Fanfic: 101 coisas em 1001 dias | Tema: Vondy

- Eu disse que você estava bebendo demais. Onde estava com a cabeça para ir dançar com aquele cara? Você nem o conhece.

- Chris...

- Eu vou te levar para casa agora mesmo, pega suas coisas.

- Ei, para de falar assim com ela – Anahí falou irritada. – A Dul não é nenhuma criança.

- Mas está se comportando como uma.

- Tudo bem, Annie. Deixa para lá – Dulce rolou os olhos enquanto pegava a bolsa e entrega a Alfonso sua parte da conta.

- Christopher, a sua amiga tem razão! Essa garota não é nenhuma criança, então porque você não deixa ela se virar sozinha e você vem para minha casa, como tínhamos combinado?

- Natalia, não vou deixar ela ir para casa sozinha, ainda mais estando bêbada.

- Eu sei me virar, Christopher.

- Eu vou te levar para casa.

Christopher a segurou pela mão e a puxou para fora do bar. Ele tinha o semblante irritado e ficou furioso quando passou pelo tal do Carlos e o mesmo piscou para Dulce.

- O que diabos você tem na cabeça?

- Para de falar assim comigo, Christopher.

- Eu só não estou entendendo você. Primeiro estamos bem, depois você me dispensar dizendo que não quer estar com ninguém, depois aparece aqui e fica flertando com esse cara?

- E você, hein? Faz um monte de coisas para mim, mas sempre que eu peço espaço você corre para os braços dessa garota – gritou irritada. – Como é que você espera que eu confie em você desse jeito?

- Mas eu estava com você! Eu estava com você e você disse que não estava pronta, Dulce.

- Disse! Aí se passam alguns dias e você já está nos braços dessa... dessa... dessa mulher!

Christopher a encarou e viu a magoa em seus olhos. Não sabia que Dulce se sentiria daquele jeito ao vê-lo com Natalia, por Deus, nem mesmo queria que Dulce o tivesse visto com ela. Ele só estava tentando, de todas as formas possíveis, tirar Dulce de sua cabeça. 

- Dulce, eu...

- Não! Chega, Christopher! – Ela respirou fundo tentando não chorar na frente dele. – Eu vou para casa. Vou sozinha.

Os dois se encararam por vários segundos, mas antes que Christopher falasse algo, seus amigos saíram do bar e Anahí riu ao abraçar Dulce.

- Você ainda está aqui! Achei que esse chato tinha levado você embora.

- Eu vou pegar um taxi agora, na verdade.

- Não precisa de taxi, eu vou levar essa loira bêbada me casa e deixo você lá. Christopher vem com a gente?

- Vou sim.

Eles se despediram de Maite e Christian e seguiram para o carro de Alfonso. O caminho inteiro foi feito em silêncio, a única zoada que ouviam era da chuva que começou a cair de repente. Quando Alfonso parou o carro em frente ao prédio dela.

- Pode ir, Poncho. Eu pego um taxi depois.

- Boa sorte, amigo.

- Usem camisinha – Anahí gritou fazendo Dulce corar violentamente.

Os dois saíram correndo do carro, para que não se molhassem tanto, e Alfonso acelerou deixando-os sozinhos.

- Porque ficou, Christopher? Acho que já brigamos demais para um dia – disse assim que entraram no prédio.

- Você está certa. Por isso não vamos mais brigar – suspirou e a olhou carinhosamente. – Não tivemos a oportunidade de dançar lá, então... Dança comigo. Só uma música e eu vou embora, Dulce. Eu prometo.

- Você quer dançar aqui no meio do hall do prédio?

- Por favor.

Dulce negou com a cabeça e Christopher achou que ela o mandaria embora, mas ela apenas largou sua bolsa no chão e se aproximou dele.

- Você já escolheu a música?

Christopher sorriu largamente e assentiu. Ele pegou o celular e colocou “Broken” para tocar, guardando-o no bolso do casaco outra vez.

- Eu estou bêbada, Christopher – ele a olhou confuso e apenas sorriu. – Então apenas venha comigo.

Dulce o segurou pela mão e o puxou para o meio da rua e o abraçou debaixo da chuva. Christopher não reclamou, apenas a segurou pela cintura e começou a dançar com ela.

Eu queria que você soubesse que amo o jeito que você ri
Eu quero te abraçar forte e roubar sua dor
Eu guardo sua fotografia
E eu sei que me faz bem
Eu quero te abraçar forte e roubar sua dor

- Sabe que sempre penso em você quando ouço essa música? – Sussurrou no ouvido dela. – Eu queria poder roubar sua dor, Dulce. Essa dor e insegurança. Queria poder tirar ela de dentro de você, porque você não merece senti-la.

Porque eu estou quebrado quando estou sozinho
E eu não me sinto bem quando você vai embora
Você foi embora
Você não me sente mais aqui

- Engraçado, eu não conhecia essa música, mas me sinto exatamente como esse trecho, Christopher – riu contra o casaco dele. – Você foi embora e eu simplesmente me sinto quebrada. Me sinto sozinha, Chris.

- Eu não posso ficar, Dul. Me desculpe.

O pior já passou agora e podemos respirar novamente
Eu quero te abraçar forte e roubar minha dor
Ainda há muito o que aprender
E ninguém sobrou para lutar
Eu quero te abraçar forte e roubar sua dor

- Tudo bem, Chris. Eu entendo.

Os dois não dissera mais nada, apenas continuaram dançando em silêncio enquanto a chuva os molhava. Um carro passou ao lado deles, buzinando de forma exagerada. Um outro, o motorista abaixou o vidro e os chamou de maluco. Mas eles não se importavam, apenas queriam aproveitar o momento.

Porque eu estou quebrado quando estou aberto
E eu não sinto que sou forte o suficiente
Porque eu estou quebrado quando estou sozinho
E eu não me sinto bem quando você vai embora

- É melhor você subir, estamos encharcados e você vai acabar doente desse jeito.

- Tudo bem.

Christopher a guiou para dentro do prédio e beijou sua testa demoradamente. Ele não queria ir embora, mas havia prometido.

- Se cuida, baixinha.

Dulce o segurou pelo braço e sorriu largamente.

- Christopher, eu estou bêbada, mas não sou maluca. Não vou deixar você sair desse jeito – rolou os olhos. – Suas coisas ainda estão lá em cima. Vamos – o puxou pela mão em direção ao elevador.

- Tem certeza?

- Claro que sim. Vamos.