Fanfic: Adultério - Finalizada. | Tema: Vondy e Savirroni

Quarta-Feira depois de todos irem embora para os seus destinos, ou melhor, quase todos, Alma ficou em casa esse dia e pediu para que a encontrasse na sala de música, em vinte minutos, depois que disse isso, subiu as escadas, eu que estava com Bobby no sofá na sala, suspirei. Será que ela ia dar uma madrasta da Cinderela, hoje?

Fiz mais um carinho em Bobby que estava em cima da minha barriga, e logo subia as escadas e caminhava em direção a sala. A mesma ainda estava vazia, fiquei dúvida entre o piano ou violão, mas acabei escolhando o que estava aprendendo agora: O violão.

Sentei em uma banco ali e devagar comecei a tocar uma melódia, conforme ia tocando quase em um murmuro ia cantando uma música que vinha na cabeça na hora. Não sei quanto tempo fiquei tocando, mas parei quando ouvi palmas atrás de mim. Era Alma!

- Que lindo...- ela sorria - Sua voz é maravilhosa.

- Impressão sua...- deixei o violão de lado - Só estou passando o tempo.

- Sei...- sentou na minha frente - Fernando me contou que você acha que eu deveria te odiar, por que acha isso? - foi direta.

- Não é o certo? Eu sou um caso dele.

- Você é filha dele. - respondeu.

- Fruto de uma traição...- murmurei.

- Se não fosse essa traição, você não existiria minha querida. Já pensou nisso? - levantou uma sobrancelha. Suspirei.

- Sim. Mas vai me dizer que nunca teve raiva de mim? Que nunca teve vontade de......não sei, desaparecer comigo? 

- Não. Eu nunca tive. - disse séria.

Ri sem emoção.

- Alma por favor, fale a verdade.

- Eu estou falando. Eu nunca tive raiva de você, mas sim do seu pai, foi ele que me traiu e não você, querida você não teve culpa.

- Mesmo assim. É meio que lógico você me odiar e muito Alma. Ou ao menos, não gostar de mim, mas desde que cheguei aqui tem me tratado com muito amor.

Ela sorriu. 

- Que bom que você goste do modo como a tratamos aqui. E Dulce querida...não entendo porquê todo esse negócio de que eu deveria ao menos não gostar de você.

- Alma...eu sei o que você sentiu quando descobriu sobre mim. Eu sei...- murmurei.

- Sabe? Como?

Respirei fundo.

- Meu marido também fez um filho fora do casamento e colocou tanto a mãe do menino, quanto o menino na casa que era minha. - falei de uma vez - Eu sei o que sentiu.

Alma ficou calada apenas me fitando.

A encarei de volta.

- É por isso que vai se separar então? Eu sinto muito por ele ter colocado a mãe e o menino na casa que era a sua, mas o menino não tem culpa de nada Dulce.

- Eu sei...- sorri de lado.

- Quer conversar sobre isso? - perguntou de modo carinhosa. Neguei com a cabeça.

- É melhor não. Quer dizer...- dei de ombros - Eu não sei...- ela riu do meu jeito.

- Quando vai assinar o divórcio?

- Mês que vêm. - mordi os lábios - E eu não sei se realmente quero assinar o divórcio.

- O ama?

- Muito. Apesar de tudo, o amo muito. Mas tanto ele, quanto eu, fizemos muitas escolhas erradas, sou capaz de reconhece isso. 

- Talvez dê certo a relação de vocês com o tempo minha querida. Você é muito jovem, ainda tem muito a seguir com a vida, talvez vocês voltem, talvez cada um siga o seu lado, talvez você encontre outra pessoa e o ame da mesma forma que ame ele agora. Mas pra isso, você tem que saber o que quer. 

Suspirei. 

Ela estava certa, mas era difícil.

- Ele te ama? - perguntou.

- Segundo ele sim, mas agora eu não sei mas.

- Entendo. Dar pra vê em seus olhos que isso te deixa muito triste. Quer minha opinião?

- Por favor...- pedi.

- Siga o seu coração. Se for ficar com ele e lutar por ele saiba que vai ser difícil, para ambos, mas se assinar o divórcio saiba que seu pai e eu queríamos muito que você viesse morar aqui no Brasil conosco. - sorriu.

Arregalei os olhos.

- Morar? 

- Sim. Fernando sempre lamentou que não te viu crescer, não fez parte da sua vida...- sorriu triste - Mas agora que está aqui, que sabe da história, ele quer muito fazer parte da sua vida daqui em diante, assim como ele eu também.

Morar no Brasil?

Confesso que a ideia não é ruim, também queria continuar fazendo parte dessa famila, mas a minha vida estava lá. Quer dizer...o que relmente me prende lá? Christopher? Era o divórcio, Filho? Nenhum! Amigos? Nunca íamos perder contato, empresa? Sim!

- Não dar a minha empr..

- A sede é lá, mas pode colocar aqui. Trabalhar aqui junto com o seu pai. Seria muito bom se você ficasse aqui. Mas a escolha é sua querida, tanto de ficar lá ou aqui, vamos ama-la de qualquer jeito. - sorriu.

Fiquei calada.

E agora? Eu queria ficar com a minha família, mas New York tinha empresa e amigos. E no fundo o Christopher.... Mas também não podia renegar esse convite.