Fanfics Brasil - 26 - Vai Ter Que Ser Assim (PARTE 3) De Repente Dulce(adaptada)

Fanfic: De Repente Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: 26 - Vai Ter Que Ser Assim (PARTE 3)

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Foi aí que a memória retornou de uma só vez, como se eu tivesse aberto uma torneira há muito tempo enferrujada. As imagens dos trogloditas me interceptando na estrada, depois batendo em meu rosto e me fazendo desmaiar com um pano fedorento de formol chegaram em flashes.


E, depois, o olho-grego.


Tentei sair da cama, mas um dos meus pulsos fora amarrado à cabeceira. Eu havia sido sequestrada! Os malditos emails não eram brincadeira, afinal.


Eu ia começar a chorar quando escutei um barulho vindo do lado de fora do quarto. Fiquei imóvel, quase nem respirava, esforçando-me para ouvir melhor o que se passava por trás daquela maldita porta.


Infelizmente, tudo o que eu conseguia captar eram sussurros ininteligíveis. O que estariam tramando contra mim? Ou melhor, quem estaria tramando contra mim? Um medo nunca sentido antes me atingiu em cheio, mexendo até com as células mais escondidas do meu ser. E se eles me matassem? E se dessem sumiço no meu corpo? Ninguém jamais saberia o que havia acontecido comigo.


Se esses caras fossem espertos, já teriam dado um jeito no meu celular, de modo que ele não pudesse ser rastreado.


Meu Deus! Minha mãe morreria de preocupação. E meu pai? Como ficaria se recobrasse a consciência e descobrisse que sua única filha havia desaparecido? Será que  pensariam que eu decidi colocar um fim em tudo porque fiquei arrasada com a foto de Chris e Laika? Será que culpariam Christopher?


Ai, ele não merecia isso. Por mais que eu estivesse chateada, não chegava a esse ponto. E, ainda por cima, eu o amava demais. Só de pensar que nunca mais o veria, que não sentiria seus braços e seus beijos caso fosse assassinada nas próximas horas, as lágrimas interrompidas minutos atrás finalmente chegaram.


Chorei em silêncio, temendo que qualquer ruído despertasse a ira dos monstros que me raptaram. Porém, acho que não fui tão discreta assim. De repente, uma voz estrondosa gritou do outro lado da porta:


— Cale a boca, garota! Ou vou até aí fechar o seu bico na marra.


Apertei um lábio no outro, visualizando as inúmeras técnicas que aqueles homens poderiam utilizar para me calar à força.


Ai, minha Nossa Senhora, me ajude! , pedi, sem necessariamente emitir qualquer som.


Meu braço preso doía por causa da posição, minha cabeça ainda latejava e meu rosto ardia devido ao tapa que levei. Ainda assim, a dor que realmente me incomodava, a maior de todas, era estar ciente de que, em pouco tempo, eu poderia devastar a vida das pessoas que mais amava neste mundo.


Exausta de tanto chorar, acabei caindo no sono. Não sei dizer quanto tempo dormi, pois tiraram meu relógio de pulso e o quarto era escuro demais para eu saber se era dia ou noite.


Estava morta de sede. Minha boca já sofria com o ressecamento provocado pela carência de líquido. Será que a intenção dos sequestradores era me fazer definhar até a morte?


Eu não tardaria a receber uma resposta. Enquanto eu refletia sobre meu futuro iminente, a porta do quarto foi aberta. Um homem passou por ela.


Devido à escuridão, não consegui reconhecê-lo. Bom, não de imediato, quero dizer. Ele permaneceu na penumbra por alguns instantes, sem pronunciar uma única palavra. Meu coração martelava dentro de mim, à medida que inúmeras conjecturas passavam por minha cabeça:


Ele iria me matar naquele exato momento.


Eu seria violentada de todas as maneiras possíveis — e as imagens, em seguida, seriam divulgadas na internet. Bateriam em mim para provar o argumento de que, se eu não me afastasse da Krósvia, sofreria duramente as consequências da minha teimosia.


