Fanfic: Floricienta (adaptada - vondy/DyC) | Tema: Vondy

Sempre se certificando de que ninguém o via, o pequeno Tomás chegou à porta da mansão segurando seu bilhete.
- Ah não, menino, não começa! Não quero me meter em confusão, hein?
Ao ouvir a voz da irmã, o pequeno se escondeu entre as plantas.
- Que parte você não entendeu? É, porque você já tá no meio da confusão, e é melhor dar logo um jeito nisso, se não sobra pra você, pra mim, pra todo mundo... - respondeu Nicolás.
Os dois adolescentes entraram na mansão, onde o telefone tocava.
- Telefone! - Nicolás exclamou.
- A empregada que atenda - retrucou Anahí, subindo as escadas.
Nicolás não deu ouvidos à irmã e atendeu.
- Alô? Franco! Como você tá?
- Bem, bem! E em casa como estão as coisas? A festinha, como foi?
- Nossa, foi péssimo, nem me fale...
- Sério? O que aconteceu?
- Quando você voltar te conto, maninho, maior encrenca. Me conta você, como tá o torneio?
Christopher, que passava pela sala, estalou os dedos, chamando a atenção do irmão.
- Franco?
- É, sim.
- Deixa eu falar com ele. Alô? Franco, sou eu, Christopher!
- Chris! O que você tá fazendo em casa? Não ia chegar só à noite?
- Ia, mas tive que viajar antes, tive problemas com seus irmãos - ele olhou para Nicolás com uma expressão severa; o mais novo subiu as escadas acompanhado de Anahí. - Você é o único que anda na linha. Tudo bem, depois te ligo. Tchau! Onde vocês vão?
- Chamar a Greta - disse Anahí.
- Greta já não está mais nessa casa. Pediu demissão.
Nicolás e Anahí tornaram a descer as escadas, incrédulos.
- Quê? Sério?
- Sim, é sério. É isso que vocês conseguiram com essas loucuras e com essa tal cantora que encheu sua cabeça. Ah, mais uma coisa. Esteve um rapaz aí procurando vocês; se vocês devem algo, paguem logo.
- Não, espera Chris! Preciso de dinheiro.
- Não tem dinheiro.
- Não tem dinheiro! - Nicolás riu, desdenhoso. - Adianta a minha mesada! Como não tem dinheiro?
- Não.
- Bom, então dá a parte dele da herança! - Anahí interveio.
- De jeito nenhum! Esse dinheiro é pro seu futuro, não pra gastar com bobagens.
- Chris, mas então como você quer que eu resolva isso?
- Isso já é um problema seu, Nicolás! Vê se cresce e trata de fazer algo útil por conta própria.
- Entendi. Você quer que eu seja como o Franco, né?
- Nananinanão, não quero que você seja como ninguém, Franco faz a parte dele e você faz a sua, com os seus valores! Pode começar a explorá-los que você já tá bem grandinho!
- E o que você espera que eu faça? Trabalhe?
- Só quero que você resolva seus problemas como um adulto, Nicolás, por favor. Já perdemos a Greta por culpa das criancices de vocês, aprendam a resolver as coisas como pessoas adultas! E tirem essa porcaria da minha sala!
Vendo que já não havia ninguém ao redor, Tomás saiu de seu esconderijo, passou o bilhete por baixo da porta da mansão e voltou correndo para onde Dulce morava, sem perceber que Dona Pancha, a dona da pensão, o vira entrar no quarto.

