Fanfics Brasil - Capítulo 35 (3ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 35 (3ª Temporada)

26 visualizações Denunciar


Christopher



Caminho até o grupo de cadeiras mais próximo das janelas na sala de controle e abro as imagens de diferentes câmeras espalhadas pela cidade, uma por uma, à procura dos meus pais. Encontro Alexandra primeiro. Ela está no saguão da sede da Erudição, conversando de perto com Therese e um homem semfacção, que, agora que não estou mais lá, são o segundo e o terceiro no comando.
Aumento o volume do microfone, mas ainda não consigo ouvir nada além de murmúrios.
Pelas janelas dos fundos da sala de controle, vejo o mesmo céu noturno e limpo sobre a cidade, interrompido apenas pelas pequenas luzes azuis e vermelhas que marcam a pista de pouso de aviões. É estranho pensar que temos isso em comum, ao passo que todo o resto aqui é tão diferente.
Agora as pessoas na sala de controle já sabem que fui eu quem desligou o sistema de segurança na noite antes do ataque, embora não tenha sido eu quem deu soro da paz para um dos funcionários do turno da noite a fim de que eu pudesse fazer isso. Foi Nita. Mas, em geral, eles apenas me ignoram, desde que eu mantenha distância de suas mesas.
Em outra tela, vasculho as imagens outra vez em busca de Víctor e Johanna ou de qualquer coisa que me dê uma indicação do que está acontecendo com os Leais. Todas as partes da cidade aparecem na tela: a ponte perto do Merciless Mart, a Pira e a principal via pública do setor da Abnegação, o Eixo, a roda gigante e os campos da Amizade, agora cultivados por todas as facções. Mas nenhuma das câmeras me mostra o que procuro.
– Você tem vindo muito aqui – comenta Cara ao se aproximar de mim. – Está
com medo do resto do complexo? Ou de alguma outra coisa?
Ela tem razão. Tenho vindo muito para a sala de controle. É apenas uma forma de passar o tempo enquanto espero uma decisão de Dul, enquanto espero que nosso plano de atacar o Departamento se concretize, enquanto espero por alguma coisa, qualquer coisa.
– Não. Estou apenas de olho nos meus pais.
– Os pais que você odeia? – Ela para ao meu lado de braços cruzados. – Claro, entendo perfeitamente por que você quer passar todas as horas dos seus dias observando as pessoas de quem quer distância. Faz muito sentido.
– Eles são perigosos – digo. – E o mais perigoso é que, além de mim, ninguém sabe o quanto são perigosos.
– E o que você fará daqui, se eles fizerem algo terrível? Mandar um sinal de fumaça?
Eu a olho de cara feia.
– Está bem, está bem. – Ela levanta as mãos como se estivesse se rendendo. – Só estou tentando lembrá-lo de que você não está mais no mundo deles, e sim neste. Só isso.
– Já entendi.
Nunca pensei que os membros da Erudição fossem particularmente perceptivos quando o assunto é relacionamentos, ou emoções, mas os olhos atentos de Cara enxergam todo tipo de coisa. Meu medo. Minha procura por uma distração em meio ao meu passado. É quase preocupante.
Corro o dedo por um dos ângulos da câmera, depois pauso, e volto. A imagem está escura por causa da hora, mas vejo pessoas se reunindo ao redor de um prédio que não reconheço, como um bando de pássaros, com movimentos
sincronizados.
– Está acontecendo – diz Cara, animada. – Os Leais estão realmente atacando.
– Ei! – grito para uma das mulheres nas mesas da sala de controle. A mais velha, que sempre me olha de cara feia quando chego, levanta a cabeça. – Câmera vinte e quatro! Rápido!
Ela toca a tela, e todos os que circulam pela área de segurança se aglomeram ao seu redor. Pessoas passando pelo corredor param para ver o que está
acontecendo, e eu me viro para Cara.
– Você pode chamar os outros? – pergunto. – Acho que eles deveriam ver isto.
Ela assente com a cabeça, empolgada, e sai correndo da sala de controle.
As pessoas ao redor do edifício desconhecido não estão vestindo uniformes que as distingam, mas também não estão usando as braçadeiras dos sem-facção e estão armadas. Tento reconhecer algum rosto, qualquer coisa que me pareça familiar, mas a imagem está muito desfocada. Vejo-os se organizarem, acenando uns para os outros a fim de se comunicarem, sacudindo os braços escuros na noite ainda mais escura.
Prendo a unha do meu dedão entre os dentes, esperando com impaciência que alguma coisa, qualquer coisa, aconteça. Alguns minutos depois, Cara chega acompanhada dos outros. Quando eles alcançam o grupo de pessoas ao redor do monitor principal, Peter diz, alto o bastante para fazer todos se virarem:
– Com licença!
Quando eles veem quem falou aquilo, abrem caminho para ele.
– O que foi? – pergunta Peter ao se aproximar. – O que está acontecendo?
– Os Leais formaram um exército – respondo, apontando para o monitor à esquerda. – Há pessoas de todas as facções nele, até da Amizade e da Erudição.
Tenho visto bastante desses monitores nos últimos tempos.
– Erudição? – pergunta Caleb.
– Os Leais são os inimigos dos novos inimigos, os sem-facção – responde Cara. – E isso cria um objetivo comum à Erudição e aos Leais: derrubar Alexandra.
– Você disse que há membros da Amizade em um exército? – pergunta Anahí.
– Eles não estão participando de fato da parte violenta – respondo. – Mas estão trabalhando em conjunto.
– Os Leais saquearam o primeiro depósito de armas há alguns dias – diz a mulher sentada à mesa da sala de controle mais próxima, olhando para trás. – Este será o segundo. Depois do primeiro saque, Alexandra realocou a maioria das armas, mas não conseguiu mudar esse depósito a tempo.
Meu pai sabe o que Alexandra sabia: que o poder de fazer as pessoas o temerem é o único necessário. Armas são capazes de oferecer esse poder.
– Qual é o objetivo deles? – pergunta Caleb.
– Os Leais são motivados pelo desejo de retornar ao nosso propósito original na cidade – diz Cara. – Seja mandar um grupo de pessoas para fora, de acordo com as instruções de Edith Saviñón, que pensávamos serem importantes, mas que já descobri que não são, seja reinstaurar as facções à força. Eles estão se preparando para atacar o reduto dos sem-facção. É isso que discuti com Johanna antes de deixarmos a cidade. Não discutimos nada a respeito de se aliar ao seu pai, Christopher, mas acho que ela tem a capacidade de tomar as próprias decisões.
Havia quase esquecido que Cara era a líder dos Leais antes de sairmos da cidade. Agora, nem sei se ela quer saber se as facções sobreviverão ou não, mas ainda se importa com as pessoas. Dá para perceber pela maneira como observa os monitores: ansiosa, mas temerosa.
Mesmo com toda a conversa das pessoas ao redor, ouço o som de tiros começando a ser disparados, e eles soam apenas como estalos e ruídos nos
microfones. Toco o vidro à minha frente algumas vezes, e o ângulo da câmera muda para dentro do edifício que os invasores acabaram de arrombar. Em uma mesa no interior, há uma pilha de pequenas caixas de munição e algumas pistolas. Não é nada comparado com as armas que as pessoas têm aqui com toda a abundância, mas, dentro da cidade, sei que aquilo é valioso.
Alguns homens e mulheres com braçadeiras dos sem-facção protegem a mesa, mas estão sendo derrotados depressa por conta da vantagem numérica dos Leais. Reconheço um rosto familiar entre eles: Zeke, que dá uma coronhada no queixo de um homem sem-facção. Os sem-facção são subjugados em menos de dois minutos, derrubados pelas balas que vejo apenas quando já estão alojadas em seus corpos. Os Leais se espalham pela sala, saltando sobre corpos, como se não passassem de destroços, e reúnem tudo o que podem. Zeke empilha as armas espalhadas sobre a mesa com um olhar duro que vi poucas vezes na vida.
Ele nem sabe o que aconteceu com Uriah.
A mulher na mesa toca a tela em alguns lugares diferentes. Em um dos monitores menores sobre sua cabeça há um frame das imagens de vigilância que acabamos de assistir, congelado em um momento específico. Ela toca novamente a tela, e a imagem se aproxima mais dos alvos, um homem de cabelo raspado e uma mulher de cabelo longo e escuro que cobre um dos lados do seu rosto.
Víctor, é claro. E Johanna, carregando uma arma.
– Juntos, eles conseguiram reunir a maioria dos membros convergentes aos ideais das facções sob a sua causa. Mas o mais surpreendente é que, mesmo assim, os Leais continuam em menor número do que os sem-facção. – A mulher inclina sua cadeira para trás e balança a cabeça. – Havia muito mais pessoas sem-facção do que jamais imaginamos. Afinal, é difícil conseguir uma contagem de população precisa quando as pessoas estão espalhadas.
– Johanna? Liderando a rebelião? Com uma arma? Isso não faz sentido – diz Caleb.
Johanna me disse, certa vez, que se tivesse sido a responsável por tomar as decisões, teria apoiado uma ação concreta contra a Erudição, e não a passividade que o resto da sua facção defendia. Mas ela estava à mercê da sua facção e do medo dos seus membros. Agora, com as facções desmanteladas, parece que se tornou algo diferente da porta-voz da Amizade ou até mesmo da líder dos Leais.
Ela se tornou uma soldada.
– Faz mais sentido do que você imagina – digo, e Cara assente com a cabeça ao ouvir as minhas palavras.
Eu os vejo esvaziarem a sala de armas e de munição e seguirem em frente, rápido, espalhando-se como sementes ao vento. Sinto-me mais pesado, como se estivesse carregando um novo fardo. Será que as pessoas ao meu redor, Cara, Anahí, Peter e até Caleb sentem a mesma coisa? A cidade, a nossa cidade, está ainda mais perto da destruição total do que antes.
Podemos fingir que não pertencemos mais à cidade enquanto vivemos em um lugar de relativa segurança, mas a verdade é que pertencemos. Sempre pertenceremos.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Fer Linhares

Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Dul Está escuro e nevando quando chegamos à entrada do complexo. Os flocos se espalham pela estrada, leves como açúcar de confeiteiro. É apenas uma neve de início de outono; de manhã, já terá desaparecido. Retiro meu colete à prova de balas assim que salto da caminhonete e o entrego a Amah ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais