Fanfics Brasil - Capítulo 11 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 11 (2ª Temporada)

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Eles nos cercaram, mas não nos algemam, e nos guiam até o hall dos elevadores. Não importa quantas vezes eu pergunte por que estão nos prendendo, ninguém responde nada nem olha para mim. Acabo desistindo e ficando calada, como oChristopher.
Subimos até o terceiro andar, onde eles nos levam a uma pequena sala com o piso de ladrilho branco, e não preto. A sala não é mobiliada, exceto por um banco encostado na parede dos fundos. Todas as facções são obrigadas a ter salas de detenção para as pessoas que criam confusão, mas nunca estive em uma antes.
A porta é fechada atrás de nós, depois trancada, e somos deixados sozinhos mais uma vez.
Christopher senta-se no banco com a expressão carrancuda. Caminho de um lado
para outro na frente dele. Se ele tivesse qualquer ideia do motivo de estarmos presos aqui, me contaria, então nem pergunto. Ando cinco passos para um lado e cinco para outro, cinco para um lado e cinco para outro, de forma ritmada, na esperança de que isso me ajude a pensar em alguma coisa.
Se a Erudição não dominou a Franqueza, como Edward disse, por que iam querer
nos prender? O que pode ríamos ter feito a eles?
Se a Erudição não os dominou, então o único crime que poderíamos ter cometido é termos nos juntado a ela. Será que eu fiz alguma coisa que poderia ter sido classificada assim? Mordo o lábio inferior com tanta força que faço uma careta de dor. Sim, fiz uma coisa. Atirei no Afonso. Atirei em vários outros membros da Audácia.
Eles estavam sob o efeito da simulação, mas talvez a Franqueza não saiba disso, ou acredite que isso não é um motivo bom o bastante.
– Você poderia se acalmar, por favor? – pede Christopher. – Está me deixando nervoso.
– Estou justamente tentando me acalmar.
Ele inclina o tronco para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos, e encara o chão entre seus sapatos.
– Não parece, pelo ferimento no seu lábio inferior.
Sento-me ao seu lado e abraço os joelhos com o braço esquerdo, deixando o direito caído ao lado do corpo. Durante muito tempo, ele não fala nada, e abraço as minhas pernas com cada vez mais força. Sinto que, quanto menor eu fico, mais segura estou.
– Às vezes – diz ele –, acho que você não confia em mim.
– Eu confio em você. É claro que confio. Por que você acha isso?
– Porque parece que você está escondendo alguma coisa de mim. Eu lhe contei coisas... – Ele balança a cabeça. – ... que nunca teria contado a mais ninguém. Mas tem alguma coisa acontecendo com você, e você ainda não me contou.
– Há muitas coisas acontecendo. Você sabe disso. Mas e você? Eu poderia falar a mesma coisa de você.
Ele toca a minha bochecha, depois passa os dedos pelo meu cabelo. E ignora a minha pergunta da mesma maneira que eu ignorei a dele.
– Se a questão é só os seus pais – diz ele suavemente –, é só falar que eu acreditarei em você.
Seus olhos deveriam estar cheios de apreensão, considerando a situação na qual nos encontramos, mas estão calmos e escuros. Eles me transportam para lugares familiares. Lugares seguros, onde confessar que atirei em um dos meus melhores amigos seria fácil, e onde eu não teria medo da maneira que Christopher vai me olhar depois que souber o que fiz.
Cubro a mão dele com a minha.
– É só isso mesmo – confirmo, com a voz fraca.
– Tudo bem – diz ele. Ele encosta a boca na minha. Sinto uma pontada de culpa no estômago.