Mas o homem não fez nenhuma dessas atrocidades. Ele apenas esperou — o quê, exatamente, eu não sei — e disse por fim, logo que meus olhos começaram a distinguir melhor as formas do ambiente:


— Está satisfeita com o tratamento, minha sobrinha?


Marcus? Meu Deus do céu, o homem diante de mim era Marcus?!


Está certo que sempre duvidei da retidão do seu caráter, mas daí a me sequestrar, a ser o tal Olho Grego que me ameaçava virtualmente... Gente, ele era o marido da minha tia, pai dos meus primos. Como a tia Marieva errara tão feio assim?


Estremeci dos pés à cabeça. Aquele homem, com certeza, teria coragem para me fazer sofrer dos piores modos possíveis.


Ele caminhou em minha direção, até parar diante de mim. Afim de igualar nossa altura, Marcus se sentou na minúscula cama, bem ao meu lado. Abriu um sorriso maligno, digno dos piores vilões das histórias de serial killers e psicopatas.


— Viu o que acontece quando alguém ignora os meus pedidos, Dulce? — indagou ele, cheio de malícia. — Se você tivesse me ouvido desde o início, poderia estar agora desfrutando do clima tropical do seu amado Brasil.


— O que você quer de mim? — gritei, com vontade de dar uma cuspida certeira na cara dele.


— Dulce, Dulce, vamos abaixar esse tom? — Marcus sugeriu, com uma falsa tranquilidade. — Você teve sua chance. Agora vai ter que fazer do meu jeito.


Senti seus dedos traçarem um caminho que ia do canto da minha boca até a base do meu pescoço. Uma náusea aguda me atingiu.


Deus, não permita que Marcus toque em outras partes do meu corpo. Não permita que ele... que ele... me violente.


— Você é uma coisa, Dulce, uma ragazza più bela. Toda vez que olho para você, tenho vontade de sentir seu gosto — sussurrou ele, ainda com a mão pousada em meu pescoço. — Por outro lado, não passa de uma garota intrometida, que jamais deveria ter saído daquele paisinho e vindo se meter na Krósvia.


Para meu alívio momentâneo, Marcus se pôs de pé novamente e começou a andar de um lado para o outro.


— Eu tinha tudo planejado antes de você aparecer. Daria um jeito de tirar seu pai da jogada. Daí a Luce assumiria, formalmente, o lugar dele, já que a minha filha ainda é menor de idade. Como a sua tia é uma pamonha, eu mesmo controlaria tudo e governaria este país do meu jeito.


— Você acha mesmo que o primeiro-ministro e o parlamento deixariam isso barato? — questionei, esquecendo, por um momento, o medo que sentia.


— Ninguém pode comigo, garota. Ninguém se mete no meu caminho e sai ileso. Eu não me casei com sua tia à toa, não mandei danificar a porra do helicóptero do seu pai por nada.


Cobri a boca com a mão livre, horrorizada. Então não havia sido um acidente?


Meu pai podia morrer porque o demônio do Marcus desejava um poder que estava além de seus limites!


— Como você... pôde?


Marcus soltou uma gargalhada que reverberou pelas paredes do minúsculo quarto.— Ih, menina! Se eu contasse as coisas que precisei fazer para chegar aonde estou agora!


Eu não duvidava nem por um segundo que deveria haver muita barbaridade mesmo. Que escroto! Como tia Marieva não percebia, gente?


— Então o plano é me matar agora e depois dar um fim no meu pai, é isso? — eu quis confirmar, só para não deixar brotar uma pequena esperança dentro de mim.


Marcus se virou. Seu rosto estampava a pior carranca que eu já tive a oportunidade de ver.


— O plano, minha querida, é manter você presa aqui por um tempo, enquanto me convier. Afinal, sua pele viva vale muito mais do que morta. Por ora, pelo menos. Meus homens vão começar a chantagear a família e eu, caridoso como sou, vou me oferecer para ajudar no que for possível, inclusive financeiramente, quando pedirem o resgate.


Encolhi. Quais eram as minhas chances, afinal? E o que seria pior: permanecer presa, à mercê daquele louco, ou morrer de uma vez?


