Fanfics Brasil - Mentre ci sono ragioni. — Treze. Secret. — Portiñón.

Fanfic: Secret. — Portiñón. | Tema: Portiñón, AyD. Anahí e Dulce.


Capítulo: Mentre ci sono ragioni. — Treze.

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POV ANAHÍ


 


Dormia tranquilamente quando um peso em minha cama me despertou. Abrir os meus olhos contra vontade, tinha dormido muito pouco, o meu corpo depois das febres e também do sexo tórrido estava quebrado. Quando eu era criança sempre que ficava muito nervosa tinha crise de asma. Era horrível, sempre tinha que ficar andando com uma bombinha pra cima e para baixo, mas com o tempo foi sumindo e achava que não tinha mais, até ontem.


 


A crise se deu no momento em que estava lendo a carta que mandei para Luna. Não sei muito bem se o nervosismo foi por reler algo tão intimo ou pelo medo de Dulce ter assimilado e descoberto tudo. Tenho certeza que se Dulce não tivesse aparecido, eu teria morrido. Era revoltante morrer por uma doença tão medíocre como asma. Tenho certeza que agora, a Dulce iria me obrigar a ficar pra cima e pra baixo com uma bombinha, como se eu fosse uma criança.


 


Não sei até onde a sorte estaria do meu lado. Dulce não tinha assimilado e descoberto nada. Mas o estopim da bomba estava acesso preste a explodir. Toda essa atmosfera de medo e incertezas que me fizeram ter a febre. Outro aspecto da minha infância... Sempre tinha febre emocional quando algo muito grande e sério me perturbava.


 


Eu não podia ficar assim. A conversa de Dulce, suas palavras, era bem nítida que a verdade explícita, só faltava ela cair em si e interligar os pontos. Fiquei muito desconfortável e tentei não tecer nenhum comentário para não aumentar a sua suspeita.


 


Dulce era esperta e seria questão de tempo para conciliar tudo. E eu estava muito certa ao pensar que ela não iria me perdoar e como eu poderia contar tudo diante dessa certeza?


 


Todo o meu receio se reflete em meus pesadelos em que sempre vejo a Dulce indo embora, os meus filhos a seguindo por me desprezarem tanto quanto ela e eu ficando sozinha e desamparada no mundo, sem o amor daqueles que tanto amo.


 


Onde estava com a cabeça que aceitei de vir para Itália onde todos os meus segredos estavam enterrados? Ir embora era questão de sobrevivência, fugir dos pecados como o diabo foge da cruz. Uma parte de mim, estava parcialmente tranquila por saber que hoje iria vender quase tudo para podermos ir embora.


 


 


“Bom dia mamãe”. Thor cumprimentou com um sorriso. Ao seu lado estava a Graziela e em cima da cama, uma bandeja com o meu café da manhã. “Dulce disse que você estava um pouco dodói e trouxemos o seu café”.


 


“Sente-se melhor?”. Graziela perguntou preocupada.


 


Sorrir para o meu filho e olhei para Graziela, abrir os braços para recebê-la. Ela subiu na cama com um pouco de dificuldade, mas pulou em meus braços. Eu rir, e dei um beijo em sua cabeça. Aquela sensação de paz de espírito me invadiu por tê-la em meus braços. Demorei tanto para ter esse momento que parecia mais como um doce sonho.


 


“Bom dia meus amores”. Falei animada e belisquei um morango. “Sim, fiquei um pouco doentinha, mas já estou bem melhor. Já tomaram café?”.


 


“Sim”. Thor que respondeu. “O que você tinha mamãe?”.


 


Dei de ombros. “Uma febre um pouco chata, nada de preocupante”. Apertei a Graziela em meus braços, estava tão linda como sempre.


 


“Que bom. Ficamos preocupados”. Graziela disse toda bonitinha. “Oh, porque não come a uva? Eu mesma que colhi pra você”. Falou orgulhosa.


 


“E eu a laranja”. Thor também se animou em contar.


 


Comi os dois para não deixar nenhum dos dois emburrados.


 


“Hum... Que delícia!”. Disse e eles sorriram, animados. “O que acham de fazermos alguma coisa hoje?”.


 


“Dulce disse que você estava proibida de sair de casa hoje”. Thor avisou. Fiz uma careta. “Só amanhã ou depois, hoje ficará de quarentona por conta da febre”.


 


“Ora. Ela não precisa saber”. Falei espertinha.


 


“Não”. Graziela falou.


 


“É. Não”. Thor confirmou.


 


Bufei e olhei para o teto. Os meus filhos se tornaram cúmplices mesmo de Dulce, era impossível uma coisa desta! Graziela não estranhava o nome porque tínhamos conversado com ela e explicado que a Dianne tinha pedido a Dulce para ficar no lugar dela, mas que era um segredo. Nem os empregados, nem as outras pessoas poderiam saber.


 


Ela aceitou. Aliás, ela aceitava quase tudo, o bom de ter três anos, poderia usar qualquer desculpa como justificativa e ela não questionaria por não ter um entendimento muito grande.


 


Por isso...


 


“Eu tenho uma coisa para contar á vocês”. Comecei, atraindo a atenção deles. “Thor. Lembre-se que você sempre quis ter uma irmã?”.


 


“Lembro. Você e papai disse que não dava”. Thor fez um biquinho.


 


“É. Só que deu... Não podíamos contar na época porque tinha alguns fatores que pediam segredos. Mas a Graziela é a sua irmã”. Disse, olhando de um para o outro.


 


A confusão no rosto de Thor foi gritante, enquanto, a Graziela abriu o maior sorriso.


 


“Poxa. Você é meu irmão, Thor. Que legal!”. Graziela disse feliz. Os seus olhos brilhavam.


 


“Mas a Graziela é filha da Dianne”. Thor franziu o cenho. “Se é filha da Dianne e é minha irmã... O papai te traia, mamãe?”. Sua expressão ficou chocada.


