Fanfics Brasil - Capítulo 15 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 15 (2ª Temporada)

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A dor diminui. Enfio a mão sob a jaqueta para procurar a ferida.
Não estou sangrando. Mas a força do tiro me derrubou, então deve ter havido algum tipo de munição. Passo os dedos no ombro e sinto um calombo duro onde a minha pele costumava ser lisa.
Ouço um ruído no chão, ao lado do meu rosto, e um cilindro de metal do tamanho da minha mão ro/la e para ao encostar na minha cabeça. Antes que eu consiga me mexer, uma fumaça branca começa a sair das extremidades do cilindro.
Começo a tossir e jogo o objeto para longe, mais para dentro do saguão. Mas aquele não é o único cilindro. Eles estão por toda a parte, enchendo o saguão com uma fumaça que não queima nem arde. Na verdade, a fumaça apenas obscurece minha visão por alguns segundos, antes de evaporar completamente.
Qual foi o sentido disso?
Há soldados da Audácia deitados no chão, com os olhos fechados, por todo lado.
Franzo a testa e examino o corpo de Uriah. Ele não parece estar sangrando. Não vejo nenhuma ferida perto dos seus órgãos vitais, o que significa que não está morto. Então, o que o apagou assim? Olho para trás, onde Lynn desabou, quase em posição fetal. Ela também está inconsciente.
Os traidores da Audácia entram no saguão com as armas erguidas. Decido fazer o que sempre faço quando não sei bem o que está acontecendo: imito as outras pessoas. Encosto a cabeça no chão e fecho os olhos. Meu coração dispara enquanto os passos dos traidores da Audácia se aproximam, cada vez mais, rangendo contra o chão de mármore. Mordo a língua para reprimir um grito de dor quando um deles pisa na minha mão.
– Não entendo por que não podemos simplesmente atirar na cabeça deles – diz um deles. – Se não tiver nenhum outro exército, nós vencemos.
– Ora, Bob, não podemos simplesmente matar todo mundo – retruca uma voz fria.
Minha nuca fica arrepiada. Reconheceria essa voz em qualquer lugar. É o Eric, líder da Audácia.
– Sem pessoas, não vai sobrar ninguém para criar as condições de prosperidade
– continua Eric. – De qualquer maneira, não é seu papel questionar as coisas. – Ele fala mais alto: – Metade no elevador, metade nas escadas, esquerda e direita!
Vamos!
Há uma arma perto de mim, à esquerda. Se eu abrisse os olhos, poderia agarrála e atirar contra ele antes que pudesse reagir. Mas não sei se conseguirei tocar a arma sem entrar em pânico novamente.
Espero até ouvir o último passo desaparecendo atrás de uma porta de elevador ou em uma escadaria antes de abrir os olhos. Todos no saguão parecem inconscientes. Seja lá qual for o gás que usaram contra nós, deve ser algo que induz uma simulação, já que sou a única acordada. Não faz nenhum sentido. Isso não segue nenhuma das regras de simulação que conheço. Mas não tenho tempo para pensar sobre isso agora.
Seguro minha faca e me levanto, tentando ignorar a dor no ombro. Corro até o corpo de uma mulher da Audácia, que está entre os traidores que foram mortos
perto da entrada do edifício. Ela era de meia-idade. Há alguns fios brancos em sua cabeça. Tento não olhar para a ferida de tiro em sua testa, mas a luz fraca se
reflete em algo que parece osso, e eu quase vomito.
Pense. Não importa quem ela era, qual era o seu nome, ou a sua idade. A única coisa que importa é a faixa azul em seu braço. Preciso me concentrar nisso. Tento encaixar o dedo ao redor do tecido, mas ele não solta. A faixa parece estar costurada em sua jaqueta preta. Vou precisar tirá-la também.
Abro o zíper da minha jaqueta e jogo-a sobre seu rosto para não precisar mais
 ê-lo. Depois, abro a jaqueta dela e a puxo, primeiro do seu braço esquerdo, depois do direito, cerrando os dentes enquanto a solto de debaixo do corpo pesado
da mulher.
– Dul! – chama alguém. Eu me viro, com a jaqueta em uma mão e a faca na outra. Guardo a faca. Os invasores da Audácia não tinham facas, e não quero levantar suspeitas.
Uriah está atrás de mim.
– Divergente? – pergunto. Não há tempo para me surpreender.
– Sim.
– Pegue uma jaqueta.
Ele se agacha ao lado de um dos traidores da Audácia, um bem jovem, que não tem nem idade para ser membro da facção. Retraio o rosto ao ver sua face pálida e morta. Alguém tão jovem não deveria estar morto; ele não deveria nem ter vindo aqui.
Com o rosto quente de raiva, visto a jaqueta da mulher. Uriah veste a sua, com a boca comprimida.
– Eles são os únicos que estão mortos – comenta, baixinho. – Você não acha isso
estranho?
– Eles provavelmente sabiam que atiraríamos, mas vieram mesmo assim. Vamos
deixar as perguntas para depois. Precisamos ir lá para cima.
– Para cima? Por quê? Vamos dar o fora daqui.
– Você quer fugir antes de descobrirmos o que está acontecendo? – pergunto, irritada. – Antes que os outros membros da Audácia que estão lá em cima saibam o que os atingiu?
– E se alguém nos reconhecer?
Dou de ombros.
– Só posso torcer para que não reconheçam.
Corro até a escada, e ele me segue. Assim que piso no primeiro degrau, pergunto-me o que exatamente planejo fazer. Deve haver mais Divergentes no edifício, mas será que eles saberão o que são? Será que saberão que precisam se esconder? E o que espero conseguir me infiltrando em um exército de traidores da Audácia?
Nas profundezas do meu ser, sei a resposta: estou sendo imprudente.
Provavelmente não conseguirei nada. Pro vavelmente morrerei.
E o pior de tudo é que não ligo.
– Eles vão subir aos poucos – digo, sem fôlego. – Portanto, você deveria... ir até o terceiro andar. Peça para eles... evacuarem o prédio. Silenciosamente.
– Mas aonde você vai?
– Para o segundo andar – respondo. Abro a porta para o segundo andar com o ombro. Sei o que vou fazer lá: procurar os outros Divergentes.


