Fanfics Brasil - Capítulo 19 (3ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 19 (3ª Temporada)

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Dul



Nâo vou atrás dele, porque não sei o que dizer.
Quando descobri a minha Divergência, pensava nela como um poder secreto que ninguém mais possuía. Algo que me tornava diferente, melhor, mais forte.
Agora, depois de comparar o meu DNA com o de Christopher na tela do computador, percebo que “Divergente” não significa o que eu pensava. É apenas uma palavra que descreve uma sequência de DNA específica e que poderia ser usada para descrever todas as pessoas de olhos castanhos ou cabelo loiro.
Apoio a cabeça nas mãos. Mas estas pessoas ainda acreditam que ela significa alguma coisa. Ainda acham que significa que estou curada de uma maneira que Christopher não está. E querem que eu simplesmente confie nisso, acredite nisso.
Bem, não acredito. E não entendo por que Christopher acredita. Por que está pronto a acreditar que é danificado.
Não quero mais pensar nisso. Deixo a sala de terapia de genes no exato momento em que Nita está voltando.
– O que você disse a ele? – pergunto.
Ela é bonita. É alta, mas não demais, magra, mas não demais, e sua pele tem uma cor bonita.
– Só queria me certificar de que ele sabia para onde estava indo – diz ela. – Este lugar é complicado.
– É mesmo. – Saio dali, não sei bem para onde vou, apenas para longe de Nita, a menina bonita que conversa com meu namorado quando não estou por perto. Mas, afinal, a conversa nem foi tão longa assim.
Vejo Zoe no final do corredor, e ela acena para que eu me aproxime. Agora, parece mais relaxada do que mais cedo. Sua testa está lisa, e não franzida, e seu cabelo está solto. Ela enfia as mãos nos bolsos do macacão.
– Acabei de avisar os outros – conta ela. – Marcamos um passeio de avião para daqui a duas horas para quem quiser. Você topa?
Uma mistura de medo e empolgação remexe o meu estômago, bem como quando me prenderam à linha da tirolesa sobre o edifício Hancock. Imagino a sensação de disparar pelos ares em um carro alado, com a energia do motor e o sopro do vento através de todas as frestas nas paredes, e a possibilidade, mesmo que remota, de que algo dê errado, e eu desabe para a morte.
– Sim.
– Nós nos encontraremos no portão B14. Siga as placas! – Ela abre um sorriso e vai embora.
Olho pelas janelas sobre a minha cabeça. O céu está limpo e claro, da mesma cor dos meus olhos. Há certa inevitabilidade nele, como se sempre tivesse esperado por mim, talvez porque eu goste de alturas, enquanto outras pessoas a temem, ou talvez porque, depois de ver o que vi, só resta uma fronteira a ser explorada, e ela está sobre a minha cabeça.


 


 


 


                                                               + + +


 


 


 


 


Os degraus de metal que levam até a pista rangem a cada passo que dou neles.


Preciso inclinar a cabeça para trás a fim de olhar para o avião, que é maior do que eu esperava, com coloração branco-prateada. Sob a asa, há um enorme cilindro com lâminas giratórias dentro. Imagino as lâminas me sugando para dentro e me cuspindo do outro lado e estremeço um pouco.