 


Graziela franziu o cenho.


 


“Não!”. Apressei-me em dizer. “Graziela não é filha de Dianne. É minha filha com o seu pai. Eu sou a mãe verdadeira de Graziela, só que tive que dá-la para Dianne porque naquele momento eu não poderia cuidar dela”. Soltei a verdade, oculta a parte nebulosa.


 


Graziela e Thor arregalam os olhos.


 


“Poxa”. Graziela estava espantada. “Você é a minha mamãe mesmo?”.


 


“Sim”. Disse emocionada, ao olhando. Acariciei o seu rostinho. “Eu queria ter aparecido antes para lhe contar e levá-la comigo, mas não pude. Perdoe-me por isso, meu amor”.


 


Thor estava calado, só escutando.


 


“Agora entendo porque mamma... Dianne não gostava de mim, porque eu não sou a sua filha”. Disse com tristeza.


 


Isso partiu o meu coração. A abracei apertadamente, querendo afastar qualquer dor ou angustia do seu pequeno coração. Ela não merecia isso.


 


“Mas eu gosto de você por ela. Eu te amo”. Murmurei. “Muito”.


 


Graziela ergueu a cabeça. “Ama mesmo?”. Os seus olhos estavam refletidos de medo.


 


“Sim. Eu amo. Muito, mais do que a minha própria vida e nada nem ninguém irá nos afastar”. Afirmei, limpando suas pequenas lágrimas que caiam.


 


Graziela acariciou o meu rosto e sorriu, de repente, ficando feliz. Ah, como amo crianças. Não eram complexas como os adolescentes e adultos.


 


“Estou mais feliz em saber que sou sua filha porque você gosta de mim e cuida de mim”. Disse me abraçando. “E também é muito bonita”.


 


“Se parece comigo”. Eu rir. Depois olhei para o Thor que estava quieto. “Querido?”.


 


“Isso foi tudo uma grande novidade. Estou surpreso, mas também feliz em saber disso tudo. Finalmente, tenho uma irmã!”. Thor se juntou a nós e teve um abraço triplo.


 


Senti-me aliviada por pelo menos uma verdade ter sido revelado. Ao menos, para os meus filhos.


 


“Posso te chamar de mamãe?”. Graziela perguntou.


 


“Pode não. Deve”. Sorrir. “Agora você terá duas mães, assim como o Thor. Eu e Dulce”.


 


“Poxa”. Ficou surpresa, olhou para o Thor. “É bom ter duas mães?”.


 


“Sim”. Respondeu com um sorriso acanhado.


 


“Porque você sempre chama a Dulce pelo nome e não de mamãe?”. Graziela perguntou confusa.


 


Thor deu de ombros.


 


“Falta de costume. Não faz muito tempo em que descobrir que a tinha como mãe, demora um pouquinho de tempo para se acostumar”.


 


“Ah. Mas, eu já me acostumei”. Disse e me abraçou mais forte, me olhou e sorriu. “Né mamãe?”.


 


A emoção desflorou dentro de mim fazendo com que meus olhos enchessem-se de lágrimas. Finalmente, meu Deus. Depois de tantos anos de sofrimento, chorando pela minha filha tomada, a tinha em meus braços e ela estava me reconhecendo como mãe. Nessa hora que eu sabia que todos os meus esforços tinham valido a pena.


 


“Sim, meu amor”. Respondi e voltei a beijá-la no rosto. Depois beijei o meu filho. “Estou muito feliz em ter a nossa família reunida. Mas, eu quero pedir para que vocês mantenha tudo isso em segredo. Ainda tenho que contar as pessoas sobre isso, por hora, ninguém pode saber, nem mesmo a Dulce”.


 


“Mas eu posso chama-la de mamãe ainda né?”. Graziela perguntou receosa.


 


“Sim, pode. Isso não tem problema”. Apertei suavemente o nariz dela. “E pode continuar chamando a Dulce como estava fazendo anteriormente. Só não podem contar o que revelei aqui. Tudo bem?”.


 


Graziela e Thor trocaram de olhares, como sempre faziam e por fim, responderam. “Sim”.


 


Fiquei mais tranquila com isso. Terminei de tomar o meu café da manhã sendo minada pelos meus filhos. Graziela foi chamada para estudar, o seu professor tinha chegado e Thor aproveitou para ir jogar. Levantei-me e fui tomar o meu banho.


 


Uma parte do meu peso tinha saído de mim. Eu tinha finalmente contado a Graziela e Thor a verdade. Eles eram irmãos de sangue, ao menos por parte de pai. Infelizmente, não era a mãe biológica do Thor e queria muito ser. Mas, a imbecil da Maite que tinha esse mérito.


 


Estava terminando de pentear meus cabelos quando o meu celular apitou. Era o Christian informando que teria alta de tarde.


 


“Perdoe-me, Chris... Mas não poderei ir buscá-lo, passei a noite adoentada e estou de quarentona. Mas mandarei o motorista ir lhe buscar, não se preocupe”.


 


Respondi e esperei um surto do meu irmão, mas para a minha surpresa, a sua mensagem até que foi até tranquila.


 


“Caramba... Espero que esteja se sentindo melhor. Tudo bem, agradeço. Em casa, conversaremos”.


 


Olhei-me no espelho. Estava bem vestida, como sempre. Uma blusa de manga comprida de renda, branca, a frente era a única parte coberta com tecido, o resto era apenas renda. Uma calça jeans colada e sandálias de salto, da cor preta.


 


Aproveitei que estava no quarto que era de Luna e sai mexendo em tudo á procura de alguma coisa que poderia me incriminar, mas não encontrei nada. Menos mal, tinha me esquecido de perguntar onde a Dulce tinha encontrado aquela carta.


