Fanfic: Querido vampiro - Vondy - adaptada - TERMINADA

— Nada disso teria acontecido se não houvessem desobedecido minhas ordens.
— Mark está certo, mãe. — Os olhos de Andy brilhavam por trás das lentes dos óculos. — Uckermann é um vampiro e havia uma criatura assustadora em sua sala de estar. O lugar está cheio de coisas estranhas e há uma caixa enorme em um dos cantos da sala.
— É o caixão — Mark insistiu. — Ele dorme nele enquanto o sol brilha e só sai à noite para sugar o sangue de vítimas inocentes.
— Mamãe! Não quero que ele sugue meu sangue! — A pequena soluçou.
— Já chega! Dessa vez estão encrencados. — Dulce anunciou furiosa.
Havia proibido os filhos de aproximaram-se da casa de Uckermann, um recluso de hábitos estranhos. De acordo com os rumores, jamais saía de casa durante o dia, preferindo as sombras da noite. Não tinha meios visíveis de sustento, jamais recebia visitas e não comprava mantimentos ou quaisquer outras coisas em Jacinta.
A imaginação fértil das crianças juntara todos os dados e produzira a história do vampiro. E como se não bastasse a preferência de Mark por histórias macabras, especialmente a lenda de Drácula, ainda tinha de suportar o pavor de Petrita Gomez, a empregada supersticiosa que enchera o quarto dos fundos de alhos e crucifixos. Embora ela fosse parte do problema, Dulce não podia demiti-la. Precisava de sua ajuda com as crianças e a casa e era simplesmente louca por seus chili rellehos.

O encanador local havia sido o único que vira o interior da casa de Uckermann. Em certa ocasião, fora chamado no meio da noite para fazer um reparo de emergência e recebera em dobro pelo trabalho. Ele também dizia que o lugar era estranho, cheio de sombras e muito escuro. Uckermann aproveitara a falta de luz provocada por uma tempestade recente e escondera-se num dos cantos da cozinha enquanto o encanador consertara o cano com o auxílio de uma lanterna.
— Por que foram lá, se haviam sido proibidos?
— Fomos ver Uckermann, é claro. — O tom razoável de Mark irritou sua mãe. — Quantas chances uma criança tem de ver um caixão de vampiro de perto?
— Muito bem, agora ouçam. Não existem vampiros, ouviram bem? Isso é apenas uma lenda!
— De acordo com Bram Stoker e Jonathan Dark, não é bem assim — Mark argumentou, baseando-se no conhecimento que acumulara através da leitura.
— Conhece a diferença entre ficção e não-ficção?
— Sim, por quê?
— Quando vai à biblioteca em busca de um livro de Jonathan Dark, em que prateleira o encontra? Na de ficção, ou na de não-ficção?
— Ficção — ele resmungou.
— Assunto encerrado. Agora vão lavar as mãos e almoçar. Pete já deve estar esperando na cozinha.

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