Fanfics Brasil - Capítulo 1 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 1 (2ª Temporada)

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Acordo com o nome dele na boca.
Afonso.
Antes de abrir os olhos, vejo-o desabar sobre o asfalto novamente. Morto.
Pelas minhas mãos.
Christopher se agacha na minha frente, apoiando a mão sobre meu ombro esquerdo.
O vagão do trem chacoalha sobre os trilhos, e Víctor, Peter e Caleb estão de pé ao
lado da porta. Respiro fundo e prendo o ar, tentando aliviar parte da pressão
acumulada em meu peito.
Uma hora atrás, nada do que aconteceu me parecia real. Mas agora parece.
Solto a respiração, mas a pressão continua.
– Dul, vamos – diz Christopher, encarando os meus olhos. – Precisamos pular.
Está escuro demais para ver onde estamos, mas, se vamos saltar do trem,
devemos estar perto da cerca. Christopher me ajuda a levantar e me guia em direção à porta.
Os outros saltam, um de cada vez: primeiro Peter, depois Víctor e, em seguida,
Caleb. Seguro a mão de Christopher. O vento aumenta quando nos aproximamos da beirada da porta do vagão, como uma mão empurrando-me para trás, para a
segurança.
Mesmo assim, nos lançamos em direção à escuridão e aterrissamos com força. O
impacto faz meu ombro ferido doer. Mordo o lábio para evitar gritar e procuro meu
irmão.
– Você está bem? – pergunto, ao encontrá-lo sentado na grama a alguns metros
de mim, esfregando o joelho.
Ele assente. Ouço-o fungar, como se estivesse tentando conter as lágrimas, e
sou obrigada a desviar os olhos para não vê-lo chorar.
Aterrissamos na grama perto da cerca, a vários metros da estrada gasta pela
qual viajam os caminhões da Amizade quando trazem comida para a cidade, e
longe do portão que permite que eles saiam. O portão está trancado, prendendonos
do lado de dentro. A cerca gigante barra nosso caminho, alta e flexível demais
para ser escalada, e firme demais para ser derrubada.
– Deveria haver guardas da Audácia aqui – diz Víctot. – Onde eles estão?
– Provavelmente estavam sob o efeito da simulação – diz Christopher –, e agora estão...
Ele se cala por um instante.
– Sabe-se lá onde, fazendo sabe-se lá o quê.
Interrompemos a simulação. O peso do disco rígido no meu bolso de trás não me
deixa esquecer. Mas não esperamos para ver o que se passou depois. O que será
que aconteceu com nossos amigos, nossos companheiros, nossos líderes, nossas
facções? Não há como saber.
Christopher se aproxima de uma pequena caixa de metal do lado direito do portão e a abre, revelando um teclado.
– Espero que a Erudição não tenha pensado em trocar a senha – diz ele
enquanto digita uma série de números. Ele para no oitavo número e a tranca do
portão abre.
– Como você sabia a senha? – pergunta Caleb. Sua voz está carregada de
emoção, tanta emoção que fico surpresa por ele não se engasgar.
– Trabalhei na sala de controle da Audácia, monitorando o sistema de segurança.
Só modificamos as senhas duas vezes por ano – diz Christopher.
– Sorte a nossa – diz Caleb. Ele encara Christopher de maneira cautelosa.
– Não tem nada a ver com sorte – diz Christopher. – Eu só trabalhava lá porque
queria ter certeza de que conseguiria fugir um dia.
Sinto um calafrio. Ele fala em fugir como se acreditasse que nós estamos presos.
Eu nunca havia pensado dessa maneira, o que agora parece uma tolice.
Caminhamos em um grupo pequeno, com Peter apertando seu braço sangrento
contra o peito, o braço no qual atirei, e Víctor com a mão no ombro dele, mantendo-o estável. Caleb enxuga as bochechas toda hora e eu sei que está
chorando, mas não sei como confortá-lo, nem por que não estou chorando
também.
Em vez de chorar, assumo a liderança do grupo, com Christopher andando silenciosamente ao meu lado, e, embora não esteja tocando em mim, ele me dá apoio.


 


 


 


 


                                           +++


 


 


 


O primeiro sinal de que estamos nos aproximando da sede da Amizade são os
pontinhos de luz que vemos. Depois, as luzes transformam-se em janelas acesas.
Um amontoado de construções de madeira e vidro.
Para alcançá-las, precisamos atravessar um pomar. Meus pés afundam no solo e,
sobre a minha cabeça, os galhos se entrelaçam, formando uma espécie de túnel.
Há frutas escuras penduradas entre as folhas, prontas para cair. O cheiro pungente e doce de maçãs apodrecendo mistura-se ao odor da terra molhada.
Ao nos aproximarmos, Víctor deixa o lado de Peter e assume a liderança do
grupo.
– Sei para onde devemos ir – diz.
Ele nos guia, passando direto pelo primeiro edifício, em direção ao segundo, à
esquerda. Todos os edifícios, exceto as estufas, são construídos com a mesma
madeira escura, crua e áspera. Ouço risadas saindo de uma janela aberta. O
contraste entre as risadas e a imobilidade fria dentro de mim é gritante.
Víctor abre uma das portas. A falta de segurança seria chocante, se não se
tratasse da sede da Amizade. Eles costumam ultrapassar o limite entre confiança e
estupidez.
Nesse prédio, o único som que consigo ouvir é o ranger dos nossos sapatos
contra o chão. Não ouço mais o choro de Caleb, mas ele já não estava mesmo
fazendo muito barulho.
Víctor para em frente a uma sala espaçosa, onde Johanna Reyes, representante
da Amizade, está sentada, olhando por uma janela. Eu a reconheço porque é difícil
esquecer seu rosto, quer você o tenha visto uma ou mil vezes. Uma cicatriz se
estende, em uma linha grossa, desde a parte imediatamente acima da sua
sobrancelha direita até o lábio, cegando um dos olhos e fazendo com que ela
ceceie ao falar. Só a ouvi falar uma vez, mas me lembro bem. Ela seria uma mulher linda, não fosse pela cicatriz.
– Graças a Deus! – exclama ela ao ver Víctor. Caminha em sua direção com os
braços abertos. Mas, em vez de abraçá-lo, apenas toca seus ombros, como se
lembrasse que os membros da Abnegação não gostam de contatos físicos
desnecessários.
– Os outros membros do seu grupo chegaram há algumas horas, mas não sabiam
ao certo se vocês haviam sobrevivido – conta ela. Está se referindo ao grupo da
Abnegação que estava com meu pai e Víctor no esconderijo. Eu havia esquecido
completamente de me preocupar com eles.
Ela volta sua atenção para o grupo atrás de Víctor Primeiro para Christopher e
Caleb, depois para mim e por último para Peter.
– Nossa – diz ela, olhando fixamente para o sangue que encharca a camisa de
Peter. – Vou chamar um médico. Posso permitir que vocês passem a noite aqui,
mas amanhã a nossa comunidade terá que tomar uma decisão em conjunto. E... ela olha para mim e para Christopher – ... eles provavelmente não ficarão muito felizes com a presença da Audácia em nosso complexo. Peço, é claro, que vocês entreguem quaisquer armas que possam estar carregando.
Pergunto-me, de repente, como ela pode ter tanta certeza de que sou da
Audácia. Ainda estou usando uma camisa cinza. A camisa do meu pai.
De repente, o cheiro da camisa, de sabonete e suor, sobe e preenche meu nariz,
preenche todo o meu corpo com a sua presença. Cerro os punhos com tanta força
que minhas unhas ferem minhas mãos. Aqui não. Aqui não.
Christopher entrega sua arma, mas, quando levo a mão às costas para pegar a arma que estou escondendo, ele a segura e a afasta. Em seguida, entrelaça seus dedos nos meus, para disfarçar o que fez.
Sei que é uma boa ideia manter uma das nossas armas. Mas, mesmo assim, seria um alívio entregá-la.
– Meu nome é Johanna Reyes – apresenta-se ela, apertando a minha mão e
depois a de Christopher. Um cumprimento da Audácia. Seu conhecimento dos costumes de outras facções é impressionante. Sempre me esqueço do quão atenciosas as
pessoas da Amizade são, até que as encontro.
– Este é Chr... – Víctot começa a dizer, mas Christopher o interrompe:
– Meu nome é Quatro – diz ele. – Estes são Dul, Caleb e Peter.
Até alguns dias atrás, entre os integrantes da Audácia, “Christopher” era um nome
que apenas eu conhecia; um pedaço dele que ele havia me dado de presente. Fora
da sede da Audácia, lembro-me do motivo que o levou a esconder esse nome do mundo. O nome representa uma ligação com Víctor.
– Sejam bem-vindos ao complexo da Amizade. – Os olhos de Johanna fixam-se
em meu rosto, e ela dá um sorriso torto. – Por favor, permitam que nós cuidemos de vocês.


 


 


 


 


                                                 +++


 


 


 


 


E nós permitimos. Uma enfermeira da Amizade me oferece uma pomada
desenvolvida pela Erudição a fim de acelerar a cicatrização para passar no ombro,
depois leva Peter à ala hospitalar para tratar do braço. Johanna nos leva até o
refeitório, onde encontramos alguns dos membros da Abnegação que estavam no
abrigo com Caleb e meu pai. Susan está lá, junto com alguns dos nossos antigos
vizinhos, em fileiras de mesas de madeira que se estendem por todo o salão. Eles
nos cumprimentam, especialmente a Víctor, com lágrimas contidas e sorrisos
reprimidos.
Agarro-me ao braço de Christopher. Curvo-me sob o peso dos membros da facção dos meus pais, das suas vidas e das suas lágrimas.
Um dos membros da Abnegação coloca um copo de líquido fumegante sob meu
nariz e diz:
– Beba isto. Ajudará você a dormir, assim como ajudou alguns dos outros aqui.
Sem sonhos.
O líquido tem um tom vermelho rosado, da cor de morangos. Agarro o copo e
bebo rapidamente. Por alguns segundos, o calor do líquido faz com que eu me sinta
como se ainda houvesse algo dentro de mim. À medida que tomo as últimas gotas
do copo, sinto o corpo relaxar. Alguém me guia por um corredor, até um quarto
com uma cama. E isso é tudo.




Comentem o que estão achando, bjs


 



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Autor(a): Fer Linhares

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Abro os olhos, apavorada, agarrando os lençóis. Mas não estou correndo pelas ruasda cidade ou pelos corredores da sede da Audácia. Estou deitada em uma cama, nasede da Amizade, e há um cheiro de serragem no ar.Viro o corpo e contraio o rosto quando sinto algo espetando minhas costas. Levoas mãos às costas e meus dedos envolvem ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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