Alfonso abriu a porta de sua cobertura, entrando com Patricia. Viu o queixo da loira cair. Era tudo no mais perfeito luxo. Uma decoração impecável em cores pastéis.
- Você decorou? - perguntou olhando tudo. As paredes de vidro revelando uma vista maravilhosa da praia de Copacabana.
- Na minha empresa tem as melhores decoradoras. - ele disse dando pouco caso. - Venha, vamos conhecer esse andar. - mostrou todos os cômodos do primeiro andar e logo em seguida subiu com ela para os quartos. Apresentou as 4 suítes e depois a sua própria. Tudo impecável.
- Essa cama. - se jogou na enorme cama de casal.
- Só não abra o meu closet ok? - a loira franziu a sobrancelha.
- Porque? Preciso por minha mala lá.
- Põe no quarto de hóspedes. - tirou a camisa. - Mas não mexa aqui.
- O que tem aí dentro? - curiosa.
- Se fosse para você saber, eu deixaria que entrasse. São coisas pessoais, Patricia. Respeite o meu espaço.
- Grosso. - disse com raiva. Alfonso não deu a mínima.
- Vou preparar algo para comermos. - ele disse saindo do cômodo. - A piscina fica no terraço, dê uma olhada.
Alfonso se dirigiu para a cozinha, gostava de cozinhar também, era uma maneira de relaxar. Sua relação com Patricia já durava quase 2 anos, porém estava desgastada. A moça era ciumenta e controladora. Mesmo namorando com ela há um tempo, era a primeira vez que a trazia ao Brasil, Patricia morava no Canadá assim como ele. Alfonso estava cansado dela, não a amava e sabia que nunca seria capaz de amar alguém como um dia amou Anahi.
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O clima em búzios era bom. Anahi em uma espreguiçadeira ao lado da irmã. As duas como óculos solar na cara. Valéria tinha um tom de pele maravilhoso e buscava obter suas amadas marquinhas solares. Já Anahi por ser banca demais, usava sempre protetor. Tisha estava em baixo do guarda sol lendo uma revista enquanto Isa brincava em sua piscina infantil sob os olhares cuidadosos da avó. Manu tomava sol no deck, e Joaquim dentro da piscina jogava vôlei com Maicon, filho de Cida, pois Tisha havia liberado o menino a ficar ali.
- Manu! - Anahi chamou a filha. - Venha aqui. - a menina veio. - Passa protetor no rosto, minha filha. - sentou na espreguiçadeira, puxando Manu para o seu colo.
- Não mãe. - reclamou. - Eu quero ficar com marcas igual a da tia Val. - apontou a tia que tomava sol de bruços.
- Manu, a única coisa que você vai conseguir é ficar vermelha. Eu já te expliquei isso. - passando protetor no rosto da filha.
- Que droga. - reclamou.
- Sou o exemplo dessa garota. - Valéria se achou.
- Não exagere, querida. - Manu disse. - Só queria ficar com marquinhas iguais as suas.
- Reclama com Deus, coisa fofa da titia. - soprou um beijo no ar e Anahi riu.
- Ah, então vocês vieram para Búzios e não me chamaram?
Valéria saltou da cadeira ao escutar aquela voz. Não podia ser. Era Beto com uma branquela agarrada no braço dele.
- Beto, meu filho. - Tisha disse indo até ele. - A Val não te chamou? - encarou a filha que apenas levantou o óculos de sol.
- Não tô acreditando. - sussurou para si mesma.
Beto foi até Isa que já choromingava e chamava "papai" estendendo os bracinhos para ele que não se importou em pegar a filha no colo toda molhada. Beto cumprimentou todos, menos Valéria que encarava a tal branquela.
- E essa ai, quem é? - a morena disse finalmente.
- Ah, essa é a Esther. - Beto falou um pouco sem graça.
- Namorada dele. - completou Esther.
Valéria se engasgou com a própria saliva, era como se o chão se abrisse aos seus pés. Anahi e Manu a encararam, sabiam o que ela estava sentindo pelo olhar.
- Interessante. - foi o que ela disse. - Felicidades Roberto. - desejou com toda ironia possível e claro que ele percebeu.
- Essa é Val, minha melhor amiga e mãe da minha filha. - apresentou. Esther sorriu, mas Valéria continuou seria, voltando para sua espreguiçadeira.
- Beto, você vai ficar não é?
- Eu acho melhor ficar num hotel. - disse encarando Valéria que olhava para o nada.
- Você é meu filho, não vai ficar em hotel algum. - riu. - Cida! - chamou a empregada que logo apareceu. - Arruma um quarto para eles. - ela assentiu e os dois a seguiram. Antes Beto deixou Isa com a avó.
- O tio Beto é um babaca. - Manu se pronunciou sentindo por Valéria. - Não liga pra ele, tia. - disse toda fofa.
- To chocada. - Anahi falou. - Ele trouxe a mulher para cá e ...
