Fanfics Brasil - Capítulo 24 (3ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 24 (3ª Temporada)

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Dul



Peter está do outro lado do quarto, organizando livros em uma pilha e os enfiando em uma mala. Ele morde uma caneta vermelha e leva a mala para fora do quarto; ouço os livros lá dentro esbarrarem na sua perna enquanto ele caminha pelo corredor. Espero até não conseguir ouvi-los mais e então me viro para Anahí.
– Tenho me segurado para não perguntar, mas não aguento mais – digo. – O que está rolando entre você e Uriah?
Anahí, esparramada no catre com uma de suas longas pernas pendurada para fora, olha para mim com uma cara estranha.
– O que foi? Vocês têm passado muito tempo juntos. Muito mesmo.
O dia está ensolarado, e a luz atravessa as cortinas brancas. Não sei como, mas o dormitório cheira a sono. A roupa suja, sapatos, suor noturno e café matinal. Algumas das camas estão feitas, e outras ainda têm lençóis jogados na parte inferior ou na lateral. A maioria de nós veio da Audácia, mas fico surpresa com o quanto somos diferentes. Hábitos diferentes, temperamentos diferentes, diferentes visões de mundo.
– Talvez você não acredite, mas não é nada disso. – Anahí se apoia nos cotovelos. – Ele está sofrendo. Nós dois estamos entediados. Além disso, ele é
Uriah.
– E daí? Ele é bonito.
– É bonito, mas completamente incapaz de ter uma conversa séria. – Anahí balança a cabeça. – Não me leve a mal. Gosto de rir. Mas também quero um relacionamento que signifique alguma coisa, entende?
Assinto com a cabeça. Eu entendo bem. Talvez mais do que a maioria das pessoas, porque Christopher e eu somos mais sérios.


