Fanfic: Adultério - Finalizada. | Tema: Vondy e Savirroni

Eu fitava o teto branco da sala de espera da clínica perdida, não chorava mais, acho até que minhas lágrimas acabaram de tanto chorar, meus olhos doiam, tanto pelas agressões, tanto por ter chorado como nunca chorei na vida, meu rosto estava feio, muito feio. Meu corpo estava cheio de hematomas espalhados, meu corpo todo doía e não era pouco.

Mas o que mais doía era a minha alma.

Ela estava acabada! Destruída!

- Por que....por que....- a voz dele soou na sala e tinha nenhuma emoção - Por que nunca me falou o que se passava com você? - ele me olhou com certa raiva - Por que nunca me disse que sua mãe é daquele jeito? Que seu padastro era um mostro, que você sofria. Por que Dulce? - Christopher perguntou.

Suspirei.

Estavamos longe um do outro.

A sala só tinha nos dois.

- Eu...eu n.ão que..ria - neguei com a cabeça incapaz de olha-lo nos olhos.

- Não queria me contar? - levantou - Você tinha a obrigação de me contar Dulce. Você deveria ter me contado. Deveria ter dito...VOCÊ NÃO ME CONTOU O QUE ESTAVA ACONTECENDO E A TRAGÉDIA ACONTECEU - ele gritou bravo.

Me Encolhi.

Christopher ficou um tempo calado.

- Eu pensei que você confiasse em mim - ele falou quebrando o silêncio ao meu lado - Eu pensei que me contasse tudo. Agora como você acha que eu estou ao saber que minha noiva não conta nada pra mim, que estava sofrendo vários tipos de agressões em casa e ficava calada? Que só me contou quando foi....foi...foi...- ele não conseguia terminar.

- Estuprada! - terminei pra ele.

- Por que fez isso?

Neguei com a cabeça.

- Porra Dulce! - ele xingou me puxando para o colo dele, me abraçou muito apertado e mesmo assim eu não conseguia chorar - O que aconteceu não foi culpa sua, não foi. Você errou não ter contado, só isso que você errou, mas a culpa não foi sua amor....

- Foi sim....- murmurei.

- Não foi não.

- Eu não tranquei a porta do quarto....

- Mesmo se você estivesse andando pela casa nua, ou na rua nua também, a culpa não seria sua, a culpa é desse doente...- rosnou - A culpa nunca é da mulher, da vítima. E sim desses bando de merdas doentes....

- Chris...

- Não. A culpa nunca é da vítima. - segurou o meu rosto fitando meus olhos enxados com atenção - Aprenda...a culpa nunca é da vítima.

Engoli em seco assentindo.

- Meu amor...- ele me abraçou de novamente.

- O que vai acontecer agora? - perguntei.

- Eu falei com os meus pais enquanto você fazia os exames...- falou ainda abraçado a mim - E eles estão vindo pra cá. Eu nem precisei pedir ou algo assim, eles mandaram você ficar comigo em casa....

- Vou morar com você? - sussurrei.

- Sim. A gente já vai casar mesmo....

- Eu não quero incomodar...

- Ainda não entendeu que você é da minha família desde que a pedi em casamento? Que a minha família é a sua amor? - perguntou carinhoso. 

Agora sim as lágrimas voltaram.

- Eu te amo....- murmurei.

- Eu te amo mais.... 

O abracei ainda mais apertado.

Christopher não existia. Não podia existir.

Acho que não merecia ele. Não podia merecer, ele era bom demais pra mim.

A médica apareceu na sala junto com o policial que estava com o meu caso. Christopher e eu nos aproximamos deles.

- Então? - Christopher perguntou.

- Os exames estão prontos - A doutora começou a falar - Como eu falei pra você na sala Dulce, não adiantou você ter se lavado, o seu útero está violentando, com escoriações e enfim, dar para perceber muito bem que você sofreu abuso, e eu consegui uma amostra do esperma que estava com você, fiz o exame de DNA do esperma que a mostrou o dono: Jhon Clark - avisou.

- O mesmo cara que nos estamos na cola faz um bom tempo - o policial falou - Ele tem uma ficha muito grande e o que aconteceu com você vai pra lá também. 

- Tá mas e agora? - Christopher falou - Ele vai ser preso, não é?

- Já enviei o exame comprovando o estupro e as agressões de Dulce - ele continuou falando - E agora estão emitindo o mandando de prisão.

- Menos mal....- Christopher murmurou.

- Ele não tem como se safar dessa. Não dessa vez. - O policial avisou.

******

Esperamos Alexandra e Vitor chegar para irmos a delegacia novamente. Assim que me viram me abraçaram e disseram que estavam comigo, e que a casa deles era minha agora.

Pela primeira vez na vida, mesmo com aquilo que aconteceu comigo, eu me senti em uma família de verdade. E fiquei muito grata a isso.

Estávamos agora em uma parte da delegacia esperando o Jhon aparecer com os policiais, e Christopher não tirava a mão dele da minha.

Ale e Vitor tinham ido comprar alguma coisa para eu comer, já que não me alimentava desde de ontem e já era quase a noite. Quando eu menos esperei, Jhon entrou algemado reclamando e Blanca o acompanhava gritando com os policiais. Christopher olhava com uma cara de psicopata pra ele.

Suspirei.

Ele me abraçou.

- POR QUE ESTÃO PRENDENDO ELE MESMO? POR CAUSA DE MENTIRA? - Blanca gritou olhando ao redor, até que me viu - A CULPA É SUA CADELA MAL AMADA - tentou se aproximar mais um policial a segurou - POR CAUSA DE MENTIRAS SUAS QUE ELE ESTÁ SENDO PRESO.

- A CULPA NÃO É MINHA - gritei me levantando e Christopher me segurou pela cintura quando eu tentei me aproximar dela.

- A CULPA É SUA SIM. SEMPRE GOSTOU DO MEU HOMEM E QUIS DAR PRA ELE ONTEM, MAS COMO ELE TE REJEITOU VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO, SUA VAGABUNDA.

- OLHA COMO VOCÊ FALA COM ELA - Christopher gritou me defendo - Eu só não te dou uns socos porque é uma mulher.

Blanca riu.

- O namoradinho está defendendo?

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - o delegado apareceu.

Então começou a confusão. Blanca gritava e espeniava dizendo que o "homem dela não fez nada`` e que eu era a culpada. O delegado bateu boca com ela e no final disse que tinha os exames como prova.

- POIS EU SÓ ACREDITO VENDO ESSES EXAMES QUE COM CERTEZA SÃO FALSOS - falou puxando o delegado para a sala dele - VAMOS ME AMOSTRA E QUANDO ACABAR COM ISSO EU VOU MATAR ESSA DESGRAÇADA POR ISSO QUE ESTÁ ME FAZENDO PASSAR.

Entrou na sala com ele, mas antes o delegado mandou prender Jhon. Ela me lançou um olhar tão mortal, que eu quis morrer com ele.

Christopher me abraçou quando eu comecei a chorar novamente. Minha própria mãe não acreditava em mim. Ela acreditava nele, nele...