- Somos amigos, Any. Ele tem direito de ser feliz com quem quiser, e se ele estiver bem, eu também estou. Sempre foi assim e não será diferente. Eu só quero ele feliz e mais nada. - suspirou. Anahi sabia que era mentira, mas conversaria outra hora com ela.
Manu encarou Joaquim na piscina e pensou nele lhe apresentando uma namorada, seu estômago revirou e ela logo tratou de afastar os pensamentos.
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O almoço entre Poncho e Patricia foi silencioso. O moreno havia preparado um macarrão ao molho branco que estava muito bom.
- Quer vinho? - a loira assentiu. Ele foi até o bar que tinha na parede e pegou uma garrafa. Serviu a metade da taça aos dois e voltou ao seu almoço.
Quando terminou tudo, Alfonso recolheu os pratos e pôs tudo na lavadora de louças.
- Aconteceu alguma coisa? - Patricia disse não suportando mais o silêncio do namorado.
- Não. - respondeu simples.
- Quero pegar um bronze na piscina. Vamos? - sugeriu.
- Eu prefiro descansar, mas se quiser ir, a vontade. - Patricia o olhou e em seguida subiu as escadas.
Depois que Patricia subiu para a cobertura, Poncho ficou sozinho no quarto, finalmente. Deitou na cama e deixou se levar pelos pensamentos. Ele não gostava de vir ao Brasil, todas as vezes que pisava no país, a lembrança de Anahi não o deixava em paz. Era incrível, já havia se passado quase 14 anos e em todos esses anos ele nunca conseguiu apagar aquele rosto de sua mente.
- Ah Anahi. - ele murmurou sozinho. - Porque você fez isso com nós dois? - suspirou tristemente. Se tinha algo que Alfonso guardava era muita mágoa, por tudo que ela disse, pelo egoísmo, pela falta de compreensão e por ter jogado todo seu amor e a vida que ele sempre sonhou em ter ao lado dela no lixo. O moreno suspirou e afastou os pensamentos. - Que ela se foda. - pegou o notebook afim de resolver alguns problemas da empresa.
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O almoço na casa dos Portilla era animado. Todos sentados a mesa conversando. Quem não estava muito feliz era Valéria que tentava dar comida a filha, era a única que não falava.
- Dona Anahi. - Cida apareceu onde todos almoçavam. Anahi a encarou. - Seu Marcelo acabou de chegar. Posso pedir para que ele entre?
- O que esse cara tá fazendo aqui, mãe? - cruzou os braços, parando de comer e encarando a mãe.
- Claro Cida. - sorriu para a empregada, ignorando o comentário da filha.
- Ih, vai dá merda... - Valéria disse tirando Isa da cadeira alta e colocando em seu colo.
- Porque chamou ele pra cá? - Manu disse revoltada.
- Manuela, tenha o mínimo de educação por favor. - pediu.
- Você sempre estragando tudo. - jogou com força os talheres sobre a mesa e levantou, saindo em seguida.
- Manu! - Tisha chamou fazendo menção de levantar.
- Deixa, mãe. - Anahi a impediu. - Ela quer chamar atenção. E você, Joaquim. - encarou o garoto. - Nem pense em ir. Termine seu almoço primeiro. - ele assentiu e Anahi voltou a comer seu almoço.
Marcelo apareceu na cozinha e falou com todos.
- Que saudade amor. - deu um selinho em Anahi. - Cheguei em boa hora.
- Senta aí. - Tisha apontou a cadeira ao lado da filha. Cida logo chegou com um prato e serviu o almoço a ele.
- Quem é amor? - Esther sussurou para Beto.
- Namorado da Annie. - respondeu encarando Valéria que ainda dava comida a filha. - Quer ajuda? - perguntou a morena.
- Não preciso de ajuda. - limpou a boquinha da menina, nem sequer o olhou. - Faço isso todos os dias.
- Você ainda não almoçou. - Beto disse. Valéria não era assim e ele estava preocupado. Não gostava desse jeito dela.
- Almoço depois. Primeiro minha filha tem que se alimentar. - respondeu dura.
- Porque você não dar de mamar para ela? - se meteu Esther.
- Você tem filhos? - finalmente Valéria encarou os dois. A mulher negou sem entender. - Pois então, deixe suas opiniões para quando tiver os seus. Da minha filha, cuido eu. - Esther ficou sem graça e encarou Beto, esperando que ele a defendesse.
- Não precisa falar assim. - Beto sorriu amarelo, deixando a amiga com mais fúria.
- Cida, pode servir a sobremesa? - pediu tentando cortar aquela conversa. A empregada assentiu e saiu.
- Cadê a sua filha? - Marcelo perguntou a Anahi.
- Subiu. Está meio indisposta. - mentiu.
O resto do almoço foi meio tenso. Mas ainda assim Marcelo puxava conversa com todos.