– Além disso – continua ela –, nem toda amizade vira romance. Eu nunca tentei beijar você, por exemplo.
Solto uma risada.
– É verdade.
– E onde você esteve nos últimos tempos? – pergunta Anahí. Ela levanta uma sobrancelha. – Com Quatro? Fazendo um pouco de... soma? Multiplicação?
Cubro o rosto com as mãos.
– Essa foi a pior piada que já ouvi.
– Não fuja da pergunta.
– Nada de “soma” para nós – respondo. – Ainda não, pelo menos. Ele anda um pouco preocupado com esse negócio de “dano genético”.
– Ah. Essa história. – Ela se senta na cama.
– O que você acha disso? – pergunto.
– Não sei. Acho que me dá uma certa raiva. – Ela franze a testa. – Ninguém gosta de ouvir que há algo de errado com você, ainda mais com seus genes, que não podem ser mudados.
– Você acredita que haja mesmo algo de errado com vocês?
– Acho que sim. É como uma doença, não é? Eles conseguem detectar isso nos nossos genes. Não é uma questão que pode ser contestada, não é?
– Não estou dizendo que seus genes não são diferentes – digo. – Só estou dizendo que isso não significa necessariamente que um é danificado e o outro não é. Os genes para olhos azuis e olhos castanhos também são diferentes, mas por acaso “olhos azuis” são danificados? Parece que eles simplesmente decidiram que um tipo de DNA é ruim e o outro, bom.
– Com base em evidências de que o comportamento dos GDs era pior – argumenta Anahí.
– O que poderia ser causado por vários fatores – rebato.
– Não sei por que estou discutindo isso com você quando o que mais quero é que você tenha razão – diz Anahí, rindo. – Mas você não acha que esse monte
de cientistas do Departamento, que, sem dúvida, são inteligentes, não seria capaz
de descobrir a causa do mau comportamento?
– Claro – digo. – Mas acho que, independentemente da inteligência, as pessoas costumam enxergar o que já estão procurando, só isso.
– Talvez você também esteja sendo parcial. Porque tem amigos e um namorado com esse problema genético.
– Talvez. – Sei que estou me esforçando para encontrar uma explicação na qual talvez nem eu acredite de verdade, mas digo mesmo assim. – Acho que não vejo um motivo para acreditar em danos genéticos. Isso por acaso vai me levar a tratar melhor as outras pessoas? Não. Talvez aconteça o oposto.
Além disso, sei como essa história afetou Christopher, como o levou a questionar a si mesmo, e não vejo que bem isso pode fazer.
– Não devemos acreditar nas coisas só porque melhoram a nossa vida.
Devemos acreditar nelas porque são verdadeiras – diz ela.
– Mas... – falo devagar enquanto penso no assunto. – Será que analisar os efeitos de uma crença não é uma boa maneira de avaliar se ela é verdadeira?
– Isso me parece um típico raciocínio Careta. – Ela faz uma pausa. – Mas acho que a minha maneira de pensar também é muito típica da Franqueza. Meu Deus! A gente não consegue se livrar das facções aonde quer que vá, não é?
Dou de ombros.
– Talvez não seja tão importante se livrar delas.
Christopher entra no dormitório, pálido e exausto, como tem andado o tempo todo ultimamente. Seu cabelo está arrepiado em um dos lados, por causa do
travesseiro, e está com a mesma roupa de ontem. Ele tem ido dormir sem trocar de roupa desde que chegamos no Departamento.
Anahí se levanta.
– Vou nessa. Vou deixar vocês dois... com todo este espaço. Sozinhos. – Ela gesticula para todos os catres vazios, depois pisca para mim e sai do dormitório.
Christopher abre um pequeno sorriso, que não chega a me convencer de que está mesmo feliz. Em vez de se sentar ao meu lado, ele fica parado ao pé da cama, mexendo com a bainha da camisa.
– Precisamos conversar – diz ele.
– Tudo bem – respondo, sentindo uma pontada de medo no peito, como um salto em um monitor cardíaco.
– Queria pedir para você prometer que não ficará com raiva – diz ele –, mas...
– Mas você sabe que não faço promessas idiotas – digo com um nó na garganta.
– Eu sei. – Ele afinal se senta nos lençóis desarrumados da sua cama. E evita o meu olhar. – Nita deixou um bilhete sob meu travesseiro ontem à noite, pedindo para eu encontrá-la. E fui.
Eu me endireito e sinto uma onda de calor furioso se espalhar pelo meu corpo enquanto imagino o rosto bonito de Nita, os pés graciosos dela, caminhando em direção ao meu namorado.
– Uma garota bonita pede para você encontrá-la tarde da noite, e você vai? – pergunto. – E depois quer que eu não fique com raiva?
– Não há nada entre mim e Nita. Nada mesmo – diz ele depressa, e enfim me encara. – Ela só queria me mostrar uma coisa. Ela não acredita em dano genético, ao contrário do que me levou a acreditar. Tem um plano para diminuir o poder do Departamento, para trazer um pouco mais de igualdade para os GDs.
Fomos até a margem.
Ele me conta sobre o túnel subterrâneo que leva ao exterior, a cidade arruinada na margem e a conversa com Rafi e Mary . Explica sobre a guerra que o governo manteve oculta para que ninguém soubesse que pessoas “geneticamente puras” são capazes de violências terríveis, e sobre a maneira como os GDs vivem nas áreas metropolitanas, onde o governo ainda tem o poder.
Enquanto ele fala, sinto uma suspeita em relação a Nita crescer dentro de mim, mas não sei de onde ela vem, se do meu instinto, no qual costumo confiar, ou do meu ciúme. Quando termina de falar, ele olha para mim com expectativa, e eu contraio os lábios, tentando decidir.
– Como você sabe que ela está falando a verdade? – pergunto.
– Não sei. Ela prometeu me mostrar provas. Hoje à noite. – Ele segura a minha mão. – Gostaria que você viesse comigo.
– E Nita não vai se importar?
– Nem quero saber. – Seus dedos deslizam entre os meus. – Se ela precisa mesmo da minha ajuda, vai ter que aceitar isso.
Olho para os nossos dedos entrelaçados, para o punho puído da sua camisa cinza e suas calças jeans gastas na altura do joelho. Não quero ficar um tempo com Nita e Christopher, sabendo que o suposto dano genético dela lhe dá algo que jamais terei em comum com ele. Mas isso é importante para Christopher, e quero saber tanto quanto ele se existem provas dos crimes do Departamento.
– Está bem – digo. – Eu vou. Mas saiba que não compro essa história de que ela só está interessada em seu código genético.
– Bem. Saiba que não estou interessado em ninguém além de você.
Ele repousa a mão na minha nuca e puxa a minha boca para a dele.
O beijo e suas palavras me tranquilizam, mas minha inquietação não desaparece por completo.



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Autor(a): Fer Linhares

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Chistopher Dule eu nos encontramos com Nita no saguão do hotel depois da meia-noite, entre os vasos de plantas florescendo, a natureza domesticada. Quando Nita vê Dul ao meu lado, seu rosto endurece, como se tivesse acabado de provar algo amargo.– Você prometeu que não contaria a ela – diz Nita, apontando para mim. &ndash ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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