Fanfic: Adultério - Finalizada. | Tema: Vondy e Savirroni

- Como? - foi a única coisa que consegui dizer.

- Tudo começou...- Christopher começou -  Com apenas uma torce boba, até que ela continou e trouxe falta de ar pra mim e..

Como assim doença? Câncer?

O quê?

- Espera...espera...- neguei com a cabeça não entendo nada - Como assim câncer de pulmão? Você nunca levou um cigarro á boca e..

- Não precisa necessariamente de tabaco para quem se tenha câncer no pulmão - Christian falou um pouco - Pode se dar através de produtos químicos como disiel, e o que é tão comum quanto o tabaco, através da genética.

- Genética...- sussurrei.

- Meu avô morreu de câncer como eu já falei pra você á muito tempo, mas eu nunca disse qual era o câncer que o matou. - Christopher respirou fundo - Ele pegou do avô dele, que pegou no pai dele e pegou nele. Ou seja, tem um DNA forte para o câncer de pulmão na minha família. Meu pai não pegou, o que pode acontecer também, por ele não ter pego e a chance de pegar é minima de 0,11%, ele nunca se preocupou comigo. Já que o DNA dele pra mim é mais forte por ser meu pai. 

- Vitor sabe...? - murmurei ainda em choque.

- Não. Da minha antiga doença não. Quando nasci, ele por precaução, fez todos os exames exigidos para isso, e deu negativo. O que foi um alívio pra ele, seu filho não ia seguir o DNA de sua família, mas ele se enganou.

Ficou um tempo calado.

- Como disse, depois que você entrou naquela depressão, eu comecei a torcir no começo levemente, mas depois foi piorando ao ponto de sair sangue. Comecei a ter falta de ar, muita falta de ar, dor abdominal e perda de apetite, e em uma dessas crises que eu tinha eu estava na Itália, eu queria voltar logo pra casa, mas como eu estava ali tinha que vê o que era isso, e foi o que eu fiz. Fui ao um hospital, fiz vários exames e descobri o que eu tinha. Câncer de pulmão sério, ou seja, maligno.

- Maligno?..- arregalei os olhos.

Christian me encanrou.

- Conheci Christopher, quando o médico que descobriu o que ele tinha, o caminhou pra mim, ele veio até a mim desesperado, o caso dele era muito sério. Christopher foi diagnosticado com carcinoma de pulmão de grandes células, que é é uma neoplasias malignas indiferenciadas que se originam de células epiteliais alteradas do pulmão. Crescem rápido, se espalham rápido e podem produzir substâncias similares a hormônios causando um sério síndrome paraneoplásica. Os pulmões dele estavam com a maior parte debilitada, o câncer estava muito avançado, não tinha muita coisa, por conta do câncer ser maligno, não dei muitas esperanças, na verdade nenhuma. Christopher ia morrer.

- O quê? - meu coração acelerou.

Christopher ia morrer? Meu Deus!

- Calma...- Christopher se aproximou mais de mim tocando no meu ombro - Eu estou bem, estou aqui...- sussurrou - Não fique nervosa, você está grávida Dulce. - lembrou.

Ehh..ele estava ali, estava comigo.

- É...- Christian voltou a falar - Apesar de não dar nenhuma esperança á ele, eu o coloquei em uma quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia e radioterapia. No começo ele não reagiu nada bem, na verdade piorou, mas sua aparência estava boa, muito boa, mas por dentro...- ele negou com a cabeça.

- Em uma dessas muitas sessões, eu me lembrava de você que estava sozinha e com depressão, eu não podia fazer nada. Você não tinha condições de saber da minha doença, a minha família ia sofrer muito e eu ia morrer do mesmo jeito, por quê fazer eles sofrerem com uma coisa que era minha? Por que fazer você sofrer ainda mais por mim? Você estava tão mal...- ele tocou no meu cabelo - Eu queria tanto está ao seu lado naquela hora, mas eu não podia, estava morrendo e preso a varias quimioterapias. Foi ai que eu tive a ideia absurda de não fazer você sofrer muito com a minha morte, minha família ia ficar arrasada, mas você naquele estado...- ele negou com a cabeça - Não merecia. Então, eu faria você me odiar com todas as forças. 