 


Estava na hora do almoço. Tinha demorado tempo demais vasculhando. Desci, a mesa da sala de jantar estava organizada, mas ainda não tinha nenhuma comida, provavelmente, esperando alguém descer. Tinha recebido uma mensagem de Dulce avisando que iria almoçar em casa. Fui á cozinha e me deparei com uma cena degradante.


 


“Mas eu não quero”. Graziela chorava em desespero, estava sentada na mesa e na sua frente tinha um prato quase vazio, por exceção do quiabo. “Não gosto disso”.


 


“Você não tem querer! Vai comer o quiabo, se não passará o dia todo sentada nessa mesa. Ouviu bem?”. Zanetti disse com ignorância, espertou um quiabo e levou até a boca de Graziela que balançou o rosto, tentou sair da cadeira e foi pega com violência pelo braço. Graziela gritou e aumentou o seu choro, Zanetti aproveitou que ela tinha aberto a boca e colocou o quiabo. Graziela cuspiu e Zanetti deu uma tapa forte na boca de Graziela que gritou novamente, recebendo um beliscão no braço. “Cala a boca, menina mimada!”.


 


Os meus batimentos cardíacos tinham aumentado consideravelmente, enquanto, o sangue foi para os meus olhos. Eu estava vendo tudo vermelho, de ódio, de fúria. Todo o meu corpo chocalhou numa tremedeira. Ninguém, absolutamente ninguém iria fazer isso com a minha filha e sairia ilesa!


 


“O que é que está acontecendo aqui?”. Perguntei furiosa ao adentrar a cozinha.


 


Assim que me viu, Zanetti soltou o braço de Graziela. Minha filha saltou da cadeira e veio correndo em minha direção, agarrou a minha perna.


 


“Mamãe”. Gritou no choro.


 


Ver a minha filha desse jeito, me dava uma imensa vontade de chorar pela malvadeza cometida! Por Deus, Graziela só tinha três anos. Abaixei-me e a peguei em meus braços.


 


“Shh, meu amor. Está tudo bem. Você está aqui comigo agora”. Disse no ouvido da minha filha que me abraçou pelo pescoço, chorando copiosamente. Beijei o pequeno ombro e fiz carinho, me mantive controlada e mostrando uma calma que não tinha.


 


Zanetti olhava a cena com desaprovação. Aos poucos, Graziela foi parando de chorar. Os seus olhos, nariz e bochechas estavam inchadas. A sua boca com uma marca vermelha feia por conta da tapa, sem contar que o seu braço estava com a mesma tonalidade por causa do beliscão.


 


“Por que não procura o seu irmão para brincar um pouco?”. Dei a sugestão ao olhar.


 


Ela balançou a cabeça em positivo, e eu a coloquei no chão. Graziela saiu correndo.


 


“Ela não tinha terminado de comer!”. Zanetti disse contrariada.


 


Olhei para a governanta a minha frente com ódio. O meu olhar era gélido, aproximei-me o suficiente para ficar de cara á cara.


 


“Quem você pensa que é para bater na minha filha?”. Perguntei furiosa.


 


“Sua filha não, da Dianne”. Zanetti rebateu com o queixo erguido. “Tenho a total liberdade e consentimento da senhorita Saviñón para educar a Graziela como bem entender. Não se meta Anahí”. Pronunciou o meu nome com descaso.


 


“As regras e as ordens mudaram, Zanetti. Engana-se você se acha que deixarei tratar a Graziela desta maneira. A partir de hoje, está proibida de se aproximar dela”. Disse com o tom quase letal.


 


“Ou o que?”. Desafiou Zanetti. “Você não tem nenhum poder de ordenar nada aqui e tenho certeza se contar a Dianne o seu grau de intimidade com a Sra. Saviñón, estaria em maus lençóis. Porque duvido muito que a Dianne saiba que está se envolvendo com a amante da mãe, que descanse em paz”. Ameaçou-me, o que me fez sorrir. Empregada burra. “Não sei como fez para por novamente os pés nessa casa depois de tanto tempo, mas te garanto que o seu reinado vai acabar muito antes de começar”.


 


Ah, Zanetti... Nunca gostou de mim. Sempre que eu vinha para Itália fazer as minhas visitas para Luna, sempre demonstrava o seu descontentamento. No início, achava que era porque gostava da Luna, mas depois descobrir que tinha um amor incubado pelo dono da casa, o Heitor Saviñón, que nunca tinha olhando para ela, claro. Minha raiva pela Zanetti era algo antigo. Foi por causa dela que o meu romance com Luna acabara. A mesma tinha nos flagrado aos beijos no jardim e ameaçou contar para o Heitor. Com medo do escândalo, Luna não pensou duas vezes em acabar com tudo.


 


 “Você é muito burra em achar que terei medo de sua chantagem”. Rebati tranquilamente, mesmo que a fúria ainda queimasse meu sangue. “Sabe... Relevei e até mesmo ignorei a sua existência, mesmo sendo culpada pelo término do meu caso com a Luna, dei-me conta que isso uma hora iria acontecer e através disso que soube da real intenção da Luna para comigo. Deixei isso passar”. Dei um passado à frente, olhando-a nos olhos. “Agora... Você ter batido em minha filha e agora está me ameaçando?”. Dei uma risadinha contragosto. “Isso é imperdoável e devo confessar que a ameaça perto do que fez com a Graziela se torna insignificante. Conhecendo bem os seus métodos, tenho certeza que isso não é à primeira vez a acontecer. Mas te garanto uma coisa: Foi a ultima vez”.


 


“Não tenho muito bem a certeza disso”. Zanetti caçoou.


 


“Não”. Abri um sorriso malvado, fazendo a Zanetti perder a pose de superioridade. “A única certeza que você deve ter nesse momento é que cruzou no caminho do demônio e irá aprender que ninguém faz isso”. Minha voz saiu baixa, mas letal.


 


Antes de virar-me de costas e sair, ainda vir a Zanetti se benzendo. Claro que isso não ficaria assim! Porém, gostava de trabalhar a noite. Era melhor. Estava voltando para sala quando a Dulce e Ariel entraram.


