Fanfic: De Repente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
De repente, todo mundo decidiu que precisava me consolar. Meu telefone não parava de tocar, indicando que a história do encontro — intencional? — entre Chris e a Nome de Cachorro no Canadá já tinha virado o assunto do momento.
Ignorei todo mundo, sem culpa. Nem as chamadas de Anahí eu quis atender.
Precisava de um tempo para organizar meus pensamentos e não ficar remoendo o problema a cada toque do celular. Tampouco passei o dia deitada, sofrendo feito uma diva traída, bebendo Martini, ao som da Mariah Carey.
I can’t live if living is without you I can’t live, I can’t give anymore I can’t live if
living is without you I can’t give, I can’t give anymore
Pois é. Não dava, né? Tratei de aprumar o corpo e me dedicar ao trabalho, o melhor remédio nessas horas.
Contrariando todas as expectativas, Pablo mostrou-se compreensivo, capaz de gestos admiráveis, como se oferecer para atender as ligações para mim e dar a elas o tratamento adequado. Quem diria! Às vezes, onde menos esperamos, encontramos apoio.
— Puxa, Pablo. Obrigada por estar sendo tão gentil comigo — agradeci, prestes a acreditar que Anahí tinha razão quando afirmou que ele sentia algo por mim. Porque só alguém que se preocupa muito com uma pessoa faria o que ele estava fazendo.
Ele arqueou as sobrancelhas e se recostou na mesa do meu escritório no Palácio de
Perla, cruzando os braços sobre o peito. Olhando com atenção, ninguém podia negar que ele tinha seu charme.
— E isso a deixa surpresa, não é? — Pablo observou, fazendo meu rosto corar.
— Bom, é que você nunca foi um sujeito muito paciente com minhas... neuras. Ele achou graça.
— Dulce, confesso que, no começo, eu quis enquadrá-la nos padrões palacianos.
Agora penso que, se eu tivesse conseguido, metade do seu charme teria evaporado.
Surpresa com a declaração, arregalei os olhos. Que homem estranho!— Você é do jeito que é, e todo mundo a adora assim.
Pablo contornou a mesa e se sentou na minha cadeira, todo folgadão. Se querem saber, nem me importei. O que era uma poltrona com rodinhas e estofado de couro diante dos meus problemas?
— Quanto ao seu namorado, nunca imaginei que ele fosse esse tipo de cara.
Franzi a testa, mudando de postura. Eu tinha o direito de falar mal de Christopher, eu, apenas eu. Pablo não parecia preocupado se as suas críticas me irritavam:
— O Chris sempre me pareceu um sujeito volúvel e irascível, mas, quando o assunto era você, eu tinha certeza que ele estava envolvido. Afinal, sempre o vi protegendo você como um leão protege as suas leoas — falando com os próprios botões, Pablo completou: — E como eu já quis testar essa fidelidade.
— Como é? — indaguei, pasma. Será que eu havia ouvido aquilo mesmo?
O assessor empertigou-se na cadeira e me encarou com muita seriedade.
Desejei que ele não fizesse uma declaração bombástica, tipo que estava apaixonado por mim ou coisa parecida.
— Dulce, é bem provável que quase toda mulher deste país gostaria de estar no seu lugar. Além de ser uma princesa e poder usufruir de todas as regalias exclusivas à sua posição na sociedade, você namora um dos homens mais bonitos deste planeta. Hã? Para tudo!
— Quase toda mulher... e uma boa parcela de homens, estes mais por causa do segundo item da lista que eu mencionei — completou Pablo, ainda me olhando intensamente, como se quisesse que eu adivinhasse seu pensamento.
A perplexidade me deixou muda.
— Eu mesmo já desejei que ele jogasse no meu time.
Abri a boca, chocada, esquecendo-me momentaneamente da safadeza que Chris aprontara comigo do outro lado do mundo.
— Entendeu o que eu disse, Dulce? — Pablo piscou e se posicionou, à espera de que eu me manifestasse.
— Pablo, você está me dizendo, indiretamente, que é... — travei, sem jeito de completar a frase.
