Fanfics Brasil - Capítulo 8 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 8 (2ª Temporada)

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Decidimos seguir os trilhos do trem até a cidade, porque nenhum de nós é bom com direções. Caminho de dormente em dormente, Christopher se equilibra sobre um dos trilhos, oscilando apenas de vez em quando, e Caleb e Susan nos seguem. Contraio o corpo cada vez que ouço um som que não consigo identificar, e só relaxo quando percebo que é apenas o vento, ou o ruído dos sapatos de Christopher sobre o trilho.
Gostaria de continuar correndo, mas só o fato de eu conseguir mover os pés já é impressionante.
De repente, ouço um rangido baixinho vindo dos trilhos.
Agacho-me e encosto a palma das mãos em um trilho, fechando os olhos para me concentrar na sensação do metal sob minhas mãos. A vibração parece um suspiro atravessando o meu corpo. Olho para a extensão do trilho por entre os joelhos de Susan e não vejo nenhuma luz de trem, mas isso não significa nada.
Talvez o trem esteja andando sem apitos ou faróis, para não anunciar sua chegada.
De repente, vejo o brilho de um pequeno vagão, distante, mas se aproximando rapidamente.
– Ele está vindo – aviso a eles. Esforço-me para me levantar, quando tudo o que quero fazer é me sentar. Mas acabo me levantando e esfregando as mãos na calça jeans. – Acho que devemos embarcar.
– Mesmo se o trem estiver sendo controlado pela Erudição? – pergunta Caleb.
– Se os membros da Erudição estivessem controlando o trem, teriam-no usado para ir até o complexo da Amizade para procurar por nós – diz Christopher. – Acho que vale a pena arriscar. Conseguiremos nos esconder na cidade. Aqui, eles vão acabar nos encontrando.
Nós nos afastamos dos trilhos. Caleb oferece instruções detalhadas a Susan sobre como embarcar em um trem em movimento, de uma maneira que só alguém que costumava pertencer à Erudição conseguiria fazer. Vejo o primeiro vagão se
aproximando e ouço as batidas rítmicas do trem sobre os dormentes e o sussurro
da roda de metal contra os trilhos de metal.
Quando o primeiro vagão passa na minha frente, começo a correr. Ignoro a sensação de queimação nas minhas pernas. Caleb ajuda Susan a subir em um dos vagões do meio, depois embarca também. Respiro fundo e lanço o corpo para a
direita, chocando-me com o chão do vagão, as pernas balançando para fora do
trem. Caleb agarra o meu braço esquerdo e me puxa mais para dentro. Christopher usa uma maçaneta para alçar o corpo para dentro depois de mim.
Olho para cima e fico sem ar.
Olhos brilham na escuridão. Há formas escuras dentro do vagão, mais numerosas que nós.
Os sem-facção.


 


 


 


 


 