 


“Oh... Aí está você”. Dulce sorriu quando me viu, se aproximou e me beijou nos lábios. “Como está se sentindo?”.


 


“Muito bem, tive uma ótima enfermeira”. Respondi com carinho, olhando para Dulce que estava linda com um vestido curto solto de estampa florida com um decote V, e de saltos azuis. Usava pouca maquiagem, apenas a boca destacada com um batom vinho. Os cabelos soltos e ondulados.


 


Ariel observava a cena com cara de poucos amigos. Fiz questão de olhar para ela e sorrir. “Ariela, como está?”.


 


“Muito melhor á um minuto atrás”. Retrucou e saiu da sala.


 


“Não ligue pra ela. Está com esse humor de cão desde cedo”. Dulce pediu. Soltou a bolsa em cima do sofá. “Estou muito feliz, as vendas foram realizadas com sucesso”.


 


“Oh que maravilha!”. Sorrir para Dulce, esquecendo-se um pouco da minha fúria pela Zanetti. “O que acha de estourar um champanhe?”.


 


“Uma ótima ideia”. Os olhos de Dulce brilharam.


 


E assim fizemos. Estouramos o champanhe e bebemos, enquanto, almoçávamos. Zanetti apareceu poucas vezes e sempre me olhando de maneira estranha. Ignorei sua existência. O que era dela estava muito bem guardado. Depois do almoço, Dulce ficou completamente bêbada. Rir de sua tentativa frustrada de me levar para cama, no final das contas, desabou no sofá e dormiu.


 


Quem diria que um simples champanhe iria derrubá-la?


 


Encontrei os meus filhos na sala de cinema. Estavam assistindo 101 Dálmatas versão desenho que estava passando no TC FUN. Sentei-me e fui abraçada pelos dois. Depois, Graziela teve a ideia de comer brigadeiro. Dermos pausa no filme e formos fazer.


 


Foi aquela bagunça por pouco que não tinha uma guerra de chocolate, mas a vontade de comer era mais. Coloquei o chocolate no congelador para esfriar, depois de um tempo, o retirei e fiz as bolinhas, passei no granulado e coloquei nas forminhas. Estavam prontos.


 


Graziela e Thor comeram alguns e sempre elogiando que estava uma delícia. Peguei a bandeja e estávamos voltando para a sala de cinema quando vi a Ariel sentada no sofá em frente à Dulce com os olhos fixos nela. Suspirou do nada e apaixonadamente.


 


Revirei os olhos até que...


 


“Grazi, meu amor... Venha aqui”. Chamei baixinho a minha filha.


 


“O que mamãe?”. Perguntou-me, me olhando. Oh, meu coração sempre parecia que iria explodir ao ouvir me chamar assim.


 


“Por que não oferece á Ariel?”. Disse, colocando alguns brigadeiros em suas mãos. “Se ela perguntar quem fez, diga que foi a Zanetti”.


 


“Por quê?”. Graziela franziu o cenho.


 


“Porque a Ariel não gosta de mim e nunca iria aceitar uma coisa que eu fizesse. Vá lá, faça isso e depois volte para assistimos o filme”. Disse.


 


Fiquei no canto vendo a Graziela ir.


 


“Quer tia Ariel? Foi a Zanetti que fez”. Disse estendendo as mãos.


 


“Oh, quero. Obrigada minha linda”. Sorriu para Graziela que saiu correndo em direção da sala de cinema.


 


Vi a Ariel comer os brigadeiros e satisfeita, fui para a sala. Vamos ver até onde a sua intolerância vai levá-la...


 


Meia hora foi o tempo suficiente para um grito espantado atingisse os meus ouvidos. Dei uma olhada para os meus filhos que pareciam alheios ao mundo. Levantei-me sorrateiramente fui até a sala, à cena era divertida... Ariel estava no chão com o corpo todo inchado, a pele muito avermelhada com uma irritação horrível, parecia uma pipoca. Debatia-se no chão com a língua para fora, tentando respirar.


 


Zanetti estava inclinada sobre ela, gritando. Os gritos acordaram a Dulce que ficou desnorteada, mas ao ver a cena em si, arregalou os olhos e fui ao socorro de Ariel.


 


“Rápido! Busque o EpiPen no quarto dela”. Dulce orientou para Zanetti que saiu ás pressas.


 


Aproximei-me e fiquei parada na frente do sofá. Dulce falava com ela, mas Ariel parecia que estava no outro mundo. O sorriso foi surgindo em meu rosto, um minuto á mais e seria o fim dessa imbecil.


 


Zanetti voltou e entregou a caneta antialérgica para Dulce que rapidamente injetou na perna de Ariel. Revirei os olhos, torcendo para que o EpiPen não fosse o suficiente e a reação anafilática fosse mais forte que a medicação. Mas... Como Ariel parecia ter muita sorte e o seu anjo da guarda parecia ser muito forte, aos poucos, ela foi melhorando.


 


Ao menos, voltou a respirar normalmente. Depois da crise passada, Ariel teve uma crise de choro sendo acolhida por Dulce. Isso me irritou mais do que eu queria admitir, comecei a cogitar a hipótese de quebrar a outra subclávia da mesma.


 


“Ai”. Ariel resmungou e colocou a mão no seu ombro que estava com a tipoia. “Acho que machuquei mais ainda a minha lesão na queda”. Afastou-se de Dulce.


 


“Quer ir ao hospital? Sente-se melhor da alergia? Meu Deus. O que foi que comeu para ter essa reação toda?”. Dulce questionou com o cenho franzido.


 


Ariel encostou-se ao sofá, seu rosto coberto de dor. Antes que respondesse, me olhou. O seu olhar foi de pura raiva, tanto que Dulce olhou para trás. Mas não disse nada, voltou a olhar para ela.


 


“Então?”. Dulce pressionou.


