Fanfic: Tentadora Paixão | Tema: Adaptada Vondy
Os jardins são muito bonitos — disse Dulce, caminhando devagar para que Christopher empurrasse a cadeira numa velocidade confortável.
As rodas afundavam no cascalho e ele manobrava com dificuldade.
— Um caminho de pedras seria melhor, não seria? — perguntou, impressionada com a força de seus braços.
Ele ficou vermelho.
— Foi sugerido meses atrás que eu fizesse isso, mas sabia que não ficaria numa cadeira de rodas para sempre. Assim, deixei como está.
— Então planejava se livrar da cadeira de rodas?
Ele ergueu a cabeça e dirigiu-lhe um olhar como se pudesse ver, as sobrancelhas franzidas, rugas entre os olhos. Ressentia-se da pergunta, e o ressentimento o fez lembrar novamente quem ele era e o que havia conquistado na vida.
Vendo-o tentar dominar a cadeira no cascalho, ela pensou que talvez não tivesse permanecido naquele estado por que era preguiçoso, mas por que sem visão se sentia exposto. Talvez, para ele, a cadeira de rodas não fosse um meio de transporte, mas uma armadura, uma forma de proteção.
— Estamos perto da sebe? — perguntou, parando por um momento para se localizar.
— Sim, estamos bem em frente a ela.
— Então a piscina é para a esquerda.
Dulce se virou para a esquerda e viu a grande piscina de águas muito azuis em meio ao verde da vegetação.
— A piscina é nova? — perguntou, deduzindo, pelas plantas recém-plantadas ao seu redor.
— Gostaria de dizer que foi minha única extravagância, mas estou renovando o monastério há quase uma década. É um trabalho de amor.
Alcançaram um muro baixo, de pedras, que circundava a piscina, e Dulce foi à frente para abrir o portão.
— Mas por que Taygetos? Por que um monastério arruinado? Você não tem família aqui, tem?
— Não, mas adoro montanhas, é onde me sinto em casa — disse, levando uma das mãos ao rosto para se proteger do sol. — Minha mãe era francesa, criada numa pequena cidade aos pés dos Alpes. Passei a infância fazendo caminhadas pelas montanhas, esquiando, escalando rochedos.
Dulce percebeu que ele continuava tentando proteger os olhos com a mão.
— O sol o incomoda?
— Geralmente uso ataduras ou óculos escuros.
— Tem uma sensibilidade muito grande?
— Sinto dor — admitiu.
Não queria que ele sentisse dor, mas a sensibilidade ao sol lhe deu a esperança de que um dia talvez recuperasse um pouco da visão.
— Quer que eu peça a Pano para pegar seus óculos?
— Não é necessário. Não vamos demorar.
— Mas é tão bom estar fora de casa — disse ela, olhando! em torno da área da piscina, com o jardim florido. — Deixe-me buscá-los, você pode relaxar um pouco, ficar mais confortável.
— Não, apenas encontre uma sombra, ou vire minha cadeira contra o sol.
— Há uma sombra do outro lado da piscina, perto do mu de pedra. — Hesitou. — Devo empurrar a cadeira?
— Posso fazer isso sozinho. Mas, por acaso, enquanto Dulce empurrava a cadeira e
Christopher tentava controlá-la, a parte da frente escorregou na beira da piscina e caiu dentro dela.
Com o coração batendo com força, Dulce caiu de joelhos, horrorizada de o seu paciente ter sido jogado na piscina. Como pudera deixar que aquilo acontecesse? Como pudera ser tão descuidada?
Estavas prestes a mergulhar quando viu Christopher voltar à superfície. Mas a cadeira, não. Enquanto Christopher nadava para a borda da piscina, a cadeira afundava, lentamente.
— Christopher... sinto muito, sinto muito — desculpou-se repetidamente, ajoelhada no deque.
Nunca se sentira tão pouco profissional na vida. Um acidente como aquele era puro descuido. Ele sabia, e ela também.
— Fiz uma curva muito fechada, devia ter prestado mais atenção. Sinto muito.
Ele nadou na direção da voz dela. Debruçando-se, ela estendeu a mão.
— Está quase na borda. Minha mão está bem em frente a você. Está quase conseguindo — encorajou-o, enquanto ele estendia a mão para ela.
Seus dedos se dobraram em torno dos dela. Sentiu um alívio enorme. Ele estava bem.
— Peguei você.
— Tem certeza? — perguntou, sua mão apertando a dela. — Ou eu peguei você?
E com um movimento forte ele a puxou para dentro da piscina. Dulce caiu de barriga, espalhando água. Ele a puxara para dentro da piscina deliberadamente. Não conseguia acreditar. E esse era o pobre, desvalido Christopher Uckermann. Estava longe de ser desvalido. E a enganara três vezes seguidas. Voltando à superfície, procurou-o e o viu encostado calmamente na borda interna da piscina.
— Isso foi mesquinho — disse ela, nadando para ele, as roupas molhadas dificultando os movimentos.
Ele riu e tirou os cabelos do rosto.
Pensei que você acharia refrescante. Ela apertou os cabelos para tirar a água.
— Não queria que você caísse. Jamais desejaria que isso acontecesse.
— Sua preocupação com meu bem-estar é comovente. Sabe, Dul, temia que você fosse como as outras enfermeiras, mas tenho de lhe dizer: você é pior.
Ela engoliu em seco. Merecera isso.
— Sinto muito — disse, sabendo que uma enfermeira responsável jamais teria permitido que uma coisa daquelas acontecesse. Na verdade, se uma de suas enfermeiras deixasse um paciente sob seus cuidados cair numa piscina, ela a demitiria na hora. — Há algum tempo que não trabalho como enfermeira. Como sabe, sou a administradora da empresa.
— Suas habilidades estão um pouco enferrujadas? — perguntou.
— Sim.
Usando a escada, ela saiu da piscina e se sentou no deque, para tirar os sapatos molhados.
— Então, por que você está aqui e não outra enfermeira?
Torcendo a saia para tirar um pouco da água, ela suspirou, derrotada.
— A agência está quase falida. Não podia pagar outra enfermeira. Era eu ou ninguém.
— Mas meu seguro lhe pagou, e eu também.
— Houve despesas sem cobertura e os custos foram praticamente iguais aos lucros.
Não se deu ao trabalho de dizer que Calista precisara de terapia psicológica e recebera uma indenização quando deixara o trabalho com Christopher. E as contas de Calista tinham sido muito altas!
— Acho que é melhor eu pegar sua cadeira — disse, sem querer pensar nos problemas da agência.
— Preciso dela. Você nada bem?
— Sei nadar.
— Não está inspirando muita confiança, Dul. Ela sorriu.
— Vai ficar tudo bem.
E ficaria. Não entraria em pânico quando segurasse a respiração ou nadasse no fundo da piscina. Apenas mergulharia, agarraria a cadeira e a levaria para cima.
Ele suspirou.
— Você está apavorada.
— Não.
— Você não nada muito bem.
Ela deixou escapar um pequeno som de exasperação.
— Nado muito bem. Só não gosto de águas profundas. Fico... nervosa.
— Claustrofóbica?
— Oh, é uma bobagem, mas... — parou, sem querer contar. Não queria que se divertisse à custa dela. Era um medo real, e não havia muito que pudesse fazer sobre o assunto.
— Mas o quê?
— Tive um acidente quando era pequena. — Ele ficou calado, e ela sabia que estava esperando pelos detalhes. — Estava brincando de mergulhar com uma menina. Jogávamos moedas na piscina e mergulhávamos para pegá-las. Bem, nessa piscina de hotel havia um enorme dreno no fundo e, de alguma forma... — Parou, sentindo-se mal com a lembrança. — A sucção era muito forte e as tiras do meu biquíni ficaram presas. Eu não conseguia tirá-las nem me livrar do biquíni. Christopher ficou calado e Dulce tentou sorrir.
— Eles me tiraram, claro. Mas... — Sentiu um tremor doloroso, uma lembrança do pânico e de como fora. — Fiquei apavorada.
— Quantos anos tinha?
— Seis.
— Você devia ser uma boa nadadora para brincar de mergulhar numa piscina funda aos 6 anos.
Ela deu uma pequena risada.
— Acho que era um pouco rebelde quando pequena. Minha babá... — Parou, mudou a frase. — De qualquer maneira, depois disso, não quis mais nadar, especialmente em piscinas grandes. Desde então, só nado no raso. Meio sem graça, mas seguro.
Dulce sentia que Christopher a estudava, embora não pudesse vê-la. Estava tentando compreendê-la, ajustar o que pensava que sabia sobre ela com essa informação.
— Faço um acordo — disse ele finalmente.
— Que tipo de acordo?
— Vou buscar minha cadeira se você não olhar enquanto tiro a roupa. Não posso mergulhar vestido.
Dulce tentou não rir.
— Está com medo de que eu o veja nu?
— Estou tentando protegê-la. Você tem pouca experiência recente de trabalho de campo. Temo que minha... nudez... possa impressioná-la.
Ela sorriu.
— Certo.
— Certo o quê? Certo, você me olha? Ou, certo, você polidamente desvia o olhar?
— Certo, eu polidamente desvio os olhos.
— Endaxi — disse ele, ainda na piscina —, tudo bem. — E começou a tirar as peças de roupa, uma a uma.
E, embora Dulce tivesse prometido não olhar, a situação era tentadora demais.
Ela olhou e descobriu que ele tinha um corpo sensacional, apesar do acidente e dos ferimentos horríveis. Seu torso era poderoso, com músculos bem torneados, e suas pernas eram longas e bem feitas.
Sem as roupas, ele mergulhou e nadou para o fundo, com braçadas fortes e poderosos. Embora não pudesse ver, estava indo na direção certa. Levou pouco tempo para localizar com precisão a cadeira, pegou-a e nadou de volta, puxando-a.
Inacreditável!
Quando Christopher chegou à superfície, com a cadeira, Pano e uma das empregadas chegaram correndo com uma grande pilha de toalhas.
—Ucker— chamou Pano —, o senhor está bem?
— Estou ótimo — respondeu Christopher, levando a cadeira para a beira da piscina.
Pano a pegou, virou-a de lado para a água escorrer. Virou do outro lado, e mais água saiu. Entregou a cadeira à empregada, que começou a enxugá-la vigorosamente.
Prévia do próximo capítulo
Enquanto isso, Christopher pusera as mãos no deque de pedra, erguera-se e saíra da piscina usando apenas os músculos dos braços. Era muito mais forte do que parecia, muito mais capaz de cuidar de si mesmo do que ela pensara. Não precisara de ninguém para sair da piscina. Provavelmente, não precisava que cuidassem d ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 26
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julia_souza_ Postado em 21/07/2018 - 13:21:27
Tem mais de um ano que você não posta, não abandona a fanfic não!!! Continua por favor.
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Lilly Perronita Postado em 10/04/2017 - 23:29:29
ooooown, agora siiim
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Lilly Perronita Postado em 05/04/2017 - 23:36:11
Dulce vai arregar agora? Que isso!! Hauahaua e adorei ela jogando essas verdades na cara do Ucker
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Lilly Perronita Postado em 04/04/2017 - 16:41:21
huuuum que chique!!!!
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Lilly Perronita Postado em 30/03/2017 - 13:37:22
O que gosto da fic é que conta bastante detalhes e vc posta bastante hahaha eles já estão super envolvidos hahahaa
Juliana_ Postado em 03/04/2017 - 12:32:04
Postadoooooo
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Lilly Perronita Postado em 28/03/2017 - 17:48:47
eu tenho uma fic vondy tbm, se puder dar uma passadinha lá depois!! beijooos https://fanfics.com.br/fanfic/56211/meu-programa-de-tv-favorito-vondy
Juliana_ Postado em 29/03/2017 - 22:31:49
OIEEEEEE MUITO OBRIGADO POR COMENTAR. Eu li sua fanfic e gostei posta missssss lá em. POSTADOOOOOOOO
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Lilly Perronita Postado em 28/03/2017 - 17:48:16
Muito boa a sua fic!! Ucker era bem rígido e dificl de dobrar hein? Dulce teve bastante paciência. Mas esse jeitinho dela acabou virando contra o feiticeiro e ela se envolveu mais do que devia (ou que queria hhahahaha) continua que quero saber o desenrolar dela!!!!! hahah
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Lilly Perronita Postado em 28/03/2017 - 17:35:11
oieeee favoritei e estou lendo!! Amei que vc escreve bastante!!! vou terminar de ler e já comento
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Anja Candy Postado em 16/09/2016 - 06:28:03
Juli ce vai mesmo abandonar a Fic??
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Anja Candy Postado em 12/09/2016 - 06:38:06
Julita sua gostosa, cadê os capítulos?? Já faz 5 dias, 5 DIAS, sem capítulo!!! HELLOW, volta aqui logo que eu quero saber das coisas vondy!! N vejo a hora de rolar o beijo vondy!! Arrase logo com os demais capítulos!! Beijos^-^