Meus olhos encheram de lágrima começando a entende o que ele falava.

- Quando tive que voltar novamente a New York e assim que liberado, eu comecei á não ligar pra você, foi difícil mas tinha que fazer isso, era para o seu bem. Comecei a ir em festas, eventos, e entre outros sozinho. Eu percebia que ficava triste com isso, mas eu não podia voltar atrás, era para o seu bem. Quando percebi que estava começando a funcionar o meu plano, e eu tinha ainda uma ótima aparência, comprei um perfume feminino e um batom. Todas as vezes que saia e voltava eu passava o perfume em mim e o batom fazia o desenho de uma boca na camisa. - Christopher respirou fundo - Dava moral, só moral mesmo, á algumas mulheres ao ponto delas me ligarem e você saber, sei que ficava arrasada, muito arrasada, eu via isso. Mas como eu disse, era preciso, eu ia morrer Dulce. E depois de um tempo, você começou a sair da depressão, e foi nesse tempo, que eu tive que voltar para Itália as pressas, e fiquei um bom tempo lá.

Lágrimas saiam pelo meus olhos.

- Minha aparência boa começou a sair, tinha muita dificuldade em respirar, e voltei para a quimioterapia de novo. Lá piorei de novo, tive que usar aparelhos para me ajudarem a respirar, a quimioterapia e radioterapia era muito fortes, por isso, aos poucos foram me destruindo fisicamente. Andava sempre muito pálido, cansado, fadigado, sem forças, vomitava sempre e quase toda hora, emagresci oito quilos e quase morri, em uma das muitas sessões, mandei alguém me informar de você e esse alguém era Amélia, ela me relatava tudo o que fazia e com quem saia. Fiquei feliz quando soube que tinha saido da depressão e estava se cuidando, eu queria muito está ao seu lado mas não podia, e já sabia que você me odiava, o que era bom, eu ia morrer e você não merecia ficar com um doente condenado.

- Isso ocorreu durante anos...- Christian falou - cerca de quatro anos até ele começar a responder bem o tratamento e melhorar, eu não sabia o que estava acontecendo, já era para ele ter morrido á muito tempo, mas dava o resultado que nunca daria. Era possível agora com a melhora fazer uma cirurgia que antes não podia pelo estado dele. Mas a cirurgia demorou cerca de um ano, tanto para ter a certeza que a saúde dele estava bem, tanto porque ele não parava quieto, tinha que está enfiado em um computador trabalhando ou viajando quando autorizado pra trabalho.

- Eu tinha que fazer aquilo se não eu ia enlouquer...- Christopher negou com a cabeça - o trabalho era uma distração pra mim, eu não pensava na doença e nem em você...- me abraçou de lado apertado - Não sabe como quis que estivesse lá, mas era errado. Você não merecia passar por aquilo.

Chorei baixinho em seu peito.

- Fiz a cirurgia de transplante que foi um sucesso...- Christian sorriu - A recuperação foi rápida, e como ele é vaidoso, já foi para uma cirurgia plástica em seguida. Removeu a marca que tinha na pele, e ficou saudável novamente, não tem mais chances do câncer voltar, não é como os outros câncer. Christopher é um milagre de Deus. E agora ele está aqui vivo, saudável e com o amor da vida dele - sorriu.

Chorei ainda mais.

Na verdade, eu me tremia de tanto chorar.

- Dulce calma...- Christopher pediu.

- Dulce quer uma água? - Christian levantou.

- Trás pra ela por favor - Christopher pediu e assim que ele saiu, ele segurou no meu rosto bem firme me obrigando a olha-lo - Calma por favor, está grávida e eu estou começando a me preocupar, não pode passar por nervoso.

Neguei com cabeça o abraçando bem forte e chorando muito. Muito.