– Como algo tão grande pode se sustentar no ar? – pergunta Uriah atrás de mim.
Balanço a cabeça. Não sei nem quero pensar sobre isso. Sigo Zoe por outro lance de escadas, conectado a um buraco na lateral do avião. Minha mão treme quando agarro o corrimão, e olho para trás uma última vez, para ver se Christopher chegou. Ele não está lá. Não o vejo desde o teste genético.
Baixo a cabeça ao atravessar o buraco, apesar de ele ser mais alto do que eu.
Dentro do avião, há fileiras e mais fileiras de assentos cobertos com um tecido azul rasgado e desfiado. Escolho um mais para a frente, ao lado da janela. Uma barra de metal aperta as minhas costas. A sensação é de que estou sentada em um esqueleto de poltrona, sem quase nenhuma carne para sustentá-lo.
Cara se senta atrás de mim, e Peter e Caleb vão para o fundo do avião e se sentam perto um do outro. Não sabia que eles eram amigos. Mas faz sentido, considerando o quanto os dois são desprezíveis.
– Esse treco é muito velho? – pergunto a Zoe, que está em pé perto da frente do avião.
– Ele é bem velho. Mas restauramos as peças importantes. Tem um tamanho
bom para as nossas necessidades.
– Para que vocês o usam?
– Para missões de vigilância, principalmente. Gostamos de ficar de olho no que acontece na margem caso ameace o que está acontecendo aqui. – Zoe faz uma pausa. – A margem é um lugar enorme e meio caótico, entre Chicago e a área mais próxima regulada pelo governo, Milwaukee, que fica a cerca de três horas de carro.
Gostaria de perguntar o que exatamente está acontecendo na margem, mas Uriah e Anahí se sentam nas cadeiras ao meu lado, e perco a oportunidade.
Uriah baixa o encosto de braço entre nossos assentos e se inclina sobre mim para olhar pela janela.
– Se os membros da Audácia conhecessem isto, todos fariam fila para aprender a pilotar um – diz ele. – Inclusive eu.
– Não, eles se prenderiam às asas – diz Anahí, cutucando o seu braço. – Você não conhece a sua própria facção?
Uriah cutuca a bochecha dela de volta, depois vira para a janela outra vez.
– Vocês viram Christopher? – pergunto.
– Não, não o vi – diz Anahí. – Está tudo bem?
Antes que eu consiga responder, uma mulher mais velha com linhas ao redor da boca para no corredor entre as fileiras de assentos e bate palmas.
– Meu nome é Karen e pilotarei este avião hoje! – anuncia ela. – Pode parecer assustador, mas lembrem: as chances de um desastre de avião, na realidade, são muito menores do que de um acidente de carro.
– Assim como as nossas chances de sobrevivência se de fato houver um acidente – sussurra Uriah, mas ele sorri. Seus olhos escuros estão alertas, e ele parece animado como uma criança. Não o vejo assim desde que Marlene morreu. Ele voltou a ser bonito.
Karen desaparece na dianteira do avião, e Zoe se senta do outro lado do corredor de Anahí, virando para trás para gritar instruções como: “Apertem os cintos!” e “Não se levantem até que atinjamos a altitude de cruzeiro!” Não sei ao certo o que significa altitude de cruzeiro, e ela não explica, bem ao estilo Zoe. O fato de que ela tenha se lembrado de explicar o que é a margem foi quase um milagre.
O avião começa a dar ré, e fico surpresa pela suavidade dos seus movimentos, como se já estivéssemos flutuando acima do chão. Em seguida, ele vira e desliza sobre a pista, que está pintada com dezenas de linhas e símbolos.
Meu coração bate mais rápido à medida que nos afastamos do complexo, e então a voz de Karen fala pelo sistema interno de comunicação:
– Tripulação, preparar para a decolagem.
Agarro os braços da poltrona quando o avião dá uma guinada e começa a se mover. A inércia me empurra para trás, contra o esqueleto de poltrona, e a vista da janela se transforma em um borrão de cores. De repente, eu sinto a ascensão, o avião subindo, e vejo o chão se estendendo sob nós, tudo diminuindo depressa.
