Fanfics Brasil - 11 - As Garras Da Onça-pintada Usam Esmalte de Grife (PARTE 2) De Repente Dulce(adaptada)

Fanfic: De Repente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 11 - As Garras Da Onça-pintada Usam Esmalte de Grife (PARTE 2)

481 visualizações Denunciar


Pablo se remexeu, desconfortável com o tom que usei. Só vi sua mão direita rabiscando algo num bloco.


Discretamente, ele passou o papel para mim: “Não se altere desse jeito. Perguntas polêmicas devem ser respondidas com tato.”


Mas agora já estava feito. Minha reação enfezada surtiu  o efeito  que a maioria dos jornalistas queria: sem querer, movida pelo impulso, acabei criando uma nova polêmica.


— Então a senhoria se recusa a provar para a população que é mesmo filha do rei Andrej Markov? — insistiu o repórter.


Forcei a vista, com a intenção de ler as palavras em seu crachá, mas o esforço foi em vão por causa da distância que nos separava.


Apesar de a resposta ter chegado à ponta de minha língua, Pablo acabou agindo mais rápido e falou por mim, de modo bem mais condescendente:


— Amigos, a princesa Dulce fará tudo o que for preciso para o bem deste país. Peço que entendam o momento pelo qual ela está passando. Portanto, não se ofendam com seu jeito... sincero de se expressar.


Fiquei furiosa com o discurso de Pablo, porque: a) ele se referiu a mim como se eu fosse uma criança sem cérebro, que precisa de um porta- voz para traduzir os diálogos a sua volta; b) o chefe de relações públicas do governo prometera algo que eu não pretendia cumprir, pelo menos não enquanto meu pai estivesse inconsciente.


Fechei a cara para ele — não que isso fizesse alguma diferença.


O restante da coletiva transcorreu relativamente bem e rápido. Depois de minha gafe, o clima deu uma azedada legal. O melhor a fazer era terminar tudo e seguir em frente.


Tão logo nos vimos sozinhos, sem o pessoal da imprensa por perto, Pablo me puxou de lado e armou uma bronca digna das dirigidas aos filhos desobedientes.


— O que você está querendo? — indagou, cheio de fúria. — Quer dar motivo para a oposição exigir sua saída antes mesmo de ter começado?


Era muito abusado mesmo aquele sujeito. Duvido que ousasse falar assim comigo perto do meu pai. Apontei o indicador para ele, fincando-o em seu peito, e esbravejei:


— Cuidado com o tom, meu camarada. Não sou uma boneca Barbie, que nunca vai questionar suas determinações — bufei, sem a menor elegância. — Estou longe de ter o perfil de uma verdadeira rainha, mas não pretendo agir contra a minha vontade só para agradar vocês do governo. — Tomei fôlego. — Andrej nunca quis que fizéssemos o exame de DNA. Vou respeitar o desejo dele, pelo menos até que se recupere.


Pablo coçou a cabeça e estreitou o olhar. Falou bem devagar, calculando cada palavra:


— É necessário que você saiba que o excesso de sinceridade não faz bem à imagem de uma pessoa pública. Dulce, você não precisa dizer sim a tudo o que lhe for exigido. Mas um pouco de jogo de cintura não faz mal a ninguém. Seja inteligente.


— Está me chamando de burra? — questionei, incrédula. Meus pelos se eriçaram todos, como as penas de uma galinha choca.


         — Não. Absolutamente. Só penso que deveria ser mais esperta. Ou acha que seu pai também não esconde certas coisas?


Parei para refletir. Eu não tinha dúvidas de que Andrej Markov, o todo-poderoso e amado rei da Krósvia, sabia a hora de ocultar determinadas informações. Antes de me tornar princesa, fui uma leitora  ligeiramente voraz das revistas de fofocas. Se os artistas tinham o costume de encobrir certas coisas dos fãs, os políticos é que não seriam cem por cento transparentes, não é mesmo?


Havia sido mais um dia exaustivo. Entre reuniões, encontros e muito estudo sobre as leis e políticas krosvianas, quase não tive tempo para respirar.


Pelo menos fui poupada de algumas funções, delegadas de bom grado a Zlater. Mesmo assim, a carga de trabalho estava pesada, o que me levava a desejar viver como um aborígene na natureza selvagem.  Duvido que matar leões e lutar contra rinocerontes chifrudos fosse  mais difícil do que governar um país. E olha que era só meu segundo dia. Aff!


Quando fui liberada de minhas obrigações, decidi ir direto para o apartamento de Christopher, de onde eu só pretendia  sair  na  manhã seguinte.


Boba que sou, revelei meus planos para Pablo e Mikaela, que organizava uns papéis sobre a mesa dele. Isso só serviu para que eu fosse obrigada a escutar uma nova sessão de recomendações.


Sob o s ouvidos atentos da secretária — uma alcoviteira, pelo que percebi —, Pablo tratou de sugerir que, pelo bem da minha imagem, eu agisse com bastante discrição no que se referisse ao meu namoro com Chris.


Só não o mandei para o raio que o parta porque não pegava bem. Bem que teria sido o máximo chegar a esse ponto, ainda mais na frente da curiosa Mikaela.


Prometi a mim mesma que não refrearia a língua caso ele voltasse a me mandar ter cautela com Christopher.


Fiz de tudo para dispensar Jorgensen e ir dirigindo sozinha até o prédio de Chris, mas meus apelos não foram ouvidos. Quando Andrej me apresentou como sua filha, fui obrigada a abrir mão de minha liberdade em prol da segurança. Por vários meses, todos os meus passos foram seguidos de perto pelos “armários” Boris e Zlafer. Foi duro recuperar o direito de ir e vir por conta própria. Agora, mais uma vez, eu via minha liberdade bater asas para longe.


Deixei que Jorgensen me guiasse pelas ruas de Perla, que eu não me cansava de admirar. Almejava que todos, um dia, pudessem conhecer a Krósvia, principalmente sua capital.


Além de ser um lugar belíssimo, com suas construções históricas misturadas aos edifícios modernos, tem um clima adorável. Impossível não se apaixonar.


Queria fazer uma surpresa a Chris. Por isso decidi não avisar que estava a caminho.


Apesar de  todos  os  problemas,  a  expectativa  de  encontrar  meu namorado em poucos minutos me animava num nível imensurável. E se alguém esperasse que eu tivesse remorso por me sentir assim ficaria decepcionado.


Ainda que tudo em minha vida entrasse pelo cano, se Chris e eu nos mantivéssemos juntos, eu diria que sou uma sortuda. Ele era meu tudo, mesmo jamais tendo pronunciado perto de mim a palavra “casamento”.


Jorgensen  dirigiu   com  a  habilidade  que  lhe  era  peculiar  e   em silêncio.


Costumávamos trocar  algumas palavras ao costurar  o trânsito de Perla e cortar as estradas do país, mas não naquele dia. Preferi armazenar o pouco de energia que me sobrara para outros fins, se é que me entendem.


Por sorte, ao entrarmos na rua de Christopher, avistamos uma vaga livre exatamente na frente de seu prédio. Pedi a Jorgensen que me deixasse lá mesmo, contrariando aquilo que já se tornara costume: meu motorista sempre estacionava na garagem, que eu abria com o controle que Chris havia me dado, evitando, com isso, possíveis intervenções de estranhos.


Ele quis questionar,  mas saltei do carro antes de  ouvir o  primeiro senão.


Apressei-me  pela  calçada,  aproveitando o crepúsculo para passar despercebida. Prestes a alcançar a portaria, deixei cair o celular, que estava fora da bolsa, em minha mão.


Ligeiramente preocupada com seu estado físico pós-tombo, abaixei- me para apanhá-lo.


De cara vi que ele tinha passado pelo acidente sem traumas, graças à capinha fofa que o protegia. Resolvi colocá-lo na bolsa antes de entrar no prédio. E foi logo depois dessa ação, no momento em que ergui a cabeça para retomar meu caminho, que a vi.


Lá estava ela, a poucos passos de distância, com toda a sua exuberância fatal: Nome de Cachorro!


Dizer que fiquei chocada não traduz a extensão dos sentimentos  que me invadiram de repente. Parada na calçada, com a boca  formando uma circunferência quase desenhada a compasso, eu só conseguia encarar a antiga fonte de meus maiores pesadelos.


Certo, certo. Sei que soa  meio  dramático,  principalmente  porque era a bunda dela que ainda doía com o chute que Christopher lhe deu, e não   a minha.


Engole essa! Mas eu peço que se ponham no meu  lugar.  Se  aquele ser canino mancomunado com Lúcifer tivesse aparecido perto de qualquer outro lugar, eu olharia, sentiria um calafrio mórbido perpassar meu corpo, viraria as costas e tomaria meu rumo.


Tranquilo...


Mas dar de cara com ela SAINDO do prédio do MEU namorado era para levar qualquer um à loucura. Nem a santa Madre  Teresa  aceitaria aquilo numa boa.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Respirei fundo, procurando manter a sanidade, enquanto a Nome de Cachorro caminhava alegremente até o carro, agarrada a uma caixa do tamanho de um forno de micro-ondas. Ela não tinha me visto, até porque optei por deixar minha pessoa encoberta atrás de uma pilastra. Bater boca não estava nos meus planos — e nem na lista de  &ldq ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 21



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • leticialsvondy Postado em 11/03/2017 - 13:05:19

    Meninas Sorry pelo erro no 39 parte 1 tava editando outra fic e acabou indo junto. Desconsiderem o final

  • candy1896 Postado em 07/03/2017 - 19:57:54

    Continua

  • candy1896 Postado em 07/03/2017 - 11:36:03

    Continua

  • candy1896 Postado em 06/03/2017 - 21:10:47

    Continua

  • Anja Candy Postado em 07/11/2016 - 07:48:04

    Finalmente, já tava morrendo de curiosidade aqui. Acho que o olho grego é o tio da Dulce. O ucker vai pedir ela em casamento?? Aleluia!! To adorando o rumo do casal, mesmo que tenha a praga do olho grego e o tio da Dulce!!! Ansiosa é pouco pra essa surpresa!! Beijos!!

  • Anja Candy Postado em 03/11/2016 - 07:53:54

    Ahhhhhhhhh sinceramente sou totalmente a favor da Dulce. Mesmo que seja uma coincidência acho errado o ucker ter ficado no mesmo lugar q a nome d cachorro!! Porra a Dulce tá passando por momentos difíceis e com uma pressão do kralho nela, e invés de ajudá-la ele vai la pras bandas do Canadá!! A Dulce tá sofrendo pra merda, espero que logo ela tenha um período mais calmo na vida dela!! Continua logo e beijos!!

  • isisvondy Postado em 29/10/2016 - 14:14:10

    Continuaaa

  • Anja Candy Postado em 25/10/2016 - 07:01:44

    CHEGUEIIIII!!! Gatinha, qro pedir desculpas por não ter comentado logo, mas é que com o tempo corrido e essas coisas aí, fica difícil lembrar de todas as fanfics que eu tenho que comentar, mas bom, eu ja me atualizei e qro mais capitulos, viu? Continua!!

  • lih_saviñon_uckermann Postado em 25/09/2016 - 13:10:24

    Haaaaaa ja li a pireira temporada ! Simplismente AMEI <3 e ja to lendo a segunda, aiiii q emoção ! Eu sou daquelas pessoas q quando tem uma cena fofa fico qierendo gritar sabe ? Mais tenho q me controlar, ate pq se eu gritasse as pessoas iam me enterna num manicomil ! Rsrsrs CONTINUA pelo o amor de Deus !! <3 <3 <3

  • Anja Candy Postado em 21/09/2016 - 07:12:21

    Ahhhh meu Deus, como é isso de ameaça?? WHATS?? Fiquei com mutcho medo isso sim. Algo me diz q qm tá ameaçando a Dulce é alguém dos políticos ou até o próprio Pablo, ou qm sabe a nome de cachorro? Sla, tá tudo muitooooo confuso agora, n consigo pensar em um culpado com certeza sem ter minhas dúvidas!!!! Espero que a dul passe logo a ser aceita realmente como um membro de autoridade, sem essas frescuras de tudo q ela falar ser mal interpretado pela imprensa. Me deu pena dela, n é fácil ser cobrado em tantos locais!!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais