Fanfic: Adultério - Finalizada. | Tema: Vondy e Savirroni

Christopher Uckermann

Continuava com os olhos fixos naquela enorme porta dupla, sentado no chão e encostado na parede. Eu não sabia por quanto tempo estava ali sentado, vendo a porta abrir e fechar, abrir e fechar, abrir e fechar, abrir e fechar, vendo médicos, enfermeiros, pacientes entrar e sair, entrar e sair, entrar e sair.

Mas eu sabia que estava ali a muito mais tempo do que poderia imaginar, já que meus pais, meus sogros, meus cunhados e meus amigos tentavam me fazer levantar, ir para hotel e comer algo.

Será que eles não entendiam?

Dulce.. a minha Dulce poderia partir a qualquer momento? Que ela nunca mais poderia abrir aqueles lindos olhos? Que nunca mais poderia sorrir? E eles queriam que eu fosse para o hotel? 

Por favor...

A porra que vou!!!

Ia continuar aqui!!!!

Não vou sair!!!!!

Meus olhos ardiam demais e eu já não conseguia chorar. Chorei tanto que acho nem mais lágrimas tenho! Eu não conseguia sair dali e nem parar de olhar para aquela porta dupla.

Quando todos ele vieram falar comigo, pareciam apenas sussurros. Por mais que eu tentasse me concentrar em ouvir, minha mente estava perdida em um quarto de UTI entre a vida e a morte.

E tudo isso por minha culpa!

Eu não cheguei a tempo!

Eu fracassei em salva-lá!

Se acontecer o pior, eu vou acabar com a minha vida. Não quero, não posso e não consigo viver em um mundo onde Dulce não esteja, onde não posso sentir seu doce cheiro, seu abraço, seus beijos.

Eu n..

Xxx: Pai? - uma voz baixa soou ao meu lado. Eu continuava olhando a porta - Pai por favor olha para mim - pediu.

Lorenzo.....

Eu ainda olhava para a porta.

Lorenzo: Pai..- chamou novamente e tocou no meu ombro. Lentamente me virei e encarei meu filho que me olhava parecendo assustado.

Chris: O que faz aqui? - consegui dizer.

Lorenzo: Mamãe disse que tá todo mundo preocupado com você. Que eles tentaram de tudo e você não sai desse chão frio, aí mamãe teve a ideia de eu te chamar para ir no hotel rapidinho.

Neguei com a cabeça.

Eu não iria!

Lorenzo olhou para trás dele e eu acompanhei o olhar. Belinda estava sendo abraçada por David e estavam bem afastados da gente. 

Eles pareciam muito preocupados.

Chris: Volta com sua mãe para o hotel. - voltei a falar chamando atenção dele - Eu não vou sair daqui. - falei sério.

Lorenzo baixou a cabeça.

Lorenzo: Também estou preocupado com você papai. - e sem mais sentou ao meu lado no chão - Mamãe disse que você está muito triste, eu também estou muito triste e não vou sair do seu lado.

Neguei com a cabeça.

Chris: Você não pode ficar aqui...

Lorenzo: Nem você pai - rebateu.

Chris: Lorenzo por favor...- pedi baixinho.

Lorenzo: Se ficar aqui, eu fico também!

Chris: Vou chamar sua mãe - avisei.

Lorenzo: Ela deixou eu ficar com você. - olhou pra mãe de novo.

Belinda ficou louca?

Chris: Loren..

Lorenzo: Eu vou ficar Pai! - me olhou sério e cruzou os braços.

Chris: Então fica...- voltei a encostar minha cabeça na parede.

Passou alguns minutos e ele continuava ao meu lado. Até se encostou na parede.

Eu olhava para a porta mas ficava de olho em Lorenzo ao meu lado. 

Ele realmente não ia sair dali!

Suspirei.

Chris: O que eu vou fazer no hotel? - murmurei - É rápido? - olhei pra ele.

Lorenzo: Só tomar um banho e comer algo. Mamãe disse que é coisa rápida, e que você logo vêm pra cá.

