Fanfic: Secret. — Portiñón. | Tema: Portiñón, AyD. Anahí e Dulce.
No outro dia, depois do meu encontro, fui para o meu consultório. Uma parte de mim estava feliz por finalmente está resolvendo essa situação, outra parte está muito tensa em desvendar a verdade. Através da resposta que eu saberia o que fazer.
Passei por minhas pacientes como um vulcão. Eu não era mal educada, mas a recepção estava lotada, um barulho sem fim, não estava com paciência para gastar a minha voz. Minha secretária veio atrás de mim em passos largos.
Joguei a minha bolsa no canto juntamente com o casaco. Hoje, eu tinha escolhido um vestido na altura das coxas e echarpe. Infelizmente, ainda estava com hematomas em meu pescoço.
“O que temos hoje, Ângela?”. Perguntei a minha secretária.
“Prevenções e isto...”. Ela apontou para o meu lado.
Eu não tinha percebido. Eram rosas champanhes. O buquê era enorme e muito lindo. O meu dia tinha ficado consideravelmente melhor depois de ver tantas rosas em minha frente. Tinha um cartão vermelho entre elas. O peguei, e me inclinei para cheirá-las. Estavam perfumadas.
Minha secretária saiu para me dá privacidade. O Alfonso estava querendo mesmo comprar ou fazer com que tudo desse certo para nós. Fazia anos que o mesmo não me dava rosas. Principalmente tão belas e tão puras como essas.
Abri o cartão e li:
“Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento. D”.
Minha boca caiu um pouco ao ler. Reler novamente. D? A única pessoa com essa inicial que eu conhecia era a Dulce. Lembro-me dessa citação, li certa vez. Era de Clarice Lispector. Renda-se... Peguei uma rosa e passei suavemente no meu rosto. Parecia que tinha um cheiro da Dulce: Doce, e embriagante.
Fiquei reflexiva. Eu sempre fui muito certa nessa vida. Nunca bebi demais ou fumei demais. Quase sempre fui muito honesta. Nunca furei uma fila. Nunca enganei ninguém – até o exato momento. Eu era a boazinha que todo mundo queria ser amigo e consequentemente, passar a perna. As poucas emoções que tive em minha vida foram nos últimos três dias em que a Dulce se fez presente nela.
Isso parecia muito horrível de se dizer. Mas era a verdade. Ser malvada um pouco, meio que viciava. Talvez fosse isso que me encantava na Dulce... Ela me fazia quebrar os meus próprios padrões. Eu não era apenas a Anahí, esposa do Alfonso quando estava com ela. Eu era a Anahí, dona de si própria.
Eu sei que muitas pessoas acham que eu sou frágil, quebrável, uma bonequinha. Mas não, eu sei que sou mais que isso. Não sou essa personalidade de mer/da, totalmente submissa que aceita ser manipulada pelo marido. Não sou mesmo. Eu tenho minha vontade própria. As pessoas não me conhecem, mas irão me conhecer.
Dulce me oferecia uma vida cheia de aventuras. E se eu me aventurasse um pouco? Se o Alfonso podia, porque eu não? Os direitos eram iguais, não?
“Sabia que você iria gostar do buquê”. A voz de Dulce encheu o meu consultório.
Olhei para ela, surpresa. Não sabia que estava em meu consultório. Estava linda. Com um rabo de cavalo e algumas madeixas caindo e emoldurando o seu rosto. Uma blusinha de ombro larga, e legging juntamente com tênis surrado.
“O que está fazendo aqui, Dulce?”. Perguntei sem querer ser grossa, mas apenas para provoca-la. “Vou começar a considerar que você está me perseguindo ou me assediando”.
Dulce riu, e se aproximou. Estranhei a Ângela não ter entrado toda afobada. Geralmente, a minha secretária era bem rígida com as entradas das minhas pacientes em meu consultório. Mas bem... Dulce não era a minha paciente.
“Seria muito do seu feitio fazer isso, ainda estou surpresa que não tenha me denunciado”. Ela falou e sentou-se em minha frente, me olhando com os seus olhos devoradores de alma.
Respirei fundo, e coloquei os meus braços em cima da mesa, sem tirar os meus olhos dela. “O que significa isso? As rosas e a frase”.
Dulce relaxou mais na cadeira.
“É um convite de salvação”.
“Eu não preciso ser salva”.
“Sim, você precisa, e urgentemente. Estou disposta á fazer isso para você. Salvar-te de suas próprias convicções”. Dulce insistiu.
“Gosto das minhas convicções. Elas fazem o que eu sou”. Rebati, começando a ficar incomodada com aquele papo. Principalmente quando se tem razão.
Dulce sorriu, depois balançou a cabeça em negativa.
“Deve ser muito triste ser o que você é... Uma mulher refém de si mesma, presa em um casamento fadado ao fracasso, oprimida e vítima do marido. Essa não é a vida que você quer Anahí. Você quer o que eu ofereço á você: Liberdade, reciprocidade, paixão e amor”. Disse com intensidade.
Aborreci-me com a menção de amor. Paixão até entendo. Mas amor? Fiquei mais séria ainda. “Não existe amor entre nós”. Afirmei.
“Deixo que as mentiras sejam pronunciadas pela sua boca, e não pela a minha”. Dulce retrucou com serenidade.
Fiquei desconcertada, principalmente pela simplicidade que a Dulce me disse isso. Os seus olhos continuavam sérios, mas o seu tom era suave. Procurei alguma mentira em seus olhos, e não encontrei.
“Não entendo...”. Disse mais para mim do que para ela.
“O que?”. Dulce me perguntou com curiosidade.
“Você fala de amor como se fosse à coisa mais fácil de acontecer”.
“O amor é realmente fácil de acontecer. Ele chega de uma forma tão inesperada que nos faz perder o chão. Foi isso que aconteceu comigo, só que o que me mantém em pé, é você”. Ela disse me olhando nos olhos.
Uma sensação inédita aconteceu comigo: Senti o meu estômago formigar juntamente com um friozinho na barriga. Fiquei desorientada. Não quis aceitar esse amor.
“É um amor impossível. Você sabe que não é recíproco”. Eu disse mesmo não confiando muito em minhas palavras.
“O que eu sei é que você está com uma luta travada dentro de si. Está mentindo para si mesma, fingi que não pensa em mim nas horas vagas e que não sente vontade de estar comigo.”. Dulce falou sem nem mover um músculo do rosto. “Você passa tanto tempo tentando camuflar o que existe entre nós que se esquece de calar os seus olhos”.
“O que dizem os meus olhos?”.
“Dizem tudo, Anahí. Por isso que estou aqui, os seus olhos me dizem ás verdades que eu preciso”. Dulce olhou bem dentro dos meus olhos. Olhos devoradores de alma.
Aquela conversa estava causando reações em mim: O meu rosto estava ficando mais quente, tenho certeza que estava avermelhado. A minha pele se arrepiava constantemente com cada palavra dita. O meu sexo também estava reagindo á isso... O meu coração estava à beira de um colapso.
Busquei uma caneta e a torci a minha mão nela, nervosamente.
“Isso é loucura... Fazem apenas três dias que nos conhecemos ou menos...”. Respondi com um suspiro de voz.
Dulce me olhou numa intensidade tão profunda que por um momento achei que a minha alma seria sugada pelos seus olhos.
“Você sabe que não está acontecendo á três dias, Anahí”. Ela disse com convicção. Os seus olhos tornaram-se mais claro, lembrando o céu ao entardecer. “Você me observa todos os dias... Com exceção de sábado e domingo que o seu consultório não abre. Sabe como sei disso? Por que eu também lhe observo. Principalmente, daquela janela ali...”. Ela apontou para o meu lado. Olhei em direção da janela que ficava de frente para a minha. Fiquei muito surpresa. “Faço questão de ficar nesse mesmo quarto, todos os dias, porque posso observá-la. Foi assim que me apaixonei por você”.
Quase engasguei em minha própria saliva ao escutar a palavra apaixonada. Arregalei os meus olhos, porém, a Dulce não esboçou nenhuma reação.
“Um ano que isso está acontecendo”. Ela voltou a falar, depois deu um longo suspiro. “Ás vezes, você se levanta e fica de frente para a janela com uma expressão tão triste, os seus olhos ficam tão azuis que por muitas vezes, me perdi no seu olhar mesmo sem ser vista. Você parecia que estava gritando por mim. Um pedido para que eu a salvasse, quando a encontrei no restaurante e quis que ficasse com a minha presilha, senti-me muito mal por não ter aceitado. Tem um valor sentimental muito grande para mim e prometi a minha mãe que daria para a pessoa que realmente amasse e fosse certa para minha vida. O amor da minha vida. E era você. Sei que parece muito fantasioso falando assim... Mas isso é amor...”. Ela sorriu. “Revelador, surpreendente e único”.
