Fanfic: Floricienta (adaptada - vondy/DyC) | Tema: Vondy

Greta estava sentada em uma das mesas de um café, com uma xícara à sua frente e um semblante triste, mirando o horizonte com o rosto apoiado na mão esquerda. Quando olhou para o líquido dentro da xícara, viu a imagem dos seis irmãos Uckermann sorrindo para ela, e as lágrimas escorreram.
- Eu não poder mais... - ela disse para si mesma, entre soluços. - Me parrrte o coração de tanta saudade...
Na televisão que havia no local, novamente passavam notícias.
- Reiteramos que a comoção pelo sequestro do menino Tomás Uckermann continua!
- Não! Não, meu pichono não! - Greta se desesperou. - Meu pichono nãããoooooo! - ela exclamou, enquanto se levantava, pegava a bolsa e se dirigia à saída.
- Senhora! Senhora, a conta! - o caixa a chamou, mas Greta não ouviu.

Malala entrou no carro, onde Maite a esperava.
- Algum problema com a leitura do testamento, mamãe?
- Não quero falar disso, por favor.
- E o meu carro? - a jovem questionou enquanto brincava com a chave, que a mãe arrancou de suas mãos. - Você vai procurar um? - Silêncio. - Vamos voltar pra mansão, né? - ela questionou quando Malala deu a partida no carro.
- Não. Vamos pra casa.
- Eu pensei que te trazia lembranças ruins.
- Você não tem nada que pensar, meu amor, ficou claro? - Maite assentiu. - Não se esqueça nunca disso.

Dulce estava deitada em sua cama agarrada a um ursinho de pelúcia. Se levantou e fez menção de sair, mas viu um par de pés pequenos aparecendo por baixo da cama. Então, apenas bateu a porta, fingindo que sairá, e o pequeno Tomás saiu de seu esconderijo. Ao vê-lo, Dulce se agachou.
- O que você tá fazendo aqui?
O pequeno apenas sorriu.

Christopher chegou na delegacia e se aproximou de um guarda.
- Oficial, alguma novidade?
- Sim, encontramos muito material de DNA na nota de sequestro, nossos peritos já estão fazendo a análise.
- Tudo bem, só o que eu peço é que vocês encontrem meu irmão o mais rápido possível.
- Senhor Uckermann, estamos fazendo todo o possível, por favor, tenha calma. Já mandei fazer uma ronda pela região, tenho certeza que esses sequestradores não estão longe.
- Mas me diga, como é possível que ainda não tenham entrado em contato pra falar sobre o resgate?
- Isso acontece sempre, é pra “amaciar” a família. Assim que houver alguma novidade, entramos em contato. O senhor pode ir pra sua casa, se quiser.
- Policial - dona Pancha chegou à delegacia. - Eu sei onde está o menininho sequestrado que apareceu na televisão.
- Como? O que foi que a senhora disse? Onde?

No quarto de Dulce, Tomás terminara de lhe contar sua história.
- Então foi por isso que a luz me disse pra ter cuidado com a bicicleta! Eu pensei que iam roubar, mas não, era a sua rota de fuga.
- E que luz é essa?
- A luzinha que fala comigo.
- Não, você deve estar maluca! Uma luz que fala? Onde ela tá?
- Em lugar nenhum, ela aparece nos meus sonhos e me diz coisas e sempre tem razão.
- Ah, tá... Mas ela se mexe quando fala com você? Pisca quando você entendeu algo? Como é?
- Ih, e o que te importa, hein? É coisa minha, o que importa é que você deveria estar na sua casa com a sua família!
- Não, não, mas eu não posso ir, se o Chris, meu irmão mais velho, me encontrar, vai me meter num colégio interno e me deixar lá até eu fazer 18. Ou mais!
- Ué, diz pros seus pais que você não quer ir e pronto! - fez-se um silêncio e ela percebeu a expressão triste de Tomás. - Que foi?
- Sabe o que é? É que eu não tenho pai nem mãe, nada. É muito triste se sentir sozinho no mundo.
- Ai, nossa, eu não sabia, desculpa! Mas é, é bem triste mesmo estar sozinho, eu sei como é. Eu também não tenho mãe. Ela morreu, e meu pai está viajando no mar há muitos anos. Então eu sei como você se sente.
- Que pena. E quando ele volta?
- Não sei. Porque ele é marinheiro, sabe? Capitão de um barco. E está viajando faz muito, muito tempo. Mas de qualquer jeito não temos que falar de mim, e sim de você, que aliás não tá sozinho no mundo, você tem um montão de irmãos!
- Ah, mas eles não me dão atenção. Além disso, o Chris, o mais velho, bate na gente, nos maltrata!
- Bate?
- Com palmatória! Ah, e às vezes ele amarra a gente de cabeça pra baixo no sótão, com pão e água e só.
- É brincadeira, né? - Tomás negou com a cabeça. - Tommy, você não tá exagerando? Isso que você tá dizendo é muito grave!
- Eu juro que é verdade, Dul! Eu não quero voltar pra essa casa.

Em sua casa, Malala revirava o escritório do falecido marido em busca de alguma pista sobre a filha que ele mencionava no testamento.
- Mamãe?
- Quê?
- Você precisa de ajuda com alguma coisa?
- Não, é só que seu pai deixou algumas coisas sem resolver!
- Quer que eu te ajude?
- Sim, meu amor, sabe como? Me deixando em paz! Sai daqui! SAI!!! - depois que Maite saiu, Malala se virou para um quadro de Santillán pendurado na parede. - Eu faço qualquer coisa, Santillán! - e atirou um objeto no quadro, que caiu no chão, revelando que escondia uma chave.

- Mas então o que a gente faz?
- E se denunciássemos ele? - Dulce sugeriu.
- E falamos o quê?
- Que seu irmão te bate! Não foi isso que você me disse?
- Não, não, não!
- Disse sim!
Alguém bateu na porta.
- Abre, Dulce! Ai, Dul, você não sabe o que aconteceu!
- Já vou, Nini! - ela exclamou enquanto escondia Tomás. Ninel bateu na porta outra vez. - Entra, pode entrar Nini!
- Ah, meu amor, oi, minha vida, como está, meu doce? - Deu um beijo na bochecha da garota.
- Bem, e você?
- Você não sabe o que está dando na televisão! - ela estendeu o braço e pegou o controle remoto.
- Nini, agora não dá! Não tenho tempo!
- Ai, Dulcinha, um minuto, por favor! - A tela se acendeu, mostrando, mais uma vez, a foto de Tomás. - É o irmão do rapaz que você falou!
- Não lembro bem da cara dele, não sei se é mesmo o irmão - Dulce disfarçou.
- Esquece a cara, os dois têm o mesmo sobrenome! - Ninel desligou a TV, suspirou e puxou uma cadeira. - Ah, Dulce, como é a vida, né? Quem diria, sequestrarem justo o irmão do rapaz que você disse que gosta...
- Ninel! Isso é segredo! Ninguém pode saber.
- Ué, mas você disse que gosta e...
- Shh! - Dulce a interrompeu.
- Mas qual é o problema? Estamos só nós duas!
- Mas tem muitas vizinhas aqui e são umas fofoqueiras, devem estar ouvindo tudo o que você diz!
- Ah, entendo...
- E é perigoso porque podem sair por aí comentando com todo mundo o que acontece aqui dentro...
- Ai, agora estou assustada! Aconteceu alguma coisa? Você está se sentindo bem?
- AAAAHHH NINI DO CÉU! Acabei de lembrar! Tenho que ir, preciso entregar um pedido!
- Então você está me expulsando, e aos gritos ainda por cima! - Dulce sorriu. - Bom, tudo bem então, eu vou, não tem problema e... Dulce!! O que você fez com a minha revista! Toda recortada!
- Eu?
- É, você! Quem mais seria? Não tem mais ninguém aqui! Pelo amor de Deus!
- Não, acontece que eu tava fazendo, é... Hmmm... Um cartaz enorme, que eu ia por... - Tomás espirrou e Dulce parou de falar, assustada.
Ninel desconfiou.
- Quem tá escondido embaixo da cama, hein?

- Mas como? Quando foi isso? - perguntou Nicolás.
- Provavelmente de manhã, ele não estava no quarto... - Alfonso explicou.
- Cadê o Chris??
- Chris foi na delegacia fazer a denúncia, Annie, deve estar voltando. A polícia vai cuidar disso, pessoal, fiquem tranquilos!
Em outro canto da sala, Belinda dava uma entrevista.
- Senhorita Santillán, os sequestradores já fizeram contato?
- Ainda não, infelizmente. Só o que recebemos foi uma nota pedindo o resgate.
- E se você pudesse falar com os bandidos, o que diria?
- Por favor, não façam nada com o Tomás, deixem ele livre. Eu amo o irmãozinho do meu noivo como se fosse sangue do meu sangue. E é por isso que eu, Belinda Santillán Torres Olviedo, me ofereço pra ficar no lugar dele.
A porta atrás de Belinda se abriu, revelando uma Greta desesperada.
- Cadê meu pichono?