 


“Brigadeiro”. Respondeu com a voz cortante. A sua pele ainda estava com erupções horríveis que tenho certeza que demoraria uns dias para sair. “Graziela me ofereceu uns brigadeiros, disse que tinha sido a Zanetti que os fez”.


 


“Mas eu não fiz brigadeiros”. Zanetti disse com as mandíbulas tensas.


 


“Foi o que ela me disse”. Ariel voltou a dizer. Palhaça! Acusando uma criança indefesa.


 


“Ela pode ter se enganado”. Dulce disse pensativa. “Graziela. Venha aqui”. Gritou. Demorou mais a minha filha não apareceu. “Graziela”. Gritou mais alto.


 


Graziela apareceu correndo, rindo de alguma coisa, mas parou quando viu a cena da sala. Ficou séria. Olhou de mim, para Zanetti, depois Ariel e por último, Dulce.


 


“Sí mamma?”. Perguntou com a voz acanhada.


 


“Quem foi que fez os brigadeiros que você deu para Ariel?”. Dulce perguntou séria.


 


Oh, droga. Graziela iria dizer que foi eu e acabou-se a brincadeira.


 


“Não sei”. Graziela deu de ombros. “Estavam em cima da mesa da cozinha”.


 


“Você disse que foi eu!”. Zanetti disse com tom zangado que me fez dá-lhe um olhar de advertência.


 


“Porque estava em cima da mesa e você quem faz coisas gostosas”. Graziela comentou com uma careta. Meu Deus! Realmente é a minha filha, uma atriz. Uma little liar.


 


“Bem. Agora tudo está explicado”. Dulce disse e segurou na mão de Graziela. “Meu anjo, sua tia Ariel é intolerante à lactose, ou seja, não pode comer nada que contenha leite ou derivado de leite, entende?”. Graziela balançou a cabeça em positivo. “Sei que fez com boa intenção, mas os brigadeiros que deu para ela tinha leite e isso a fez muito mal. Não pode tudo bem?”.


 


Graziela olhou para Ariel com os olhos arregalados. “Sí mamma”. Respondeu depois de um tempo quando voltou a olhar para Dulce.


 


“Certo”. Dulce sorriu e soltou a sua mão. “Pode ir brincar”.


 


Graziela acenou com a cabeça e correu, mas antes sorriu para mim. Sorrir de volta, voltei a olhar para três. Zanetti me olhava com o semblante carregado e Ariel também, a única que não compartilhava da mesma tensão delas.


 


“Você acreditou mesmo nisso?”. Ariel perguntou irritada.


 


“Claro”. Dulce se levantou. “Graziela não tem porque mentir”.


 


Zanetti pediu licença e se retirou. Não era mais necessária na sala. Ariel lutou para se levantar, era meio difícil com um braço imobilizado, recusou a ajuda de Dulce, estava furiosa e o seu semblante demonstrava isso.


 


“Eu não acreditei. Tenho certeza que teve o dedo dela...”. Apontou para mim. “No meio disso tudo”.


 


“Eu?”. Levantei as minhas mãos. “Cheguei aqui agora, garota. Não me coloca no meio”. Disse com tédio.


 


“Foi um acidente, Ariel”. Dulce disse. “Graziela não sabia que você era intolerante á lactose. Ela não fez por mal”.


 


“Fez! Veio até mim e disse que a Zanetti tinha feito, foi muito, mais muito segura. Agora vem aqui e diz outra coisa?”. Ariel disse com raiva, quase gritando.


 


“Ela disse o que achou. Por Deus! Graziela é uma criança. Por que está a pregando dessa maneira?”. Dulce balançou a cabeça em negativo.


 


“Porque estou cansada!”. Ariel gritou. “Primeiro caio do jatinho, depois tenho uma reação anafilática. O que me falta acontecer para você entender que isso não são acidentes e sim, obra desse satanás!”. Apontou pra mim.


 


“Sinceramente?”. Dulce revirou os olhos. “Você está ficando paranoica, deve ser a dor falando, porque não vai tomar o seu remédio e acalme-se um pouco?”.


 


“Cega!”. Ariel voltou a gritar. “Cega!”. Saiu marchando, passou por mim feito um furacão.


 


Dulce me olhou, sua boca estava apertada e os seus olhos apertados.


 


“O que? Não me olhe assim, sou mais santa do que Virgem Maria nessa história”. Retruquei e sair da sala. Desci uns degraus quando vi o carro passando em direção do chalé.


 


O Christian tinha chegado, mas ao invés de ir atrás para saber do meu irmão, caminhei pelo jardim amplo e bem cuidado. O clima estava gostoso, ventava muito e os meus cabelos se revoltavam, voando para tudo que era lado, os tirei dos olhos. Andei um bocado até chegar à piscina olímpica.


 


Fiquei olhando a água clara, o meu rosto refletindo na mesma...


 


FLASHBACK


 


Ela era tão linda com o seu vestidinho florido de festa. Seu cabelo estava preso num rabo de cavalo alto e brilhavam no sol. Os seus olhos estavam baixos e o seu rosto parecia bem tristinho. Caminhava pela beira da piscina sem olhar muito para onde pisava.


 


Definitivamente, não gostava de vê-la assim, cabisbaixa. Olhei em direção do jardim onde a festa de aniversário acontecia. Era pra ser a festa das duas, mas como sempre a Dianne fez manha pra ter uma festa só para ela e conseguiu. Tinha alguma coisa que a Dianne não conseguia? Aproveitava o máximo das preferências dos seus pais para se enaltecer em cima de Dulce.


 


Eu achava isso muito injusto.


 


Ninguém dava o devido valor para Dulce. Nunca entendi o motivo, a menina era simplesmente fantástica, e eu tinha um bom pressentimento que seria uma grande mulher quando tivesse idade o suficiente. Ninguém via a grandiosidade da garota, mas eu via... E sabia. Só precisava que ela precisava acreditar em si mesmo.


