Fanfic: Querido vampiro - Vondy - adaptada - TERMINADA

Dulce correu até a cozinha, grata pela chuva gelada que a ajudou a esfriar as idéias… E outras partes do corpo. Christopher havia sido um homem honrado e pusera um ponto final na loucura que quase a dominara. Um sujeito menos escrupuloso a teria possuído ali mesmo, no chão do celeiro. Vermelha, tentou compreender a insanidade temporária que a fizera praticamente atacar um desconhecido. Como tivera coragem de atirar-se nos braços de um vizinho que acabara de conhecer? Precisava controlar as emoções desordenadas antes de encontrá-lo novamente.
Christopher trabalhava no telhado, aproveitando a chuva fina e insistente para clarear as idéias e pensar no que havia acontecido no celeiro. Gostava do pouco que sabia a respeito de Dulce Saviñon e a desejava ardentemente. Uma combinação perigosa…
O celibato é um estado de espírito, mais que de corpo, e aquele beijo o fizera lembrar o quanto sentia falta de sexo. Mas descobrira há muito tempo que sexo sem amor o fazia sentir-se vazio e nessa altura da vida, amor era algo fora de cogitação. Não estava disposto a confiar seu coração e seus segredos a quem quer que fosse.
Quando terminou de consertar o telhado do lado de fora, entrou e tentou descobrir como poderia ter acesso ao sótão. Pete explicou que a senhora estava tomando um banho e relutante, indicou o armário onde guardava a escada.

Christopher terminou de prender o plástico pelo lado de dentro, no sótão e deu-se por satisfeito. O remendo agüentaria até que um profissional viesse trocar as telhas e refazer o forro de gesso. Quando desceu, Dulce estava esperando por ele.
— Obrigada. Não precisava ter feito o que fez.
— Não foi nada. Foi bom poder pagar pelo almoço.
— Você não me deve nada, Christopher.
— Mesmo assim, foi um prazer.
— Deixei algumas roupas de Alfonso no banheiro e há uma toalha limpa e seca atrás da porta. Tome um banho, vista roupas secas e depois eu o levarei até sua casa.
— Não precisa se incomodar. A distância é pequena e…
— Não, Christopher. Eu faço questão. — Se ele achava que podia entrar e sair de sua vida com tanta facilidade, estava enganado. Pretendia saber mais a respeito desse homem. Afinal, nem todas as mulheres tinham a sorte de encontrar alguém capaz de transformar suas pernas em geléia e seu juízo em fumaça. — Enquanto toma banho, vou preparar um café bem quente. Desça assim que estiver pronto.
— Tem planos para a parte externa da casa? — Ele perguntou enquanto tomavam café.
— Sim, mas terei de adiá-los por enquanto — Ela respondeu, os olhos fixos na planta aberta sobre a mesa. — Como carpinteiro, qual é sua opinião?