— Gay.
Minhas reações diante da revelação:
1. Senti o rosto queimar de vergonha por me permitir embarcar na viagem de
Anahí. Pablo a fim de mim? Piada!
2. Fiquei tentando encontrar as palavras certas para responder, que demonstrassem o quanto sou desencanada em relação a esse assunto. Para mim, pessoas são pessoas, independentemente de sua orientação sexual. Mas, entendam, jamais desconfiei da opção de Pablo, por isso o meu choque.
Ele mesmo me tirou do embaraço:
— Dulce, não precisa dizer nada. Só contei porque senti necessidade de fazer isso.
Pablo se levantou. Ficou de frente para mim, bem perto, e segurou meus ombros.
— Confesso que minha intenção era distraí-la dessa angústia que a está consumindo desde cedo hoje. — Apertando minhas bochechas, ele prosseguiu: — Não é como se fosse um grande dilema na minha vida. Eu sou gay, minha família sabe, todo mundo leva numa boa, e estamos todos bem. Certo?
Movi a cabeça para baixo e para cima, ainda impossibilitada de falar.
— Ei, mocinha! Não precisa ficar sem graça. Me deixe abraçá-la.
E Pablo me abraçou mesmo, com uma ternura que julguei ser impossível de partir dele. Sentindo-me confortável — e exausta de emoções — em seus braços, desatei a chorar, como não havia feito desde que falara com Christopher sobre a foto dos infernos.
Fui consolada pelo mesmo cara que não desgrudava de mim a partir do dia em que meu pai se acidentou. Ele ficava que nem um peixe oportunista nas costas do tubarão. Mas ali não estava o Pablo de antes. Ah, não mesmo! Que surpresa ele se mostrar uma pessoa diferente — para o bem! — justo no momento em que eu mais precisava.
— Ah, Pablo... — balbuciei, entre soluços.
Não fosse por uma batida intrometida na porta, acho que teríamos ficado assim a tarde inteira. Afastei-me dele e andei até a janela, para que não fosse flagrada às lágrimas. Pablo abriu a porta, conversou rapidamente com alguém e depois voltou a fechá-la. Virei-me para ele. Meu novo amigo já não apresentava a mesma expressão de antes.
Preocupei-me.
De repente, todo mundo decidiu que precisava me consolar. Meu telefone não
parava de tocar, indicando que a história do encontro — intencional? — entre Chris e a
Nome de Cachorro no Canadá já tinha virado o assunto do momento.
Ignorei todo mundo, sem culpa. Nem as chamadas de Anahí eu quis atender.
Precisava de um tempo para organizar meus pensamentos e não ficar remoendo o
problema a cada toque do celular.
Tampouco passei o dia deitada, sofrendo feito uma diva traída, bebendo Martini,
ao som da Mariah Carey.
I can’t live if living is without you I can’t live, I can’t give anymore I can’t live if
living is without you I can’t give, I can’t give anymore
Pois é. Não dava, né? Tratei de aprumar o corpo e me dedicar ao trabalho, o
melhor remédio nessas horas.
Contrariando todas as expectativas, Pablo mostrou-se compreensivo, capaz de
gestos admiráveis, como se oferecer para atender as ligações para mim e dar a elas o
tratamento adequado. Quem diria! Às vezes, onde menos esperamos, encontramos
apoio.
— Puxa, Pablo. Obrigada por estar sendo tão gentil comigo — agradeci, prestes a
acreditar que Anahí tinha razão quando afirmou que ele sentia algo por mim. Porque só
alguém que se preocupa muito com uma pessoa faria o que ele estava fazendo.
Ele arqueou as sobrancelhas e se recostou na mesa do meu escritório no Palácio de
Perla, cruzando os braços sobre o peito. Olhando com atenção, ninguém podia negar
que ele tinha seu charme.
— E isso a deixa surpresa, não é? — Pablo observou, fazendo meu rosto corar.
— Bom, é que você nunca foi um sujeito muito paciente com minhas... neuras.