A porta se abre. Algumas pessoas entram. Dois membros armados da Franqueza, um homem mais velho da Franqueza, de pele escura, uma mulher da Audácia que eu não reconheço e, por último, Jack Kang, representante da Franqueza.
Pelos padrões da maioria das outras facções, ele é um líder jovem, com apenas trinta e nove anos. Mas, pelos padrões da Audácia, isso não é nada. Eric tornou-se líder da Audácia aos dezessete. Mas esse é provavelmente um dos motivos por que as outras facções não respeitam as nossas opiniões e decisões.
Jack é bonito, tem cabelo preto, olhos ternos e puxados como os de Maite, e maçãs do rosto salientes. Apesar de sua beleza, ele não é conhecido por seu charme, provavelmente por ser da Franqueza, que considera o charme uma forma de enganação. Mas, se alguém pode nos dizer o que está acontecendo sem gastar tempo com formalidades, é ele. Isso já é alguma coisa.
– Fui informado de que vocês pareciam confusos a respeito do motivo da sua prisão. – Sua voz é grave, mas estranhamente monótona, como se ele não fosse capaz de criar um eco, mesmo no fundo de uma caverna vazia. – Isso significa que ou vocês foram falsamente acusados ou são bons fingidores. A única...
– Do que estamos sendo acusados? – interrompo-o.
– Ele está sendo acusado de crimes contra a humanidade. Você está sendo acusada de ser sua cúmplice.
– Crimes contra a humanidade? – Finalmente Christopher parece estar nervoso. Ele encara Jack com uma expressão de nojo. – O quê?
– Vimos vídeos do ataque. Você estava controlando a simulação do ataque – diz Jack.
– Como vocês conseguiram ver os vídeos? Nós pegamos os dados – diz Christopher.
– Vocês pegaram uma das cópias dos dados. Todos os vídeos do complexo da Audácia gravados durante o ataque foram enviados para outros computadores por toda a cidade – explica Jack. – Tudo o que vimos foi você controlando a simulação e ela quase morrendo espancada antes de desistir. Depois vocês pararam, tiveram uma reconciliação amorosa bastante abrupta e roubaram o disco rígido juntos.
Talvez tenham feito isso porque a simulação havia chegado ao fim e vocês não
queriam que nós colocássemos as mãos nela.
Quase caio na gargalhada. Meu único ato de heroísmo, a única coisa importante que fiz na vida, e eles acham que eu estava trabalhando para a Erudição.
– A simulação não terminou – digo. – Nós a interrompemos, seu...
Jack levanta a mão.
– Não estou interessado no que você tem a dizer agora. A verdade surgirá quando vocês dois forem interrogados sob efeito do soro da verdade.
Anahí me falou sobre o soro da verdade certa vez. Disse que a parte mais difícil da iniciação da Franqueza é quando eles te dão soro da verdade e você é obrigado a responder perguntas pessoais na frente de todos da facção. Não preciso buscar os meus segredos mais profundos e obscuros para saber que o soro da verdade é a última coisa de que preciso agora.
– Soro da verdade? – Balanço a cabeça. – Não. De jeito nenhum.
– Você tem algo a esconder? – pergunta Jack, erguendo as sobrancelhas.
Quero falar para ele que qualquer pessoa com o mínimo de dignidade tem alguma coisa que deseja guardar para si mesma, mas não quero levantar suspeitas. Portanto, apenas balanço a cabeça.
– Sem problemas, então. – Ele olha para o relógio. – Agora é meio-dia. O interrogatório será às sete. Não adianta se preparar. Não há como esconder nada sob o efeito do soro da verdade.
Ele se vira e sai da sala.
– Que homem agradável – diz Christopher.


