Fanfic: Secret. — Portiñón. | Tema: Portiñón, AyD. Anahí e Dulce.
Á noite rendeu muito. Quando estava amanhecendo que a festividade foi encerrada e a Dulce expulsou á Jéssica do quarto, alegando que era a única pessoa digna para compartilhar á cama comigo. Se eu achei grosseria? Não. Eu achei muito excitante, era o ciúme da Dulce que estava aflorado. Dormimos abraçadas, unidas. E foi um das minhas melhores noites, contando com o do hospital em que ela me fez uma visita surpresa de madrugada.
Fui á primeira acordar, como sempre. O meu corpo estava dolorido, mas de forma gostosa. A paz que reinava dentro de mim foi substituída por uma tensão. Hoje era o dia, tinha que acontecer. Minha cabeça foi cheia de inúmeros pensamentos. Estava tudo planejado, mas mesmo assim, ainda sentia aquela ansiedade na boca do meu estômago.
Hoje não era um dia para brincadeira.
Levantei-me, e fui para o banheiro. Tomei um longo banho de banheira, o ruim de ficar dolorida era que qualquer posição incomodava, e andar também. Demorei para relaxar na banheira, mas foi um paraíso quando conseguir. Depois que me sentir pronta para o dia, levantei-me, enxuguei-me e vesti uma roupa leve: Uma blusinha de alcinha, um short de renda e sandálias baixas. Prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo alto, e sai do quarto.
Dulce ainda dormia.
Desci para a cozinha. Tinha deixado o meu celular carregando na cozinha na noite anterior. Tinha algumas ligações perdidas do meu marido. Retornei, não podia sumir, sabia que sem notícia minha, o Alfonso retornaria em um piscar de olhos.
Depois de três toques, o meu marido atendeu.
“Sou eu”. Disse o óbvio. “Como estão as coisas?”
“Bem. Thor está encantado com tudo, principalmente com as montanhas russas”. Riu, mas depois ficou sério. “Onde estava ontem á noite? Liguei para ti um bocado de vezes”.
“Dormindo. Aproveitei que estava sozinha em casa para descansar, ter um tempo de preguiça com força bruta de remédio”. Brinquei, e abrir á geladeira. Retirei o suco de laranja de dentro e pus em cima do balcão.
“Ou seja: Uma viciada. Achei que iria passar um tempo com os seus pais, ou com os seus amigos, e não se dopando para dormir”. Alfonso comentou distraidamente.
“Não estou com muita vontade de sair de casa, essa é a verdade. Já tirei a minha coleção de filmes de Julia Roberts para assistir com um enorme pote de sorvete e também barras de chocolate”. Rir, era tão fácil mentir. Eu sempre fazia isso nos primeiros anos de casamento e o obrigava a participar da programação. Ele gemeu.
“Que tortura! Você é bem depressiva quando quer”. Alfonso riu. “Bom, irei acordar o Thor para irmos tomar café, daqui á pouco, o café da manhã do hotel é retirado”.
“Ok. Dê um beijo no Thor, e mais uma vez: Cuide bem do meu filho”. Recomendei mais uma vez.
“Nosso filho”. Alfonso desligou.
Olhei para o meu aparelho e dei um suspiro. O coloquei em cima da bancada.
“Você parece que se dá muito bem com o seu marido”. A voz veio atrás de mim.
Assustei-me e virei-me abruptamente. Era a Jéssica. O cheiro de sabonete denunciava que não fazia muito tempo que tinha se retirado do banho. Usava uma batinha e legging com as mesmas botas da noite anterior. O seu cabelo estava extremamente liso, a única maquiagem em seu rosto era lápis nos olhos.
“Você me assustou, Jéssica”. Disse sem responder ao seu comentário. “Você que tomar café da manhã? Tem bolo, pão e suco de laranja”. Dei um sorriso de lado, meio sem graça, virei-me para geladeira. “Ah, tenho danone... E frios, se quiser pode fazer um sanduíche, ah e... Ai!”. Gritei ao ser virada contra á porta da geladeira com força.
