Fanfic: Adultério - Finalizada. | Tema: Vondy e Savirroni

Meu pai ligou o resto do dia e eu não atendi nem uma vez, e até desliguei o celular, não fui direto para o apartamento, fiquei na praia a tarde toda, pensando em tudo. 

Era surreal. 

Christopher estava doente, Lorenzo não era o filho dele e ele nunca me traiu. Já eu..

- Meu Deus...- Cruzei minhas pernas e coloquei minha cabeça entre elas - O que eu fiz?

Eu entendia que naquela época eu estava muito ruim, entendia muito bem. Mas e depois que eu melhorei? Ele deveria ter me dito! Deveria ter falado tudo, quem sabe assim eu não cometeria adultério? Por Deus!

Nem em mil anos podia imaginar que ele pudesse está doente, sempre foi saudável e nunca aparentou nada, pelo menos, perto de mim não, nunca. Me sinto a pior pessoa do mundo e talvez seja mesmo.

Menti pra ele dizendo que o meu bebê era de outro. Mas também eu estava com raiva. Muita raiva, e a troco de nada. Belinda não era uma ameaça e nunca vai ser.

Só de pensar que Christopher assumiu o lugar de pai na vida do Lorenzo me dava uma sensação boa, Christopher era bom, e era bom demais pra mim. Eu não merecia ele.

Nunca mereci!

Trai ele diversas vezes, homens, mulheres, até com a irmã dele. E ele perdoou, se fosse outro jamais perdoaria. Eu não merecia ele.

Encarei o mar e deixava lágrimas caírem pelos meu olhos. Não tinha mais chance para nos dois, não tinha como. Nunca vou me perdoar.

Solucei baixinho.

******

- Eu estou bem, só queria ficar sozinha um pouco - falei pela vigésima vez.

- Dulce eu fui aí e o porteiro disse que você tinha saído com um homem. Um amigo? - meu pai perguntou curioso. - Liguei diversas vezes e estava na caixa portel, fiquei preocupado.

- Não precisava. Estou bem. E o cara com quem sai foi...foi com o meu ex marido. - falei a verdade de uma vez - E eu menti com uma coisa séria pai. Eu sinto muito.

A linha ficou muda.

- O que ele está fazendo aqui e em quê você mentiu querida? - sua voz estava tensa.

Suspirei.

- Christopher nem ao menos sabia do bebê quando eu me divorciei. Menti dizendo que ele renegou o bebê quando na verdade ele nem sabia dele. Mas agora ele sabe do bebê, mas não sabe que o filho é dele.

- Por que mentiu?

- Estava com raiva dele.

- Dulce...- Fernando respirou fundo - Então por que não disse que o filho é dele?

- Fiquei com raiva também.

- Você tem um sério problema de raiva minha filha...- brincou - Então conte pra ele, não minta mais e Aron, já sabe?

- Não. Vou falar com ele amanhã.

- Você ainda ama esse Christopher, não é?

- Sim...- murmurei.

- Então, se você ainda ama ele, por que vai ficar com Aron? Ele não merece isso. Aron merece alguém que possa ama-lo de verdade um dia, e pelo jeito que você fala, eu tenho a leve, mas leve impressão que você vai amar esse tal de Christopher pra sempre. 

- Aii..pai - respirei fundo - É tão complicado.

- Então descomplique.- disse simples.

- Não dar. Eu errei demais no nosso casamento, eu não posso faze-lo feliz. Aconteceu muitas coisas e...- neguei com a cabeça - Ele merece alguém melhor do que eu. E eu posso fazer o Aron Feliz...sei que posso.

- A questão filha, não é fazer o outro feliz, claro, que isso é muito importante. Mas e o amor? Se você é feliz mas não tem o amor, então não é a felicidade de verdade. Porque a verdadeira felicidade é o amor Dulce.

- Pai...eu não sei o que fazer, eu amo ele, mas eu tenho que ficar com Aron. Eu preciso.

- Por quê precisa ficar com Aron?

- Por que ele me faz ser digna dele, já com o Christopher... eu não consigo mas me ver assim, eu o amo mas...não dar...

- Você está tão confusa querida. Quer que eu vá ai com você? Que durma aí?

- Seria estranho se eu fala-se que sim?

- Não. Estou ai em meia hora - desligou.

Deixei o celular na comada e encarei o teto.

******

- Eu sempre quis isso...- murmurei sentido o carinho no meu cabelo - Que o meu pai me colocasse no colo dele e acaricia-se o meu cabelo - Fechei os olhos.

- Agora é possível. - Fernando falou calmo.

Estávamos na sala. Eu deitada com a cabeça no travesseiro, que estava na coxa dele que fazia uma carícia no meu cabelo.

- O que Alma disse de você dormir aqui?

- Gostou. Ela quer que tenhamos uma relação muito próxima e eu também. Juliana queria vim, mas eu achei melhor não.

Sorri.

- Pai...o que eu faço? - o encarei.

- Sinceramente? Siga o seu coração querida.

- E se ele tiver errado?

- Caso você tenha seguido ele e tenha se enganado, então, você segue a cabeça, ou seja, a razão. Mas siga o seu coração, ele quase nunca erra querida.

- Eu te amo pai. - sorri.

- Também te amo filha - sorriu de volta.

Fechei os olhos aproveitando o carinho.