 


“Olá”. Disse para ela, estava um pouco mais de um metro de distância, mas a minha voz soou alta demais para ser ouvida. O tempo estava quente na Itália, o sol refletia em nós. Fazia que o meu vestido plissado branco de alças se tornasse quente demais. Um chapéu estava em minha cabeça e meus olhos escondidos com óculos de sol. Dei um gole do meu drinque para ver se o meu corpo não sofria tanto com a temperatura.


 


“Olá”. Dulce me olhou com surpresa, mas não me deixou de responder.


 


“O que vai aqui tão sozinha?”. Perguntei. “Não está curtindo a festa?”.


 


Dulce deu de ombros. Os seus olhos estavam apagadinhos. Oh, meu Deus... Era até uma maldade.


 


“Não muito. É a festa da Dianne e não tem lugar para mim”. Respondeu com a voz baixa. Aproximou-se mais de mim. “Como sempre”. Disse mais para si do que para mim.


 


“E onde é o seu lugar, Dulce?”.


 


“Não sei. Mas provavelmente não é aqui”. Parou na minha frente. “Acho que na casa da minha avó”.


 


“Você gosta de sua avó?”.


 


“Gosto. Ela me ama e eu sou feliz com ela”. Respondeu com sinceridade.


 


“E os seus pais não te amam?”. Arqueei a minha sobrancelha.


 


“Não”. Murmurou com tristeza e voltou a abaixar a cabeça.


 


“Ei”. Levantei o seu rosto e sorrir suavemente. “Você sabe que não precisa do amor deles para ser feliz, não é?”.


 


“Não sei. Mas eu queria o amor deles. É muito chato sempre ver que tudo é pra Dianne e nada para mim”. Disse amuada. “Eu não quero aparentar inveja, mas que é chato. Ela sempre rouba meu brilho. Não importa o que eu faça, sempre serei a irmã apagada”.


 


Pobre garota. Com apenas sete anos e vivendo esse fardo.


 


“Sabe o que as pessoas inteligentes fazem com as pessoas oportunistas?”. Perguntei e ela balançou a cabeça. “Matam e fazem com que apareça ser acidente”.


 


Dulce arregalou os olhos e deu um passo para trás.


 


“Matar? Mas isso não é errado?”.


 


Eu rir. “Não. É errado apenas quando te flagram ou descobrem. Fora isso, é extremamente normal. Você deveria tentar, busque as fraquezas de sua irmã e dê o golpe final”.


 


“Eu...”. Dulce abriu a boca para responder, mas foi interrompida.


 


“Dulce!”. Era a Luna e parecia irritada em me ver com a menina. “Sua irmã está precisando de ajuda. Vá até ela”. Ordenou autoritária.


 


Dulce me olhou, dei um sorrisinho para ela. Depois saiu correndo em direção da festa. Luna se aproximou, me encarando com raiva.


 


“O que estava fazendo com a minha filha?”. Perguntou ríspida.


 


Levantei-me. “Absolutamente nada. Apenas conversando, dando um pouco de atenção, sabe? Já que ninguém se dá o trabalho de fazer isso”. Terminei de beber o meu champanhe.


 


“Não ouse se meter com as minhas filhas!”. Disse alto.


 


Respirei fundo.


 


“Luna. Estava apenas conversando com a Dulce. Que mal há? É uma menina tão linda, não sei por que você a esnoba tanto. Você tem duas filhas e age como se tivesse apenas uma. Porque não gosta da Dulce? Isso não é normal... Juro que tento entender”. Falei a olhando.


 


“Você não tem nada a entender”. Respondeu com ignorância. “A forma que trato a Dulce diz respeito apenas a mim e ao meu marido”.


 


“Essa é a sua resposta pronta para tudo, Luna!”. Fiquei de frente para ela. “Você é incapaz de dá uma resposta verdadeira. Porque não diz o real motivo de esnobar tanto a sua filha? É tão covarde que não consegue falar?”. Provoquei.


 


“Eu não sou covarde!”. Disse com fúria, me olhando nos olhos. Seu nariz acesso por fazer força para respirar.


 


“Sim!”. Estávamos bem próximas. “É covarde. A sua vida se resume em covardia, por isso que não consegue ao menos me dá uma droga de uma resposta. Por que odeia a Dulce?”.


 


“Porque ela é lésbica!”. Gritou á pleno pulmões. “Dos três anos para cá vem se mostrando diferente, principalmente em seus gostos e forma de agir. É uma defeituosa!”.


 


Fiquei chocada. Olhei para Luna com decepção.


 


“Como pode dizer isso?”. Perguntei chocada. “Como pode chamar a sua filha de defeituosa, como pode odiá-la por ser lésbica quando você também tem preferência por mulher?”.


 


“Eu não tenho preferência por mulher!”. Disse com ódio. “Não sou lésbica, não sou bissexual. Eu sou hetero!”. Os seus olhos ficarem avermelhados.


 


Dei uma risada sarcástica.


 


“Claro. E o que fazemos entre quatro paredes é rezar, não?”.


 


Recebi uma bofetada forte no rosto. Minha bochecha direita ardeu violentamente, levei a minha mão até a minha bochecha e encarei a Luna com ódio.


 


“Sinta-se convidada a se retirar da minha casa!”. Informou, então, saiu pisando firme de volta para festa.


 


FIM DE FLASHBACK


 


Eu tinha me esquecido completamente deste dia. Foi o dia que mais tive decepção de Luna, nem dias depois quando terminou o seu caso comigo, conseguir sentir tamanha decepção. O Ronald, amigo de Dianne estava certíssimo... Luna odiava a Dulce por ser lésbica.


 


Como eu pude amar uma mulher que renegava a sua filha por ter interesse diferenciado quando a própria também tinha?