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O vento uiva dentro do vagão. Todos estão de pé e armados, exceto eu e Susan,
que não temos armas. Um homem sem-facção com um tapa-olho aponta uma arma para Christopher. Não sei onde ele a conseguiu.
A seu lado, uma mulher mais velha segura uma faca de cortar pão. Atrás dele, outra pessoa segura uma tábua com um prego saindo da ponta.
– Nunca vi pessoas da Amizade armadas – diz a mulher sem-facção que está
segurando a faca.
O homem com a arma me parece familiar. Ele está vestido com roupas esfarrapadas de cores diferentes: uma camiseta preta sob uma jaqueta rasgada da Abnegação, uma calça jeans com costura vermelha e botas marrons. Há roupas de todas as facções representadas diante de nós: calças pretas da Franqueza usadas com camisas pretas da Audácia, vestidos amarelos sob casacos azuis. A maioria das peças de roupas está rasgada ou manchada de alguma maneira, mas algumas não. Imagino que elas tenham sido roubadas recentemente.
– Eles não são da Amizade – diz o homem com a arma. – São da Audácia.
De repente o reconheço: é Edward, o iniciando que deixou a Audácia depois que Peter o atacou com uma faca de manteiga. É por isso que está usando o tapa-olho.
Lembro-me de segurar sua cabeça quando ele estava deitado no chão, gritando, e de limpar o seu sangue do chão.
– Olá, Edward – digo.
Ele inclina a cabeça em um cumprimento, mas não abaixa a arma.
– Dul.
– Seja lá o que vocês forem – diz a mulher –, terão que sair deste trem se quiserem continuar vivos.
– Por favor – implora Susan, com os lábios tremendo. Seus olhos se enchem de
água. – Estávamos fugindo... e os outros estão mortos e não... – Ela começa a chorar novamente. – Acho que não consigo continuar, eu...
Sou tomada por uma vontade estranha de bater com a cabeça contra a parede.
Não me sinto à vontade perto de pessoas chorando. Talvez seja egoísmo meu.
– Estamos fugindo da Erudição – informa Caleb. – Se saltarmos do trem, eles nos encontrarão mais facilmente. Portanto, agradeceríamos se vocês permitissem que fôssemos até a cidade de trem com vocês.
– É mesmo? – Edward inclina a cabeça para o lado. – E o que vocês já fizeram por nós?
– Eu ajudei você quando ninguém mais queria ajudar – respondo. – Lembra disso?
– Tudo bem, você ajudou. Mas e os outros? Nem tanto.
Christopher dá um passo à frente, e a arma de Edward quase encosta na sua garganta.
– Meu nome é Christopher Uckermann. Não acho que você queira me empurrar para fora deste trem.
O efeito do nome sobre as pessoas no vagão é imediato e impressionante: elas abaixam suas armas e trocam olhares significativos.
– uckermann? É mesmo? – diz Edward, erguendo as sobrancelhas. – Tenho que
admitir que eu não esperava por essa. – Ele limpa a garganta. – Tudo bem, vocês podem ficar no trem. Mas, quando chegarmos à cidade, terão que vir com a gente.
Em seguida, ele abre um pequeno sorriso.
– Conhecemos uma pessoa que tem procurado por você, Christopher Uckermann.


 


 


 


 


                                                         +++


 


 


 


 


Christopher e eu nos sentamos na beirada do vagão, com as pernas balançando para fora.
– Você sabe quem é?
Christopher assente com a cabeça.
– Quem é, então?
– É difícil explicar. Preciso lhe contar muitas coisas.
Apoio o meu corpo contra o dele.
– É. Eu também.


 


 


 


 


 