Fico boquiaberta e me esqueço até de respirar.
O complexo tem o formato de um neurônio que vi certa vez em um livro de ciências da escola, e vejo a cerca a seu redor. Em volta da cerca, há uma rede de estradas de concreto, com edifícios entre elas.
E, de repente, não consigo nem mais ver as estradas e os edifícios, porque há apenas uma camada verde e marrom abaixo, e, mais longe do que consigo enxergar, em todas as direções, terra, terra, terra.
Não sei exatamente o que esperava. Talvez ver o lugar onde o mundo termina, como uma montanha gigantesca flutuando no céu.
O que eu não esperava era descobrir que fui alguém que vivia em uma casa que nem consigo ver daqui. Que caminhei em uma rua entre centenas ou milhares de outras ruas.
O que eu não esperava era me sentir tão, tão pequena.
– Não podemos voar alto demais ou perto demais da cidade, para não chamarmos atenção, então vamos observar de uma grande distância. À sua esquerda, vocês vão ver agora um pouco da destruição causada pela Guerra da Pureza, antes de os rebeldes apelarem para armas biológicas, em vez de explosivos – diz Zoe.
Preciso afastar as lágrimas dos meus olhos para enxergar. A princípio, parece ser apenas um conjunto de prédios escuros. Mas, quando os examino melhor, percebo que os prédios não deveriam ser escuros. Estão completamente carbonizados. Alguns desabaram. A calçada entre eles está quebrada como uma casca de ovo rachada.
Eles me lembram de algumas partes da cidade, mas, ao mesmo tempo, são
diferentes. A destruição da cidade pode ter sido causada por pessoas. Mas
deveria ter sido causado por outra coisa, por algo maior.
– Agora vocês verão Chicago! – diz Zoe. – Verão que uma parte do lago foi drenada para que pudéssemos construir a cerca, mas que deixamos intacto tudo quanto possível.
Enquanto ela fala, vejo o Eixo com suas duas pontas, tão pequeno que parece de brinquedo, o horizonte acidentado da nossa cidade interrompendo o mar de concreto. E, além dele, uma área marrom: o pântano. E, depois do pântano... azul. Certa vez, desci em uma tirolesa do edifício Hancock e imaginei como seria o pântano se estivesse cheio d’água, cinza-azulado e brilhando sob o sol. Agora que consigo ver mais longe do que jamais vi, sei que, bem depois dos limites da nossa cidade, ele é exatamente como imaginei, como o lago a distância, brilhando com raios de luz e marcado pela textura das ondas.
O avião está silencioso, exceto pelo ronco constante do motor.
– Nossa – diz Uriah.
– Psit – responde Anahí.
– Qual é o tamanho dela em comparação com o resto do mundo? – pergunta Peter da outra ponta do avião. Ele parece estar engasgando com cada palavra. – Digo, a nossa cidade. Em termos de área de superfície. Qual é a porcentagem?
– Chicago ocupa cerca de quinhentos e oitenta e oito quilômetros quadrados – diz Zoe. – A área de superfície do planeta é de pouco mais de cinco milhões de quilômetros quadrados. A porcentagem é... tão pequena que é desprezível.
Ela nos oferece esses fatos com calma, como se fossem insignificantes para ela. Mas eles me atingem em cheio na barriga, e me sinto oprimida, como se algo me esmagasse. Tanto espaço. Como serão as coisas nos outros lugares?
Como será que as pessoas vivem lá?
Olho pela janela outra vez, inalando lenta e profundamente o ar para dentro do meu corpo, que está tenso demais para se mexer. E, ao olhar para a terra abaixo, penso que isso é no mínimo a maior evidência da existência do Deus dos meus pais, o fato de nosso mundo ser tão gigantesco que está completamente fora de controle, de que não podemos, de maneira alguma, ser tão grandes quanto nos sentimos.
Tão pequena que é desprezível.
É estranho, mas há algo nessa ideia que me faz sentir quase... livre.


