Fanfic: Adultério - Finalizada. | Tema: Vondy e Savirroni

Acordei com um toque na minha cabeça, abri os olhos vendo Christopher sorrir de lado pra mim. Ele tinha o cabelo molhado.

- Hora de acordar...- murmurou.

- Que horas são? 

- 07:00 em ponto. Levanta e toma um banho, vamos sair daqui a pouco.

- Ahhh...- voltei a fechar os olhos - Quero dormir mais. Me deixa! - pedi.

- Eu te deixaria dormir, mas preciso buscar uma pessoa que já está esperando.

- Que pessoa? - abri um olho.

- Lorenzo. Meu filho! - respondeu. 

Bonito nome.

Suspirei e levantei da cama.

Tomei uma ducha rápida, coloquei um vestido da colucci e uma salto pequeno, fiz apenas um rabo de cavalo no cabelo e ajeitei minha franja na testa. Passei um pouco de cor na cara e sai do quarto.

Christopher falava no celular quando entrei na sala. Assim que me viu desligou o celular e me analisou.

- Vai sair assim?

- O que tem? - olhei meu vestido.

- Não acha que está muito curto? E falando em curto, quando vi aqui pela primeira vez, você me atendeu apenas de roupão, e sem nada por baixo. Que isso não se repita de novo - disse sério.

Gargalhei.

- Você é tão engraçado. Eu não devo nada a você, não sou mais sua esposa e eu faço ou visto o que eu quero - sorri falsa - Cadê o café? - olhei para a mesa vazia.

- Vamos tomar fora. - revirou os olhos - Vamos?

- Aron vai está aqui amanhã. - avisei saindo do apartamento - E não quero você vindo aqui quando ele tiver aqui. Me entendeu?

Ele não respondeu.

Quando saímos do prédio um carro esperava e o motorista abriu a porta. Entrei e ele entrou fechando a porta. O motorista entrou e deu a partida em silêncio.

Fitei a praia razoavelmente cheia. 

- Para onde estamos indo? - perguntei sem olhar pra ele. Eu estava com fome.

- Buscar o Lorenzo - respondeu.

- Onde?

- Vai vê...- murmurou.

Vinte minutos depois, o carro parava em frente à uma praça cheia de crianças. Christopher me olhou e abriu a porta saindo do carro.

Ele foi até o meio da praça e então um menino loirinho que já tinha visto antes correu até ele rindo e o abraçando. Ele estava um pouco suado e com as bochechas vermelhas.

Uma senhora apareceu atrás dele, segurava uma mochila de criança. Christopher e ela trocaram algumas palavras, antes dele voltar para o carro e então se aproximou, Christopher falava algo pra ele que assentiu com a cabeça.

A porta abriu e o menino entrou ficando no meio de nos dois. Christopher fechou a porta e o carro deu a partida.

Lorenzo me olhava.

- Essa é a Dulce filho. - Christopher avisou.

- Oi..- murmurou.

- Oi...- murmurei sem jeito.

Ele me lembrava demais Belinda.

- Pai? - o chamou.

Sorri de lado com isso.

- Sim? 

- Onde vamos?

- Comer...não é isso que os dois querem? - ele levantou uma sobrancelha.

O menino riu.

- Senti sua falta a noite pai - Lorenzo o abraçou.

- Também senti a sua.

Desviei o olhar e voltei a olhar para janela.

******

Christopher tinha nos levado ao um famoso lago de pesca. De manhã o estabelecimento oferecia café da manhã de frente para o lago e no almoço a peixaria. Você comia os peixes que você mesmo pegava no lago. 

Sentamos em uma parte perto do lago que tinha muitos peixes pequeno. Lorenzo adorou o lago e a vista. Fizemos o pedido e quando o garçom saiu, Lorenzo me encarou.

- Você é a namorada do meu pai? - ele perguntou sério. Encarei Christopher.

- Tem que perguntar isso? - Christopher perguntou.

- Mamãe que mandou perguntar..- ele deu de ombros e riu.

- Tinha que ser sua mãe. - Christopher bufou.

- Você é linda Dulce. - Lorenzo sorriu.

- Obrigada. Você também é lindo!

Ficamos todos em silêncio.

- Pai eu posso tirar foto dos peixes ali? - Lorenzo perguntou apontando para uma parte um pouco distante da mesa.

Christopher olhou.