Ele achou graça.
— Dulce, confesso que, no começo, eu quis enquadrá-la nos padrões palacianos.
Agora penso que, se eu tivesse conseguido, metade do seu charme teria evaporado.
Surpresa com a declaração, arregalei os olhos. Que homem estranho!
— Você é do jeito que é, e todo mundo a adora assim.
Pablo contornou a mesa e se sentou na minha cadeira, todo folgadão. Se querem
saber, nem me importei. O que era uma poltrona com rodinhas e estofado de couro
diante dos meus problemas?
— Quanto ao seu namorado, nunca imaginei que ele fosse esse tipo de cara.
Franzi a testa, mudando de postura.
Eu tinha o direito de falar mal de Christopher, eu, apenas eu. Pablo não parecia
preocupado se as suas críticas me irritavam:
— O Chris sempre me pareceu um sujeito volúvel e irascível, mas, quando o
assunto era você, eu tinha certeza que ele estava envolvido. Afinal, sempre o vi
protegendo você como um leão protege as suas leoas — falando com os próprios botões,
Pablo completou: — E como eu já quis testar essa fidelidade.
— Como é? — indaguei, pasma. Será que eu havia ouvido aquilo mesmo?
O assessor empertigou-se na cadeira e me encarou com muita seriedade.
Desejei que ele não fizesse uma declaração bombástica, tipo que estava apaixonado
por mim ou coisa parecida.
— Dulce, é bem provável que quase toda mulher deste país gostaria de estar no seu
lugar. Além de ser uma princesa e poder usufruir de todas as regalias exclusivas à sua
posição na sociedade, você namora um dos homens mais bonitos deste planeta.
Hã? Para tudo!
— Quase toda mulher... e uma boa parcela de homens, estes mais por causa do
segundo item da lista que eu mencionei — completou Pablo, ainda me olhando
intensamente, como se quisesse que eu adivinhasse seu pensamento.
A perplexidade me deixou muda.
— Eu mesmo já desejei que ele jogasse no meu time.
Abri a boca, chocada, esquecendo-me momentaneamente da safadeza que Chris
aprontara comigo do outro lado do mundo.
— Entendeu o que eu disse, Dulce? — Pablo piscou e se posicionou, à espera de
que eu me manifestasse.
— Pablo, você está me dizendo, indiretamente, que é... — travei, sem jeito de
completar a frase.
— Gay.
Minhas reações diante da revelação:
1. Senti o rosto queimar de vergonha por me permitir embarcar na viagem de
Anahí. Pablo a fim de mim? Piada!
2. Fiquei tentando encontrar as palavras certas para responder, que
demonstrassem o quanto sou desencanada em relação a esse assunto. Para mim, pessoas
são pessoas, independentemente de sua orientação sexual. Mas, entendam, jamais
desconfiei da opção de Pablo, por isso o meu choque.
Ele mesmo me tirou do embaraço:
— Dulce, não precisa dizer nada. Só contei porque senti necessidade de fazer isso.
Pablo se levantou. Ficou de frente para mim, bem perto, e segurou meus ombros.
— Confesso que minha intenção era distraí-la dessa angústia que a está consumindo
desde cedo hoje. — Apertando minhas bochechas, ele prosseguiu: — Não é como se fosse
um grande dilema na minha vida. Eu sou gay, minha família sabe, todo mundo leva
numa boa, e estamos todos bem.
Certo?
Movi a cabeça para baixo e para cima, ainda impossibilitada de falar.
— Ei, mocinha! Não precisa ficar sem graça. Me deixe abraçá-la.
E Pablo me abraçou mesmo, com uma ternura que julguei ser impossível
de partir dele. Sentindo-me confortável — e exausta de emoções — em seus braços,
desatei a chorar, como não havia feito desde que falara com Christopher sobre a foto dos
infernos.
Fui consolada pelo mesmo cara que não desgrudava de mim a partir do dia em
que meu pai se acidentou. Ele ficava que nem um peixe oportunista nas costas do
tubarão. Mas ali não estava o Pablo de antes. Ah, não mesmo! Que surpresa ele se
mostrar uma pessoa diferente — para o bem! — justo no momento em que eu mais
precisava.
— Ah, Pablo... — balbuciei, entre soluços.
Não fosse por uma batida intrometida na porta, acho que teríamos ficado assim a
tarde inteira.
Afastei-me dele e andei até a janela, para que não fosse flagrada às lágrimas.
Pablo abriu a porta, conversou rapidamente com alguém e depois voltou a fechá-la.
Virei-me para ele. Meu novo amigo já não apresentava a mesma expressão de antes.
Preocupei-me.
Autor(a): leticialsvondy
Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— Dulce, não quero mentir para você, mas, se preferir, não digo nada. Meu peito afundou. Gente, quando me dariam uma trégua? — É melhor falar de uma vez para que eu não seja pega de surpresa de novo. Em vez de me contar, Pablo estendeu uma folha de papel para mim. — Leia. E lá estava: o tiro de miseric&oa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 21
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leticialsvondy Postado em 11/03/2017 - 13:05:19
Meninas Sorry pelo erro no 39 parte 1 tava editando outra fic e acabou indo junto. Desconsiderem o final
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candy1896 Postado em 07/03/2017 - 19:57:54
Continua
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candy1896 Postado em 07/03/2017 - 11:36:03
Continua
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candy1896 Postado em 06/03/2017 - 21:10:47
Continua
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Anja Candy Postado em 07/11/2016 - 07:48:04
Finalmente, já tava morrendo de curiosidade aqui. Acho que o olho grego é o tio da Dulce. O ucker vai pedir ela em casamento?? Aleluia!! To adorando o rumo do casal, mesmo que tenha a praga do olho grego e o tio da Dulce!!! Ansiosa é pouco pra essa surpresa!! Beijos!!
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Anja Candy Postado em 03/11/2016 - 07:53:54
Ahhhhhhhhh sinceramente sou totalmente a favor da Dulce. Mesmo que seja uma coincidência acho errado o ucker ter ficado no mesmo lugar q a nome d cachorro!! Porra a Dulce tá passando por momentos difíceis e com uma pressão do kralho nela, e invés de ajudá-la ele vai la pras bandas do Canadá!! A Dulce tá sofrendo pra merda, espero que logo ela tenha um período mais calmo na vida dela!! Continua logo e beijos!!
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isisvondy Postado em 29/10/2016 - 14:14:10
Continuaaa
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Anja Candy Postado em 25/10/2016 - 07:01:44
CHEGUEIIIII!!! Gatinha, qro pedir desculpas por não ter comentado logo, mas é que com o tempo corrido e essas coisas aí, fica difícil lembrar de todas as fanfics que eu tenho que comentar, mas bom, eu ja me atualizei e qro mais capitulos, viu? Continua!!
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lih_saviñon_uckermann Postado em 25/09/2016 - 13:10:24
Haaaaaa ja li a pireira temporada ! Simplismente AMEI <3 e ja to lendo a segunda, aiiii q emoção ! Eu sou daquelas pessoas q quando tem uma cena fofa fico qierendo gritar sabe ? Mais tenho q me controlar, ate pq se eu gritasse as pessoas iam me enterna num manicomil ! Rsrsrs CONTINUA pelo o amor de Deus !! <3 <3 <3
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Anja Candy Postado em 21/09/2016 - 07:12:21
Ahhhh meu Deus, como é isso de ameaça?? WHATS?? Fiquei com mutcho medo isso sim. Algo me diz q qm tá ameaçando a Dulce é alguém dos políticos ou até o próprio Pablo, ou qm sabe a nome de cachorro? Sla, tá tudo muitooooo confuso agora, n consigo pensar em um culpado com certeza sem ter minhas dúvidas!!!! Espero que a dul passe logo a ser aceita realmente como um membro de autoridade, sem essas frescuras de tudo q ela falar ser mal interpretado pela imprensa. Me deu pena dela, n é fácil ser cobrado em tantos locais!!