 


 


 


                                                          + + +


 


 


 


De noite, quando todos estão jantando, sento-me no parapeito da janela do dormitório e ligo a tela que David me deu. Minhas mãos tremem quando abro o arquivo intitulado “Diário”.
O primeiro texto diz o seguinte:
David me pede o tempo todo para escrever sobre o que vivi. Acho que ele espera que seja horripilante e talvez até queira isso. Talvez algumas partes tenham sido mesmo, mas elas foram ruins para todos, então não é como se eu fosse especial.
Cresci em um lar unifamiliar em Milwaukee, Wisconsin. Nunca soube muito bem quem estava no território fora da cidade (que as pessoas aqui chamam de “margem”). Só sabia que não devia ir para lá. Minha mãe era oficial da lei; ela tinha uma personalidade explosiva e era impossível de agradar. Meu pai era professor; era flexível, solidário e inútil. Certo dia, eles começaram a brigar na sala de estar, e as coisas saíram de controle. Ele a agarrou, e ela atirou nele.
Naquela noite, ela enterrou o corpo dele no quintal dos fundos enquanto eu juntava uma boa parte dos meus pertences e saía pela porta da frente. Nunca mais a vi.
Onde eu cresci, a tragédia estava por toda a parte. A maioria dos pais dos meus amigos bebia até cair, gritava demais ou tinha parado de amar seus cônjuges havia muito tempo; e era simplesmente assim que as coisas funcionavam, não era nada demais. Portanto, quando parti, tenho certeza de que me tornei apenas mais um item em uma longa lista de coisas terríveis que tinham acontecido no nosso bairro aquele ano.
Eu sabia que, se fosse para qualquer lugar oficial, como outra cidade, as figuras governamentais me obrigariam a voltar para a casa da minha mãe. E eu não achava que conseguiria olhar para ela de novo sem ver a mancha de sangue que a cabeça do meu pai deixou no tapete da sala, por isso, não fui para nenhum lugar oficial. Fui para a margem, onde um monte de gente vive em uma pequena colônia construída de lona e alumínio, em alguns escombros pósguerra, alimentando-se de restos e queimando velhos papéis para se aquecer, porque o governo não pode ajudá-los, já que está gastando todos os nossos recursos tentando nos reconstruir, como tem feito há mais de um século, desde que a guerra nos destruiu. Ou talvez eles simplesmente não queiram ajudá-los.
Não sei.
Certo dia, vi um homem adulto espancar uma das crianças da margem, e bati com uma tábua na sua cabeça, para fazê-lo parar, e ele morreu bem ali, no meio da rua. Eu tinha apenas treze anos. Fugi. Fui pega por um cara em uma van, um cara que parecia um policial. Mas ele não me levou para a beira da estrada e atirou em mim, nem me levou para a cadeia; ele apenas me trouxe para esta área segura, testou meus genes e me contou tudo a respeito dos experimentos nas cidades e sobre como meus genes eram mais limpos do que os de outras pessoas. Ele até me mostrou um mapa dos meus genes em um monitor como prova.
Mas eu matei um homem, exatamente como a minha mãe. David diz que não tinha problema, porque não foi intencional e porque o homem estava prestes a matar aquela criancinha. Mas acho que minha mãe também não tinha a intenção de matar meu pai, então que diferença faz ter ou não ter a intenção de fazer uma coisa? Seja por acidente ou por querer, o resultado é o mesmo: uma vida a menos do que deveria haver no mundo.
Acho que é isso que vivi. Segundo David, parece que tudo isso aconteceu
porque há muito, muito tempo, pessoas tentaram mexer com a natureza humana
e acabaram piorando as coisas.
Acho que faz sentido. Pelo menos, eu gostaria que fizesse.
Mordo meu lábio inferior. Aqui no complexo do Departamento, pessoas estão sentadas no refeitório agora mesmo, comendo, bebendo e rindo. Na cidade, devem estar fazendo a mesma coisa. A vida comum me cerca, e estou sozinha com essas revelações.
Agarro a tela junto ao peito. Minha mãe era daqui. Este lugar representa tanto a minha história antiga quanto a minha história recente. Consigo sentir a minha mãe nas paredes, no ar. Consigo sentir a minha mãe dentro de mim, de onde nunca partirá. A morte não conseguiu apagá-la; ela é permanente.
O frio do vidro atravessa a minha camisa, e eu estremeço. Uriah e Anahí entram no dormitório rindo de alguma coisa. Os olhos límpidos e os passos firmes de Uriah me dão alívio, e meus olhos se enchem de lágrimas de repente.
