Fanfic: 101 coisas em 1001 dias | Tema: Vondy

A semana se passou, e diferente da anterior, Dulce andava suspirando pelos cantos, cada dia que passava, sentia-se mais próxima de Christopher, ainda que eles só tivessem se visto uma vez naquela semana, quando ele apareceu em sua porta terça-feira de manhã, dizendo que ainda estava doente e que precisava desesperadamente que ela lhe fizesse mais canja de galinha.

Dulce sorriu largamente quando o viu estender as sacolas com os ingredientes que ela precisaria e o deixou entrar. Christopher ficou sentado no balcão da cozinha enquanto ela cozinhava, comentando como aqueles papéis estavam invertidos. Os dois almoçaram juntos depois assistiram duas temporadas completa de Gracie e Frankie na Netflix, enquanto comiam brigadeiro, salgadinho e faziam comentários sobre o seriado. Em nenhum momento eles tentaram se beijar, apenas trocavam sorrisos e olhares cúmplices, dispostos a fazerem aquilo da maneira certa.

Ela havia ficado feliz em saber que ele estava tomando regulamente o chá e o remédio, mesmo que não gostasse a pedido dela, e que já estava bem melhor graças a isso. Quando o último episódio da segunda temporada acabou, e eles perceberam que já eram onze da noite, Christopher se levantou dizendo que precisava ir embora, pós tinha um compromisso marcado na manhã seguinte. Ela embrulhou o que sobrou da canja para que ele levasse e se despediram na porta com um abraço.

- Vê se não termina de assistir a série sem mim, hein? – apertou as bochechas dela antes de abrir as portas. – Vou voltar para terminamos juntos.

Dulce concordou antes de lhe dar um beijo na bochecha e o acompanhar até o elevador. Depois que ele foi embora, voltou para o apartamento e deitou-se no sofá suspirando. E apesar de não terem se encontrado outra vez, todas as noites ele ligava para ela e eles conversavam por horas, sem contar as dezenas de mensagens que trocavam no dia.

Na sexta feira, ela correu da cozinha para a sala quando ouviu o toque que escolheu especialmente para Christopher soar, e rapidamente atendeu ao celular, como qualquer mulher apaixonada.

- Oi, Chris – disse alegremente tentando disfarçar que estava ofegante pela corrida.

- Oi, baixinha. Te acordei?

- Não, estava saindo para correr agorinha. Algum problema?

- Não exatamente. É que eu preciso pegar umas lentes minhas que ficaram ai, queria saber se você estava em casa para eu poder ir.

Dulce respirou fundo ajeitando-se no sofá.

- Você sabe que não tem nenhum problema em vir aqui, você ainda tem a chave e paga o aluguel, então pode entrar aqui sempre que quiser, ou até mesmo voltar...

Os dois ficaram em silencio por um tempo, antes dele falar alguma coisa.

- Eu sei, mas como combinamos espaço, não queria sempre aparecer de surpresa ou algo assim. Eu vou passar ai em meia hora, está bem?

- Tudo bem.

{ ♡ }

- Oi – abriu a porta sorridente assim que a campainha tocou.

-Oi, baixinha – ele a abraçou pela cintura e beijou sua bochecha depois de aspirar o cheiro de sabonete da pele dela. – Como você está?

- Bem – atordoada depois desse abraço, pensou quando ele lhe soltou. – E você?

- Também. Desculpe ter vindo tão cedo, é que vou fazer um ensaio fotográfico hoje, na verdade, dois. O de uma gestante e depois do bebê dela, com o tema natalino. E vai ser em Campos de Jordão.

- Sério? – arregalou os olhos. – Que coisa mais fofa, amo bebês!

Christopher sorriu largamente do brilho que surgiu nos olhos dela e entraram em casa.

- Quer vim comigo? Você seria minha assistente hoje.

- Não quero atrapalhar você, é o seu trabalho – sorriu quando ele apoiou as mãos em sua cintura, puxando-a para perto.

- Você nunca me atrapalha. Vai ser algo bem demorado, não vou pagar sua diária, mas prometo pagar o jantar depois – sorriu sedutoramente e ela tragou a saliva.

- Tem certeza? – apoiou as mãos no braço dele, estavam tão próximos que se ficasse na ponta dos pés suas bocas se tocariam.

- Tenho sim, baixinha. Vai ser divertido ter você comigo.

- Tudo bem.

- Ótimo, então vai se arrumar correndo, porque temos que estar às treze horas em Campos de Jordão.

Ele a soltou, empurrando-a pela base da cintura em direção ao quarto e dando-lhe um leve tapinha em sua bunda. Um gesto simples e intimo que fez ela se arrepiar por inteiro.

Dulce correu para se arrumar, colocou uma legging preta e uma blusa branca simples, e uma blusa jeans aberta por cima, colocou uma toca na cabeça e calçou seu coturno marrom, pegando uma bolsa pequena da mesma cor. Estava simples, mas arrumada, já que era o trabalho de Christopher.

Quando o encontrou no corredor, ele a olhou de cima a baixo, deixando envergonhada e logo os dois saíram juntos. Resolveram tomar café no Starbucks, pois como ainda iria dar oito da manhã, tinham tempo.

{ ♡ }

Os dois estavam na estrada há quase duas horas, conversavam banalidades e ouviam música, era incrível o quanto se entendiam bem e o quanto gostavam de estar junto, mas ainda eram teimosos demais para se deixarem levarem pelo que sentiam.

- Onde você vai passar o natal?

- Ah, provavelmente em casa – deu de ombros prestando atenção na estrada. – Minha família não mora aqui, os meus amigos vão estar com a família, e por mais que o Alfonso tenha insistido, eu me sinto meio deslocado em ir para casa dele.

- Mas é natal, é a melhor época do ano, Chris. Não pode ficar sozinho.

- Eu prefiro assim, de verdade.

Dulce suspirou alto e olhou pela janela por alguns segundos antes de criar coragem.

- Vem passar o natal comigo – convidou-o.

- Você vai ficar por aqui? Achei que fosse para casa de seus avôs – a olhou rapidamente.

- Eu vou para casa dos meus avôs, mas garanto que eles não vão se importar em receber você.

- Ah, eu ia ficar bem constrangido, Dul – deu ombros. – Natal é uma época especial para família, não quero me sentir um intruso.

- Justamente por ser uma época especial que você não pode ficar sozinho – argumentou virando-se um pouco para ele. – Você realmente acha que vou conseguir me divertir imaginando você sozinho em pleno natal?

- Dul...

- Se você não for comigo, vou ficar em São Paulo com você!

- Não vai não. Você vai para casa de seus avôs.

Dulce apoiou a mão na perna dele e apertou de leve, fazendo-o olhá-la rapidamente.

- Só se você for comigo.

Christopher suspirou.

- Você venceu!

Dulce sorriu largamente e manteve a mão onde estava, acariciando a perna dele, quem também sorria.