No escritório de Alberto Santillán, Malala encontrou um pequeno cofre, que continha uma carta endereçada ao falecido.

“Meu amor,
Não se preocupe se não podemos nos ver tanto quanto queremos. Já não estou sozinha; o filho seu que eu carrego me faz a mulher mais feliz do mundo. Estava pensando que se é menina podemos chamar de Dulce María, Natália ou Silvana, e se for menino podemos colocar o nome dos nossos pais, o que você acha?
Espero poder te ver em breve, mas enquanto não é possível, te mando um beijo enorme.
Com amor,
Blanca”

Malala suspirou.

- É uma loucura você ter trazido esse menino pra cá!
- Tá, mas me dá bronca depois, o que eu faço com ele agora? Me dá uma ideia!
- Mas eu estou te dando uma ideia! Pega ele e vai pra delegacia já.
- Não posso fazer isso, o irmão vai mandar ele pra um colégio interno! Olha pra essa carinha dele, coitadinho!
- Ai, que carinha, pobrezinho! - Ninel zombou. - Não vão cair nada mal pra ele uns anos no internato, Dulce, por favor!
- Não, se ela me devolver eu fujo! Fujo e pronto.
- Você vai ficar quietinho que já arrumou muita confusão - Dulce repreendeu o pequeno.
- Não, não, não, não! Se você me levar o Chris me põe na cadeia!
- Ele não vai te prender, você ouviu isso, Nini? Imagina como ele deve ser maltratado? Tem medo de ir preso!
- Ah, pobrezinho!
- Se você me levar, eu digo pro Chris que você é a cantora!
- Como é? Anãozinho chantagista! - Tomás começou a rir e Dulce o acompanhou, sacudindo o menino. - Vou te matar de cócegas até você não conseguir mais respirar!
Nesse momento, a polícia invadiu o cômodo.
- Polícia!
- Tomás! - Christopher correu pra dentro e pegou o irmão no colo, só então reconhecendo Dulce. - Você?
- Você a conhece, senhor?
- Sim. Ela esteve de manhã na minha casa fazendo uma entrega.
- Por favor! - Ninel interveio. - Não podemos estar passando por isso, Dulce!
- A senhora tem o direito de permanecer calada e contatar um advogado.
- O quê? Por quê?
- Estão as duas presas!
As outras moradoras da pensão olhavam e comentavam.
- Mas por que vocês vão nos prender, a gente não fez nada! Nada!
- E você ainda pergunta? - Christopher retrucou, indignado. - Sequestro de um menor e extorsão!
- Quê? Não! Tommy, diz a verdade! Fala que foi você que fugiu, que se escondeu sozinho! Tomás! Não vai te acontecer nada, eu juro! Tomás, diz a verdade! Sabem por que ele não fala? Porque apanha todo dia!
- O que essa mulher está dizendo? Eu nunca levantei a mão pros meus irmãos!
- Foi ele quem me disse! Você é um mentiroso e violento!
- Eu, mentiroso? E isso aqui, o que é?
- Uma revista...
- Uma revista toda recortada! Será que não foi com ela que vocês fizeram o bilhete de sequestro?
- Não!
- Essa é a prova do crime! Levem ela, por favor.
- Não, não! Não fizemos nada! Pelo menos deixem a Ninel, ela é mais inocente que eu!
- Dulcinha, por favor...
- Mas a gente não fez nada, é sério! Tommy, diz a verdade pra ele, não vai acontecer nada, é sério! Tommy, fala! Diz a verdade!
- Senhorita, por favor, vamos - o policial conduziu Dulce para fora.
Christopher beijou a bochecha de Tomás, que ficara muito assustado com toda a cena.
A imprensa aguardava do lado de fora e acompanhou Dulce e Ninel serem conduzidas até as viaturas. Dulce olhou para trás, com lágrimas nos olhos. Christopher, que ainda carregava Tomás, sustentou o olhar. O pequeno olhou para o chão.

E a lição de hoje é a seguinte, amiguinhos: mentiras não levam a nada! Será que a Dulce e a Ninel vão sair dessa? E a Greta, voltou pra ficar? Será que a Malala vai descobrir quem é o herdeiro - ou herdeira - de Santillán? Tantas emoções!!! Comentem!