direcionando á ela.


 


“Sim”. Ela respondeu com um sorriso. Depois de uma última olhada, saiu.


 


Meneei a cabeça para o meu marido e voltei á cuidar do meu afazer anterior. Limpei a mesa, coloquei os pratos para lavar, iria ligar para á Dulce, mas eu sabia que com a quantidade do analgésico que lhe dei, estaria dormindo. Por tanto, passei uma mensagem, dizendo que estava com saudade. Eu não era romântica, mas isso não impedia que eu fosse verdadeira.


 


Fui ao encontro do meu filho para jogar no Xbox. O jogo escolhido tinha sido o mesmo em que ele comprou escondido e eu lhe ralhei.


 


Daylight. Esse era o jogo. Enquanto a introdução do jogo começava... Dei um longo suspiro e olhei o controle remoto com pesar. Isso chamou atenção do meu filho.


 


“O que foi mamãe? Está com medo? Não precisa ficar, é só um jogo e eu estou aqui com você”. Ele me disse, me encarando com os seus lindos olhos.


 


Sorrir tristemente. “Não é isso, meu amor... É que existem muitas pessoas malvadas no mundo, e eu tenho medo que a maldade me separe de você”.


 


“Do que está falando mamãe?”. Thor me perguntou aparentemente confuso.


 


“De mentiras que podem nos afastar”. Falei, olhando para ele, mantendo meu semblante entristecido.


 


“Nada pode me afasta de você. Você é minha mamãe e eu te amo”. Ele me respondeu firme. “Quem mentiria para nós?”.


 


“Eu sei meu bem, eu também te amo”. Acariciei o braço dele. “Não para nós, para você...”.


 


“Quem?”. Ele insistiu em saber.



“Á Maite... Sabe, ela não gosta muito de mim e sabe que eu amo você. O modo de ela me atingir, é através de você, sabe? Ela não pouparia mentiras para envenenar á sua cabeça contra mim”. Choraminguei baixinho, sem parar de olhá-lo.


 


Thor ficou seríssimo, posso até garantir que vi a uma raiva em seus olhos. “Não se preocupe, mamãe. Ela nunca vai me envenenar, não importa o que diga, não irei acreditar nela”.


 


Sorrir para o meu filho, e lhe dei um beijo na sua bochecha. “Obrigada por acreditar em mim”.


 


“Eu sempre vou acreditar em você, mamãe”. Ele afirmou.


 


“Mais uma coisa... O seu pai não pode saber dessa nossa conversa.”.


 


“Ele não saberá”. Thor afirmou.


 


Depois de ter êxito na conversa, me concentrei no jogo. Achei o jogo meio pesado para o Thor, porém, foi divertido. Nos assustamos, e rimos muito. Ainda houve uma pausa para pipoca e refrigerante. Jujuba dormiu meu colo e sempre reclamava quando eu sobressaltava e gritava no jogo. O Thor me zoou demais. Por fim, foi muito bom passar um tempo com o meu filho. Perto mais da meia-noite, formos dormir.


 


Como previsto, o Thor ficou com medo e pediu para dormir comigo. Concordei. Abracei o meu filho, e o sono não me demorou á chegar. De madrugada, não sei muito bem o horário, senti um braço passando pelo meu corpo, era o Alfonso. Não me dei o trabalho de abrir os meus olhos...


 


... Minha manhã foi bastante atribulada. Receber família era algo que me estressava muito. Mas eu estava tentando manter o meu humor. Mais tarde, iria encontrar com á Dulce. Preparei o almoço, o Alfonso ficaria responsável pelo churrasco. O Thor estava evitando a Maite, e sempre que ela falava com ele, o mesmo não lhe dava atenção, isso a estava desconcertando. Acho que seria fácil va/dia? Tem que aprender muito como fazer!


Por volta de onze horas. Os pais de Alfonso acompanhado de o Mark chegaram. Dez minutos depois, os meus pais. Minha mãe trouxe a sua sobremesa famosa: Pavê.


 


Arrumei á mesa no quintal bem próximo á piscina. O dia estava um pouco quente, seria muito bom almoçar ao ar livre. Alfonso pôs uma música suave para tocar. O carvão ainda estava queimando e não seria ideal para o churrasco.


 


Depois de terminar os afazeres, sentei-me na espreguiçadeira. Estavam todos reunidos e conversando. Eu tinha uma taça de vinho na mão, minha mãe e minha sogra bebiam suco de laranja. O meu pai, o meu sogro e meu cunhado cerveja. Maite buscava chamar atenção do Mark para o seu corpo que estava de maiô e uma saída de praia, porém, o meu cunhado ignorava a sua prima. O que não acontecia comigo... O Mark sempre dava alguns olhares discretos para o meu corpo.


 


Eu estava simples... Com um vestidinho de verão curto de estampa de costas nua e um decote singelo que deixava os meus seios graciosos, e rasteirinhas. Tinha prendido os meus cabelos em um rabo de cavalo. Uma boa parte de minhas coxas estava de fora, exibindo a minha boa forma.


 


Alfonso sentou-se atrás de mim, e me aninhou em seu corpo. Não era de espantar, estávamos em família, ele sempre era extremamente carinhoso. Relaxei meu corpo no seu, aparência era tudo. Quem não gostou muito disso foi a Maite, o seu olhar era de desagrado. Lancei um sorriso debochado para ela.


 


“Então, Mark... Como anda o trabalho?”. Perguntei para puxar assunto.


 


“Uma bomba preste á explodir”. Mark coçou a nuca, todos prestaram atenção nele. “Um pescador encontrou um corpo no rio, deformado. As pira/nhas fizeram um grande estrago. Estamos desconfiando que é a Julieta”.


 


Senti o corpo de o Alfonso ficar tenso. “Por que acha que é ela? Como você disse estava deformado”.


 


“Pelo cabelo e por ser um corpo feminino”. Mark deu um sorriso de lado. “É mais uma suposição. Tenho um pressentimento de que seja ela. Um exame de DNA com a arcada dentária foi realizado”.


 


“E quando sai o resultado?”. Ruth, minha sogra, perguntou.


 


“Amanhã. Dei prioridade máxima á isso. Foi encontrado também raspas de pele debaixo de suas unhas”. Mark continuou.


 


“Você acha que foi um acidente á causa de sua morte ou um assassinato?”. Eu perguntei, o olhando.


 


“Um assassinato. Os tornozelos estavam quebrados, provavelmente foi jogada no rio desta forma para que não tivesse oportunidade de se salvar. O que me leva a hipótese que ela não era a assassina do Júnior. Encontramos algumas discrepâncias... Primeiro: Segundo o cartão de crédito de Julieta, ela não estava na cidade na hora do dia do assassinato, estava na Disney. Segundo: A melhor amiga dela informou que quem terminou o namoro foi a Julieta e não o Júnior. Por tanto, Julieta não tinha o porquê ficar revoltada com o ex. E terceiro: A companhia de segurança informou que o alarme disparou algumas horas antes no dia em que a polícia descobriu o altar. Ou seja, aparentemente tudo foi implantado para acusa-la”.


 


Ouvíamos tudo com muita atenção. O silêncio foi gritante. Fazia sentido o Júnior ter mentido sobre o término. Ele era egocêntrico, não iria querer que as pessoas soubessem que uma novinha tinha lhe dispensado.


 


“Por que ela me atacou, então?”. Perguntei com o cenho franzido.


 


“Isso nunca saberemos. A única coisa que posso informar é que provavelmente o mesmo assassino do Júnior, foi de Julieta. Mas saberemos tudo amanhã quando os exames de DNA confirmarem. As raspas de unhas indicam uma possível luta corporal ou ela arranhou o seu agressor. Dependendo de quem for, será o nosso principal suspeito”. Mark informou sério.


 


Alfonso respirou fundo e se levantou com a desculpa de cuidar do churrasco. Mamãe e Ruth iniciaram uma conversa com a Maite que não me importou nem um pouco. Oscar, o meu sogro foi ajudar o filho com a carne.


 


Minha cabeça estava uma bagunça. Levantei-me e fui para a cozinha. Coloquei a taça em cima do balcão e abrir a geladeira em busca de algo doce para comer. Encontrei a barra de chocolate, tirei um pedaço e fechei a geladeira, sobressaltei ao ver o Mark parado me olhando.


 


“Desculpe-me, não queria lhe assustar, mas tinha que falar com você em particular”. Ele se aproximou, o seu semblante estava sério.


 


Olhei para os lados, desconfiada. “Aconteceu alguma coisa?”.


