Fanfic: Querido vampiro - Vondy - adaptada - TERMINADA

Dulce sabia que ele não queria partir. Estava apenas travando uma batalha inútil e desgastante contra ele mesmo. E acabaria perdendo a luta.
— Ouça, as refeições fazem parte do nosso acordo. - Ela inquietou-se. — Se não ficar para jantar, terei de aumentar seu salário e você será o único culpado pela ruína financeira que destruirá o futuro de meus filhos.
Christopher riu.
— Tudo bem. Tudo bem, eu fico. Vou acender a churrasqueira.
Durante o jantar, falaram basicamente sobre os progressos da reforma. Mais tarde lavaram os pratos e foram terminar de saborear o delicioso vinho no caramanchão, onde sentaram-se em extremos opostos do sofá de vime.
A noite era quente, mas uma brisa suave a tornava mais agradável. Cigarras entoavam sua canção de esperança e alegria, e o perfume das rosas pairava no ar como um poderoso afrodisíaco.
— Nunca fez perguntas sobre meu marido. — Dulce começou hesitante.
— Acho que esse assunto não é de minha conta. — Christopher mentiu. Várias vezes pensara em perguntar sobre o homem que conquistara o amor dessa mulher maravilhosa, mas temia descobrir que jamais seria capaz de igualar-se a ele.
— Não quer saber nada a meu respeito?
— Quer me contar alguma coisa?
Dulce sorriu. — Tem problemas sérios com a palavra compromisso, não?
Ele ignorou a observação astuta.
— Preciso ir para casa. Temos muito que fazer amanhã cedo e devemos aproveitar para descansar e…

— Oh, não! — Ela o interrompeu, pousando a mão em seu peito e obrigando-o a sentar-se novamente. — Respeito seu direito à privacidade e acho admirável que não tenha tentado invadir a minha.
— Mas?
— Mas… — Ela enfatizou. — Não sei por que não podemos ser amigos.
— Pensei que fossemos.
— Amigos dividem coisas, Christopher. Partilham segredos e confidencias e não se arrastam pelas sombras como o Fantasma da Ópera.
— Sou uma pessoa reservada.
— E um especialista em eufemismos.
— Se quer mesmo falar sobre o passado, conte-me como seu marido morreu. - Ele suspirou resignado.
— Alfonso era um policial e foi atingido pelo motorista de uma caminhonete que interceptou na estrada. Excesso de velocidade. Ele não sabia que o automóvel estava carregado de objetos roubados e que o motorista era um assaltante procurado pela polícia.
— Sinto muito. - Ele ofereceu, cobrindo a mão dela com a sua. Como aceitar uma violência tão estúpida?
— O ladrão foi preso pouco depois pelos colegas de Alfonso e ainda está cumprindo pena.
— Deve ter sido terrível para você e as crianças.
— Foi um pesadelo. Confesso que em alguns momentos senti vontade de desistir.

— Deve tê-lo amado muito.

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