Fanfic: Harry Potter e os Pesadelos do Passado | Tema: Harry Potter
Harry Potter e os Pesadelos do Passado
Capítulo 01
O barulho da chuva tamborilando nas janelas do quarto fez Harry Potter acordar assustado. Ofegante e suado, Harry afastou as cobertas e sentou-se na cama. Ao seu lado, Gina dormia tranquila e profundamente como sempre, afinal, ela não tinha aqueles pesadelos, noite após noite, invadindo seus sonhos.
Os pesadelos eram marcas que Harry sabia que carregaria para sempre. Eles aconteciam desde os tempos de Hogwarts, quando, incapaz de repelir Lord Voldemort, se via obrigado a entrar em sua mente e observar o mundo através de seus olhos cruéis e frios. Mas agora era diferente, os pesadelos vinham para lembrar-lhe tudo o que passara para estar vivo, o que, Rony sempre lhe lembrava: “era muita sorte, colega”.
Harry se curvou para a esposa, deu-lhe um beijo na testa e levantou-se para se preparar para mais um dia de trabalho. Gina se mexeu ao seu toque, mas não acordou.
Como em todas as manhas do período letivo, a casa estava silenciosa. Quando os filhos estavam de férias, Harry tinha que ralhar com eles para que, pelas barbas de Merlin, deixassem Gina dormir, quando eles estavam em Hogwarts, porém, sentia falta de todo o barulho.
Harry abriu a porta do banheiro devagar para não acordar Gina. O espelho já não mostrava mais um garoto de dezessete anos, com a educação incompleta e assustado com o que o destino lhe reservara, mas sim um homem adulto que passara por coisas na vida que a grande maioria das pessoas jamais conseguiria imaginar. Harry deixara a barba crescer, mas sempre a mantinha bem cuidada, uma das exigências de seu trabalho como auror. A cicatriz em forma de raio, agora escondida pela franja bagunçada, deixará de ser a única em seu corpo a muito tempo. Tirando as roupas para tomar banho, uma cicatriz feia se destacava em seu braço, deixada por um comensal da morte rebelde, um dos tantos que, após a batalha de Hogwarts, resolveram que era sua vez de iniciar uma nova era das trevas. Felizmente a maioria deles fora capturada antes de suas ações afetarem os trouxas; em suas costas, uma pequena cicatriz lhe marcava na altura das costelas, Harry sorriu ao passar os dedos pela marca, afinal, ela fora causada por um grande amigo, um tanto desastrado: Neville Longbotton, em uma divertida ceia de Natal na casa dos Weasleys.
Harry ouviu Gina se levantar e se apressou, se tinha algo que Gina herdara na mãe, fora a habilidade de fazer um excelente café da manhã. Quando estava se vestindo, a voz da esposa veio da cozinha:
– Harry, se apresse, não esqueça que Neville lhe pediu para encontra-lo no ministério hoje!
Harry bateu na própria testa. Esquecera-se completamente de Neville. Apontou a varinha para a escrivaninha um pouco apressado.
– Accio óculos!
Os óculos saltaram da escrivaninha com um pouco mais de velocidade do que ele esperava, e uma das hastes o acertou em cheio no olho direito.
– Ainda bem que Rony não está aqui... – murmurou, lembrando-se vagamente de uma situação parecida, há muitos e muitos anos.
O cheiro de ovos e bacon chegou até o quarto e Harry se apressou um pouco mais.
– Harry, o que você fez com seu olho? – Perguntou Gina, fitando-o de relance.
– ah... nada, foi só...
Gina sorriu.
– Foram os óculos de novo, não é? Você sempre faz isso. Venha cá.
Harry aceitou, envergonhado, que Gina fizesse um feitiço que desinchou um pouco o olho vermelho. Ela recuou um pouco, observando atentamente seu rosto.
– É, ficou muito bom. O famoso Harry Potter não pode aparecer no ministério com um olho roxo, não é?
Harry sorriu.
– É, provavelmente inventariam um novo Lord Voldemort se isso acontecesse.
Harry ficou observando Gina enquanto comia seu bacon. No passado a simples menção daquele nome a faria derrubar os talheres, mas felizmente Lord Voldemort ficara no passado, e até hoje, o ministério não tivera problemas maiores do que alguns bruxos rebeldes tentando iniciar algum tipo de rebelião, e criaturas mágicas fugitivas invadindo o mundo dos trouxas.
– Harry? Harry? – Chamou Gina, entalando os dedos na frente de seus olhos. Harry a fitou. – Rony está aqui. – Disse, apontando para a lareira, onde a cabeça de Rony flutuava nas chamas.
– Rony! – Exclamou Harry.
– É, é, e aí? – A cabeça de Rony se espichou um pouco, tentando ver em cima da mesa. – Harry, isso aí é bacon? Hermione ficou maluca! Ela está fazendo comidas saudáveis e bonitinhas em todas as refeições, você tem que me ajudar, colega!
Harry sorriu e jogou um pedaço de bacon na boca de Rony.
– Obrigado, Harry, você salvou minha vida! – disse, de boca cheia. – Escute, Neville falou com você? Parece que o segundo ano de Hogwarts vai fazer uma excursão no ministério e ele vai levar os pestinhas...
“Rony”!
Harry sorriu ao ouvir a voz de Hermione do outro lado da lareira.
– O que foi? – Perguntou Rony. – Eles são um horror, nós não éramos assim! – Hermione começou a protestar, mas Rony a cortou. – Acho que ele vai querer que eles conheçam o famoso Harry Potter, então se prepare para uma enxurrada de olhares e perguntas hoje!
O sorriso de Harry murchou.
– Bem, o que se pode fazer? Vejo você lá em dez minutos, Rony.
Com um estalido a cabeça de Rony desapareceu. Dez segundos depois, porém, ela voltou a aparecer.
– Que tal uns ovos agora, hein? Hermione quer que eu coma granola! Vê se pode!
Harry fez um prato cheio para Rony, imaginando que aquele seria um longo dia no ministério.
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Autor(a): Fábio
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