Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente
Christopher gira o pescoço, e seus olhos escuros me encontram. Suas sobrancelhas
contraem-se. Ele se levanta. Parece confuso. Ergue a arma.
– Solte sua arma – diz ele.
– Christopher – digo –, você está em uma simulação.
– Solte a arma – repete ele –, ou eu atiro.
Jeanine disse que ele não me reconheceria. Jeanine também disse que a simulação faria com que Christopher confundisse seus amigos com seus inimigos. Ele irá atirar em mim, se precisar.
Coloco a arma no chão, ao lado do meu pé.
– Solte a arma! – grita Christopher.
– Já soltei – digo. Uma voz baixinha na minha cabeça me diz que ele não consegue me ouvir, não consegue me ver e não me reconhece. Labaredas ardem atrás de meus olhos. Não posso ficar parada aqui esperando ele atirar em mim.
Corro em sua direção, agarrando seus pulsos. Sinto seus músculos se contraindo quando ele aperta o gatilho e desvio a cabeça bem a tempo. O tiro acerta a parede atrás de mim.
Arquejando, eu acerto um chute em suas costelas e giro seu pulso para o lado o máximo que consigo. Ele derruba a arma.
Não sou capaz de derrotar Christopher em uma luta. Já sei disso. Mas preciso destruir o computador. Eu me atiro em direção à arma, mas antes que consiga tocá-la, ele me agarra e me atira para o lado.
Encaro seus olhos escuros e confusos por um segundo antes de ele acertar um soco no meu queixo. Minha cabeça é lançada para o lado e me encolho para me proteger dele, cobrindo o rosto com as mãos. Não posso cair; se eu cair ele vai me chutar e isso será pior, bem pior.
Chuto a arma para trás com o calcanhar para que ele não consiga alcançá-la e, ignorando a dor no meu queixo, chuto sua barriga.
Ele agarra meu pé e me puxa, fazendo com que eu caia sobre o ombro. A dor faz com que minha visão periférica escureça. Levanto a cabeça e olho para ele. Christopher joga o pé para trás, preparando-se para me chutar, e projeto o meu corpo, ficando de joelhos e esticando o braço para tentar pegar a arma. Não sei o que faria com ela se conseguisse alcançá-la. Não posso atirar nele, não posso atirar nele, não posso. Ele ainda está lá dentro em algum lugar.
Ele agarra meu cabelo e me joga para o lado. Estico o braço para trás e agarro seu punho, mas ele é forte demais, e minha testa se choca contra a parede.
Ele ainda está lá dentro em algum lugar.
– Christopher – digo.
Tenho a impressão de que há um momento de hesitação, em que seu punho afrouxa um pouco enquanto agarra meu cabelo. Eu giro o corpo e dou um coice para trás, acertando sua perna.
Quando meu cabelo desliza entre seus dedos, mergulho em direção à arma e meus dedos se fecham em volta do metal frio. Eu me viro e, deitada de costas para o chão, aponto a arma para ele.
– Christopher, eu sei que você está aí dentro em algum lugar.
Mas, se ele estivesse, não começaria a caminhar em minha direção como se fosse realmente me matar desta vez.
Minha cabeça está latejando. Eu me levanto.
– Christopher, por favor. – Estou implorando. Estou agindo de maneira patética. As lágrimas esquentam o meu rosto. – Por favor. Me veja. – Ele caminha em minha direção com movimentos perigosos, rápidos e poderosos. A arma treme em minhas mãos. – Por favor, me veja, Christopher! Por favor!
Até mesmo com esse semblante raivoso, seus olhos parecem pensativos, e eu me lembro da maneira como seus lábios se curvavam quando ele sorria.
Não posso matá-lo. Não tenho certeza de que o amo; não sei se é este o motivo. Mas tenho certeza do que ele faria se ele estivesse no meu lugar, e eu no lugar dele. Tenho certeza de que não há nada que faça valer a pena matá-lo.
Eu já fiz isso antes, na minha paisagem do medo, com uma arma em minha mão e uma voz gritando atrás de mim que eu deveria matar as pessoas que amo. Naquela situação, eu me dispus a morrer, mas não consigo imaginar como isso poderia me ajudar agora. Mas eu apenas sei, tenho certeza, de qual é a coisa certa a se fazer.
Meu pai diz, ou costumava dizer, que há poder em sacrificar a si mesmo.
Eu giro a arma em minha mão e a deito sobre a palma da mão de Christopher.
Ele encosta o cano na minha testa. Minhas lágrimas cessaram e eu sinto o ar frio em minhas bochechas. Estico o braço e encosto a mão no seu peito, para que eu consiga sentir seu coração. Ao menos a batida do seu coração ainda é sua.
Ele engatilha a arma. Talvez seja tão fácil deixá-lo atirar em mim quanto foi na minha paisagem do medo ou em meus sonhos. Talvez eu ouça apenas um estouro e as luzes se acendam, e eu me encontre em outro mundo. Eu permaneço parada, esperando.
Será que eu serei perdoada por tudo o que fiz para chegar até aqui?
Eu não sei. Eu não sei.
Por favor.
Autor(a): Fer Linhares
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O disparo não vem. Ele me encara com a mesma ferocidade, mas permanece imóvel. Por que não atira em mim? Com a palma da mão, sinto seu coração batendo forte. Ele é Divergente. Ele pode lutar contra esta simulação. Contra qualquer simulação.– Christopher – digo. – Sou eu.D ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 13
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manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04
Continuaaa
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manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23
Continua ❤️
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manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16
Continuaaa
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manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21
Brigadaaa! Continuaaa
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manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35
Continuaaa! Faz maratonaaa!
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manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08
Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!
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manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24
Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora
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manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16
Cnttt
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manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10
Continuaaa
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Postado em 25/09/2016 - 21:24:21
Aaai deusss! Continuaaa