Fanfic: Tentadora Paixão | Tema: Adaptada Vondy

— Temem pelo senhor, Sr. Uckermann — acrescentou com calma —, e eu também. O senhor precisa de ajuda.
— Isso é absurdo. Se meus médicos estão preocupados, estariam aqui. E você... você não me conhece. Não pode en­trar aqui e fazer uma avaliação baseada em dois minutos de observação.
— Posso, por que cuidei do seu caso desde o primeiro dia, quando teve alta do hospital. Ninguém sabe mais sobre o senhor e os cuidados diários de que precisa do que eu. E se o senhor sempre foi deprimido, veremos se é uma questão de personalidade, mas se seu desespero é atual...
— Não há desespero. Só estou cansado.
— Então vamos cuidar disso, está bem? —Dulce abriu sua agenda de couro e fez algumas anotações. Todo o cuidado era pouco naquele momento. Tinha que proteger sua agência e sua equipe. Aprendera a documentar tudo.
— É trágico que o senhor ainda esteja em sua atual con­dição, trágico isolar-se aqui em Taygetos, quando há pessoas esperando pelo senhor em Atenas, pessoas que querem que o senhor volte para casa.
— Vivo aqui permanentemente agora.
— Não tem intenção de voltar?
— Levei anos renovando este monastério, transformando-o em uma casa moderna que atendas minhas necessidades.
— Isso foi antes de o senhor se ferir. Não é prático para o senhor viver aqui agora. Não pode voar...
— Não me diga o que não posso fazer.
— Não é fácil para seus amigos e para sua família visita­rem o senhor. Está totalmente isolado aqui...
— É assim que quero.
— Mas como pode se recuperar totalmente quando está sozinho no que é um dos lugares mais remotos da Grécia?
Ele virou a cabeça, revelando um perfil muito forte e or­gulhoso.
— Esta é minha casa — repetiu com teimosia, num tom bastante frio e rude.
— E sua empresa? Os negócios? Desistiu deles também, junto com seus amigos e sua família?
— Se esta é sua maneira de cuidar de doentes...
— Oh, é — garantiu, sem se desculpar. — Sr.Uckermann, não estou aqui para tratar o senhor como inválido. Estou aqui para ajudá-lo a se levantar de novo.
— Não vai acontecer.
— Porque o senhor gosta de ser desvalido ou porque está com medo da dor?
Por um momento ele nada disse, o rosto mais pálido. Fi­nalmente, encontrou a voz.
— Como ousa? — exigiu. — Como ousa entrar dançando na minha casa...?
— Não foi exatamente uma dança, Sr.Uckermann. Le­vei dois dias para chegar aqui e isso incluiu aviões, táxis, ônibus e burros.
Ela sorriu suavemente. Este era o último lugar em que gostaria de estar e aquela era a última pessoa de quem gos­taria de cuidar.
— Faz quase um ano que o senhor se acidentou — conti­nuou. — Não há nenhuma razão médica para o senhor estar tão desamparado como está.
— Vá embora.
— Não posso. Não só não há lugar nenhum para ir, já que está escuro demais para um burro descer a montanha, como deve saber.
— Não sei. Sou cego. Não tenho idéia de que horas são.
Ela enrubesceu. Sentiu vergonha e desgosto. Não por ela, por ele. Estava enganado se pensava que sentiria pena dele, e se pensava que a intimidaria, estava errado de novo.
Podia gritar e quebrar coisas, mas ela não se acovardaria como um cãozinho. Era um grego famoso, com uma empre­sa que valia 1 bilhão de dólares, mas isso não lhe garantia respeito, que tinha de que ser conquistado, não obtido auto­maticamente.
— Quase 16h, Sr.Uckermann. Metade da montanha já está escura. Não poderia voltar para casa mesmo se quises­se. Seus médicos me autorizaram a ficar, portanto, fico. E isso ou vai para uma instituição de reabilitação em Atenas. A escolha é sua.
— Grande escolha.
— Não, não é. —Dulce pegou um dos vidros de remé­dio e tirou a tampa para ver quantos comprimidos restavam. De um total de 30, havia apenas três. A receita era da semana anterior.
— Ainda sem dormir, Sr.Uckermann?
— Não consigo.
— Então ainda sente muita dor?
Provavelmente viciado em analgésicos. Acontecia com muita frequência. Mais uma luta à frente.
— Como se isso a incomodasse!

Mas trade eu posto mais espero que estejam gostando