“Isso é uma loucura...”. Disse com um fio de voz. Mas estava nas nuvens por escutar essa declaração. “Você não sabe como eu sou”.
“Acredite Annie...”. O meu corpo estremeceu com o meu apelido pronunciado em sua boca. Muitas pessoas em chamavam pelo meu apelido, mas nenhuma teve a conotação que teve na boca de Dulce. “Eu a conheço muito bem, Anahí. A questão é: Você quer se permitir me conhecer?”.
A pergunta ficou no ar: Eu queria conhece-la?
“Eu sou casada, Dulce... Eu sou mais velha do que você quase vinte anos. O que você vai querer com uma mulher com a metade de sua idade?”. Perguntei insegura. Eu tinha noção do meu corpo. Da minha idade e do meu rosto.
Dulce bufou.
“Eu sei que é casada. Você me lembra o tempo todo disso, e também o seu anel na mão esquerda não me deixa esquecer”. Automaticamente, encolhi a minha mão. “E sobre a sua idade. Qual é o problema dela? Você é linda, Anahí. O seu corpo é magnífico quando a vi nua quase não acreditei, por um momento achei que era lapidada pelos deuses”. Dulce buscou algo em seu bolso e retirou, era um blush, o abriu e colocou em minha direção. “Você já se olhou no espelho? Já se percebeu em algum momento de sua vida? Não sei que espécie de marido que você tem, provavelmente, ele não a enaltece, e você deveria ser enaltecida. Não sei quantos anos tem, e nem prestaria atenção nisso, mas como você fala tanto... Sinceramente, eu achava que você tinha trinta anos”.
Fiquei envaidecida, lisonjeada e também envergonhada. Era muito bom saber que a Dulce tinha reduzido a minha idade em dez anos. Acabei dando um sorriso tímido.
Casei-me com Alfonso, eu tinha vinte anos. Era muito nova, ainda não tinha vivido a minha vida. Mas tinha decidido viver ao lado dele. Provavelmente, foi um grande erro. Fazia muito tempo que não recebia um elogio dele. E receber agora da pessoa mais improvável do mundo, me fazia muito bem.
“Mesmo assim isso não torna tudo menos errado”. Falei, não queria estragar o clima, mas... Eu era muito consciente, tinha me deixado levar pelas emoções e o que ganhei?
Um sexo incrível, e um orgasmo enlouquecedor.
Dulce se levantou e estendeu a mão.
“Você pensa demais, Annie. Por que não deixa a razão de lado e vive o momento? Renda-se, mergulhe, viva! Deixe-me mostrar o outro lado da vida...”. Os olhos de Dulce ficaram pidões. “Por favor.”.
Fiquei pensativa. Enquanto, a Dulce estava com a mão estendida para mim. Pensei nos pós e nos contra. Devo admitir que bem, os contras não eram nada animadores. Se eu dissesse não, sabia que iria me arrepender. Se eu dissesse sim, provavelmente a culpa iria me remoer, mas em compensação não ficaria arrependida.
Então, fiz a coisa mais sensata para mim no momento. Dei a mão para Dulce, e esquecendo-me completamente de que era casada, de que ela era uma garota de programa, de tudo...
Eu só queria me sentir viva.
Larysse. Sim, a Anahí não admite muitas coisas.
Josy. Merece mesmo, ein? O Alfonso tava merecendo mais. E ele ainda vai aprontar. Isso é uma hipótese, viu? Vamos ver no decorrer da estória o que vai acontecer.
Luh_perronita. Será? Anahí tem fortes motivos para mata-lo pelo que já deu para perceber. Ah, não teve sábado e domingo. AHAUAHUA. Seguindo os mesmos esquemas das anteriores. Não fica chateada! Hahaha.
Duda. Ah, o amor... Uma flor roxa que nasce no... Enfim. Tu me respeita que não sou tuas negas. HAUAHAUAHAUA. Viada nada, que isso mana?
Johnny. Depois você verá como ela é perturbada. Hahaha. Sobre a Anahí, o que está acontecendo com ela, reflete em várias mulheres que são agredidas e mesmo assim continua ao lado do namorado, marido por medo. Medo de ficar sozinha e ser pior ou ficam por conta dos filhos. Medo de sofrer alguma repreensão. São oprimidas e infelizes. Outras ficam por esperança de que vai mudar, enfim, são vários fatores. Anahí terá que dá um passo muito grande e enfrentar muitas coisas se quiser realmente ficar com a Dulce.
Autor(a): ThamyPortinon
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Devo admitir que a minha escolha me deixou muitíssimo feliz. Naquele mesmo dia, dispensei os meus pacientes com a desculpa que uma paciente estava em trabalho de parto. Elas aceitaram a desculpa, até porque o meu trabalho exigia isso e fui aproveitar com a Dulce. Descobri que ela tinha um moto, e foi muito divertido andar nas ruas de Nova York em sua moto. Depo ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 248
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slj Postado em 10/12/2021 - 20:45:59
Como vc consegue?? Surpreende a cada capítulo. Simplesmente amando essa fic.
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anahigio1405_ Postado em 16/10/2019 - 20:14:50
Melhor fic portinon 👏 ja é a quinta vez que leio de tão foda que é ,faz outra fic portinon mais com o mesmo estilo
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Emily Fernandes Postado em 06/11/2017 - 09:11:15
Só vim aqui pra ver a Anie com sangue nos olhos. Ahahahahahah. Minha vilã mais perfeita. Nem a BRATIU superou kkkkk. Adoro. Bjs fui.
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Nix Postado em 23/08/2017 - 22:43:20
eita que meu coração não aguentou chorando horres
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flavianaperroni Postado em 15/02/2017 - 20:51:51
Que isso?? que web mais viciantemente perfeita,bem escrita,eu simplesmente achei incrível,ela envolve o leitor de um jeito inexplicável. Parabéns,eu amei de verdade a historia,mesmo que elas tenham morrido no final,sim eu odiei a Anahi nos capitulos finais,mas fazer o que,faz parte da vida oehueheo Mas enfim,adorei,você escreve muito bem!!!
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any_reis Postado em 16/11/2016 - 14:33:24
GZUIS, QUANTO TEMPO EU FIQUEI FORA??? apesar delas terem morrido eu gostei, tu sempre deixou claro o tema da estória. Eu... Eu simplesmente adorei, garota tu escreve mto bem, deveria se dedicar à isso, e se virar uma escritora me fala pois irei ler todas as suas estórias, mais enfim eu me apaixonei pela fanfic, só surtei um pouco quando vi "ÚLTIMO CAPÍTULO" kkkkkkkkk , mais de todavia aguardo a sua próxima fic gatinha ^^
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Julia Klaus Postado em 14/11/2016 - 23:22:01
Eu sabia elas se matariam. Eram muitos podres da Anahi ser perdoado. Dulce não conseguiria viver, pq caso ela fosse embora, Anahi a perseguiria até o fim. Doente do jeito q é. Não vou dizer q esperava q Dul fosse se matar. Gostei da forma q Christian morreu kkk. Christian e Ariel pensaram q teriam Any e Dul respectivamente hehehee. Muita coisa pra Dul processar e perdoar. Nunca seria a mesma coisa. Muita coisa ruim no meio... O q doeu mais foi a mentira e os jogos. Anahi nunca ia mudar, eram palavras da boca pra fora... Enfim amei a história do início ao fim. Estava off por conta dos estudos :)
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luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:10:05
MERECEMOS OUTRO FIC MONA ESSA JÁ É A SEGUNDA QUE TU MATA ELAS, TU NÃO TEM CORAÇÃO MESMO. VOU PROCESSAR VOCÊ E VOU DIVULGAR QUE VOU PROCESSAR VOCÊ.! pq sou maldosa :v
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luh_perronita Postado em 11/11/2016 - 21:05:53
Acaboooou :OO Final bem triste sim pq chorei uns rios mais um dia eu supero isso. a historia foi muito intensa e cheia de segredos adorei tudinho
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mariposa Postado em 11/11/2016 - 16:20:35
TE ODEIO MALDITA! TU ME FEZ CHORAR! Como conversamos, eu sabia que essa web se encaminhava para a tragédia apesar de não querer, Anahi merecia pagar por tudo o que ela plantou, mas Dulce foi uma vítima desde que veio ao mundo, não achei justa a morte dela, na vida se junta os caquinhos e se sobrevive, ela foi covarde, foi eterno enquanto durou, mas foi tão fugaz, não sei o que dizer apesar de ter muita coisa em mente. Apesar de achar que tu poderia ter desenvolvido um pouco mais e que poderia ser um pouco diferente, te parabenizo por que tu é uma excelente escritora, vou esperar pela próxima, mas se tiver morte, obrigada, não vou ler, e dessa vez é sério, você só deixou escapar Faz de Conta, meu coração não aguenta. Beijos, te amo.