 


“Ontem, um homem foi atacado no Paradise Red. A base da taça foi cravada em sua nuca, felizmente, ele sobreviveu, infelizmente ficará tetraplégico”. Mark respirou fundo. “A base da taça também foi para analise, embora que não acho que vai ajudar muito, aquela base foi pega por muitas pessoas tentando ajudar, está contaminada. Eu estava analisando as câmeras de segurança, e a vi, Annie... Estava entrando no recinto”. Ele me olhou gravemente. “O que você estava fazendo naquele cabaré?”.


 


Ah que droga! Malditas câmeras de segurança! Bolei uma estória em minha mente em questão de segundos. Ainda bem que eu era muito boa em mentir, se não, ficaria completamente enrascada!


 


“Fui ao encontro da minha amiga que estava completamente bêbada”. Revirei os meus olhos. “Demorei um pouco para encontra-la no meio de tanta gente e aquelas luzes escuras, sinceramente, não sei como essas pessoas curtem esse tipo de ambiente”. Falei com uma careta, meio afetada. “A encontrei jogada no banheiro do local, tive que praticamente carrega-la para fora do Paradise Red”.


 


Mark balançou a cabeça em positivo. “Realmente, no outro vídeo você está saindo com uma mulher que não conseguia nem andar. Você viu o ataque ao rapaz?”.


 


“Não”. Suspirei alto. “Acho que aconteceu quando eu estava no banheiro tentando acordar a minha amiga, porque quando saímos, estava uma enorme confusão”. Mordi o meu lábio inferior, no cantinho da boca, prendendo a atenção do meu cunhado. “O fato de eu ter comparecido no lugar vai me trazer algum transtorno? Eu me torno suspeita?”.


 


“Não, claro que não”. Mark fez uma cara de desagrado. “Nunca a tive como suspeita porque a conheço e sei muito bem a sua índole. Só fiquei surpreso de vê-la naquele ambiente promiscuo... Você é uma mulher de classe, não condiz com a sua realidade”.


 


Sorrir para o meu cunhado, dei á volta no balcão e depositei um beijo no canto dos seus lábios, bem intencional. Mark ficou surpreso, mas também não se afastou de mim.


 


“Obrigada pelas palavras e confiança... Será que você poderia não comentar nada com o Alfonso? Você sabe como o seu irmão é e ele pode tirar conclusões precipitadas”. Perguntei com a voz dócil, estava passando a ponta do meu polegar no canto dos lábios que ficou melado de batom.


 


“Não...”. Mark murmurou meio desconcertado, sem parar de olhar para os meus lábios. Depois pigarreou, voltando a si ao ver o meu sorriso divertido. “Não se preocupe, esse será o nosso segredo”.


 


O abracei, o pegando de surpresa; De primeiro o seu corpo ficou tenso, depois relaxou. Deixei que sentisse todas as curvas do meu corpo no seu. Então, rocei suavemente os lábios em sua orelha e murmurei: “Eu adoro um segredo”. Mark estremeceu, e foi impossível não sentir a sua ereção. Afastei-me fingindo surpresa, e ele parecia muito envergonhado com a reação do seu corpo.


 


“Annie, eu... Eu...”. Gaguejou, tentando se desculpar, coloquei um dedo em seus lábios, o calando.


 


“Shh... Esse será o nosso outro segredo”. Murmurei e pisquei.


 


Sair da cozinha comendo o meu chocolate. Ao longe, o Alfonso estava me observando com a cara de poucos amigos. Não sei muito bem o que ele viu, mas provavelmente não foi nada. Do ângulo que estava no máximo viu apenas o meu abraço com o Mark.


 


Comecei a considerar a hipótese de ter o Mark no meu time. Com aquela cara de bobão que sempre fazia ao me ver, era bem nítido que sua paixonite continuava bem viva. Apesar do meu semblante está bem calmo, por dentro, eu estava preocupada. Os problemas pareciam que estava começando a surgir, e eu tinha que resolvê-los.


 


Maite começou a se insinuar na piscina. Via o meu marido a olhando com um sorriso sacana nos lábios que sempre tentava esconder da família. Balancei a cabeça em negativa. Esse casamento estava me dando nos nervos.


 


Caminhei pelo meu quintal até ir a pequena trilha que me levava a uma área isolada. Era ali que eu cultivava as minhas flores em meus tempos livres. O meu canteiro estava muito linda.


 


“Minha filha, você está muito bonita”. O meu pai me cumprimentou, era a primeira vez que eu estava sozinha e ele viu a oportunidade para me abordar. Assustei-me ao vê-lo. De repente, o canteiro perdeu toda a sua beleza. Ele tocou no fim da minha lombar, um toque bem sutil que me fez retroceder.


