Fanfic: Adultério - Finalizada. | Tema: Vondy e Savirroni

Já era quase hora do almoço, quando bateram na porta, eu continuava escolhendo algumas coisas para o casamento. A noiva era tão exigente, e não queria absolutamente nada de simples em seu casamento.

Barbara mandou entrar.

Eu nem olhei quem entrou. Queria terminar logo e ir para as partes das flores. Estava gostando de escolher tudo, a noiva podia mudar de ideia das minhas escolhas, mas eu escolhia como se eu fosse casar, como eu queria a decoração, o ambiente e as flores. 

- Desculpa...- uma voz grossa preencheu a sala - Mas você quer almoçar comigo? Ou melhor...vocês duas...- murmurou - Quem é ela?

- Minha irmã. - Barbara respondeu.

- Irmã? Mas não era a Juliana?

- Essa também é. É uma história complicada.

- Tenho tempo. - disse sério.

Levantei a cabeça e olhei o homem em minha frente. Era bonito, muito bonito. E tinha olhos azuis, e um sorriso bonito também.

- Aron essa é minha irmã Dulce e Dulce esse é meu amigo e sócio Aron. - Barbara nos apresentou - Já quer almoçar? - perguntou á ele que não respondeu, só ficava me olhando com atenção dos pés a cabeça - Aron?

- Sim? - perguntou.

- Você quer almoçar agora? - ela olhou a hora no relógio do pulso. Aron continuava me olhando, e eu estava começando a ficar sem graça. - São quase meio dia. Normalmente a gente almoça as uma da tarde.

- Tenho compromisso. - respondeu pra ela me olhando - Você não é daqui, né?

- Não. Ela não é. Na verdade ela é Americana..- Barbara respondeu fitando ele.

- Percebi... - ele sorriu - Prazer em conhece-la Dulce...- ele estendeu a mão, eu coloquei a minha mão na dele como comprimento, mas para minha surpresa ele levou á boca.

- O prazer é meu...- respondi. E logo puxei a minha mão. Ele não deixava de me olhar.

- Então...- Barbara disse devagar - Em cinco minutos, estamos descendo. - avisou.

- OK. - Aron disse e me olhou mais uma vez com atenção antes de sair. Assim que ele fechou a porta suspirei.

- Alguém se apaixonou...- Barbara comentou.

- Não foi isso...- me virei pra mesa para guardar os papéis e ela desligou o computador.

- É sério. - riu - Ele é gato né? Aqueles olhos azuis e aqueles dentes branquinhos, e de baixo daquele terno tem um tanquinho...maninha - ela riu alto - Gostou dele? - disse mais séria.

- Ele é bonito - falei a verdade - Mas eu não quero me envolver com ninguém. Fora, que um gato desse deve ter dona, não é?

- Não tem. Ele namorou com uma mulher aí, mas faz acho que uns seis meses que está na pista de novo. Olha...uma coisa que ele não é que eu fico até admirada é mulherengo, ele não é mulherengo. Quando tá com alguém, tá com ela e pronto. Sei disso, porque já vi várias mulheres daqui dá em cima dele quando era comprometido, e ele dispensar. - pegou a bolsa e foi até a porta - Eu acho isso raro. Na maioria dos homens de hoje em dia, estão casados, comprometidos e quando uma mulher dar em cima deles, eles esquecem da sua mulher e trai sem peso nenhum - ela negou com a cabeça e abriu a porta - Foi assim com Tiago.

- Ele te traiu? - perguntei quando saímos da sala e andamos até o elevador. Barbara apertou no botão e me encarou meia triste.

- Sim! Me traiu com a baranga da vizinha dele.

- Sinto muito.

- Acredite. Eu sinto mais por um dia ter achado que ele era o amor da minha vida - bufou - Ele é um tremendo idiota. - o elevador chegou e entramos, ela apertou no botão do hall.

- Sim, um tremendo idiota - sorri.

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- Tão nova e com uma grande carreira. - Aron sorriu - Me lembra muito eu, quando tinha sua idade...

- Cala boca Aron - Barbara revirou os olhos e em seguida riu - Você não é velho.