Jéssica tinha me virado e me imprensado contra a geladeira. Colocou as duas mãos bem ao lado do meu corpo se aproximou perigosamente de mim, os seus olhos me devoraram. Engoli á seco, isso não era bom. Disfarçadamente, olhei para as escadas, nenhum sinal de Dulce, menos mal.
“Acredita que mesmo depois de um longo banho ainda estou com o seu cheiro em meu nariz?”. Ela murmurou, roçando suavemente á ponta do nariz em meu pescoço. “Acho que nunca vou esquecer esse cheiro, é tão bom...”.
“Jéssica, não sei o que está se passando em sua cabeça, mas não”. Retruquei me desvencilhando dela numa distante segura.
“Por que não?”. Jéssica parecia confusa. “Foi tão bom ontem... Eu senti, você sentiu, nossa química foi tão gritante que o meu corpo treme como se fosse uma gelatina”.
Respirei fundo. “Ontem foi realmente bom, mas porque á Dulce estava também”. Virei-me para olhá-la. “Não minto que no início me senti atraída por você, és linda. Mas tudo aquilo que aconteceu no quarto só teve sentido para mim porque a Dulce estava comigo, compartilhando o momento. Até nos momentos em que estava com você em corpo, minha mente estava na Dulce. Sou louca por aquela mulher”.
“Isso porque você não me provou sem a presença dela”. Jéssica insistiu, dando um passo á frente, mas ergui a mão para que ela parasse.
“Pare com isso”. Falei dura. “Não preciso prova-la sem a Dulce para saber que não sentirei nem o terço que senti na noite anterior”. Respirei fundo. “Dulce me domina em todos os sentidos, você não tem noção do tamanho do poder que ela tem sobre mim. Se eu fosse você, tomaria com conselho o que ela disse antes de tudo acontecer: Não se apaixone por mim e nem fique atrás de mim... Ela não estava brincando ao dizer que era melhor para sua sanidade mental e vida”.
Jéssica refletiu as minhas palavras. Achei que estava tudo resolvido. Passei por ela em busca de um corpo quando a mesma voltou a me puxar e me beijou. Respirei fundo, completamente resignada. Deixei que me beijasse e como o esperado não senti absolutamente nada. Toda a empolgação ou desejo que despertei por ela na noite anterior tinha morrido completamente. Algumas pessoas só prestam para ser provadas apenas uma vez, depois se tornavam descartáveis. Quando tentou avançar o sinal ao passar as mãos em meu corpo...
“Não!”. A empurrei. “Pelo amor de Deus, se contenha!”. Exclamei irritada.
“Mas estava tão bom. Por que não continuar?”. Jéssica estava com os lábios entreabertos, os olhos inflamados de desejo. “Eu te quero”. Anunciou, dando um passo para frente.
“Mas eu não te quero”. Revirei os meus olhos, a garota estava começando se tornar um estorvo. “Pegue as suas coisas e saia da minha casa, não quero me estressar mais com você”.
“Anahí, eu...”. Ela voltou a me segurar.
Foi aí que aconteceu. Tudo muito rápido. Um segundo estava me segurando, no outro segundo o sangue jorrou e o seu antebraço juntamente com a sua mão foi parar no chão. Um segundo de silêncio, então, o grito de dor encheu a cozinha. Jéssica caiu de joelhos ao choro, olhando em choque para o seu braço amputado. Atrás dela, estava á Dulce com a maior cara de entediada, segurando um machado na mão.
“Algumas pessoas tem muita dificuldade em entender um não”. Dulce resmungou, pegou um pano de prato em uma gaveta e jogou na Jéssica. “Anda! Pega essa mer/da de antebraço, e vai embora daqui”. Ordenou, empurrou a garota com o pé. “Para de chorar!”.
