Fanfic: Floricienta (adaptada - vondy/DyC) | Tema: Vondy

Na Travessa dos Beijos, em frente ao salão de Ninel, Dulce analisava sua bicicleta.

- É claro que está pesado, ela tá toda torta...

Enquanto isso, o pequeno Tomás, no bagageiro, rezava para não ser descoberto.

- Preciso trocar esses pneus, olha o estado disso - Dulce dizia enquanto dava chutinhos leves na bike. - Já sei! Vou descarregar as verduras e levar pra arrumar.

Tomás se desesperou, mas nada aconteceu, pois nesse momento Ninel saiu do salão batendo palmas.

- Bravo! Chegou a nossa estrela, chegou quem? Thalia?
- Ai Nini, também não é assim - a menina respondeu, modesta.
- Ah, é só uma questão de tempo. O Christian me contou que ontem à noite você foi ma-ra-vi-lho-sa!
- Sim, é, mas isso foi depois, no começo eu travei, me subiu um nó na garganta, não conseguia respirar, não conseguia cantar, tremia toda...
- Ai meu Deus, meu amor...
- É, mas depois eu relaxei, fiquei mais à vontade, todo mundo começou a cantar e a aplaudir, foi sensacional!
- Sim, claro, e quem foi que disse mesmo? Ninel Conde! A que sabe de tudo, a vidente do bairro!
- E quer saber do melhor?
- Quero?
- Vamos entrar, então, e eu te conto, é melhor...

As duas entraram no salão, deixando para trás um Tomás aliviado.

- Ufa! Foi por pouco - exclamou o pequeno.

Na sala da mansão, Belinda e Christopher conversavam. Ou melhor, Belinda conversava. Christopher analisava atentamente o pé de tênis amarelo que encontrara em sua sala.

- Vamos ser o casal da temporada, meu amor! - a jovem exclamou, quase pendurada no braço do noivo. - Você tá me escutando?
- Sim, Beli, já disse que vamos juntos nesse desfile...
- Por que você não joga essa porcaria no lixo logo? - Belinda perguntou, sem disfarçar muito seu desagrado.

Assim que Christopher abriu a boca para responder, a campainha da mansão tocou e Amália foi atender.

- Você está esperando alguém?
- Não...

Amália abriu a porta e um homem de olhos verdes e vestindo terno e gravata entrou na mansão.

- Olá, senhor, como vai?
- Muito bem! Na verdade melhor agora, Amália - o visitante respondeu, brincalhão. Ao ver de quem se tratava, Christopher sorriu amplamente!
- HAHAAA! Não acredito! Não acredito! - Christopher exclamou.
- Uckermann, meu querido! - o visitante abriu um largo sorriso e estendeu os braços.

Os dois rapazes se abraçaram e o recém-chegado literalmente pulou nos braços de Christopher, que o ergueu do chão. Belinda se encolheu, incomodada com o escândalo dos rapazes.

- O que você anda fazendo, alemão? Senti sua falta, senti muito! - se soltaram do abraço e o visitante colocou a mão direita no rosto de Christopher, analisando-o. - Bela barba. Senti saudades! Dá mais um abraço! - abraçou Christopher novamente e, ao soltar, se virou de costas, encarando Belinda.

- Belinda! Nossa, você está muito bem! A Europa te caiu muito bem! - adiantou-se para beijar a bochecha da moça.
- Como vai, tudo bem?
- Bem! E vocês?
- Mal, muito mal - Christopher riu, sem humor. - Acabamos de chegar e o mundo desabou.
- Mas o que foi?
- Greta pediu demissão e eu não sei o que fazer com meus irmãos, Poncho, por favor...
- Fica tranquilo, agora mesmo vou por um anúncio para conseguir outra governanta, parceiro, deixa comigo! - enquanto falavam, Poncho e Christopher se sentaram no sofá. - Te digo que não vai ser fácil, né, porque cuidar dos seus irmãos é mais difícil que domesticar crocodilos, mas vou conseguir alguém - ele afirmou, digitando alguma coisa no celular.

A campainha tocou novamente.

- Todo mundo que conhecemos vai vir nos cumprimentar hoje! Que sorte! - Belinda disse com ironia.

Poncho apenas fitou o casal, enquanto Amália se adiantava para abrir a porta. Christopher passou o braço nos ombros do amigo.

- Vou precisar de você mais do que e nunca, Poncho, você vai me ajudar?
- Claro que vou! Não sou seu advogado? Seu braço direito? A parte do seu cérebro que não funciona?

A porta se abriu e revelou uma senhora com cerca de 50 anos e cabelos lisos. Belinda, que tinha se sentado no braço do sofá, saltou de seu lugar e foi abraçá-la.

- Filhinha!
- Mamãe!
- Minha querida, meu amor!

Christopher e Poncho se viraram para as recém-chegadas. Sim, porque atrás da senhora vinha uma garota mais jovem que Belinda, com cabelos escuros lisos e óculos.

- Olha se não é sua madrinha! E futura sogra... E a de trás é... Sua cunhadinha - Poncho comentou.

Em resposta, Christopher bateu algumas vezes em sua cabeça com o tênis que ainda segurava.

No salão de Ninel, Dulce lhe contava como havia sido a noite.

- Eu o vi segurando aquelas flores que pareciam que tinham saído de um jardim, sabe? De tão lindas...
- Sei!
- E os olhos lindos, ai, um divino! Parece até que eu vi nuvens, um céu azul... - começou a divagar.
- Tá, chega, já entendi, Dulce. Não quero desmanchar sua nuvem nem nada, mas você acha que um tipo desses, com a grana que tem, reparou em você?
- Sou tão feia assim?
- Não, não, não por isso, você é linda, doce, preciosa, mas ele é um ricaço desses que quando está rodeado de mulheres do mesmo nível social que ele...
- Você fala isso porque não o viu, tão lindo... É o homem dos meus sonhos! - Ninel ergueu as sobrancelhas, descrente. - É sim, o pai dos meus filhos, avô dos meus netos... É o homem com quem eu sonho, Nini!