Fanfics Brasil - Mentre ci sono ragioni. — Quinze. Secret. — Portiñón.

Fanfic: Secret. — Portiñón. | Tema: Portiñón, AyD. Anahí e Dulce.


Capítulo: Mentre ci sono ragioni. — Quinze.

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POV ANAHÍ


 


Estava com um mau pressentimento que não era muito comum em mim. Os meus nervos estavam á flor da pele, um frio na barriga que aumentava mais o meu nervosismo e me deixava trêmula. Um vinco estava presente em minha testa, consequentemente os meus sentidos estavam mais aguçados do que nunca. Fiquei atenta a qualquer coisa e a qualquer movimento. Mas, aparentemente tudo estava doentiamente normal.


 


Dulce estava explodindo de alegria porque finalmente tinha vendido quase tudo, e a propriedade que estávamos residindo seria visitada por um comprador em potencial depois de  amanhã. Se ele se agradece da residência e comprasse, iríamos embora para o México. Isso também me alegrava, porque finalmente, deixaríamos a Itália e os seus segredos para trás.


 


Mas mesmo assim, esse pressentimento de que alguma coisa muito ruim iria acontecer não saia de mim, tentava dispersar o pensamento, mudar para outro rumo. Não queria alimentar esse pressentimento com pensamentos negativos porque sempre atraia. Tinha que me conformar que tudo estava bem... Estava com os meus filhos, e minha mulher. Nada poderia sair de errado.


 


Dulce aparentemente tinha desistido de pesquisar quem era a mulher misteriosa que Luna tinha tido um caso, até porque não tinha encontrado mais nenhuma carta ou qualquer prova que indicasse que esse romance era realmente verdadeiro, apesar de Dulce ser convicta que sim. Mas o destino estava á favor de mim, querendo que eu fosse feliz. Não apenas eu, mas como ela também... Seríamos felizes juntas e deixaríamos o passado para trás.


 


Noite anterior tínhamos tido uma conversa muito produtiva em que afirmávamos que Ariel e Christian não nos acompanhariam para o México. Não era boa a presença de ambos, principalmente porque estávamos com essa brincadeira de mata-mata. Era divertido, mas se tornava frustrante quando eu não tinha êxito.


 


Dulce conseguiu ir muito além de mim. Ela tinha incendiado o chalé do Christian. Por muito pouco o meu irmão não tinha morrido juntamente com a Maite. Não seria uma grande lástima se Maite morresse, mas o meu irmão... Eu deveria ter ao menos, um pingo de compaixão pelo mesmo, aliás, era sangue do meu sangue e sempre fora tão bom para comigo.


 


Já a Maite... Que morresse. Não acredito que ela iria durar muito, não com o grau das suas queimaduras. Uma bactéria, e ela iria para cidade dos pés juntos. Não faria falta a mim, muito menos ao Christian, quem diria a humanidade.


 


A minha pequena vingança a essa proeza de Dulce foi um escorpião preto na gaveta de calcinha da Ariel. Mas... Infelizmente, não resultou em muita coisa. Eu achei que ela iria morrer no primeiro momento da picada, mas a infeliz tinha muita sorte. E eu estava cansada de ser sutil nas brincadeiras.


 


Em minha mente estava tudo programado, depois que fôssemos embora para o México, deixaria um presente bem mortal para Ariel. Ninguém que me afronta fica para contar história. Isso vocês já sabem.


 


Depois do “acidente” com Ariel, Dulce ordenou fazer uma dedetização na casa, mas por precaução. Por isto, estávamos hospedadas em um dos chalés. Esse era o maior, com uma sala grande, uma cozinha, dois banheiros, três quartos e um com suíte. 


Próximo ao chalé tinha as árvores frutíferas. Os meninos estavam brincando de pique-esconde. Eu e Dulce estávamos na estufa, colhendo alguns morangos que, diga-se de passagem, eram deliciosos. Uma mistura de adocicado com ácido que enchia a boca do seu líquido.


 


“Esse é enorme”. Dulce colhendo da morangueira um morango e me mostrando.


 


“Uau. Muito grande mesmo”. Falei com um sorriso e me aproximei mais dela. “Minha boca encheu-se de água. Quero prova-lo”.


 


“E você vai...”. Dulce deu um sorriso malicioso, mordeu em cheio o morango, deixando os pequenos sucos em seus lábios, então, me beijou.


 


Suspirei ao sentir o gosto adocicado dos seus lábios. Todo o meu corpo reagiu num intenso prazer em ter a sua boca contra minha. Enlacei-a pelo pescoço e encostei os nossos corpos. O beijo que se iniciou lento ganhou intensidade... Minha língua deslizou para dentro de sua boca, colhendo alguns pedaços de morango que estava na sua língua. Dulce gemeu com o enroscado de nossas línguas, agarrou-me pela cintura e pressionou mais os nossos corpos. Um segundo depois, estávamos nos devorando, saboreando os nossos lábios e provocando as nossas línguas. Arrepios de prazer atravessavam em nossos corpos.


 


Isso nunca iria acabar. Esse desejo latente que nos envolviam. A química, a conexão, éramos feito uma para outra e isso nunca iria mudar. Nada seria capaz de mudar esse sentimento louco que sentíamos. Nem mesmo a verdade. Esse pensamento foi apaziguador para a negatividade que rondava o meu ser.


 


Interrompemos o beijo quando o ar se tornou necessário. Afastamo-nos com um sorriso nos lábios. Nossas bocas estavam avermelhadas. Os nossos olhos brilhavam, apaixonadamente. Meu estômago parecia com inúmeras borboletas, me dando a real sensação de estar loucamente apaixonada.


 


“Deus, como eu te amo...”. Dulce suspirou apaixonadamente, sem me soltar, as nossas testas unidas, os nossos olhos se encarando. “Você tem noção de que sem você, eu seria apenas uma alma perdida no mundo?”.


 


O meu peito se comprimiu. Dulce meneava sinceridade, via tanto amor em seus olhos que uma vontade louca de contar á verdade me invadiu. Abri a boca para falar, mas um barulho de carro nos afastou, levando também a minha coragem de revelar tudo.


 


“Quem será?”. Dulce franziu o cenho, soltou-me e foi para fora da estufa.


 


Senti uma frieza em meu corpo, no meu coração e também na minha alma quando a Dulce se afastou. O mau pressentimento veio com mais força quase me deixando sem fôlego, mesmo assim, fui atrás para ver de quem se tratava.


 


O carro parou. Primeiro, desceu a Ariel. Apesar de sua expressão abatida e um curativo no dedo, parecia bem. Revirei os olhos para isso. Dulce foi cumprimentá-la.


 


“Por que não me disse que iria sair do hospital? Eu teria ido busca-la”. Dulce falou com o semblante fechado.


 


“Desculpe-me, Dulce. Mas é que peguei carona com a Sra. Puente”. Ariel comentou despretensiosamente, mas os seus olhos brilhavam em maldade, principalmente ao me olhar.


 


Todo o meu corpo ficou tenso com o nome dito. Não... Não era possível. Acho que tinha ouvido muito mal. Christian desceu do carro com ajuda de uma enfermeira e também o motorista, estava com uma bengala, esteticamente, não estava muito bonito aos olhos.


 


“Sra. Quem?”. Dulce questionou um pouco confusa.


 


“Sra. Puente.”. Uma voz autoritária soou baixa, mas forte o suficiente para ser escutada. “Marichelo Chávez Puente”. Todo mundo se voltou para a mulher que saia do carro. “No caso, eu. A mãe de Anahí e do Christian”. Anunciou com um sorriso malvado que fez todos os meus músculos retesarem.