 


 


 


                                                  +++


 


 


 


 


Um grupo de membros armados da Audácia me acompanha até o banheiro no começo da noite. Eu me demoro lá, deixando as minhas mãos sob a água quente da torneira até que elas fiquem vermelhas e olhando o meu reflexo no espelho.
Quando eu era da Abnegação e não podia me olhar no espelho, achava que a aparência de uma pessoa podia mudar muito em três meses. Mas, desta vez, eu
pude ver o quanto mudei em poucos dias.
Pareço mais velha. Talvez seja o cabelo curto, ou talvez eu esteja vestindo tudo o que me aconteceu, como uma máscara. De qualquer maneira, sempre acreditei que seria feliz quando deixasse de parecer uma criança. Mas tudo o que sinto é um
nó na garganta. Não sou mais a filha que meus pais conheceram. Eles nunca vão conhecer a pessoa que me tornei.
Desvio o olhar do espelho e abro a porta para o corredor com as costas das
mãos.
Quando os membros da Audácia me deixam na sala de detenção, fico parada na
porta um instante. Christopher está com a mesma aparência que tinha quando o conheci: camiseta preta, cabelo curto e expressão séria. Vê-lo costumava me encher de emoção e nervosismo. Lembro-me de quando segurei a sua mão do lado de fora da sala de treinamento por alguns poucos segundos e de quando nos
sentamos juntos nas pedras ao lado do abismo e sinto uma pontada de saudade de
como as coisas costumavam ser.
– Está com fome? – pergunta Christopher. Ele me oferece um sanduíche do prato ao seu lado.
Aceito o sanduíche e me sento, apoiando a cabeça em seu ombro. Tudo o que nos resta é esperar, então é isso que fazemos. Comemos até a comida acabar.
Continuamos sentados, até que isso se torna desconfortável. Depois, deitamos um ao lado do outro no chão, com os ombros encostados, encarando o mesmo pedaço de teto branco.
– O que você está com medo de falar? – pergunta ele.
– Qualquer coisa. Tudo. Não quero ter que reviver na da daquilo.
Ele acena com a cabeça. Fecho os olhos e finjo dormir. Não há relógio na sala, então não posso contar os minutos até o interrogatório. Parece que o tempo nem existe aqui, exceto pelo fato de que eu o sinto pressionando-me à medida que a hora se aproxima das sete, apertando-me contra os ladrilhos do chão.
Talvez o tempo não parecesse tão pesado se eu não sentisse essa culpa. A culpa de conhecer a verdade e escondê-la em um lugar onde ninguém consegue vê-la, nem mesmo Christopher. Talvez eu não devesse sentir medo de falar nada, porque a honestidade vai fazer eu me sentir mais leve.
Acho que acabo caindo no sono, porque acordo assustada quando ouço a porta se abrir. Alguns membros da Audácia entram enquanto nos levantamos, e um deles
fala o meu nome. Anahí abre caminho entre os outros e me abraça com força.
Seus dedos cravam na ferida do meu ombro, e eu solto um grito.
– Levei um tiro. Ombro. Ai.
– Meu Deus! – Ela me solta. – Desculpe,Dul.
Ela não parece a Anahí da qual me lembro. O cabelo dela está mais curto, como o de um menino, e sua pele está acinzentada, sem o tom moreno vivo de antes. Ela sorri para mim, mas seu sorriso não se reflete em seus olhos, que apenas mantêm a aparência cansada. Tento sorrir de volta, mas estou nervosa
demais. Anahí estará presente no meu interrogatório. Ela ouvirá o que fiz a Afonso.
Nunca me perdoará.
A não ser que eu lute contra o soro e engula a verdade, se conseguir.
Mas será que é realmente isso o que eu quero? Deixar que a verdade apodreça dentro de mim para sempre?
– Você está bem? Fiquei sabendo que estava aqui, então pedi para acompanhá-la – diz ela, enquanto deixamos a sala. – Sei que você não fez nada. Você não é nenhuma traidora.
– Estou bem. E obrigada. Como você está?
– Bem, eu... – Sua voz some, e ela morde o lábio. – Não sei se alguém já te contou... Bem, talvez agora não seja a melhor hora, mas...
– O quê? O que houve?
– É... O Afonso morreu durante o ataque.
Ela me encara com preocupação e com expectativa. O que ela está esperando de mim?
Ah. Eu não deveria saber que Afonso está morto. Poderia fingir estar abalada, mas provavelmente não convenceria. É melhor admitir que eu já sabia. Mas não sei como explicar isso sem revelar tudo.
De repente, sinto-me enjoada. Estou realmente pensando na melhor maneira de
enganar a minha amiga?
– Eu sei. Vi-o no monitor quando estava na sala de controle. Sinto muito,
Anahí.
– Ah. – Ela assente. – Bem, eu... fico feliz que você já sabia. Realmente não queria te dar a notícia em um corredor.
