Fanfic: Sempre vou ser sua FÃ - AyD (adaptada) | Tema: Portinon

    Eu estava arrasada? Sim, estava! Eu estava brava com Maite? Muito! Mas ok, de fato, realmente não era culpa dela! Por que raios eu deveria achar que ela deveria sair da aula mais cedo para poder me acompanhar na realização do MEU sonho? É lógico que ela não deveria fazer isso...

O erro era meu... nem o celular dela eu tinha! E essa foi a primeira coisa que eu fiz depois disso.

Eu estava chateada, mas tentava não demonstrar. Porém Maite sabia o que eu estava sentindo e se sentia muito culpada. Fomos almoçar no shopping e ela insistiu muito para pagar o meu almoço, pois essa era a forma que ela tinha arrumado de se desculpar comigo. Não aceitei, lógico! Comemos no Mc Donald`s, eu tenho evitado comer em fast food, mas eu achava que merecia algo para me animar então logo mandei um big tasty. Maite pegou um big mac.

Maite: Anahí, mas me conta, por que você é apaixonada por essa mulher?

Anahí: Eu não sou "apaixonada"! Eu sou fã! Ser fã é diferente, é admirar muito o artista, acompanhar e apoiar seu trabalho... Enfim, é ama-la de um jeito diferente... não é estar "apaixonada"!

Maite me olhou com um sorriso sarcástico.

Anahí: Perae! Não... eu não sou lésbica! Sou hétero! Tenho um namorado no Brasil.... Eu só sou fã da Dulce!

Maite: Espera até chegar a "idade da decisão" - disse rindo.

Anahí: Deixa de besteira!

Maite: Vai me dizer que se ela desse uns pegas em você, você recusaria?

Eu fiquei lembrando do "quase beijo" que tivemos nas vezes que nos vimos! Essa dúvida já tinha passado na minha cabeça. Mas logo passava sem eu chegar a nenhuma conclusão, afinal, era obvio que isso nunca aconteceria!

Maite: huuuuum demorou pra responder é porque é verdade!

Anahí: Lógico que não. Eu estava analisando os fatos! Mas... eu recusaria...

Maite: Se a mulher que você mais ama no mundo estivesse te dando bola, você recusaria? Du-vi-do!

De fato eu não conseguia imaginar, parecia irreal demais para mim.

Anahí: Você já ficou com alguma mulher?

Maite: Não, mas já tive curiosidade! - ela me disse sem problemas. Achei estranho em ela falar assim tão naturalmente sendo que nem nos conhecíamos direito.

Anahí: Eu nunca me imaginei! - mentira né? Se já havia passado pela minha cabeça.

Maite: Nem com a Dulce?

Anahí: Lógico que não! - respondi rapidamente.

Maite: Então você não é tão fã assim! - disse rindo.

Anahí: Ser fã é outra coisa, você não entende...

Depois de almoçar, ainda demos uma volta pela cidade antes de voltar para casa. Conversando com Maite a raiva até passou. Ela era super divertida, animada e alto astral. Ela tinha um jeito bem parecido com o meu, e isso parecia ser ótimo.

No domingo, aproveitamos o dia também para conhecer mais coisas na cidade. Fomos para a Basílica de Guadalupe e em alguns museus que aos domingos, são de graça. Foi maravilhoso conhecer os pontos turísticos.

Segunda-feira fui para a universidade de manhã, assim poderia aproveitar o dia inteiro para conhecer a cidade, ou fazer trabalhos, caso precisasse.

As aulas foram cansativas, mas eu já estava começando a me acostumar com o espanhol então já estava mais habituada para entender o que os professores diziam, com mais clareza.

Chegando em casa fui surpreendida por 2 entrevistas de emprego que marcaram comigo através do e-mail, para terça-feira às 9:00 da manhã! As duas!

Anahí: E agora? O que faço? - perguntei depois de mostrar os e-mails para Maite.

Maite: Coyoacan é muito perto daqui!Em 10 minutos você deve conseguir chegar lá de ônibus! Agora esse bairro Miguel Hidalgo, é mais longe, se não me engano!

Anahí: Melhor ir na mais perto para não me atrapalhar nos estudos não é?

Maite: Depende... Não adianta você trabalhar perto mas não gostar do tipo de trabalho. O que é cada um?

Anahí: Esse mais perto parece ser de uma editora, mas não dá muitas informações. Agora esse mais longe não tenho ideia! É um e-mail pessoal e vaga só dizia para mandar o currículo.

Maite: Ah! Se os dois não tem informações, vai no mais perto! Pelo menos esse o e-mail parece ser de empresa! Agora esse outro é um e-mail pessoal, vai saber né??? Vai que é uma emboscada...

Anahí: É...você tem razão...

O restante do dia, fiquei fazendo o trabalho da pós, mas nada me tirava da cabeça que eu deveria tentar a entrevista no lugar mais distante. Era como se tivesse uma pulga atrás da minha orelha insistindo para ir para lá.