Anahí e ele parecem preocupados. Apoiam-se na janela perto de mim.
– Você está bem? – pergunta ela.
Assinto com a cabeça e afasto as lágrimas.
– Onde vocês estiveram hoje? – pergunto.
– Depois do passeio de avião, fomos assistir aos monitores na sala de controle durante um tempo – diz Uriah. – É muito estranho ver o que eles estão fazendo agora que não estamos mais lá. Apenas mais do mesmo. Alexandra está sendo estúpida, junto com seus lacaios, e assim por diante. Mas foi como receber notícias de casa.
– Acho que não quero assistir aos monitores – digo. – Aquilo é muito... repugnante e invasivo.
Uriah dá de ombros.
– Não sei. Se eles querem me ver coçando a bunda* e comendo meu jantar,
acho que isso diz mais sobre eles do que sobre mim.
Solto uma risada.
– Quanto tempo por dia você passa coçando a sua *bunda?
Ele me empurra com o ombro.
– Sem querer desviar a conversa das bundas, que todos concordamos que são de extrema importância... – diz Anahí, sorrindo um pouco. – Mas concordo com você, Dul. Fiquei péssima só em assistir àquilo, como se estivesse fazendo algo errado. Acho que vou manter distância daqueles monitores de agora em diante.
Ela aponta para a pequena tela no meu colo, de onde a luz continua a brilhar ao redor das palavras da minha mãe.
– O que é isso? – pergunta ela.
– Ao que parece – digo –, minha mãe era daqui. Bem, era do mundo exterior, mas depois veio para cá, e, quando ela tinha quinze anos, foi inserida em Chicago, como membro da Audácia.
– Sua mãe era daqui? – pergunta Anahí.
Assinto com a cabeça.
– Sim. É uma loucura. O mais estranho é que ela escreveu este diário e o deixou com eles. É isso que eu estava lendo antes de vocês voltarem.
– Nossa – diz Anahí baixinho. – Isso é bom, não é? Digo, que você possa aprender mais sobre ela.
– É, é bom. E não, não estou mais triste, então você pode parar de me olhar assim. – O olhar de preocupação que estava se formando no rosto de Uriah desaparece.
Solto um suspiro.
– Mas não paro de pensar... que, de alguma maneira, pertenço a este lugar.
Como se aqui pudesse ser o meu lar.
Anahí franze as sobrancelhas.
– Talvez – diz ela, mas sinto que não acredita nisso de verdade, apesar de ser gentil da parte dela falar aquilo.
– Não sei – fala Uriah, agora em tom sério. – Não sei se jamais me sentirei em casa em algum lugar novamente. Mesmo que voltássemos para a cidade.
Talvez ele tenha razão. Talvez sejamos estrangeiros aonde quer que formos, seja no mundo lá fora, dentro do Departamento ou de volta ao experimento.
Tudo mudou e não vai parar de mudar tão cedo.
Ou talvez construamos um lar dentro de nós mesmos, para carregar conosco aonde quer que formos, da mesma maneira que carrego a minha mãe agora.
Caleb entra no dormitório. Há uma mancha na sua camisa parecida com molho, mas ele nem parece notar. Está com uma expressão que eu já reconheço como fascínio intelectual, e me pergunto o que ele anda lendo, ou assistindo, que o fez ficar assim.
– Olá – diz ele, e faz menção de se aproximar de mim. Mas deve ter notado a minha repulsa, porque para no meio do caminho.
Cubro a tela com a mão, embora não haja como ele enxergar do outro lado do dormitório, e o encaro, incapaz, ou até mesmo sem vontade, de responder.
– Você acha que voltará a falar comigo algum dia? – pergunta ele com tristeza.
– Se ela voltasse, eu ficaria muito surpresa – diz Anahí de maneira fria.
Eu desvio os olhos dele. A verdade é que às vezes tenho vontade de esquecer tudo o que aconteceu e voltar à maneira como éramos antes de escolhermos nossas facções. Mesmo quando ele me corrigia o tempo todo ou me lembrava de que eu deveria ser altruísta, era melhor do que isso, do que esse sentimento de que devo proteger dele até o diário da minha mãe para que ele não o envenene, como fez com todo o resto. Levanto-me e escondo o monitor sob o travesseiro.
– Venha – chama Uriah. – Quer vir comer sobremesa conosco?
– Vocês já não comeram?
– E daí? – Uriah revira os olhos e apoia o braço nos meus ombros, guiando-me em direção à porta.
Juntos, nós três caminhamos até o refeitório, deixando meu irmão para trás.




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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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