Fanfic: Floricienta (adaptada - vondy/DyC) | Tema: Vondy

- Bom dia! - Alfonso exclamou, bem humorado, ao entrar no escritório de Christopher na mansão. - Acabei de resolver tudo lá no escritório, alemão. O que você manda? - se jogou num sofá.
- Acabou de chegar um informe da Alemanha - respondeu Christopher, que analisava um documento. - Me diz uma coisa, como ficou aquela questão da moça da quitanda? Soltaram ela? Você deu o cheque?
- Sim! Foi solta na mesma hora. Agora com relação ao cheque, ela não ficou nada feliz. Rasgou na minha cara.
- Quê?? Por que essa maluca fez isso?
- Ela disse que teria sido suficiente você ir lá resolver tudo pessoalmente, e que... - Alfonso hesitou.
- E o quê? O que mais? - Christopher se levantou.
- E que você é um cretino que sequer deu as caras pra se desculpar - o advogado se sentou no sofá.
Christopher gargalhou, sentando-se de volta na cadeira.
- Fala sério, quem essa mulher pensa que é?
- Ela tem razão, alemão - Alfonso chamou o amigo à razão. - Reconheça que você errou. Eu não sei como você pode suspeitar daquele anjo - o advogado se deitou novamente no sofá, com um sorriso bobo no rosto.
- Poncho... Anjo de quê?
- Você não percebeu, né? Mas aquela menina tem uma luz especial, alemão. Ela é especial.
- Poncho - Christopher se levantou. - acho que é hora de você começar a pensar seriamente em casar, se não vai começar a gostar de qualquer coisa - disse enquanto caminhava até o sofá onde Alfonso se deitara.
- Fala sério...
- Escuta, o que você acha de a gente esquecer tudo isso e praticar um pouco de esgrima?
Alfonso praticamente pulou do sofá.
- Tá me zoando? Quer passar vergonha, é? - os dois se posicionaram.
- Shhh, para de tagarelar que antes de ir pra Alemanha eu tinha vencido você - começaram a se movimentar pelo escritório, simulando que seguravam floretes de verdade.
- É, mas isso faz muito tempo, e eu andei treinando bastante.
- Pode até ser, mas agora eu tenho uma vantagem.
- Ah, é? Qual?
- Que você está com a sua cabeça na moça da quitanda - cutucou Alfonso com uma caneta, como se fosse o florete. - Touché - os dois riram.

Dulce tocou a campainha da mansão uma, duas, três vezes, sem resposta. Então ela apertou o botão e ficou segurando até que alguém aparecesse.
- Quem toca campainha desse jeito? - Nicolás reclamou.
- Eu - a ruiva retrucou.
- Dulce? O que você faz aqui?
- O idiota do seu irmão me deve uma explicação.
- Ah, não, é que ele não pode atender agora - Nicolás explicou enquanto abria o portão. - Está ocupado.
- Ocupado ou não, vai me escutar - Dulce sentenciou, entrando na casa.

Alfonso e Christopher, devidamente trajados e equipados, lutavam esgrima na enorme sala da mansão. Esbarraram nos sofás, na escada e no piano, até que Alfonso deixou cair seu florete. Christopher ergueu o seu com um sorriso, sinalizando que vencera, e virou de costas. Em um movimento ágil, Alfonso apanhou o florete do chão e avançou em Christopher, que se defendeu mesmo sem ver de onde o amigo vinha. Ele se virou de frente e apontou o florete em direção a Alfonso, na mesma hora em que Dulce se colocava entre os dois, como um escudo de Alfonso.
- Parem!!!! Você me deve uma coisa.
Christopher desmanchou a postura de esgrima e se apoiou no florete.
- Posso saber o que você faz aqui na minha casa? Não é jeito de se comportar.
- Não é jeito de se comportar? Você que não sabe como tratar uma dama!
Christopher riu, debochado.
- Alfonso, você viu alguma dama por aqui?
- Como é que é??
- Não, não, peraí, não me metam no meio disso não - Alfonso quis se esquivar.
- Por que você veio, hein? - Christopher questionou. - Ah, não, espera. Não diga nada, eu já sei - ele continuou, abrindo o traje de esgrima. - Você se arrependeu de ter rasgado o cheque, né? - Dulce apenas o mirava boquiaberta. - Alfonso, por favor, faz outro cheque pra essa moça...
- Eu não vou me vender por 50 mil pesos!
- Ah, não? Cem mil, talvez? - Christopher zombou.
- Vou matar você! - Dulce avançou no rapaz, enfurecida, enchendo-o de tapas.
Christopher, em uma tentativa de contê-la, segurou seus punhos com firmeza e a manteve próxima de si, cara a cara. Dulce emudeceu.
- Gente, vamos nos acalmar, por favor - Alfonso tentou ser razoável.
- Eu te ofereci esse dinheiro porque sabia que o Tomás tinha te colocado em encrenca - Christopher também parecia imediatamente mais calmo. Alfonso apenas assistia à cena.
- Eu não ligo pro dinheiro. E isso do Tomás também já passou. Só queria que você me pedisse desculpas.
Christopher, ao ver que Dulce estava mais calma, soltou seus braços bruscamente.
- Eu não peço desculpas a ninguém, muito menos pra uma quitandeira mal educada feito você.
- Ex-quitandeira - Dulce fez questão de frisar -, porque graças a você, seu mauricinho asqueroso, perdi meu trabalho - e saiu andando em direção à cozinha.
- Ei! É pro outro lado! Quitandeira, a saída não é por aí! - Christopher foi atrás dela, aos gritos, deixando um Alfonso atônito e desapontado na sala.
Quando Dulce entrou na cozinha, sentiu uma mão puxar seu tornozelo e deu um grito de susto. Olhou para baixo e viu o pequeno Tomás no chão.
- Sou eu, sou eu!
- Tomás!
- Dul, eu... Queria te pedir perdão.
- Perdão por mentir? Por me mandar pra cadeia? - Dulce questionou.
- Dul, eu sei, é que... Eu tava com medo. Mas no fim eu falei a verdade, né? - o pequeno abriu um sorriso.
- É, é muito bom falar a verdade - Dulce se agachou ao lado dele. - Sabe, eu não queria passar os meus próximos anos na cadeia.
- Bom, mas pra você me perdoar pra valer, tenho uma surpresa. Olha! - Tomás mostrou a Dulce o pé do sapato que ela havia perdido na festa.
- Tommy! Não acredito! Meu sapato da sorte! - ao ver que Christopher se aproximava, ela disfarçou. - É muito lindo, adorei a cor, mas não, obrigada, não é minha - devolveu para o caçula. - E quanto ao sequestro, não se preocupe, porque sabe de uma coisa? O mais importante é reconhecer que errou e saber pedir desculpas. Tem muita gente grande por aí que não sabe pedir perdão, e isso é muito feio. Agora, sim - ela se levantou - a saída. Pra onde? - perguntou, olhando em volta.
- Você não se enganou - Christopher respondeu. - A saída de serviço é ali.
- Então eu tenho que ir pro outro lado - e voltou para a sala.
- E esse sapato? - Christopher perguntou ao irmão caçula. - Você não ia jogar no lixo.
- Ia! Aliás, joguei, até joguei, mas me arrependi. Posso guardar de lembrança?
- Lembrança de quê?
- Da última festa que demos nessa casa - o pequeno respondeu e também saiu.

Lembram daquele clima Trendy que eu falei? Então... —‘