Fanfic: Querido vampiro - Vondy - adaptada - TERMINADA

No final da terceira semana de junho, Dulce e as crianças acompanharam Pete até a rodoviária, onde ela embarcou para Nuevo Laredo, México. Como as crianças também estariam fora, no acampamento da igreja, aproveitaria o casamento da sobrinha e passaria duas semanas visitando parentes e amigos.
Na segunda-feira Dulce levou os filhos até a igreja de St. Mary, de onde partiria o ônibus para o acampamento Ko-Ma-Kee. Apesar da preocupação natural, beijou os três pequenos e desejou que se divertissem e não deixou de sorrir e acenar até que o ônibus desaparecesse além da primeira curva.
Havia esperado por essas semanas de quietude e trabalho durante meses e agora não sabia o que faria com todo o tempo de solidão. Dias e dias naquela casa enorme, sozinha com Christopher…
A atração entre eles era cada vez maior e sabia que era só uma questão de tempo e oportunidade para perderem o controle. O que aconteceria depois disso?
Quando chegou em casa, Christopher estava martelando as novas tábuas do acabamento sobre a varanda. Como sempre, despira-se até a cintura e exibia as costas fortes e bronzeadas. Sem nenhuma preocupação com os padrões de moda, insistia em vestir a calça jeans larga com enormes rasgos no joelho e ainda usava o mesmo boné com o logotipo do San Antônio Spurs.

Até então, encontrara muito que apreciar em Christopher Uckermann, apesar de sua resistência em aproximar-se dela ou de quem quer que fosse. Depois de duas semanas, ainda não falara sobre o passado ou os estranhos horários que mantinha antes de ir ajudá-la com a reforma da casa.
Apesar da curiosidade, respeitara sua privacidade e não fizera perguntas. Queria que ele falasse sobre a própria vida, pois sentia que Christopher precisava da compreensão de alguém para começar a derrubar a parede que construíra em torno de si mesmo.
Não sabia que tragédia o levara a afastar-se do mundo e não saberia nada enquanto ele não decidisse dividir a carga com ela. Apesar de não conhecer a origem de seu sofrimento e compreendê-lo. Sentira o mesmo desespero quando Alfonso morrera. Havia pensado em desistir de tudo, em virar as costas para o mundo que a ferira, como Christopher havia feito, mas as crianças a salvaram de si mesma. Por causa delas dera uma segunda chance à vida.
Sabia que Christopher também precisava de um bom motivo para desviar-se do caminho destrutivo que traçara para si mesmo. Precisava de alguém que o ajudasse a exorcizar os demônios que o assombravam e impediam de ter esperança no futuro. Não sabia se poderia ser esse motivo, mas estava disposta a ajudá-lo.
— O que acha de um chá gelado? — sugeriu.
— Em alguns minutos. Quero terminar essa parte.