— Não se preocupe. Sua temporada aqui vai valer a pena. — Marcus abriu um sorriso medonho, contradizendo a afirmação que acabara de fazer. — E, quando sua hora chegar, prometo ser gentil.


E então ele saiu, tomando o cuidado de trancar a porta em seguida. Eu pensava que viveria quase eternamente, feito a Dercy Gonçalves.


Visualizava minha imagem no futuro: eu, bem velhinha, cuidando de um jardim, contando histórias para meus netos, brigando com Chris porque ele saiu para jogar dama na praça com os amigos e chegou tarde para o almoço.


Sinceramente, morrer antes dos vinte e três anos não fazia parte dos meus planos, especialmente sozinha, sem poder dizer adeus a todos que eu amava. Por mais semelhante que minha vida fosse aos contos de fadas tradicionais, eu duvidava muito que meu final se desse como nas histórias de princesas: eu, resgatada no último minuto pelo meu príncipe encantado.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 21



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  • leticialsvondy Postado em 11/03/2017 - 13:05:19

    Meninas Sorry pelo erro no 39 parte 1 tava editando outra fic e acabou indo junto. Desconsiderem o final

  • candy1896 Postado em 07/03/2017 - 19:57:54

    Continua

  • candy1896 Postado em 07/03/2017 - 11:36:03

    Continua

  • candy1896 Postado em 06/03/2017 - 21:10:47

    Continua

  • Anja Candy Postado em 07/11/2016 - 07:48:04

    Finalmente, já tava morrendo de curiosidade aqui. Acho que o olho grego é o tio da Dulce. O ucker vai pedir ela em casamento?? Aleluia!! To adorando o rumo do casal, mesmo que tenha a praga do olho grego e o tio da Dulce!!! Ansiosa é pouco pra essa surpresa!! Beijos!!

  • Anja Candy Postado em 03/11/2016 - 07:53:54

    Ahhhhhhhhh sinceramente sou totalmente a favor da Dulce. Mesmo que seja uma coincidência acho errado o ucker ter ficado no mesmo lugar q a nome d cachorro!! Porra a Dulce tá passando por momentos difíceis e com uma pressão do kralho nela, e invés de ajudá-la ele vai la pras bandas do Canadá!! A Dulce tá sofrendo pra merda, espero que logo ela tenha um período mais calmo na vida dela!! Continua logo e beijos!!

  • isisvondy Postado em 29/10/2016 - 14:14:10

    Continuaaa

  • Anja Candy Postado em 25/10/2016 - 07:01:44

    CHEGUEIIIII!!! Gatinha, qro pedir desculpas por não ter comentado logo, mas é que com o tempo corrido e essas coisas aí, fica difícil lembrar de todas as fanfics que eu tenho que comentar, mas bom, eu ja me atualizei e qro mais capitulos, viu? Continua!!

  • lih_saviñon_uckermann Postado em 25/09/2016 - 13:10:24

    Haaaaaa ja li a pireira temporada ! Simplismente AMEI <3 e ja to lendo a segunda, aiiii q emoção ! Eu sou daquelas pessoas q quando tem uma cena fofa fico qierendo gritar sabe ? Mais tenho q me controlar, ate pq se eu gritasse as pessoas iam me enterna num manicomil ! Rsrsrs CONTINUA pelo o amor de Deus !! <3 <3 <3

  • Anja Candy Postado em 21/09/2016 - 07:12:21

    Ahhhh meu Deus, como é isso de ameaça?? WHATS?? Fiquei com mutcho medo isso sim. Algo me diz q qm tá ameaçando a Dulce é alguém dos políticos ou até o próprio Pablo, ou qm sabe a nome de cachorro? Sla, tá tudo muitooooo confuso agora, n consigo pensar em um culpado com certeza sem ter minhas dúvidas!!!! Espero que a dul passe logo a ser aceita realmente como um membro de autoridade, sem essas frescuras de tudo q ela falar ser mal interpretado pela imprensa. Me deu pena dela, n é fácil ser cobrado em tantos locais!!


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