A Banda e o produtor estavam reunidos no galpão.
- Peraí, deixa eu ver se entendi bem. Vocês estão dizendo que fizeram um show sem eu saber?
- Fizemos, e daí? - Clara questionou.
- Aah, muito bonito! Eu sou o manager de vocês, tô o quê, de enfeite aqui?
- Olha, na verdade faz um tempão que você tá só de enfeite aqui, você só enrola a gente e nunca consegue nada! - disse Clara.
- É, é verdade! - Derrick interveio. - Fizemos um show e tanto lá na casa dos ricaços.
- E agora sem os equipamentos o que vocês pretendem fazer?
- Vamos lá buscar, ué.
- Não, pera, mas antes tem que conseguir um carreto, alguma coisa, e pra contratar o carreto primeiro temos que receber o que eles nos devem, porque eu não tenho um centavo... - disse Chucky.
- É, eu também não... - murmurou Derrick.
- Temos que dar uma prensa naqueles moleques, e se não pagarem damos uma surra - sugeriu Christian.
- Para com isso, Polli! - Dulce deu um tapa leve na perna dele. - Violência não leva a nada!
- Ah, na boa Dulce, chega desse discursinho, tá? To de saco cheio... - reclamou Chucky, dando início a uma discussão generalizada, que foi logo abafada pelo produtor.
- Isso, genial! - ele zombou. - Vamos fazer o quê? Uma manifestação pacífica?
- Olha, gente, eu tô igual a vocês, aquele cara lá acha que eu que tive a ideia da festa, que eu que tive a ideia do show, que eu tô dando em cima do irmão dele, mas mesmo assim eu tô mantendo a... - ela estalou os dedos, pedindo que Christian completasse a frase.
- Calma!
- Não!
- Tranquilidade? - Clara arriscou.
- Não.
- Sanidade! - chutou Derrick.
- Isso! E quando mantemos a sanidade, a gente tem uma visão positiva da vida. Tendo uma visão positiva da vida, a gente diz...?
- Oi - Nicolás e Anahí entraram no galpão e Dulce se levantou em um salto.
- O que foi que você disse de mim pro seu irmão, seu maluco?

- Eu estou com muita pressa, realmente queria acabar logo com isso - Malala explicou ao advogado que se sentava à sua frente na comprida mesa de vidro. - Você sabe o quanto está sendo difícil pra mim. Então, eu estava pensando. Todo o dinheiro vai entrar na minha conta, certo?
- Olha, na verdade, é que... - o advogado começou, mas Malala suspirou e o interrompeu.
- Ah, doutor, não sabe o quanto eu fico aliviada de ouvir isso, realmente, é que eu não entendo nada dessas coisas. Onde eu assino?
- É que... Há um pequeno problema, Malala. Por ora você não pode cobrar nada.
- Como é que é?
- Não sei como te explicar... Você sabia que seu marido teve outra filha, fora do casamento?
- Quê?

- Chris, vamos? Se não vamos chegar tarde! - Belinda chamou o noivo, descendo as escadas.
- Olha, Beli, eu queria te perguntar...Se você não se incomoda... Não tem alguma amiga que possa ir com você? É que... Eu não quero deixar a casa sozinha, agora sem a Greta...
- Tudo bem - Belinda deu um meio sorriso. - Não vamos, não vamos e pronto. Você não vai, eu não vou. Aliás você nunca quer ir a nada, não sei porque se preocupa.
- Ah não, gente, não briguem, Chris, vai com ela! Eu fico aqui com as crianças. Eles gostam de mim, além disso vou tentar ver se consigo uma governanta - enquanto Alfonso falava, Christopher vestiu o terno e se colocou ao lado de Belinda, dando-lhe o braço. - Divirtam-se. Que lindo par.
- Odeio chegar depois que o desfile já começou - Belinda disse, enquanto caminhava com Christopher até a porta.
- Ah, vai, a gente nem chega tão tarde...
- Chega, sim, toda vez!
Christopher avistou a folha colorida com recortes no chão e parou. Belinda revirou os olhos enquanto o rapaz se abaixou, pegou o papel e começou a ler.
- Ah, não. Não, pelo amor de Deus, não pode ser!
- Que foi, alemão? - Alfonso perguntou, se aproximando, e pegou o bilhete que Christopher lhe estendia. - O que é isso? Meu Deus!
- Não acredito, não acredito! - Christopher exclamava, desesperado.
- Mas o que foi? - Belinda perguntou, irritada.
- Sequestraram o Tomás!
Todos correram para o andar de cima e entraram no quarto que o caçula dividia com Martín; a cama do pequeno estava vazia.
- Ah, não, é mesmo verdade então! - Christopher se desesperou e se jogou sentado na cama de Tomás.
- Mas como que o sequestraram? Quando alguém entrou aqui? - se perguntou Martín. Christopher deitou sobre as almofadas.
- Mas será que não se tem um segundo de paz nessa casa? - Belinda questionou.
- Olha, então por que você não volta pra sua casa, hein? Que com certeza lá você tem paz!
- Martín! - Alfonso o repreendeu.
- Ei, olha só, eu também tô preocupada, tá bom?
- O que eu faço agora?
- Chris, temos que avisar a polícia! Agora!
- Sim, sim... É... A polícia... - Christopher estava atordoado. Ele saiu do quarto acompanhado de Alfonso e Martín.
- A polícia e a imprensa! - Belinda refletiu, sem se dar conta de que falava sozinha. - Sim, de alguma forma temos que encontrá-lo. Eu cuido da imprensa e vocês do resto, sim? - olhou em volta buscando a aprovação dos três, que já a haviam deixado sozinha.

- Eu tive que inventar essa história pro meu irmão porque se não ele ia me matar, entende?
- Ahh, que bonito! Salva o dele e os outros que se danem, olha só! - Dulce reclamou.
- Não, não foi pra ferrar vocês, é sério! - Anahí tentou defender o irmão.
- É que vocês não conhecem o Chris, não sabem como ele é bravo...
- E eu com isso?? Como você vai dizer que eu sou uma louca que se enfia na casa das pessoas contra a vontade deles! O que seu irmão vai pensar de mim?
- Mas o que importa o que ele pensa se ele nem sabe quem você é?
- Claro que... Claro! É verdade, ele não me reconheceu, não sabe quem eu sou! - Dulce disfarçou.
- Viram só? - o produtor interveio. - São inexperientes e se meteram com essa gente!
- É... Nesse ponto ele tem razão - Derrick analisou.
- Opa, peraí! “Essa gente”, não, como assim? Trouxemos o dinheiro, né, Nico? - Nicolás tirou algo do bolso da blusa.
- Ah, gente, viu só? Não foi nada...
- Dulce, você pode ficar quieta? De que lado você tá afinal? - Chucky questionou, e ele e Dulce começaram a discutir.
- Aqui, vamos ver... Quinze... Quinze pesos, é o que eles trouxeram! - o produtor anunciou.
- É tudo o que temos - Nicolás se explicou.
- Não, não, não, peraí, como assim, “tudo o que temos”? Quinze pesos? - Derrick questionou.
- Não é a gente que cuida da grana - Anahí justificou.
- Gente, calma, pode ser verdade! Eles não são tão velhos, essas famílias grandes são assim, um só cuida do dinheiro... - Dulce disse.
- Você para de defender eles e fica quietinha, tá bom? - Derrick a interrompeu e se virou de novo para os dois irmãos. - Ou vocês trazem toda o dinheiro, ou nada feito!
- Dinheiro, dinheiro, dinheiro, como se isso fosse tudo o que importa na vida! - Dulce comentou. - Tem outras coisas!
- Ah, é? O quê? - Derrick zombou.
- O amor, por exemplo - os outros integrantes da banda perderam a paciência e se dispersaram. - O amor... É, o amor! Ponto!

- Durante a vida, Santillán se envolveu com uma mulher chamada Blanca Espinoza - o advogado explicou.
- Sim, sim, disso eu sabia! Só não sabia da criança. Como é possível que esse cretino do Santillán além de ter outra ainda teve uma filha que eu não descobri!
- Na verdade ele nunca a reconheceu...
- Então qual é o problema, doutor? Ela não tem direito a nada! Vamos! Onde eu assino?
- O problema é o que ele escreveu no testamento. Deixou pra essa filha cinquenta por cento de todos os seus bens.
- Não, não pode ser. Esse infeliz! Como pôde fazer isso?
- Malala, por favor, tente se acalmar.
- Eu não tenho dinheiro, e além de tudo tenho uma enteada! Me diz uma coisa, Eugenio... Não podemos fazer algum arranjo para que essa menina, essa bastardinha, desapareça do mapa?
- Não, infelizmente Santillán colocou uma cláusula que diz bem claramente que enquanto essa filha não cobrar sua parte da herança, ninguém tem direito a nada.
- Você está tentando me dizer que eu sou... Pobre?
- Bom, tem uma outra cláusula...
- Cláusula! Mais uma!
- Que fixa um prazo de um ano para que essa filha cobre a herança.
- Um ano de prazo?
- Isso.
- E se ela não aparecer?
- Nesse caso, ela perde todos os direitos.