 


Balancei a cabeça em negativa e voltei para a casa grande. Encontrei a Dulce com Graziela no quarto do Thor. Os três estavam jogando. Bem. O controle de Graziela estava desligado, porque a menina não sabia jogar e eles estavam em uma fase muito difícil e não podiam perder por besteiras.


 


Dulce me olhou rapidamente. Então, sorriu. Sorrir de volta e sentei-me atrás dela, fiquei observando-a jogar. E meu coração se aqueceu com aquela sensação de família...


 


Olhei no relógio, era quase meia-noite. As crianças estavam dormindo. Dulce também estava dormindo, bem abraçadinha comigo. Mordi o lábio inferior e ignorei o desejo crescente em meu corpo. Não era hora pra isso. Retirei o seu braço do meu corpo e também a sua perna. Ela gostava de dormir assim comigo, era uma maneira possessiva.


 


Levantei-me silenciosamente da cama. Afastei a cortina e olhei para fora. Vi a Zanetti saindo da casa e avançando em direção do jardim e sumindo em seguida. Fechei o meu robe de seda e calcei as minhas sandálias. Sai como um fantasma perambulando pela casa, passei pela cozinha e peguei um martelo debaixo da pia.


 


A noite estava muito fria, diferente do dia. Estralei o meu pescoço e seguir os rastros de Zanetti. Se eu tivesse certa e o costume não tivesse mudado, saberia muito bem para onde a governanta tinha ido.


 


Ela tinha o hábito de sempre beber uísque no gargalho e depois caia na piscina para matar a sensação do álcool. Cruzei os meus braços para trás e caminhei até a área da piscina, como tinha previsto... Lá estava ela, sentada com sua garrafa de uísque. Assim que me viu, ficou surpresa e escondeu a garrafa de uísque.


 


Zanetti adorava mostrar que era politicamente correta. Sendo que não era. Era uma velha maldosa que fazia questão de bater e aplicar castigos dolorosos em crianças.


 


Mas isso iria acabar.


 


“O que está fazendo aqui?”. Zanetti levantou-se e se aproximou com a face rígida.


 


“Terminar a conversinha que tivemos na cozinha”. Respondi com a voz alegre demais.


 


“Já terminamos. Não tenho nada para falar com você”. Disse séria. “A história é o seguinte: Você não mexe comigo e eu não mexo com você”.


 


“Por que não muda de atitude, Zanetti?”. Aconselhei. “Tente mostrar um pouco de respeito. Quem sabe compaixão? Hum? Ou arrependimento por ter batido na Graziela ou sabe-se lá o que já fez pela menina”. Minha voz agora não tinha nenhum divertimento.


 


“Não tenho que ter nenhuma dessas atitudes”. Respondeu com superioridade. “Bati na Graziela e baterei novamente. Não é você que vai me impedir. Ninguém vai m...”.


 


Não tive paciência para escutá-la terminar de falar. A sua voz e a sua superioridade era irritante. Todo o ódio que sentir mais cedo por ela, explodiu em mim. Com toda força que tinha lancei a cabeça do martelo contra a sua boca, dando uma martelada forte. Zanetti gemeu de dor, os seus olhos ficaram chocados. Abriu a boca e cuspiu o sangue e os dentes.


 


Tentou correr, me deu as costas, mas eu a peguei pelos cabelos e transtornada de ódio, derrubei o seu corpo no chão, caindo junto a ela. Bati a sua cabeça contra a cerâmica da piscina. Ela se debateu, gritando alguma coisa que não dava para entender, sua cara estava amassada no chão.


 


“Cadê a mulher que gostava de bater em crianças, ein?”. Perguntei com ódio, bati novamente a sua cabeça. Ela voltou a gritar, querendo se soltar, mas em vão, a minha fúria me dava força. O chão estava ficando uma poça de sangue. Virei o seu corpo para mim e me ajoelhei em seus braços, ficando de frente para ela. Cara a cara. O seu rosto estava bastante machucado e sangrava pela boca, nariz e ouvidos. “Olha só pra você, Zanetti. Cadê a sua superioridade? Estou esperando”. Provoquei com um sorriso malvado.


 


“Não faça isso”. Zanetti murmurou, depois tossiu sangue.


 


“Por que eu não faria? Dê-me um bom motivo para fazer isso”. Falei a olhando.


 


“Não baterei mais na Graziela. Por Deus. Nem tocarei nela. Nem a olharei”. Disse em pânico. “Por favor”.


 


“Mas é claro...”. Falei docemente. Vi o alívio nos olhos de Zanetti. “... QUE NÃO!’’. Gritei, e num movimento ágil, bati os martelos em seus dedos, os quebrando. Zanetti gritou de dor e chorou, implorando por todos os santos que eu parasse. Mas eu não parei. Pelo contrário, repeti o processo com a outra mão. Só parei quando tive certeza que os seus dedos estavam quebrados. Zanetti chorava, mas se engasgava por beber o seu próprio sangue. “Eu te disse... Não se cruza o caminho do demônio”.


 


Levantei as minhas mãos, segurando firmemente o martelo. Os meus olhos brilharam quando acertei a primeira martelada em seu rosto. Ah... O primeiro grito de dor que antecede a morte era delicioso. Fazia com que a adrenalina percorresse o meu corpo e me causasse o maior barato. A minha sede por sangue finalmente estava sendo saciada.


 


Cada martelada fazia o meu corpo ir às nuvens. Era um tipo de prazer... Intenso e único. Diferenciado. Uma... Duas... Três... Até que parei de contar quantas marteladas estava lançando contra a sua cabeça que aos poucos ia se tornando apenas uma massa gosmenta acinzentada e também embranquecida.


 


Ah, massa encefálica! Que saudade de vê-la. O sangue espirrava em meu rosto, em meu corpo, mas eu ria e usava mais ainda a minha força. Mesmo quando Zanetti parou de agonizar, continuei, estourando e espalhando a sua cabeça até que se tornaram pequenos pedacinhos que recordava muito bem o macarrão instantâneo vulgo miojo.