- Tá, mas não fica muito perto do lago. Se você cair, eu não vou te pegar e você vai ser devorado pelos peixes - Christopher avisou.

- Pai! - Lorenzo gritou cruzando os braços.

- Vai logo! 

- Licença Dul...- Lorenzo desceu do banco com um celular que estava no bolso dele e andou até a parte que queria e começou a tirar diversas fotos dos peixes.

- Seu filho é muito educado - elogiei.

- Ele é sim. - Christopher tocou na minha mão - Ele é um garoto muito especial. 

Ficamos em silêncio.

- Já vai começar a falar? - perguntei.

- Depois daqui, vou te levar à um lugar e lá eu falo pra você - respondeu. - Não sei se você vai me odiar mais ou se odiar.

- Por que eu me odiaria? - era estranho - Tem outro filho? Deixa eu vê.. é com Renata?

- Renata? - ele riu - Credo!

- Então têm outro filho?

- Não! Eu só tenho o Lorenzo.

Mentira.

Tem um comigo.

- Aron deve está feliz. - ele comentou.

- Pelo o quê? - levantei uma sobrancelha.

Christopher me analisou.

- Pelo filho de vocês dois...- murmurou.

- O que você acha? 

- Da sua gravidez? 

- Sim! Ficaria feliz se fosse teu?

Christopher olhou para o lago.

- Nada me faria mais feliz, do que saber que o filho que carrega no ventre é meu. - me encarou - Mas infelizmente não é. Você não precisa ficar com esse cara por causa do bebê. 

- E por quê não? Eu gosto dele.

- Gostar não é amar. Você pode até ser feliz com ele, mas nunca vai ser aquela felicidade de verdade, que transmite para outras pessoas, que fazem terceiros ter inveja. A felicidade de verdade, só se tem com quem você realmente ama, com quem você realmente quer está.

Engoli em seco.

- E se com quem eu quero está, possa ter me machucado demais? Eu puder ter machucado demais? E se a relação possa até dar certo no começo mais e depois? As desconfianças? As brigas? Você pode me jogar na cara o que eu fiz, os meus erros. Pode não ser por intensão, ou por ferir, mas em momento de raiva, as pessoas falam e fazem coisas que não queriam, você sabe disso. 

- Eu te perdoei por tudo Dulce. Tudo, incluindo ter ficado com minha irmã. Demorei, fiz também besteria, mas entendi. Enfim, eu pude entender aquela história toda. E quando eu perdoei, eu esqueci os seus erros. Não vou jogar na sua cara, não vou brigar, não vou ter ciúmes, não vou discutir.  E eu quero uma última chance com você...- ele tirou do bolso da calça duas alianças. A primeira do casamento e a segunda com a data quando nos conhecemos.

- Você não jogou fora? - arregalei os olhos.

- Por que eu faria isso? Por acaso você jogou a sua? - estranhou.

- Não. Elas também estão guardadas. 

Ele deixou as alianças em cima da mesa.

- Não tem que ficar com Aron por causa do bebê. Você não precisa disso.

Engoli em seco.

- E por quê? - voltei a perguntar.

- Porque eu amaria o bebê tanto quanto amo a mãe dele...- me olhou nos olhos.

Christopher estava tão diferente!

- Você se arrependeu pelos os seus erros? - perguntei pra ele.

- Sim! - respondeu rápido.

Fiquei calada.

Mas logo me lembrei de algo.

- O que você fez ao Pablo?

- Ai..não me lembra desse cara. 

- O que você fez?

- Como conseguiu ter algo com ele?

- Eu nunca tive nada com ele. Deus me livre!

Christopher franziu o cenho.

- Como assim nunca teve? Ele não era um de seus...? - fez gesto com as mãos.

- Não. Ele e eu nunca tivemos algo. Pablo é um bandido, perigoso e muito doente. - neguei com a cabeça - Christopher o Pablo tentou me estuprar uma vez. E faz um inferno na minha vida hoje, não só comigo como dos meus amigos e de você que quer fazer.

- O quê? - ele estava em choque.

- Tenho que te con..

- Licença! - o garçom pediu deixando as coisas na mesa. Lorenzo veio comer e o garçom saiu.

Minha barriga roncou e eu peguei meu café.

- Depois a gente termina. - falei baixo.

- Com certeza! - Christopher murmurou.

Lorenzo comia olhando para o pai.

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