- Olha aqui, cara, se eu estou te falando que vamos pagar é porque vamos pagar, ouviu? - Anahí exclamou.
- Ah, aham, e eu vou acreditar quando tiver todo o dinheiro aqui na mão!
- Viram só? Deviam ter me consultado! Eu ia ter resolvido! - o produtor comentou.
- Aaahh, você, resolver as coisas? - Derrick zombou. - Você sempre faz tanto pela gente!
- Olha aqui, eu sou o representante de vocês, moleque!
- Que tá deixando a gente mofar nesse galpão!
- Quer saber? Tô fora! - a banda comemorou. - Cansei de vocês, tchau! Seus mal-educados, fracassados!
- Sai daqui, então! - Derrick retrucou, e foi discutindo com o produtor até a porta do galpão, os dois quase se agredindo fisicamente enquanto Nicolás protegia Anahí.
- Derrick, você tá louco, é? Tá pior que a Dulce! - Chucky reclamou.
- O que tem eu?
- Gente, chega de brigar entre nós! Ficamos sem produtor... - Nata tentou chamar os rapazes à razão.
- É, agora ferrou tudo - Clara comentou.
- Não, mas isso que o Derrick fez foi bom! Colocou o cara no lugar dele! - Christian elogiou.
- Olha, gente, desculpem que eu me meta, viu? Mas por que vocês não elegem ele - apontou para Derrick - como representante? Ele leva jeito pra coisa!
- É, mas nem se preocupa em bancar o puxa-saco porque ele vai te cobrar do mesmo jeito - Clara alfinetou.
- Não, sim, eu sei, tudo bem, mas tô sendo sincero!
- Claro, ele tem razão! Eu concordo! O que vocês acham, hein? Derrick, nosso novo produtor? - Christian saiu em defesa de Nicolás.
As meninas concordaram e Clara perguntou se Derrick queria o “cargo”.
- Sim, quero, claro! Vou ser um representante ótimo e a primeira atitude... - se virou para Tomás. - Precisamos resolver essa situação, cara, precisamos da grana.
- Bom, é... Em uma semana podemos dar o dinheiro. E por favor vão buscar os equipamentos se não o Chris vai jogar tudo no lixo.
- Perfeito... Ah! Tenho que te pedir um favor importantíssimo. Você consegue meu tênis de volta?
- Tênis? - Chucky questionou.
- É! Meu par da sorte! - a cantora respondeu, e Chucky apenas riu. - Ah, o que foi, hein?
- Bom, estamos acertados então? - Nicolás sorriu para Clara.
- Não, nada acertado - ela o desprezou.
- Ai, meu Deus, gente! O horário! Preciso ir pro trabalho! Tchau! - a cantora saiu correndo do galpão.

Ao ver que Dulce chegava, dona Pancha foi bater em sua porta.
- Abre a porta, Dulce, sou eu!
- O que você quer?
- Você sabe muito bem que não pode ter mais ninguém aqui dentro!
- Mas eu não tenho ninguém aqui.
- Não minta pra mim que eu não sou boba! - a senhora reclamou e invadiu o quarto. - Com licença!
- Ei! O que a senhora tá fazendo aqui dentro, hein? Por que não vai fuxicar em outro canto?
- Você deve ter escondido o menino em algum lugar - dona Pancha olhava em volta, desconfiado.
- Que menino? Do que a senhora tá falando? Dona Pancha se a senhora resolveu ter um fliquiti e ver coisas que não existem não é culpa minha - Dulce começou a puxar a senhora pra fora pelo braço. - Por favor, vai embora... Com licença... Obrigada - fechou a porta.
- Uma hora eu vou te pegar sua nojentinha mal criada!
- Que velha louca... O que será que ela viu? - Dulce perguntou para si mesma antes de ligar a televisão.
Assim que a tela se acendeu, apareceu um anúncio com fundo vermelho e letras brancas:
“SEQUESTRARAM TOMÁS UCKERMANN”
- Última noticia! - a tela mudou para uma foto do menino - O país inteiro está paralisado com a notícia do sequestro do pequeno Tomás Uckermann!
- O menininho! - Dulce exclamou. Tomás saiu de baixo da cama mas continuou escondido.
Dona Pancha, que via TV em seu quarto, o reconheceu.
- É esse o menino! Por isso que ela disse que não tinha ninguém! Eu sabia... Essa menina é uma delinquente! Uma sequestradora! Mas Pancha García não vai ficar de braços cruzados!

Nada como uma vizinha fofoqueira, né não, gente? Espero que a Dul não se meta em encrenca! Comentem!