 


Olhei muito bem para Esdras. Ou melhor, dizendo o meu pai que tinha aqueles olhos de predadores em cima de mim.


 


“Oi papai”. Minha voz saiu controlada, mesma com toda a repulsa vibrando dentro de mim...



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Autor(a): ThamyPortinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 248



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  • slj Postado em 10/12/2021 - 20:45:59

    Como vc consegue?? Surpreende a cada capítulo. Simplesmente amando essa fic.

  • anahigio1405_ Postado em 16/10/2019 - 20:14:50

    Melhor fic portinon 👏 ja é a quinta vez que leio de tão foda que é ,faz outra fic portinon mais com o mesmo estilo

  • Emily Fernandes Postado em 06/11/2017 - 09:11:15

    Só vim aqui pra ver a Anie com sangue nos olhos. Ahahahahahah. Minha vilã mais perfeita. Nem a BRATIU superou kkkkk. Adoro. Bjs fui.

  • Nix Postado em 23/08/2017 - 22:43:20

    eita que meu coração não aguentou chorando horres

  • flavianaperroni Postado em 15/02/2017 - 20:51:51

    Que isso?? que web mais viciantemente perfeita,bem escrita,eu simplesmente achei incrível,ela envolve o leitor de um jeito inexplicável. Parabéns,eu amei de verdade a historia,mesmo que elas tenham morrido no final,sim eu odiei a Anahi nos capitulos finais,mas fazer o que,faz parte da vida oehueheo Mas enfim,adorei,você escreve muito bem!!!

  • any_reis Postado em 16/11/2016 - 14:33:24

    GZUIS, QUANTO TEMPO EU FIQUEI FORA??? apesar delas terem morrido eu gostei, tu sempre deixou claro o tema da estória. Eu... Eu simplesmente adorei, garota tu escreve mto bem, deveria se dedicar à isso, e se virar uma escritora me fala pois irei ler todas as suas estórias, mais enfim eu me apaixonei pela fanfic, só surtei um pouco quando vi "ÚLTIMO CAPÍTULO" kkkkkkkkk , mais de todavia aguardo a sua próxima fic gatinha ^^

  • Julia Klaus Postado em 14/11/2016 - 23:22:01

    Eu sabia elas se matariam. Eram muitos podres da Anahi ser perdoado. Dulce não conseguiria viver, pq caso ela fosse embora, Anahi a perseguiria até o fim. Doente do jeito q é. Não vou dizer q esperava q Dul fosse se matar. Gostei da forma q Christian morreu kkk. Christian e Ariel pensaram q teriam Any e Dul respectivamente hehehee. Muita coisa pra Dul processar e perdoar. Nunca seria a mesma coisa. Muita coisa ruim no meio... O q doeu mais foi a mentira e os jogos. Anahi nunca ia mudar, eram palavras da boca pra fora... Enfim amei a história do início ao fim. Estava off por conta dos estudos :)

  • luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:10:05

    MERECEMOS OUTRO FIC MONA ESSA JÁ É A SEGUNDA QUE TU MATA ELAS, TU NÃO TEM CORAÇÃO MESMO. VOU PROCESSAR VOCÊ E VOU DIVULGAR QUE VOU PROCESSAR VOCÊ.! pq sou maldosa :v

  • luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:05:53

    Acaboooou :OO Final bem triste sim pq chorei uns rios mais um dia eu supero isso. a historia foi muito intensa e cheia de segredos adorei tudinho

  • mariposa Postado em 11/11/2016 - 16:20:35

    TE ODEIO MALDITA! TU ME FEZ CHORAR! Como conversamos, eu sabia que essa web se encaminhava para a tragédia apesar de não querer, Anahi merecia pagar por tudo o que ela plantou, mas Dulce foi uma vítima desde que veio ao mundo, não achei justa a morte dela, na vida se junta os caquinhos e se sobrevive, ela foi covarde, foi eterno enquanto durou, mas foi tão fugaz, não sei o que dizer apesar de ter muita coisa em mente. Apesar de achar que tu poderia ter desenvolvido um pouco mais e que poderia ser um pouco diferente, te parabenizo por que tu é uma excelente escritora, vou esperar pela próxima, mas se tiver morte, obrigada, não vou ler, e dessa vez é sério, você só deixou escapar Faz de Conta, meu coração não aguenta. Beijos, te amo.


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