Fanfic: Adultério - Finalizada. | Tema: Vondy e Savirroni

- Acordei naquele quarto de Hospital e você estava lá comigo...- solucei - Você me deu a pior notícia da minha vida...meu bebê já não estava mais dentro de mim. Ele estava morto, ele estava morto pela minha estupidez. 

Christopher não disse nada, apenas me olhava.

Respirei fundo tentando me acalmar.

- Depois daquela notícia...como sabe, eu entrei em depressão, eu não conseguia entender como eu pude fazer isso...- neguei com a cabeça - Eu não acreditava que pudesse ser verdade...- solucei de novo - Doía muito aquilo, eu queria morrer também e mais uma vez você estava do meu lado. Mas mesmo com todo o apoio que eu recebi, eu não conseguia sair da minha depressão... e todo vez que eu olhava pra você... eu lembrava que a culpa da morte do nosso filho era minha. Mesmo você nunca ter me dito, eu sabia que era minha culpa.

- E.u nunca te culpei por isso..- sua voz estava séria e seus olhos um pouco mais calmo, mais ainda tinha raiva, muito raiva - Quando você entrou em depressão eu tentava de todos os jeitos te ajudar, mas você não queria sair dela..

- Não era porque eu não queria Christopher. Era porque eu não conseguia. Eu não conseguia levantar mais da cama, não conseguia comer, não conseguia falar, só ficava na cama, chorando dia e noite. Toda vez que eu olhava para o espelho e não via a barriga, eu me culpava ainda mais...e mais. Mas você estava lá, você ficou lá por muito tempo, ma logo começou a ficar distante..- o fitei enquando duas lágrimas caiam pelo meu rosto - Quando a indenização do acidente chegou, porque o ônibus que bateu no carro era do governo, nos deixou rico, você ficou distante. Começou a viajar e muito, ir em festas, ir em eventos e tudo sem mim. - respirei fundo - Quando começou a prolongar as viagens, eu ainda continuava em depressão e sofria muito sem você, e quando voltava e nem se importava comigo, era o que mais me fazia sofrer...- falei voltando a chorar - E quando vinha com cheiro de perfume doce? Perfume de mulher? - solucei - Acabava comigo, enquanto eu estava em depressão você estava por aí se divertindo.

Chorei por um tempo e precisei me sentar no sofá, minhas pernas estavam moles. Ele não disse nada, apenas ficou de costa olhando para a janela que o escritório tinha.

- Fiquei em depressão por muito tempo. E pra você era como se eu praticamente não existisse...- falei quando consegui me acalmar.

- E quando saiu da depressão? - sua voz séria e firme soou. Ele estava de costa pra mim. Tinha os olhos voltados na janela.

- Uma amiga de faculdade veio me visitar uma vez, já morávamos aqui, com o dinheiro da indenização você comprou essa casa. Ela ficou chocada com o meu estado e ficou no meu pé, ela e Alexandra me ajudaram a sair mais do meu estado lastimável que eu me encontrava, logo comecei a sair da depressão e eu já não gostava mais de você. Todo aquele amor que eu sentia, se transformou em raiva, ódio e muito mágoa, porque você fez aquilo e fazia, não me olhava na cara, me tratava com frieza quando eu ainda estava em depressão...e ainda por cima me traia. - respirei fundo - Você esqueceu de tudo que a gente tinha vivido juntos, o dinheiro mudou você...- sussurrei.

Ele ficou calado.

- Quando eu comecei a sair de novo, eu já não aguentava viver assim, com você distante e eu em casa, sem gostar mais de você, sem você gostar de mim. Não tínhamos mas aquela vida de casados perfeitas que tínhamos. Pensei em me divorciar, na verdade eu estava certa que ia me divorciar de você e viver de novo a minha vida, mais longe possível de você. Eu comecei a montar a minha empresa e queria minha independência, queria ser livre, solteira....

- Por quê não pediu o divórcio?

- Eu ia pedir. Eu juro que eu ia...- suspirei - Até conhecer Carmem...- murmurei.

- Quem? - perguntou mais sério.

- Em uma das festas que essa minha amiga me puxava, ela me apresentou uma vez em uma festa de caridade a prima dela. Carmem Montes....

- Prima essa é minha amiga Dulce - Megan falou quando se aproximou de uma mesa, onde só tinha uma única mulher sentada - E Dulce essa é minha amiga Carmem - ela sorriu.

- Prazer - nós comprimentamos.

- Bom, vou deixar Dulce aqui com você, tá? - ela olhou em volta - Preciso procurar o Bryan - saiu quase correndo de lá. Eu me sentei na cadeira e dei um sorriso sem graça pra ela.

Ela apenas me fitava. 

Eu olhava para a festa entediada e com os olhares de Carmem em mim, eu já estava um pouco constrangida.

- Você é muito linda Dulce...- ela sorriu.

- Obrigada. Você também - sorri de lado sem jeito. Ela me olhava tanto.

- Bom...por que não me conta de você? Essa festa está tão chata - ela revirou os olhos - Você faz o que da vida? Eu sou fazendeira, tenho muitos gados e terras e você? - puxou assunto.

- Começando uma empresa...- murmurei.

- Empresária? interessante...- ela sorriu - Vejo uma aliança, é casada? Cadê o marido?

Em mais uma viagem me traindo.

- Por aí...- comentei baixo.

Ela franziu o cenho.

- Nossa...- riu - Você falou dele com uma grande animação...

- Vou me divorciar. - não sei porque mas falei - Já até conversei com um advogado e ele me orientou com o divorcio.

- Qual o nome do seu marido?

- Christopher Uckermann. Por quê?

- Uckermann? Ele não é o dono da empresa que faz arquitetura? - assenti - Não faça isso, não se divorcie agora.

- Por quê?

- Minha querida - ela riu - Quanto mais anos de casamento você tiver com ele, maior será o valor que ele deverá pagar a você. Se casaram com comunhão de bens, não? - assenti - Por isso, se você se divorciar agora, não vai pegar muito mas se, por exemplo, se separa daqui á vinte anos? Você vai sair com o bolso cheio.

- Vinte anos? - arregalei os olhos.

- Eu sei é muito tempo. Mas vale a pena.

- Mas eu não quero viver do jeito que eu estou vivendo agora. Eu quero poder...viver minha vida..

- E quem disse que não pode fazer isso casada? - ela sorriu - O seu casamento não te impede de nada. Você pode fazer tudo o que você quiser. Até se envolver com outras pessoas...

- Eu não quero me envolver com ninguém.

- Não agora. Mas depois sim querida.

- Eu não quero o dinheiro dele. Quero o meu dinheiro, quero viver minha vida.

- Eu ainda vou fazer você mudar de ideia.

- Não vai não.

- Vou sim minha querida - sorriu.