No dia seguinte resolvi seguir minha intuição. Ah! O que eu tinha a perder? A vida? É, talvez....Mas eu nunca ia descobrir se não tentasse.

Eu fui para a entrevista e saí bem cedo de casa. Eu tinha perdido o evento da Dulce, não queria perder uma entrevista.

No caminho fiquei pensando se eu estava fazendo alguma burrada. Não era muito melhor trabalhar perto de casa? Assim sobraria tempo para estudar e correr atrás da Dulce, lógico.

Apesar dessas ideias rondando minha cabeça, eu não tinha a menor vontade de pegar um ônibus de volta e ir para a outra entrevista. Eu achava que deveria continuar ali!

Como saí cedo, eu cheguei muito cedo! Ótimo! Melhor chegar cedo do que atrasada! Ainda mais o lugar sendo tão longe.

Fiquei lá, sentada, esperando enquanto mexia no celular. Aproveitei parar procurar eventos da Dulce, ou era melhor perguntar para Maite, a timeline dela parecia ser bem mais atualizada que a minha.

Chegou uma menina e perguntou para a recepcionista sobre a entrevista. "Droga!Uma concorrente" pensei enquanto a vi sentando no sofá da sala de espera. Dois minutos depois, chegou outra, depois outra...e outra. Aí chegou um rapaz! E depois, mais dois rapazes juntos. E o número crescia: vieram 4 juntas. Outra sozinha. Mais uma, acompanhada de um rapaz... mas era apenas o namorado...er... menos um concorrente? Tanto faz, porque para compensar, chegava mais 2 homens. Quantos tinham sido chamados para entrevista? O México inteiro? Deu vontade de avisar que em Coyoacán estava tendo uma entrevista para uma vaga ótima! Quem sabe assim algumas pessoas caíam fora de lá? Até seria uma boa ideia, mas eu não tinha coragem de fazer isso...

Não quis contar quantas pessoas tinham ali. Mas deveria ser umas 20! Todo mundo naquele silêncio total típico de entrevista.

Às 9h em ponto a entrevista iria começar. Entramos todos em uma sala que haviam cadeiras dispostas em círculo e um rapaz alto, de pele clara, cabelos e olhos pretos veio falar conosco.

Ricardo: Bom dia! Meu nome é Ricardo! Sei que no anúncio não havia muitas informações mas fazemos trabalhos voltados para mídia, na parte de elaboração, divulgação e marketing. Estamos com um projeto artístico a todo vapor e temos muito trabalho atualmente, por isso lançamos a vaga a procura de um estagiário que se comprometa a crescer conosco. Vamos entrar em maiores detalhes na entrevista individual, porém, antes que fazer uma pré entrevista para conhecer vocês um pouco melhor.

Ele pegou os currículos, colocou em uma prancheta e um a um, fomos falando sobre nossas experiências de trabalho.

Como eu havia me formado ano passado, ainda não tinha trabalhado como profissional na área. Mas havia feito estágio em três empresas, fora os estágios curriculares que eram obrigatórios serem feitos para nos formarmos. Eu contei sobre tudo isso. Sempre fui muito comunicativa e não tinha problema em falar em público, na verdade, sempre gostei.

Após todos terem falado, ele deu uma pausa para o coffee break. Nesse momento começamos a conversar entre nós, os candidatos. Eu era a "grande sensação" dali, todos ficaram impressionados em eu sair do Brasil para fazer uma pós graduação no México. Perguntavam várias coisas sobre meu país e assim essa meia hora de espera passou voando, até que Ricardo apareceu.

Ricardo: Pessoal. Tive uma breve reunião com a equipe e selecionamos 8 pessoas para a entrevista individual! Sei que muitos aqui têm potencial, mas realmente selecionamos só as pessoas que tem o perfil do nosso trabalho. Os nomes que eu chamar, por favor, entrem na sala que vocês estavam anteriormente e lá chamaremos para a entrevista individual.

Ele chamou uns três nomes até que...

Ricardo: Anahí Giovanna...

Meu nome? Sorri maravilhada e entrei na sala! Bom era uma grande chance. Por mais que eu nem soubesse direito que tipo de trabalho seria, saber que eu fiquei entre as 8 pessoas selecionadas me dava uma grande alegria.

Fiquei aguardando a entrevista individual e as três pessoas chamadas antes que eu, também foram chamadas antes para a entrevista.

Quando ele chamou meu nome, eu levantei e o acompanhei até a sala. Entrei e sentei na cadeira que ele apontou. Haviam outras duas cadeiras vazias e uma ocupada, e ele sentou em uma das cadeiras.

Após ter me acomodado na cadeira, eu olhei para a pessoa para cumprimenta-la. Estendi a mão e sorri, quando a pessoa me cumprimentou eu tomei um susto que quase desmaiei, aquele homem era ninguém mais, ninguém menos que TÚLIO, o empresário da Dulce Maria!