Uma pequena risada. Um esboço de sorriso. Nenhum dos dois iguais ao que costumavam ser.
Entramos em fila no elevador. Sinto o olhar de Christopher em mim. Ele sabe que não vi Afonso nos monitores e não sabia que Afonso estava morto. Olho para a frente e finjo que ele não está me queimando com o olhar.
– Não se preocupe com o soro da verdade – diz ela. – É fácil. Você mal sabe o que está acontecendo quando está sob o efeito dele. Você só sabe o que falou quando o efeito passa. Eles me colocaram sob o efeito do soro quando eu era criança. É algo bastante comum na Franqueza.
Os outros membros da Audácia dentro do elevador trocam olhares. Em uma situação normal, alguém provavelmente a repreenderia por discutir fatos da sua antiga facção, mas não estamos em uma situação normal. Não haverá nenhum
outro momento da vida de Anahí no qual ela se encontrará acompanhando a sua melhor amiga, acusada de traição, a um interrogatório público.
– O restante das pessoas está bem? – pergunto. – Uriah, Lynn, Marlene?
– Estão todos aqui. Menos Zeke, irmão de Uriah, que ficou com os outros membros da Audácia.
– O quê? – Zeke, que prendeu as minhas cintas à linha da tirolesa, um traidor?
O elevador para no último andar, e todos os outros saem.
– Eu sei. Ninguém imaginava que isso pudesse acontecer.
Ela segura o meu braço e me puxa em direção à porta. Caminhamos por um corredor com piso de mármore preto. Deve ser fácil se perder na sede da Audácia, porque tudo é igual. Descemos por outro corredor e atravessamos duas portas duplas.
Visto do lado de fora, o Merciless Mart é um bloco achatado com uma seção estreita erguida no centro. Do lado de dentro, a seção elevada é uma sala vazada de três andares com espaços ocos na parede onde estariam as janelas. Vejo o céu escurecendo acima de mim, sem estrelas.
O piso da sala é de mármore branco, com um símbolo preto da Franqueza no centro, e as paredes são iluminadas por fileiras de lâmpadas turvas, fazendo com que a sala inteira brilhe. Todas as vozes causam ecos.
A maioria dos membros da Franqueza e o que restou dos da Audácia já estão reunidos ali. Alguns estão sentados nos bancos enfileirados ao redor dos cantos da sala, mas não há espaço o bastante para todos, portanto os outros estão
amontoados ao redor do símbolo da Franqueza. No centro do símbolo, sobre a balança desequilibrada, encontram-se duas cadeiras vazias.
Christopher segura a minha mão. Entrelaço meus dedos nos dele.
Os guardas da Audácia nos guiam até o centro da sala, onde somos recebidos com murmúrios e, em alguns casos, deboches. Vejo Jack Kang no banco da frente.
Um homem velho e de pele escura dá um passo à frente, segurando uma caixa preta.
– Meu nome é Niles. Serei o seu interrogador. Você... – Ele aponta para Christopher. – Você será o primeiro. Portanto, dê um passo à frente, por favor.
Christopher aperta minha mão, depois a solta, e eu fico com Anahí na beira do símbolo da Franqueza. O ar na sala está quente. Um ar úmido de verão e de pôr do sol. Mesmo assim, sinto frio.
Niles abre a caixa preta. Dentro dela há duas seringas, uma pra Christopher e outra para mim. Ele também tira um lenço antisséptico do bolso e o oferece a Christopher.
Nós não nos preocupávamos com esse tipo de coisa na Audácia.
– Vou injetar o soro no seu pescoço – diz Niles.
Tudo o que consigo ouvir enquanto Christopher passa o lenço no pescoço é o som do vento. Niles dá um passo à frente e enfia a agulha no pescoço de Christopher, injetando o líquido turvo e azulado para dentro de suas veias. A última vez que vi alguém injetando alguma coisa em Christopher foi quando Jeanine o colocou sob o efeito de uma nova simulação, capaz de controlar até um Divergente. Ou, pelo menos, era nisso que ela acreditava. Naquela circunstância, pensei que o tivesse perdido para sempre.
Sinto um calafrio.




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Autor(a): Fer Linhares

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– Vou fazer uma série de perguntas simples, para que você se acostume com o soro enquanto ele começa a fazer efeito – diz Niles. – Agora. Qual é o seu nome?Christopher está sentado com os ombros caídos e a cabeça abaixada, como se o seu corpo fosse pesado demais para ele. Ele faz uma careta, se conto ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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