Hesitei.

Eu não podia sair.

Deixar ela sozinha.

Lorenzo: Mamãe disse que fica com a tia Dul até você voltar - pareceu ler minha mente. Olhei sério pra ele pensando. - O Tio Fernando e Daniel também estão aqui, tia Dul não está sozinha.

Chris: Ok. Mas você não volta mais pra cá, entendido? - ele assentiu.

Lorenzo: Vamos? - levantou e estendeu sua mão pra mim.

Olhei mais uma vez para a porta e peguei a mão dele levantando.

Nós aproximamos de Belinda e David.

Lorenzo: Papai vai tomar banho e comer, depois ele volta - avisou de mãos dadas comigo, eu não disse nada.

Belinda: Sim. Claro! 

David: Belinda e eu não vamos sair daqui, Fernando e Daniel estão na outra sala ao lado também. - garantiu.

Lorenzo: Vamos até eles Pai? - pediu

Assim que entramos na outra sala, vi Fernando, Daniel, Lucas, Rafael, Eddy, Poncho e Eric e claro, meu pai sentados se olhando entre si, quando me viram todos eles suspiraram.

Lorenzo: Vovô o papai vai tomar banho e comer alguma coisa - disse. - E volta pra cá logo, assim que terminar.

Vitor: Claro! - se aproximou - Vamos?

Assenti e saímos dali.

Eu não queria falar com ninguém.

Conforme saímos do hospital vi várias pessoas me olhando. Olhei pra baixo e vi minha blusa toda manchada. O caminho até o hotel foi rápido, como no hospital muitas pessoas ficou me olhando.

Quando entrei no quarto onde eram dos meus pais, minha mãe estava andando de um lado para o outro e quando me viu falou um alto e bom som.

Ale: Graças a Deus...- veio me abraçar.

Lorenzo: Papai veio só comer e tomar banho Vovó - afirmou de novo.

Ale: Claro! Enquanto toma banho, eu vou pedir um lanche pra você. - se afastou e me analisou triste.

Foi o que eu fiz.

Entrei no banheiro e por alguns segundos me encarei no espelho. Por um momento, eu nem sabia quem era aquele homem que se olhava no espelho, mas logo comecei a tirar a roupa e tomar um banho um pouco demorado.

Eu precisava voltar logo pro hospital.

Pelo vidro do box embaçado, vi meu pai deixar uma roupa na pia e saiu. Desliguei o chuveiro e sai do box. Vesti uma calça, uma blusa de mangas e sai do quarto.

Minha mãe conchichava com neu pai.

Lorenzo não estava mas no quarto

Tinha uma mesa cheia de comida.

Ale: Aqui filho...- indicou a cadeira.

Chris: Não quero comer!

Vitor: Prometeu a Lorenzo...

Contra a gosto peguei uma massa qualquer e comi, minha mãe serviu um suco e me deu, bebi todo o suco.

Chris: Terminei - levantei.

Ale: Só isso? 

Chris: Já foi muito. Estou saindo.

Ale: Espera! - pediu - Senta rapidinho na cama que eu vou buscar uma coisa e você vai, tá bom?

Chris: Seja rápida - pedi.

Ela assentiu e saiu do quarto.

Meu pai ficou me encarando.

Seus olhos demonstrava muita preocupação.

De repente, me bateu uma moleza e eu bocejei, meus olhos pesaram e eu me encostei na cama por um momento e então, tudo ficou preto.

Eu não conseguia abrir meus olhos.

Ouvi passos.

Ale: E aí? 

Vitor: Fez o efeito. Acha que foi mesmo a melhor maneira querida?

Ale: Vitor, Christopher está a dois dias naquele chão frio parado, sem comer, sem tomar banho e continuava com a mesma roupa daquela noite, já esmurrou a cara do médico, dos enfermeiros e dos seguranças que tentaram tirar ele dali e se deixar ele vai ficar lá até...- parou de falar - É para o bem dele - falou triste.

Vitor: Tem razão!

Não consegui escutar mais nada.

Apenas apaguei.

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