 


Todo o meu corpo vibrava. Empurrei o corpo de Zanetti com o pé até que caiu na piscina, tornando a água clara em um vermelho. Voltei para casa, limpei o martelo e o guardei no mesmo lugar. Subi para o quarto, entrei no banheiro, retirei o robe sujo de sangue e no banho mesmo, o lavei. Era fino, e rapidamente iria se enxugar, deixei pendurado no gancho atrás da porta.


 


Nua, limpa e com o corpo em brasas, fui atrás de Dulce na cama... Essa morte me deu uma enorme vontade de tre*par!


 


**


 


Olá amores. Estou postando de dois capítulos para compensar os dias que não postei, ou demorei muito para postar.


 


Enfim. Como os capítulos são grandes, estou postando de dois e dois dias. No máximo serão de três dias até que volte ao normal e poste todos os dias.


 


Diante mão, quero dizer que não vai demorar muito para a casa de Anahí cair não! Sei que estão ansiosas para isso, mas como tem algumas coisas que precisam ser contadas e também pessoas para se rebelar, está um pouco lento. É que não quero correr com a fic, por que se não, acaba perdendo a qualidade.


Não acham?


 


Obrigada pelos comentários, minhas lindas.


Vou ficar devendo uma resposta digna para vocês... Mas tô exausta, vir postar hoje porque acho uma putisse essa minha demora nos posts.


 


E mais uma vez: Desculpe-me os erros. Não revisei. :(



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Autor(a): ThamyPortinon

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POV AUTORA   O aparecimento do corpo morto de Zanetti foi uma surpresa para todos. Menos para Anahí, claro. De pronto, Dulce soube que a causadora do assassinato tinha sido a própria Anahí, quando a questionou o porquê a resposta foi clara e objetiva: Zanetti tinha batido em Graziela e ninguém batia em seus filhos.   Dulce acei ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 248



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  • slj Postado em 10/12/2021 - 20:45:59

    Como vc consegue?? Surpreende a cada capítulo. Simplesmente amando essa fic.

  • anahigio1405_ Postado em 16/10/2019 - 20:14:50

    Melhor fic portinon 👏 ja é a quinta vez que leio de tão foda que é ,faz outra fic portinon mais com o mesmo estilo

  • Emily Fernandes Postado em 06/11/2017 - 09:11:15

    Só vim aqui pra ver a Anie com sangue nos olhos. Ahahahahahah. Minha vilã mais perfeita. Nem a BRATIU superou kkkkk. Adoro. Bjs fui.

  • Nix Postado em 23/08/2017 - 22:43:20

    eita que meu coração não aguentou chorando horres

  • flavianaperroni Postado em 15/02/2017 - 20:51:51

    Que isso?? que web mais viciantemente perfeita,bem escrita,eu simplesmente achei incrível,ela envolve o leitor de um jeito inexplicável. Parabéns,eu amei de verdade a historia,mesmo que elas tenham morrido no final,sim eu odiei a Anahi nos capitulos finais,mas fazer o que,faz parte da vida oehueheo Mas enfim,adorei,você escreve muito bem!!!

  • any_reis Postado em 16/11/2016 - 14:33:24

    GZUIS, QUANTO TEMPO EU FIQUEI FORA??? apesar delas terem morrido eu gostei, tu sempre deixou claro o tema da estória. Eu... Eu simplesmente adorei, garota tu escreve mto bem, deveria se dedicar à isso, e se virar uma escritora me fala pois irei ler todas as suas estórias, mais enfim eu me apaixonei pela fanfic, só surtei um pouco quando vi "ÚLTIMO CAPÍTULO" kkkkkkkkk , mais de todavia aguardo a sua próxima fic gatinha ^^

  • Julia Klaus Postado em 14/11/2016 - 23:22:01

    Eu sabia elas se matariam. Eram muitos podres da Anahi ser perdoado. Dulce não conseguiria viver, pq caso ela fosse embora, Anahi a perseguiria até o fim. Doente do jeito q é. Não vou dizer q esperava q Dul fosse se matar. Gostei da forma q Christian morreu kkk. Christian e Ariel pensaram q teriam Any e Dul respectivamente hehehee. Muita coisa pra Dul processar e perdoar. Nunca seria a mesma coisa. Muita coisa ruim no meio... O q doeu mais foi a mentira e os jogos. Anahi nunca ia mudar, eram palavras da boca pra fora... Enfim amei a história do início ao fim. Estava off por conta dos estudos :)

  • luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:10:05

    MERECEMOS OUTRO FIC MONA ESSA JÁ É A SEGUNDA QUE TU MATA ELAS, TU NÃO TEM CORAÇÃO MESMO. VOU PROCESSAR VOCÊ E VOU DIVULGAR QUE VOU PROCESSAR VOCÊ.! pq sou maldosa :v

  • luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:05:53

    Acaboooou :OO Final bem triste sim pq chorei uns rios mais um dia eu supero isso. a historia foi muito intensa e cheia de segredos adorei tudinho

  • mariposa Postado em 11/11/2016 - 16:20:35

    TE ODEIO MALDITA! TU ME FEZ CHORAR! Como conversamos, eu sabia que essa web se encaminhava para a tragédia apesar de não querer, Anahi merecia pagar por tudo o que ela plantou, mas Dulce foi uma vítima desde que veio ao mundo, não achei justa a morte dela, na vida se junta os caquinhos e se sobrevive, ela foi covarde, foi eterno enquanto durou, mas foi tão fugaz, não sei o que dizer apesar de ter muita coisa em mente. Apesar de achar que tu poderia ter desenvolvido um pouco mais e que poderia ser um pouco diferente, te parabenizo por que tu é uma excelente escritora, vou esperar pela próxima, mas se tiver morte, obrigada, não vou ler, e dessa vez é sério, você só deixou escapar Faz de Conta, meu coração não aguenta. Beijos, te amo.


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