Fanfics Brasil - Capítulo 21 (3ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 21 (3ª Temporada)

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Dul



Eles anunciam pela manhã o exercício de simulação de ataque através do sistema de som enquanto tomamos café. A voz feminina e clara nos instrui a trancar a porta da sala onde estivermos pelo lado de dentro, cobrir as janelas e nos sentarmos em silêncio até que os alarmes parem de tocar.
– Isso ocorrerá dentro de uma hora – diz ela.
Christopher parece cansado e pálido, com olheiras. Ele pega um bolinho e belisca pequenos pedaços. Às vezes come, outras simplesmente se esquece de botar na boca.
A maioria de nós acordou tarde, às dez, acho que porque não tínhamos nenhum motivo para acordar mais cedo. Quando deixamos a cidade, perdemos as nossas facções, nosso propósito. Aqui, não há nada para fazer, a não ser esperar que alguma coisa aconteça, e isso não me deixa nada relaxada, mas agitada e tensa. Estou acostumada a ter algo para fazer, algo pelo qual lutar, o tempo todo. Tento me lembrar de que devo relaxar.
– Eles nos levaram para voar de avião ontem – digo a Christopher. – Onde você estava?
– Eu só precisava dar uma volta. Processar as coisas. – Ele soa conciso, irritado. – Como foi?
– Para falar a verdade, foi incrível. – Sento-me diante dele, e nossos joelhos se tocam no espaço entre as camas. – O mundo é... muito maior do que eu pensava.
Ele acena com a cabeça.
– Acho que eu não teria gostado. Por causa da altura e tal.
Não sei por quê, mas fico desapontada com sua reação. Desejava que ele dissesse que queria ter estado lá comigo, ter vivido aquilo comigo. Ou pelo menos que perguntasse por que foi incrível. Porém, tudo o que tem a dizer é que não teria gostado de estar lá.
– Está tudo bem? – pergunto. – Você parece mal ter dormido.
– Bem, o dia de hoje me proporcionou uma revelação e tanto – fala ele,
apoiando a testa na mão. – Você não pode me culpar por estar chateado.
– Você pode ficar chateado com o que quiser – digo, franzindo a testa. – Mas, na minha opinião, não há muito pelo que ficar chateado. Sei que é uma surpresa, porém, como eu disse, você continua sendo a mesma pessoa de antes, independentemente do que digam.
Ele balança a cabeça.
– Não estou falando sobre meus genes. Estou falando de Víctor. Você não tem a menor ideia, não é mesmo? – A pergunta é acusatória, mas seu tom, não.
Ele se levanta para jogar o bolinho no lixo.
Sinto-me magoada e frustrada. É claro que eu sabia de Víctor. As pessoas estavam comentando sobre isso no dormitório quando acordei. Mas, por algum motivo, não pensei que ele ficaria chateado em descobrir que seu pai não seria executado. Parece que eu estava errada.
O fato de que os alarmes soam naquele exato momento, impedindo-me de dizer qualquer outra coisa, não ajuda em nada. Os alarmes são altos, estridentes e agridem tanto os meus ouvidos que mal consigo pensar, muito menos me mover.
Cubro um dos ouvidos com uma das mãos, e enfio a outra sob o travesseiro para pegar o aparelho que guarda o diário da minha mãe.
Christopher tranca a porta e fecha as cortinas, e todos permanecem sentados em suas camas. Cara cobre a cabeça com o travesseiro. Peter apenas permanece sentado, com as costas encostadas na parede e os olhos fechados. Não sei onde está Caleb. Deve estar pesquisando o que quer que o tenha deixado tão distante ontem. Também não sei onde estão Anahí e Uriah. Talvez explorando o complexo. Ontem, depois da sobremesa, eles pareceram determinados a explorar todos os cantos deste lugar. Eu preferi explorar as opiniões da minha mãe a respeito daqui. Ela escreveu várias vezes no diário sobre suas impressões do complexo, sobre o quanto era estranho para ela o lugar ser tão limpo, sobre a maneira como todos viviam sorrindo, como ela se apaixonou pela cidade ao vêla da sala de controle.
Ligo o aparelho, esperando me distrair do barulho ensurdecedor.
Hoje eu me ofereci para entrar na cidade. David disse que os Divergentes estão morrendo e que alguém precisa pôr fim nisso, porque é um desperdício do nosso melhor material genético. Acho que essa é uma forma muito doentia de ver as coisas, mas David não faz por mal. Ele só quer dizer que, se não fosse pela morte dos Divergentes, nós não interviríamos até que certo grau de destruição fosse alcançado, mas, já que é com eles, a situação precisa ser resolvida imediatamente.
Ele disse que é só por alguns anos. Tudo o que tenho aqui são alguns amigos, nenhuma família, e sou jovem o bastante para que seja fácil me inserir. Basta apagar e reprogramar as memórias de algumas pessoas, e estou dentro. Eles vão me colocar na Audácia, a princípio, porque já tenho tatuagens, e seria difícil de explicar isso para as pessoas dentro do experimento. O único problema é que, na minha Cerimônia de Escolha, no ano que vem, terei que me juntar à Erudição, porque é lá que está o assassino, e não sei se serei inteligente o bastante para passar pela iniciação. David diz que não importa, porque ele pode alterar os resultados, mas isso parece errado. Mesmo que o Departamento considere que as facções não significam nada, que elas não passam de um tipo de modificação comportamental que ajuda a reparar os danos, as pessoas da cidade acreditam que elas são importantes, e não parece certo burlar seu sistema.
Eu os tenho observado há alguns anos, então não preciso aprender muito sobre como agir como eles. A esta altura, aposto que conheço a cidade melhor do que eles. Será difícil enviar meus informes. Alguém poderá notar que estou me conectando a um servidor externo, e não a um servidor de dentro da cidade, portanto, incluirei poucas informações no diário ou talvez nenhuma.
Será difícil deixar para trás tudo o que conheço, mas talvez seja bom. Talvez seja um recomeço.
Um recomeço seria muito bom para mim.
É muita coisa para absorver, mas acabo relendo a frase: O único problema é que, na minha Cerimônia de Escolha, no ano que vem, terei que me juntar à Erudição, porque é lá que está o assassino. Não sei sobre que assassino ela está falando. Será que é sobre o antecessor de Jeanine Matthews? Mas o mais confuso é que ela acabou não indo para a Erudição.
O que será que a levou a se juntar à Abnegação?
O alarme para e, na sua ausência, os sons parecem abafados em meus ouvidos. Os outros saem do dormitório um por um, mas Christopher fica mais um pouco, tamborilando os dedos na perna. Não falo com ele. Acho que não quero ouvir o que ele tem a dizer agora que estamos os dois à flor da pele.
Mas tudo o que diz é:
– Posso beijar você?
– Pode – respondo, aliviada.
Ele se inclina para a frente e toca o meu rosto, depois me beija com delicadeza.
Bem, pelo menos ele sabe melhorar o meu humor.
– Não me lembrei da questão do Víctor. Deveria ter lembrado – digo.
Ele dá de ombros.
– Já passou.
Sei que não passou. Com Víctor, as coisas nunca passam; as maldades que ele cometeu são grandes demais. Mas não insisto na questão.
– Mais textos do diário? – pergunta ele.
– Sim. Até agora, apenas algumas memórias do complexo. Mas está ficando interessante.
– Ótimo. Vou deixar você ler em paz.
Ele abre um pequeno sorriso, mas percebo que continua cansado e chateado.
Não tento impedi-lo de ir. De certa maneira, parece que estamos deixando um ao outro sozinhos com nossas tristezas, a dele causada pela perda da sua Divergência e pelo que esperava do julgamento de Víctor, e a minha, pela perda dos meus pais.
Toco na tela para ler o próximo texto.
Caro David,
Ergo as sobrancelhas. Agora ela está escrevendo para David?
Caro David,



Perdão, mas as coisas não vão acontecer como planejamos. Eu não consigo.
Sei que você vai pensar que estou agindo como uma adolescente idiota, mas esta é a minha vida, e, se vou passar uns anos aqui, preciso fazer isso do meu jeito. Ainda conseguirei fazer o meu trabalho de fora da Erudição. Portanto, amanhã, na Cerimônia de Escolha, eu eFernando escolheremos a Abnegação juntos.
Espero que você não esteja irritado. Acho que, mesmo que esteja, não vou ficar sabendo.


                                                                                        – Blanca
Leio e releio o texto, até absorver as palavras. Eu e Fernando escolheremos a
Abnegação juntos.
Sorrio, cobrindo a boca com a mão, depois apoio a cabeça na janela e deixo as lágrimas escorrerem em silêncio.
Meus pais realmente se amavam. O bastante para abandonar planos e facções. O bastante para desafiar a ideia de “facção antes do sangue”. Facção antes do sangue, não. Amor antes da facção, sempre.
Desligo o aparelho. Não quero ler nada que estrague esta sensação: de que estou boiando em águas tranquilas.
É estranho como, embora eu devesse estar sofrendo a perda da minha mãe, na verdade, sinto que estou recuperando pedaços dela, palavra por palavra, linha por linha.




Comentem e favoritem, obg :)


 



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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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