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Não sei quanto tempo passa até eles pedirem para nós saltarmos. Mas, quando isso acontece, estamos na parte da cidade onde os sem-facção vivem, a cerca de um quilômetro e meio de onde cresci. Reconheço cada prédio no caminho, porque passava por eles quando perdia o ônibus da escola. Um tem tijolos quebrados.
Outro está sustentando um poste de luz quebrado.
Ficamos em pé diante da porta do vagão, os quatro enfileirados. Susan choraminga.
– E se nos machucarmos? – pergunta ela.
Seguro sua mão.
– Vamos pular juntas. Eu e você. Já fiz isso várias vezes e nunca me machuquei.
Ela acena com a cabeça e aperta os meus dedos com tanta força que os machuca.
– No três. Um, dois, três.
Eu pulo, puxando-a comigo. Meus pés se chocam contra o chão e seguem correndo, mas Susan desaba na calçada e rola de lado. No entanto, fora um joelho ralado, ela parece estar bem. Os outros saltam sem dificuldades. Até Caleb, que, pelo que sei, só havia saltado de um trem uma vez antes disso.
Não sei quem entre os sem-facção conheceria Christopher. Talvez Drew e Molly, que foram reprovados na iniciação da Audácia. Mas eles nem sabiam qual é o nome verdadeiro dele e, além do mais, Edward provavelmente já os matou, considerando a disposição que ele mostrou em atirar em nós. Deve ser alguém da Abnegação ou da escola.
Susan parece ter se acalmado. Ela está andando sozinha agora, ao lado de
Caleb, e suas bochechas estão secando, sem nenhuma lágrima para molhá-las novamente.
Christopher caminha ao meu lado, tocando levemente o meu ombro.
– Faz um tempo que não examino esse ombro. Como ele está?
– Está bem. Por sorte, trouxe o remédio contra dor. – Gosto de conversar sobre algo leve ou, pelo menos, o mais leve possível, considerando que ainda estamos falando sobre uma ferida. – Acho que não estou deixando o machucado cicatrizar direito. Estou usando o braço toda hora ou caindo sobre ele.
– Teremos tempo o bastante para cicatrizar quando tudo isso acabar.
– É. – Ou talvez nem importe se eu cicatrizar ou não, concluo em silêncio, porque estarei morta.
– Toma – oferece ele, tirando uma pequena faca do bolso de trás da calça e me entregando. – Por via das dúvidas.
Coloco a faca no bolso. Estou ainda mais tensa agora.
Os sem-facção nos guiam por uma rua, depois viram a esquina e entram em um corredor sinistro, com cheiro de lixo. Ratos se espalham à nossa frente, com guinchos de terror, e eu só vejo seus rabos, desaparecendo em meio a montes de lixo, latas de lixo vazias e caixas de papelão molhadas. Respiro pela boca para não vomitar.
Edward para ao lado de um dos prédios decadentes de tijolos e abre uma porta de aço com força. Recuo, quase esperando que o prédio desmorone se ele a abrir com muita força. As janelas estão tão sujas que a luz quase não as atravessa.
Seguimos Edward para dentro de uma sala escura. Em meio ao brilho cintilante de uma lanterna, vejo... pessoas.
Pessoas sentadas ao lado de rolos de roupas de cama. Pessoas abrindo latas de comida. Pessoas bebendo água de garrafas. E crianças caminhando entre os grupos de adultos, sem qualquer confinamento a uma cor específica de roupas. Crianças sem-facção.
Estamos em um depósito dos sem-facção, e os sem-facção, que deveriam ser espalhados, isolados e sem comunidade... estão juntos dentro dele. Eles estão juntos, como uma facção.
Não sei o que esperar deles, mas fico surpresa com o quão normais parecem.