- Tenho trinta e cinco anos Barbara - ele fez uma careta engraçada - Quase os quarenta.

- Você tem trinta e cinco? - o fitei dos pés a cabeça. Ele aparentava ter vinte e sete anos, e com aquela beleza toda, acompanhada de um belo tanquinho que Barbara me falou. Quando ele tirou o terno para ficar mais a vontade, a camisa social colada marcou toda aquele tanquinho, nessa hora Barbara deu um chute forte na minha canela. Dei de volta.

- Tenho sim. O que está achando do Brasil?

- Amando...- sorri animada - É...muito bonito, e percebi que os brasileiros adoram contanto, ficar se tocando no ombro em uma conversa, se encontra alguém na rua já vem abraço e por aí vai...nos Estados Unidos não tem muito toque sabe?...Mas cada um na sua. 

- Eu sei. - ele riu - Quando cheguei aqui, estranhei também, no México é a mesma coisa, mas logo me adaptei. Você fala muito bem português...- ele elogiou e bebeu o vinho. 

- Obrigada! - sorri de lado - Muitas reuniões com empresários brasileiros. Foi fácil pra você aprender Português? No começo pra mim foi horrível...- ri - Eu não conseguia dizer nem um "oi", já o espanhol, tirei de letra.

- Quando cheguei ao Brasil, eu não falava nada em português...- olhou pra cima como se estivesse se lembrando - Foi difícil, mas com a convivência comecei a falar. Ruim era o sutaque...- ele negou com a cabeça - A língua querendo enrolar...mas com o tempo, consegui.

- Sabe Aron você comentou que ganhou um par de convites para uma orquestra, e me convidou é até nesse Domingo, não é? - Barbara perguntou e ele assentiu - Acabei de lembrar que eu não vou poder ir. Tenho que...quer..que ficar com meu filhote. Ele anda tão sozinho e eu não gosto disso, e como orquetra não é para criança, infelizmente não vou poder ir. 

- B..- ela o enterrompeu.

- Mas Dulce me contou que ama orquestra..- me olhou e eu levantei uma sobrancelha - A gente estava até falando disso hoje, olhe que coincidência? - mentiu - Ela poderia ir em meu lugar, não é? Acho até que você precearia mais a companhia dela, do que a minha.

- Barbara você n...- ela me enterrompeu.

- Ela não tem nada de importante no Domingo a noite, e irá adorar ir com você. - sorriu.

Aron me encarou.

- Olha não pre...- ele me enterrompeu.

- Será um prazer ter sua companhia. - sorriu amostrando os dentes branquinhos.- Claro, se você aceitar Dulce.

E agora? Seria feio desfazer de um convite, ainda mais de uma amigo de Barbara. Eu teria uma conversinha com ela depois, ninguém mandou ela ficar me jogando desse jeito.

- Eh..- sorri de lado - Claro. Vou adorar.

- Bom, o papo está bom mas minha irmã e eu temos que ir agora. - levantou - Adorei o almoço e a conta é sua rapaz. - deu um beijo na testa dele e saiu me puxando.

- Calma...- falei enquanto ela me empurrava para fora do restaurante - E que história é essa de orquestra? Eu ODEIO orquestra - falei quando chegamos no estacionamento.

Barbara destravou o carro e entramos.

- Me agradesça depois. Eu percebi os olhares de vocês dois, tá? - ligou o carro.

- Tá doida? Que olhares? - ri.

- Dulce, vai dizer que não percebeu que ele te engolia com os olhos? E toda aquele papo de vocês antes e depois do almoço? Fiquei até de fora para não atrapalhar...

- Barbara eu não quero me envolver com ninguém, já disse. - suspirei - Já basta o caso que eu comecei em New York...- murmurei.

- O quê? - ela tirou os olhos do volante. - Tem gatinho te esperando lá é?

Bufei.

Por quê eu murmurei aquilo, mesmo?

- Não. É só um caso sem muita importância pra mim....- suspirei me lembrando de Sofia - Mas por enquanto, eu não quero saber de nada relacionado á beijo ou outra coisa. Só quero aproveitar vocês...- sorri. - Até eu voltar.

Que ia começar tudo de novo.