 


O choque no rosto de Dulce foi explícito. Ficou muito pálida. Os seus olhos foram de Marichelo para mim. O seu olhar era perdido. Enquanto eu estava incrédula. O amargor que explodiu em minha boca, desviei o olhar de Dulce para o Christian que me olhava implorando perdão, mas em nenhum momento arrependimento. Por último, olhei para Marichelo que tinha o queixo erguido. Os seus olhos eram de um azul mar, frios, impessoais. Olhava-me com tanta frieza que poderia me congelar no lugar.


 


Sua imagem era impressionante. Mas o que chamava atenção não era o seu ar imponente, mas as cicatrizes de queimadura no lado do seu rosto esquerdo que se estendia até o seu pescoço. Tornando-a estranhamente bela. Essas cicatrizes tinha se tornado parte do seu ser. Não era repugnante de se olhar, era... Perturbadoramente fascinante.


 


FLASHBACK


 


“Temos que levá-la para um internato católico”. Marichelo gritava. “Essa menina é a personificação do mal. Ela não é do bem, Hernando. Não podemos deixar que o mal adentre á nossa casa”. Olhou pra mim com desprezo. “Mais ainda. Olhe para cara desse demônio!”. Apontou.


 


Estava em pé em uma lata de leite ninho aberta. Os meus pés machucavam e as lágrimas caiam do meu rosto. Tudo estava doendo, mas ouvir as palavras cruéis de minha mãe me machucava profundamente.


 


“Marichelo. Por Deus! Anahí tem apenas três anos, como pode ser cruel dessa forma com ela?”. Hernando, meu pai, me tirou de cima da lata e me pôs sentada na cadeira da cozinha, os seus olhos eram amorosos e fazia carinho em minha cabeça, num sinal claro de que eu me acalmasse. “Ela não jogou veneno de rato para as galinhas por mal”.


 


“Não fez por mal?”. Marichelo que mexia a colher de pa/u na panela de fogo á lenha, soltou e virou-se furiosa. “Você é inocente ou o que, Hernando? Claro que foi por mal. Ela mexeu o veneno no milho das galinhas! Não foi algo aleatório de ver o potinho e jogar, mas sim, misturar. Qual será o próximo passo? Colocar veneno para nós? Eu e Christian estamos seguros? Você está?”.


 


Encolhi-me na cadeira. Eu não tinha feito por mal. Achei que seria apenas uma brincadeira, uma diversão. Não sabia que as galinhas iriam morrer, só agonizar... Um pouco.


 


Papai iria responder, mas uma campainha soou alto.


 


“Droga. Ainda mais essa. Fique aqui, Anahí. E você, Marichelo, conversaremos direito sobre tudo. Só um minuto”. Hernando disse e saiu da cozinha.


 


Fiquei uns segundos encolhida no meu lugar até que tive coragem de olhar para mamãe. Os seus olhos estavam furiosos. Sempre me olhava assim... Quando não era com fúria, era com desprezo. Não sei o que fiz para ser tão odiada por minha mãe. Eu sempre fazia tudo para agradá-la.


 


“Mamãe”. Murmurei. “Eu te amo”.


 


Marichelo franziu o cenho, os seus olhos ficaram ilegíveis. Achei que teria uma resposta boa, mas ao contrário do que imaginava a minha resposta foi a colher de pa/u em cheio em minha bochecha que me fez gritar de dor e chorar. Minha bochecha doía muito e também queimava, parecia que estava sendo estourada.


 


“Isso é para você aprender a não falar idiotice”. Marichelo disse com desprezo. “Eu não te amo. Você é uma maldita! E sua declaraçãozinha não vai me fazer mudar de ideia, irei despachá-la para um internato católico, só sairá de lá quando completar a maior idade e para um convento. Sua vida vai ser devotada a Deus, quem sabe esse mal que habita no seu corpo seja eliminado!”. Dito isso, virou as costas para a pia.


 


Um sentimento me invadiu, não sei explicar o que era, mas uma vontade de me vingar. Como se briga com uma amiguinha e na chateação, você a empurra. Só que não pensei em empurrar a Marichelo. Olhei em volta e vi o fogão com as panelas no fogo. Levantei-me silenciosamente, coloquei o banquinho perto do fogão aproveitando da distração da mamãe.


 


Segurei no cabo grosso da panela.


 


“Anahí!”. Marichelo gritou, assustada ao me ver na beira do fogão. “O que esta fazendo?”. Veio em minha direção.


 


Sem saber bem o que estava fazendo, mas uma voz me impulsionando a fazer levantei a panela com dificuldade e joguei o liquido no rosto da minha mãe...


 


FIM DE FLASHBACK


 


E foi por causa disso que fui despachada para casa dos meus tios. Era insustentável ficar naquela casa e depois de muito choro, o meu pai não permitiu que eu fosse para um internato. Era impessoal demais e ele já estava sofrendo por abandonar a sua filha querida com parentes.


 


“Olá filhinha”. Cumprimentou com sarcasmo. “Não vai falar com a sua mãe?”.


 


Dulce deu um passo á frente. O choque tinha passado dando espaço para irritabilidade.


 


“Anahí. Do que se trata isso?”. Dulce perguntou. A incredulidade estava em sua voz.


“Dulce, eu posso...” Comecei, mas a minha voz foi interrompida por gritos desesperados. “Mas o que isso?”. Olhei para trás e a imagem do inferno estava diante dos meus olhos.


 


Thor estava desesperado e corria em nossa direção. Nos seus braços estava a Graziela desmaiada, muito sangue cobria os corpos dos dois. Esqueci-me completamente da situação que estava anteriormente. O pânico me invadiu e corri até ele. Dulce também fez o mesmo. O meu filho não aguentou e caiu, o corpo desmaiado de Graziela embolou, revelando uma faca cravada na sua cintura, bem na altura do fígado e estômago.


 


Ela sangrava muito.


 


“O que aconteceu?”. Perguntei aos gritos, vendo a minha filha ensanguenta e o rosto pálido feito à morte. Cai de joelhos, esgotada.


 


O meu coração parecia que iria explodir de tão rápido, o medo me fez golfar. Eu não conseguia raciocinar, apenas chorar. Era a minha bebê, minha princesa que estava no chão.


 


“Thor?”. Dulce parecia também em choque, mas agia. O meu filho chorava angustiado com os olhos na irmã. Ela colocou as mãos no rosto dele. “Thor. O que aconteceu?”.


 


“Eu... Eu... Não sei”. Thor estava aos prantos. “A gente estava brincando quando apareceu um homem e esfaqueou a Graziela”.


 


“Você está bem?”. Dulce perguntou, o checando.


 


“Sim...”. Os seus lábios tremiam.


 


“Preciso levá-la ao hospital”. Disse de repente, uma onda de adrenalina bombeando em meu coração. Peguei a Graziela nos braço.


 


“Vamos esperar a ambulância”. Dulce disse.


 


“Não!”. Gritei as lágrimas caindo do meu rosto. O corpo frio da Graziela no meu, fazia o meu mundo desmoronar. “Não vou deixar a minha filha morrer!”.


 


“Anahí, você não está em condições de dirigir...”. Dulce tentou.


 


Não a escutei, corri em direção de um carro, mas estava tão desorientada que quanto mais corria, não conseguia enxergar nada em minha frente. Só queria encontrar um carro para socorrer a minha filha. Os gritos eram escutados, mas eu não conseguia entende-los. O meu pranto era alto. Preferia morrer a perder a minha filha. Não ela! Daria a minha vida em troca da dela, mas Graziela tinha que viver.


 


Demorei tanto para tê-la em meus braços. Para escutá-la me chamar de mamãe. Não podia perdê-la desse jeito. Era Deus me castigando por ser uma pessoa tão ruim? Que me castigasse de todas as formas, mas não me tirasse o bem tão precioso que fosse a minha filha.


 


Por favor, meu Deus. Ela é uma criança, um anjinho... Precisa de uma chance para viver. Não a tire de mim.


Perdi inúmeras vezes, enquanto, corria. As minhas pernas estavam ficando cansadas e não encontrava nenhum carro, a cada momento, minha filha ia morrendo e eu estava incapacitada de fazer algo. Até que alguém segurou em meu braço, me detendo.


 


“Não!”. Gritei, tentando me soltar. Incoerente. “Tenho que salvar a minha filha”.


 


“Eu sei e eu vou ajudá-la a fazer isso”. Era Marichelo que me olhava de forma distinta. “Entre no carro”.


 


O carro estava parado ao meu lado. Sem pensar duas vezes, entrei no carro, mas em nenhum momento soltei de minha filha. Os meus músculos doíam como se eu tivesse corrido uma maratona quando na realidade nem tinha sido dez metros. Marichelo entrou no carro também e eu agarrei mais a Graziela na defensiva, não queria que ninguém se aproximasse do meu bem precioso. Tomei cuidado para não a machucar mais, qualquer movimento aquela faca causaria mais dano em minha filha.


 


Quem tinha feito uma barbárie dessas? Como uma criança?


 


“Eu vou com você”. Dulce surgiu na porta do carro, suas bochechas estavam vermelhas pelo esforço da corrida. Ela ofegava.


 


“Não!”. Minha voz estava irreconhecível, rouca, as lágrimas sufocando. “Fique. Encontre quem fez isso com a Graziela e se vingue”. Disse com ódio.


 


Dulce meneou a cabeça.


 


“Eu te amo”. Beijou-me rapidamente nos lábios. “Mantenha-me informada. Assim que dê, vou ao seu encontro no hospital”.


 


Balancei a cabeça em positivo e a porta foi fechada. O carro deu partida. Em nenhum momento tirei os meus olhos do rosto pálido e sem vida da minha filha, algumas lágrimas molhavam o seu rosto. O meu choro era compulsivo. Uma angustia envolvida com medo fazia com que os meus dentes rangessem e o meu queixo se debatesse, não era frio... Era o medo gélido que corrompe a alma.


 


Quem era o ser desprezível que fosse capaz de fazer tão mal a uma criança? Por Deus! Graziela era inofensiva. Um amor de menina, tão doce, tão gentil... Um anjo entre nós, seres humanos.


 


“Vai ficar tudo bem”. Murmurei para a minha filha, dando pequenos beijos em sua testa fria. Meus dedos estavam em seu pulso, à pulsação lenta que me fazia ter esperanças de que ela se salvaria.


 


Chegamos ao hospital. A equipe médica veio até nós, quase que não soltava a Graziela, com medo de que fizesse isso, a perderia de vez, mas fui convencida por uma enfermeira. Deixei que levasse a minha filha que foi imediatamente para o bloco cirúrgico.


 


Por que a minha filha? Por quê? Deixei o meu corpo cair no canto do hospital, na recepção. Sem me importar com as pessoas que olhassem. Cada minuto parecia uma eternidade, os meus soluços eram altos, em minha mente só via o pior. Se a Graziela morresse, eu morreria junto.


 


Eu preferia qualquer dor física. Que me esfaqueasse, me batesse, me baleasse ou até mesmo tentasse me afogasse. Tudo era preferível a essa dor na minha alma. Eu nunca tinha sentindo algo tão grande e tão impactante como agora... Estava me sentindo inútil. Não fui capaz para salvar a vida da minha filha.


 


Uma fracassada. Era isso que eu era. Olhei para as minhas mãos tremulas, a única coisa que via era vultos, os meus olhos estavam encharcados de lágrimas.


 


“Levanta-se”. Marichelo me ordenou. Estava próxima de mim. “Levanta-se agora ou eu irei fazer por você”.


 


Não respondi nada. Não era capaz de enfrentar a minha mãe. Não quando a vida da minha filha estava por um triz. Eu não tinha forças. Vendo que eu não iria fazê-lo, Marichelo me pegou pelos braços e me ergueu. Fiquei parecendo uma marionete em sua frente. Ela me colocou sentada no banco e limpou o meu rosto.


 


“Você está um caos”. Ela comentou ao sentar no meu lado. “Deveria ter um pouco de fé, Anahí. Apesar de você ser uma decepção para Deus. Ele nunca abandona os anjinhos e Graziela é uma”.


 


Nada disse. Apenas fiquei parada, observando o nada como uma incapacidade. O cheiro de sangue era horrível, estava todo impregnado em meu rosto. Silenciosamente, rezava para que minha filha escapasse. O meu corpo queria desabar, mas a única coisa que me mantinha firme era a minha mente. Sentia-me fraca, como se as minhas energias fossem sugadas pela minha boca.


 


O médico surgiu.


 


“Responsável por Graziela Herrera?”. Ele chamou.


 


Fiquei em pé num pulo, aproximei-me com ansiedade. O pânico voltou a se alastrar em mim quando vi a sua expressão. Não era nada boa.


 


“Sou eu. O que aconteceu com a minha filha?”. Perguntei, tendo noção de todo o meu peso sobre as minhas pernas, pela primeira vez na vida. O médico olhou o meu estado. Segurei em seu braço, voltando a chorar. “Ela morreu?”.


 


“Acalme-se, senhora”. Ele pediu com voz complacente. “Não, felizmente não”. Quase respirei aliviada, mas tinha mais. “Porém, infelizmente a faca dilacerou o fígado. Ela precisará de transplante nas próximas horas ou não resistirá”. Foi como receber um murro em minha boca que me fez cambalear para trás. “Entramos em contato com o banco de doações, o problema é que o sangue de Graziela é O- e infelizmente, precisa de um órgão que seja compatível, ultimamente a demanda em torno desse tipo sanguíneo está grande. Estamos providenciando isso, mas...”.


 


“Eu dou!”. Quase gritei, chamando atenção do médico e de Marichelo que estava próximo. “Eu sou O-. Faça o teste de compatibilidade. Vamos!”. Disse afobada.


 


 “Você tem certeza disso, Anahí?”. Marichelo me perguntou.


 


“Claro!”. Gritei quase histérica e avancei para o médico. “Faça os malditos exames”.


 


“Antes a senhora precisa saber dos riscos e...”. O médico começou, mas eu cortei.


 


“Não quero saber de nenhum risco. Só quero salvar a minha filha, o tempo que estamos falando aqui, é o tempo que perdemos! Vamos logo!”. Disse em desespero.


 


O médico concordou, sem olhar para trás e nem pensar em nada. Fui atrás de o médico realizar os exames. Eu tinha que salvar a minha filha, sei que isso levantaria suspeitas, ainda mais de Dulce que iria me questionar sobre a compatibilidade que eu tenho certeza que teria. Na hora, eu pensaria em alguma coisa, mas agora, a minha prioridade era a minha filha.


 


Se eles quisessem o meu cérebro, o meu coração, os meus pulmões, o meu pâncreas, os meus rins, os meus intestinos, eu daria! Eu daria a vida pela minha filha! Eu só queria tirar essa agonia dentro do meu ser e ver novamente o rosto tão belo da minha filha.


 


Depois de uma hora e de todos os exames realizados, confirmando o óbvio de que sim, eu era compatível... Fui para o pré-operatório e depois para sala de cirurgia. A sensação ainda continuava dentro de mim, mesmo com essa tragédia com Graziela e eu tinha quase certeza de que muitas coisas vinham por aí...


 


**



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Autor(a): ThamyPortinon

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Comentários da Fanfic 248



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  • slj Postado em 10/12/2021 - 20:45:59

    Como vc consegue?? Surpreende a cada capítulo. Simplesmente amando essa fic.

  • anahigio1405_ Postado em 16/10/2019 - 20:14:50

    Melhor fic portinon 👏 ja é a quinta vez que leio de tão foda que é ,faz outra fic portinon mais com o mesmo estilo

  • Emily Fernandes Postado em 06/11/2017 - 09:11:15

    Só vim aqui pra ver a Anie com sangue nos olhos. Ahahahahahah. Minha vilã mais perfeita. Nem a BRATIU superou kkkkk. Adoro. Bjs fui.

  • Nix Postado em 23/08/2017 - 22:43:20

    eita que meu coração não aguentou chorando horres

  • flavianaperroni Postado em 15/02/2017 - 20:51:51

    Que isso?? que web mais viciantemente perfeita,bem escrita,eu simplesmente achei incrível,ela envolve o leitor de um jeito inexplicável. Parabéns,eu amei de verdade a historia,mesmo que elas tenham morrido no final,sim eu odiei a Anahi nos capitulos finais,mas fazer o que,faz parte da vida oehueheo Mas enfim,adorei,você escreve muito bem!!!

  • any_reis Postado em 16/11/2016 - 14:33:24

    GZUIS, QUANTO TEMPO EU FIQUEI FORA??? apesar delas terem morrido eu gostei, tu sempre deixou claro o tema da estória. Eu... Eu simplesmente adorei, garota tu escreve mto bem, deveria se dedicar à isso, e se virar uma escritora me fala pois irei ler todas as suas estórias, mais enfim eu me apaixonei pela fanfic, só surtei um pouco quando vi "ÚLTIMO CAPÍTULO" kkkkkkkkk , mais de todavia aguardo a sua próxima fic gatinha ^^

  • Julia Klaus Postado em 14/11/2016 - 23:22:01

    Eu sabia elas se matariam. Eram muitos podres da Anahi ser perdoado. Dulce não conseguiria viver, pq caso ela fosse embora, Anahi a perseguiria até o fim. Doente do jeito q é. Não vou dizer q esperava q Dul fosse se matar. Gostei da forma q Christian morreu kkk. Christian e Ariel pensaram q teriam Any e Dul respectivamente hehehee. Muita coisa pra Dul processar e perdoar. Nunca seria a mesma coisa. Muita coisa ruim no meio... O q doeu mais foi a mentira e os jogos. Anahi nunca ia mudar, eram palavras da boca pra fora... Enfim amei a história do início ao fim. Estava off por conta dos estudos :)

  • luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:10:05

    MERECEMOS OUTRO FIC MONA ESSA JÁ É A SEGUNDA QUE TU MATA ELAS, TU NÃO TEM CORAÇÃO MESMO. VOU PROCESSAR VOCÊ E VOU DIVULGAR QUE VOU PROCESSAR VOCÊ.! pq sou maldosa :v

  • luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:05:53

    Acaboooou :OO Final bem triste sim pq chorei uns rios mais um dia eu supero isso. a historia foi muito intensa e cheia de segredos adorei tudinho

  • mariposa Postado em 11/11/2016 - 16:20:35

    TE ODEIO MALDITA! TU ME FEZ CHORAR! Como conversamos, eu sabia que essa web se encaminhava para a tragédia apesar de não querer, Anahi merecia pagar por tudo o que ela plantou, mas Dulce foi uma vítima desde que veio ao mundo, não achei justa a morte dela, na vida se junta os caquinhos e se sobrevive, ela foi covarde, foi eterno enquanto durou, mas foi tão fugaz, não sei o que dizer apesar de ter muita coisa em mente. Apesar de achar que tu poderia ter desenvolvido um pouco mais e que poderia ser um pouco diferente, te parabenizo por que tu é uma excelente escritora, vou esperar pela próxima, mas se tiver morte, obrigada, não vou ler, e dessa vez é sério, você só deixou escapar Faz de Conta, meu coração não aguenta. Beijos, te amo.


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