Fanfic: Harry Potter e os Pesadelos do Passado | Tema: Harry Potter
Harry Potter e os Pesadelos do Passado
Capítulo 03
Harry desatou o nó da gravata e a jogou em cima da escrivaninha de canto. Seu escritório ficava no Quartel-General dos Aurores, nível 02 – Departamento de Execução das Leis da Magia. Era uma salinha pequena, dividida com outros três aurores, inclusive Rony, que acabara de entrar no Quartel com um grande maço de papeis em mãos.
– Gilderoy Lockhart lhe escreveu de novo, Harry – Disse Rony, jogando a papelada e a carta em cima de sua mesa. – Ele diz que você não responde suas cartas há dezenove anos, mas não vai desistir. Completamente biruta.
Harry revirou os olhos para o teto. Sentia certa pena de Gilderoy Lockhart, seu professor de defesa contra as artes das trevas do segundo ano, irreparavelmente obtuso, e que perdera a memória tentando fazer o mesmo com ele e Rony. O professor agora residia em uma seção permanente do Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. O problema é que ele lhe escrevia semanalmente desde que Lord Voldemort fora derrotado, como se fossem grandes amigos.
Harry apanhou a varinha e fez a carta voar até a lixeira com displicência, ela fez um arco por cima das divisões do escritório e caiu certeira no alvo.
– Eu diria que foi um sete e meio, talvez um oito. – Comentou Rony. Ele apanhou um documento de aparência oficial, amassou e arremessou, como se fosse um jogador de basquete. – Isso que é um dez! – Comemorou, quando a acertou o alvo.
– Esse documento não era importante, Weasley? – Perguntou uma voz forte e de aparência chateada, da porta do escritório.
O sorriso de Rony murchou e o de Harry aumentou quando os dois se viram cara a cara com um homem alto, negro e de aparência importante: Quim shacklebolt, o ministro da magia.
– Ah, bom dia ministro... o documento, sabe... é que... – encabulou-se Rony.
Mas de repente Quim suavizou a expressão e abriu um grande sorriso para os dois velhos amigos.
– Está tudo bem, Rony, eu sei como todos esses formulários irritam, e deus do céu, como a maioria deles parece inútil – Disse Quim, dando um tapinha em suas costas. Ele olhou saudoso o aposento. – Sabem, as vezes sinto falta de trabalhar como Auror, a vida tinha muito mais ação.
Harry entendia o que Quim queria dizer. Por mais perigoso que fosse o trabalho como Auror, ao menos nesta profissão se poderia sempre estar viajando, espionando, desvendando mistérios e perseguindo bruxos das trevas. Já a vida como Ministro da Magia, embora mais lucrativa, se resumia a assinar papeis atrás de uma escrivaninha e receber Diplomatas de outros países para reuniões importantes, que de importantes não tinham nada. Assim como Harry e Rony, Quim era um homem de ação e, de fato, o trabalho como ministro o deixava entediado.
– Acho que já tivemos ação suficiente para uma vida inteira, não concorda, ministro? – Perguntou Harry.
Quim considerou suas palavras por alguns momentos, e então soltou uma gargalhada.
– Sabe, Potter, acho que você tem razão.
Rony, que se sentara em sua mesa, e ao menos fingia ler os papeis que trouxera, levantou os olhos para os dois.
– Mas se bem que um pouco de ação não seria nada mal, hein? Isso aqui tem estado meio parado nos últimos... cinco, seis anos. Não que não seja uma coisa boa, é ótimo, sinal de que não existem mais tantos bruxos das trevas arriscando se revelar por aí, mas pô, eu não aguento mais ler esses pergaminhos.
– Você nem está lendo – cutucou Harry.
Rony, dignamente, não respondeu. Harry se virou para Quim.
– Mas o que o traz aqui, ministro, aconteceu alguma coisa?
Quim olhou atentamente para os dois outros aurores na sala, Heitor Adams e Samuel Wright, ambos eram jovens, haviam terminado Hogwarts a pouco tempo e pareciam absortos em suas papeladas, muito mais atentos ao conteúdo do que Rony, ao menos. Quim balançou a cabeça, aprovando.
– Na verdade, sim, será que vocês dois podem me acompanhar até meu escritório?
Harry olhou de esguelha para Rony. Quim poderia ter mandado qualquer funcionário do ministério para chama-los ao seu escritório, não precisava vir pessoalmente. Será que ele realmente estava entediado e resolvera esticar um pouco as pernas, ou algo realmente urgente acontecera?
Harry se levantou da cadeira e viu que os olhos de Wright e Adams haviam parado de percorrer o pergaminho e estavam fixos em um ponto das páginas. Então outro pensamento lhe ocorreu.
– Talvez você tenha vindo aqui pessoalmente, Ministro, por que precisava de algo deste escritório?
Os olhos de Quim se fixaram nele por alguns segundos.
– De fato, você aprendeu a ser um bom Auror, Potter. Na verdade, eu sabia que vocês não leriam os pergaminhos, por isso vim buscar um deles em especial pessoalmente.
Ele apanhou a varinha e apontou em direção a lixeira, o pergaminho que Rony amassara e jogara ali mais cedo voou até sua mão e se desdobrou, ficando liso como antes. O lacre ainda estava intocado, e Harry pode ver que o brasão do Ministro estava marcado na carta.
– Sigam-me, por favor. – Pediu Quim, dando as costas a seção dos aurores.
Harry e Rony se olharam por alguns segundos, então seguiram Quim. Antes mesmo que os passos dos dois sumissem, Wright e Adams já estavam conversando sobre o ocorrido.
Autor(a): Fábio
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