 


 


 


                                                    +++


 


 


 


 


 


Enquanto caminho pelo corredor, passando por cima de corpos inconscientes vestidos de preto e branco, lembro-me de um verso da canção que as crianças da Franqueza cantam quando acham que não há ninguém ouvindo:
A Audácia é a mais cruel das cinco,
Eles estraçalham-se entre si...
A canção nunca pareceu tão real quanto agora, enquanto vejo os traidores da Audácia induzirem uma simulação de sono que não é muito diferente da que foi usada para forçá-los a matar membros da Abnegação há menos de um mês.
Somos a única facção que poderia se dividir dessa maneira. A Amizade não permitiria uma cisão; ninguém da Abnegação seria tão egoísta; os membros da Franqueza discutiriam até alcançar uma solução comum; e mesmo a Erudição nunca faria algo tão ilógico. Realmente somos a facção mais cruel.
Passo por cima de um braço caído e uma mulher com a boca aberta e cantarolo o começo do verso seguinte da canção, baixinho:
A Erudição é a mais fria das cinco,
O conhecimento custa caro...
Quando será que Jeanine se deu conta de que a Erudição e a Audácia criariam uma combinação mortal? Parece que a brutalidade e a lógica fria são capazes de quase qualquer coisa, até de botar uma facção e meia para dormir.
Estudo os rostos e os corpos enquanto caminho, à procura de respirações irregulares, cílios trêmulos ou qualquer outra coisa que indique que as pessoas deitadas no chão estão apenas fingindo que estão inconscientes. Até agora, todos os que vi estão respirando regularmente e todos os cílios estão parados. Talvez não haja Divergentes na Franqueza.
– Eric! – grita alguém do fundo do corredor. Prendo a respiração enquanto ele caminha diretamente na minha direção. Tento não me mover. Se eu me mover, ele vai olhar para mim e me reconhecer, tenho certeza. Olho para o chão, e fico tão
tensa que começo a tremer. Não olhe para mim, não olhe para mim...
Eric passa direto por mim e desce o corredor à minha esquerda. Eu deveria continuar minha busca o mais rápido possível, mas a curiosidade me leva a caminhar na direção da pessoa que chamou Eric. Pareceu ser algo urgente.
Ao levantar os olhos, vejo um soldado da Audácia em pé, diante de uma mulher ajoelhada. Ela usa blusa branca e saia preta e está com as mãos atrás da cabeça.
Mesmo de perfil, o sorriso de Eric demonstra ganância.
– Divergente. Muito bem. Leve-a ao hall dos elevadores. Decidiremos depois quais vamos matar e quais vamos levar de volta.
O soldado da Audácia agarra a mulher pelo rabo de cavalo e começa a caminhar em direção ao hall dos elevadores, arrastando-a atrás de si. Ela solta um grito, depois se levanta com dificuldade, com o tórax inclinado para a frente. Tento engolir, mas parece que tenho um amontoado de bolas de algodão na garganta.
Eric continua a descer o corredor, para longe de mim, e tento não encarar a mulher da Franqueza quando ela passa por mim, com o cabelo preso no punho do
soldado da Audácia. Já sei como o terror funciona: permito que ele me controle por
alguns segundos, depois me obrigo a agir.
Um... dois... três...
Sigo em frente com uma determinação renovada. O processo de observar cada pessoa para descobrir quem está acordado está demorando demais. Quando alcanço o próximo corpo inconsciente, piso no seu dedo mindinho com força. Não há qualquer reação. Passo por cima do corpo e encontro o dedo da pessoa seguinte, espremendo-o com força com a ponta do sapato. Também não há
resposta.
– