Fanfic: De Repente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
Já que estava acordada e o trabalho me chamava cedo — o celular tremia a cada intervalo de três minutos —, suspirei profundamente e me obriguei a tomar o rumo do banheiro.
Uma grande conferência ambiental contava comigo pelas próximas trinta e seis horas. Eu podia não ter sido muito feliz em diversos aspectos desde que assumira o trono no lugar do rei, mas aproveitaria a oportunidade para mostrar a todos quem eu realmente era e calaria a boca da oposição e da imprensa com categoria — assim eu esperava.
Eu não disse?
Voltei de Kief, na noite seguinte, sentindo-me vingada sete vezes. Que sensação maravilhosa sair por cima de um evento daquela proporção, com dignidade e respeito. A conferência foi um sucesso e muitas ações importantes foram tomadas em prol do meio ambiente. Só por isso eu já poderia me sentir feliz.
No entanto, ao contrário do que vinha acontecendo, lá eu fui aclamada, especialmente pela postura que adotei.
Ninguém teve motivos para me acusar de alienação ou de desinteresse. Até aquela palhaçada de eu ser simpática ao terrorismo ficou para trás. Isso porque o assunto foi levantado por um repórter, no momento da coletiva de imprensa, e eu pude colocar tudo em pratos limpos.
No final, ainda dei boas risadas e fiz uma piadinha — está certo que bem leve — com os membros da oposição e os jornalistas que tentaram sujar minha imagem dias antes.
Renovada e sentindo-me mais forte, viajei de volta para Perla com um estado de espírito diferente. Só conseguia pensar que as coisas pareciam estar finalmente tomando novos rumos, a começar pela saúde do meu pai.
No avião, retornando para casa, abri mão da companhia enfadonha de Pablo, que ficava cada dia mais carrancudo, e tirei um cochilo, desses reparadores de cútis e de alma.
Ao aterrissar no aeroporto da capital, saí saltitando, animada com meus planos para o resto da noite: a) Visitar meu pai no hospital. b) Voltar para o castelo e fofocar com minha mãe. c) Tomar um banho demorado de banheira e vestir uma roupa bem velha, um moletom folgado, de preferência.
Não suportava mais aqueles terninhos e tailleurs de executiva sem sal. Também calçaria um par de Havaianas com meias. Meus pés mereciam ficar numa boa. d) Beijar, beijar e beijar muito Chris quando ele aparecesse. Mas só beijar mesmo, porque, antes, a gente iria... e) Jantar com tia Marieva e meus primos. f ) Driblar todo mundo e levar Christopher para dormir comigo.
Perspectiva melhor não havia.
Saí do avião toda renitente, mandando para Pablo um “tchau” sem entusiasmo.
Mas, como alegria de pobre dura pouco — pobre no sentido figurado, tipo pobre coitada, porque, modéstia à parte, uma princesa não tem do que reclamar, financeiramente falando —, ele me pediu para esperar um minuto e informou, com o peito estufado, todo orgulhoso de si:
— Fui orientado a acompanhá-la até o hospital.
Cada gota de sangue distribuído em meu magro e comprido corpo ferveu.
Fiquei paralisada, olhando para Pablo, sem saber se virava as costas e o ignorava de propósito ou se arremessava um dardo envenenado no peito dele.
No final das contas, achei uma terceira alternativa.
— Obrigada, mas não preciso da sua companhia. — Não queria ser grossa, mas a raiva cega a gente, não é mesmo?
— Meus compromissos profissionais terminaram há algumas horas. Agora estou por minha própria conta.
Pablo chegou perto, parando a uns dois passos de distância, e estreitou o olhar.
— São ordens de cima — explicou ele, arrogante.
Dei uma risada irônica, não acreditando que estava ouvindo aquilo.
— E quem pode estar mais acima da princesa, que, no momento, já ocupa o posto mais elevado? Fala sério, Pablo!
Joguei as mãos para o alto, inconformada. Sem dar mais papo para ele, girei nos calcanhares. Não permitiria, por nada neste mundo, que aquele metidinho me acompanhasse a qualquer lugar fora do horário de expediente — se é que eu tinha um.
Fazia dias que quase todo o meu tempo era dedicado ao trabalho.
Mas Pablo me alcançou num instante, evitando que eu partisse ao se postar diante de mim.
— Não posso desobedecer o primeiro-ministro.
— Rá, rá, rá! Até parece que o Zlater mandaria você me seguir até o hospital.
Pablo ergueu uma das sobrancelhas, incentivando-me a desafiá-lo. Como ficou calado, soltei um grunhido exasperado e passei por ele, pouco me lixando para as hipotéticas ordens de Zlater.
Perto do saguão do aeroporto, numa área privada aos passageiros de voos particulares, senti a presença de Pablo novamente. Ele estava bem atrás de mim, firme no propósito de me acompanhar até o hospital. Disposta a acabar de vez com a empáfia da criatura, parei de caminhar abruptamente. A ideia era dar uma dura no assessor e colocá-lo em seu lugar. Porém, ao girar meu corpo, meus sapatos escorregaram no piso ultraliso.
Eu teria me estatelado de cara no chão, não fossem os reflexos precisos de Pablo, que impediu minha queda segurando-me pela cintura.
Levei algum tempo para processar o que nos levou àquela situação, digo, nós dois agarrados um ao outro, como um casal de equilibristas do Cirque du Soleil.
Reforço: eu levei um tempo para entender, porque uma terceira pessoa, nova no cenário, apareceu do nada e tirou suas próprias conclusões no ato.
Pena que ele concluiu tudo errado.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 21
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leticialsvondy Postado em 11/03/2017 - 13:05:19
Meninas Sorry pelo erro no 39 parte 1 tava editando outra fic e acabou indo junto. Desconsiderem o final
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candy1896 Postado em 07/03/2017 - 19:57:54
Continua
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candy1896 Postado em 07/03/2017 - 11:36:03
Continua
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candy1896 Postado em 06/03/2017 - 21:10:47
Continua
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Anja Candy Postado em 07/11/2016 - 07:48:04
Finalmente, já tava morrendo de curiosidade aqui. Acho que o olho grego é o tio da Dulce. O ucker vai pedir ela em casamento?? Aleluia!! To adorando o rumo do casal, mesmo que tenha a praga do olho grego e o tio da Dulce!!! Ansiosa é pouco pra essa surpresa!! Beijos!!
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Anja Candy Postado em 03/11/2016 - 07:53:54
Ahhhhhhhhh sinceramente sou totalmente a favor da Dulce. Mesmo que seja uma coincidência acho errado o ucker ter ficado no mesmo lugar q a nome d cachorro!! Porra a Dulce tá passando por momentos difíceis e com uma pressão do kralho nela, e invés de ajudá-la ele vai la pras bandas do Canadá!! A Dulce tá sofrendo pra merda, espero que logo ela tenha um período mais calmo na vida dela!! Continua logo e beijos!!
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isisvondy Postado em 29/10/2016 - 14:14:10
Continuaaa
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Anja Candy Postado em 25/10/2016 - 07:01:44
CHEGUEIIIII!!! Gatinha, qro pedir desculpas por não ter comentado logo, mas é que com o tempo corrido e essas coisas aí, fica difícil lembrar de todas as fanfics que eu tenho que comentar, mas bom, eu ja me atualizei e qro mais capitulos, viu? Continua!!
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lih_saviñon_uckermann Postado em 25/09/2016 - 13:10:24
Haaaaaa ja li a pireira temporada ! Simplismente AMEI <3 e ja to lendo a segunda, aiiii q emoção ! Eu sou daquelas pessoas q quando tem uma cena fofa fico qierendo gritar sabe ? Mais tenho q me controlar, ate pq se eu gritasse as pessoas iam me enterna num manicomil ! Rsrsrs CONTINUA pelo o amor de Deus !! <3 <3 <3
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Anja Candy Postado em 21/09/2016 - 07:12:21
Ahhhh meu Deus, como é isso de ameaça?? WHATS?? Fiquei com mutcho medo isso sim. Algo me diz q qm tá ameaçando a Dulce é alguém dos políticos ou até o próprio Pablo, ou qm sabe a nome de cachorro? Sla, tá tudo muitooooo confuso agora, n consigo pensar em um culpado com certeza sem ter minhas dúvidas!!!! Espero que a dul passe logo a ser aceita realmente como um membro de autoridade, sem essas frescuras de tudo q ela falar ser mal interpretado pela imprensa. Me deu pena dela, n é fácil ser cobrado em tantos locais!!