Não lutam uns com os outros, nem se evitam. Alguns deles estão contando piadas, outros conversando baixinho. Mas aos poucos todos parecem perceber que nós não deveríamos estar ali.
– Venham – diz Edward, dobrando o dedo para que nós o acompanhemos. – Ela
está aqui atrás.
Somos recebidos com olhares e silêncio enquanto seguimos Edward para o interior do prédio que deveria estar abandonado. Finalmente, não consigo mais conter as minhas perguntas:
– O que está acontecendo? Por que vocês estão todos juntos desta maneira?
– Você achou que eles... nós... estávamos dispersos – diz Edward, olhando para
trás. – Bem, eles focaram, por um tempo. Famintos demais para fazer qualquer coisa além de procurar comida. Mas aí os Caretas começaram a lhes dar comida, roupas, ferramentas e tudo o mais. E eles se tornaram mais fortes, e esperaram. Estavam assim quando eu os encontrei, e me receberam de braços abertos.
Entramos em um corredor escuro. Sinto-me em casa, na escuridão e no silêncio
tão comuns aos túneis do complexo da Audácia. Christopher, no entanto, está enroscando um fio solto da sua camisa no dedo, para a frente e para trás, repetidas vezes. Ele sabe quem nós iremos encontrar, mas eu ainda não tenho a menor ideia. Por que será que sei tão pouco sobre o menino que diz que me ama, o menino cujo nome verdadeiro é poderoso o bastante para nos manter vivos dentro de um vagão cheio de inimigos?
Edward para em frente a uma porta de metal e bate nela com o punho.
– Espera aí, você disse que vocês estavam esperando? – pergunta Caleb. –
Esperando o quê, exatamente?
– Esperando o mundo desmoronar – responde Edward. – E foi o que aconteceu agora.
A porta é aberta, e uma mulher estrábica com aparência severa aparece. Seu olho estável olha para cada um de nós.
– Eles estavam perdidos?
– Não exatamente, Therese. – Ele aponta com o polegar para trás, em direção a
Christopher. – Este aqui é Christopher Uckermann.
Therese encara Christopher durante alguns segundos, depois acena com a cabeça.
– É, é mesmo. Esperem aqui.
Ela fecha a porta novamente. Christopher engole em seco com força, e seu pomo de adão sobe e desce.
– Você sabe quem ela vai chamar, não sabe? – pergunta Caleb a Christopher.
– Caleb – diz Christopher –, por favor, cale a boca.
Para minha surpresa, meu irmão reprime a curiosidade típica da Erudição.
A porta se abre outra vez, e Therese nos dá passagem. Entramos em uma antiga sala das caldeiras, com máquinas que surgem da escuridão tão subitamente que eu acabo esbarrando nelas com os joelhos e cotovelos. Therese nos guia através de um labirinto de metal até os fundos da sala, onde várias lâmpadas estão
penduradas do teto sobre uma mesa.
Uma mulher de meia-idade está em pé atrás da mesa. Seu cabelo é preto e
cacheado, e sua pele é morena. Suas feições são duras e tão angulares que quase a tornam feia, mas não exatamente.
Christopher agarra a minha mão. De repente, reparo que os dois têm o mesmo nariz, curvado e um pouco grande demais no rosto dela, mas não no dele. Eles também têm a mesma mandíbula forte, queixo distinto, lábio inferior carnudo e orelhas salientes. Apenas os olhos dela são diferentes. Ao contrário dos olhos azuis de Christopher, os dela são tão escuros que parecem pretos.
– Alexandra – diz ele, com a voz levemente trêmula.
Alexandra era o nome da mulher de Víctor e da mãe de Christopher. Seguro a mão dele com menos força. Há apenas alguns dias, estava recordando o funeral dela. O funeral dela. E agora ela está diante de mim, com olhos mais frios do que os de qualquer mulher da Abnegação que eu jamais tenha visto.


– Olá. – Ela se aproxima pelo lado da mesa, estudando-o. – Você parece mais velho.
– Pois é. A passagem do tempo costuma ter esse efeito nas pessoas.
Ele já sabia que ela estava viva. Há quanto tempo ele descobrira?
Ela sorri.
– Então, você finalmente veio...
– Não vim pela razão que você imagina – interrompe-a Christopher. – Estávamos
fugindo da Erudição, e a única chance de fuga que tínhamos me obrigou a revelar meu nome aos seus mal armados lacaios.
Ela deve tê-lo irritado de alguma maneira. Mas não consigo deixar de pensar que, se eu descobrisse que minha mãe estava viva depois de pensar por tanto tempo que estivesse morta, nunca falaria com ela da maneira que Christopher está falando com a mãe dele agora, não importa o que ela tivesse feito.
A verdade por trás desse pensamento dói. Deixo isso de lado e me concentro no que está diante de mim agora. Sobre a mesa atrás de Alexandra há um grande mapa com marcações em vários pontos. É claramente um mapa da cidade, mas não sei o que as marcações querem dizer. Na parede atrás dela há um quadro-negro com um gráfico desenhado. Não consigo decifrar as informações no gráfico; estão escritas em um tipo de estenografia que desconheço.
– Entendo. – Alexandra continua sorrindo, mas sem o tom alegre de antes. –
Apresente-me seus companheiros refugiados, então.
Seus olhos encontram nossas mãos unidas. Christopher solta os dedos imediatamente. Ele aponta para mim primeiro.
– Esta é Dul Saviñón. Seu irmão, Caleb. E a amiga deles, Susan Black.
– Saviñón – repete ela. – Conheço muitos Saviñón, mas nenhum chamado Dul. Já Dulce, no entanto...
– Bem – comento –, conheço vários Uckermann vivos, mas nenhum chamado Alexandra.
– Prefiro o nome Alexandra Johnson. Principalmente quando estou no meio de um grupo de pessoas da Abnegação.
– E eu prefiro o nome Dul – respondo. – E não somos da Abnegação. Pelo menos
a maioria de nós não.
Alexandra olha para Christopher.
– Você fez algumas amizades bem interessantes.
– Aquelas são contagens da população? – pergunta Caleb, de trás de mim. Ele
caminha adiante, com a boca aberta. – E... o quê? Abrigos secretos dos sem-facção?
– Ele aponta para a primeira linha do gráfico, onde está escrito: 7.......... Csa Vde. – Quer dizer, esses lugares no mapa? São abrigos como este, não são?
– Você está fazendo muitas perguntas – diz Alexandra, erguendo uma sobrancelha.
Reconheço a sua expressão. Ela pertence a Christopher, assim como sua resistência em relação a perguntas. – Por motivos de segurança, não responderei nenhuma delas.
De qualquer maneira, está na hora do jantar.
Ela aponta para a porta. Susan e Caleb caminham em direção a ela, seguidos por mim, e Christopher e sua mãe vêm por último. Atravessamos o labirinto de máquinas outra vez.
– Não sou idiota – fala ela baixinho. – Sei que você não quer saber de mim, embora ainda não entenda exatamente por quê... – Christopher bufa. – Mas vou convidá-lo mais uma vez. Você poderia nos ajudar muito aqui, e sei que você
compartilha da nossa opinião a respeito do sistema de facções...
– Alexandra – diz Christopher –, eu escolhi a Audácia.
– Escolhas podem ser refeitas.
– O que a leva a acreditar que eu tenha alguma vontade de estar perto de você? – Ouço a pausa em suas pegadas e desacelero meus próprios passos para ouvir a resposta dela.
– Porque sou sua mãe – diz ela, e sua voz quase falha ao dizer essas palavras, com uma vulnerabilidade pouco característica. – Porque você é meu filho.
– Você realmente não entende – continua Christopher. – Você não tem a menor ideia do que fez comigo. – Ele parece estar sem ar. – Não quero me juntar ao seu pequeno exército sem-facção. Quero ir embora daqui o mais rápido possível.
– Meu pequeno exército sem-facção tem duas vezes o tamanho da Audácia – diz
Alexandra. – É melhor você levá-lo a sério. As ações dele poderão determinar o futuro desta cidade.
Depois de falar isso, ela caminha na frente dele e na minha frente também. Suas palavras ecoam em minha mente: Duas vezes o tamanho da Audácia. Quando será que eles se tornaram tão numerosos?
Christopher olha para mim, com as sobrancelhas abaixadas.
– Há quanto tempo você sabe? – pergunto.
– Há cerca de um ano. – Ele se apoia na parede e fecha os olhos. – Ela me mandou uma mensagem codificada na Audácia, pedindo para que eu a encontrasse
no pátio de trens. Eu fui porque estava curioso, e lá estava ela. Viva. Como você deve imaginar, não foi um reencontro muito feliz.
– Por que ela deixou a Abnegação?
– Ela teve um caso. – Ele balança a cabeça. – O que não é nenhuma surpresa, já que meu pai... – Ele balança a cabeça outra vez. – Bem, digamos que Víctor não era mais gentil com ela do que comigo.
– É... é por isso que você está com raiva dela? Porque ela foi infiel a ele?
– Não – diz ele, de maneira um pouco dura demais, enquanto abre os olhos. – Não, não é por isso que estou com raiva.
Aproximo-me dele como se me aproximasse de um animal selvagem, calculando cada passo sobre o chão de cimento.
– Então, por quê?
– Entendo que ela precisava deixar meu pai. Mas será que pensou em me levar junto?
Contraio os lábios.
– Ah, ela deixou você com ele.
Ela o deixou sozinho com seu pior pesadelo. Dá para entender por que ele a odeia.
– É. – Ele chuta o chão. – Foi o que ela fez.
Meus dedos encontram os seus, desajeitados, e ele os guia para os espaços entre os dele. Sei que já basta de perguntas por agora, então deixo que o silêncio permaneça entre nós, até que ele decida quebrá-lo:
– Parece que os sem-facção são melhores amigos do que inimigos.
– Talvez. Mas qual seria o preço dessa amizade?
Ele balança a cabeça.
– Não sei. Mas talvez não tenhamos opção.




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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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