Jéssica não soube o que fazer. Se pegava o seu antebraço ou enrolava o seu braço que sangrava muito. O seu choro se tornou compulsivo, os seus olhos banhados de medo. Olhou para mim que estava na mesma posição que antes, com a boca aberta e muito surpresa, depois para á Dulce que rodava o machado em sua mão e os olhos ameaçadores. Por fim, colocou o pano de prato em seu braço, fazendo uma careta de dor, pegou o seu antebraço e se ergueu.
“Ótimo. A mocinha tomou uma decisão enfim. Vamos pra rua!”. Dulce indicou com a cabeça. Jéssica passou por ela e se encolheu quando a Dulce fez menção de algo. Dulce riu do medo da garota e foi atrás dela. “Eu acho melhor você ir ao hospital, sabe? Esse antebraço não vai demorar muito tempo antes de ficar necrosado. Ah, e você sabe também que nada de abrir á boquinha né? Ou eu a caçarei até no inferno”.
Ainda escutei o soluço de Jéssica. O caminho que percorria deixava uma trilha de sangue. Dulce a levou até á porta da sala.
“Ah, sua bolsa!”. Gritou pra menina. Foi para o sentido da escada e depois voltou com a mochila da Jéssica. “Ah, olha lá... Está vindo um táxi, é a sua hora. Tenha uma boa vida”. Dulce ainda gritava, então, escutei o barulho da porta se fechando.
Dulce surgiu em seguida com a mesma cara de tédio. Olhando bem, estava com olheiras. Colocou o machado ensanguentado em cima da mesa e olhou para mim.
“Devíamos voltar pra cama... Teremos um grande evento essa noite e não quero aparecer com a cara amassada de sono para os meus sogros”. Disse entre um bochecho. Eu ainda estava olhando para ela, parada, minha mente parecia que tinha se esvaziado. Dulce arqueou a sobrancelha para o meu estado, depois franziu o cenho. O seu olhar foi de questionamento. “O que?”.
A louca tinha decepado uma pessoa na minha cozinha, na minha frente e agia como se nada tivesse acontecido!
“A polícia...”. Comecei a falar, mas fui interrompida.
“Não seja boba. Ela não vai abrir á boca, sabe que tem muito a perder com isso”. Deu de ombros, encerrando o assunto. Por que sempre era assim: Saíamos impune de tudo. “Então... Vamos ter um problema aqui ou voltaremos para cama?”.
“Eu estou sem sono”. Respondi.
“Bom... Eu não”. Ela voltou a bochechar. “Irei retornar para cama, se mudar de ideia, estou lhe esperando com os braços abertos”. Mandou um beijo para mim e saiu da cozinha.
Olhei para o chão e dei um longo suspiro. Fui até a dispensa buscar os produtos de limpeza, tinha que limpar aquele sangue antes que ficasse endurecido. O problema é que melou até o meu carpete da sala. Ah, ódio! Quando terminei de limpar tudo, era quase sete horas da noite. Comi algo porque o meu estômago estava implorando por comida, guardei o marchado e subir para o quarto.
Encontrei á Dulce em pé, terminando de fazer um coque clássico em seus cabelos. Estava vestida com um vestido vermelho longo, com um decote profundo em V, tanto na frente como nas costas. O vestido tinha uma abertura na perna, revelando as suas sandálias de salto altíssimas. Seu rosto estava bem maquiado. Usava um conjunto de esmeraldas. O meu conjunto. Um colar e brincos.
“Resolveu descansar, querida?”. Ela me olhou pelo espelho. “Receio que seja tarde demais. Vá se arrumar, não quero me atrasar”.
Dulce estava fazendo essa noite um evento. Dava para ver a empolgação nos seus olhos. Rir disso, e fui para o banheiro, sentindo um pouco ansiosa. Nem parecia que o evento seria uma visitinha surpresa aos meus pais...
Autor(a): ThamyPortinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 248
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slj Postado em 10/12/2021 - 20:45:59
Como vc consegue?? Surpreende a cada capítulo. Simplesmente amando essa fic.
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anahigio1405_ Postado em 16/10/2019 - 20:14:50
Melhor fic portinon 👏 ja é a quinta vez que leio de tão foda que é ,faz outra fic portinon mais com o mesmo estilo
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Emily Fernandes Postado em 06/11/2017 - 09:11:15
Só vim aqui pra ver a Anie com sangue nos olhos. Ahahahahahah. Minha vilã mais perfeita. Nem a BRATIU superou kkkkk. Adoro. Bjs fui.
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Nix Postado em 23/08/2017 - 22:43:20
eita que meu coração não aguentou chorando horres
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flavianaperroni Postado em 15/02/2017 - 20:51:51
Que isso?? que web mais viciantemente perfeita,bem escrita,eu simplesmente achei incrível,ela envolve o leitor de um jeito inexplicável. Parabéns,eu amei de verdade a historia,mesmo que elas tenham morrido no final,sim eu odiei a Anahi nos capitulos finais,mas fazer o que,faz parte da vida oehueheo Mas enfim,adorei,você escreve muito bem!!!
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any_reis Postado em 16/11/2016 - 14:33:24
GZUIS, QUANTO TEMPO EU FIQUEI FORA??? apesar delas terem morrido eu gostei, tu sempre deixou claro o tema da estória. Eu... Eu simplesmente adorei, garota tu escreve mto bem, deveria se dedicar à isso, e se virar uma escritora me fala pois irei ler todas as suas estórias, mais enfim eu me apaixonei pela fanfic, só surtei um pouco quando vi "ÚLTIMO CAPÍTULO" kkkkkkkkk , mais de todavia aguardo a sua próxima fic gatinha ^^
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Julia Klaus Postado em 14/11/2016 - 23:22:01
Eu sabia elas se matariam. Eram muitos podres da Anahi ser perdoado. Dulce não conseguiria viver, pq caso ela fosse embora, Anahi a perseguiria até o fim. Doente do jeito q é. Não vou dizer q esperava q Dul fosse se matar. Gostei da forma q Christian morreu kkk. Christian e Ariel pensaram q teriam Any e Dul respectivamente hehehee. Muita coisa pra Dul processar e perdoar. Nunca seria a mesma coisa. Muita coisa ruim no meio... O q doeu mais foi a mentira e os jogos. Anahi nunca ia mudar, eram palavras da boca pra fora... Enfim amei a história do início ao fim. Estava off por conta dos estudos :)
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luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:10:05
MERECEMOS OUTRO FIC MONA ESSA JÁ É A SEGUNDA QUE TU MATA ELAS, TU NÃO TEM CORAÇÃO MESMO. VOU PROCESSAR VOCÊ E VOU DIVULGAR QUE VOU PROCESSAR VOCÊ.! pq sou maldosa :v
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luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:05:53
Acaboooou :OO Final bem triste sim pq chorei uns rios mais um dia eu supero isso. a historia foi muito intensa e cheia de segredos adorei tudinho
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mariposa Postado em 11/11/2016 - 16:20:35
TE ODEIO MALDITA! TU ME FEZ CHORAR! Como conversamos, eu sabia que essa web se encaminhava para a tragédia apesar de não querer, Anahi merecia pagar por tudo o que ela plantou, mas Dulce foi uma vítima desde que veio ao mundo, não achei justa a morte dela, na vida se junta os caquinhos e se sobrevive, ela foi covarde, foi eterno enquanto durou, mas foi tão fugaz, não sei o que dizer apesar de ter muita coisa em mente. Apesar de achar que tu poderia ter desenvolvido um pouco mais e que poderia ser um pouco diferente, te parabenizo por que tu é uma excelente escritora, vou esperar pela próxima, mas se tiver morte, obrigada, não vou ler, e dessa vez é sério, você só deixou escapar Faz de Conta, meu coração não aguenta. Beijos, te amo.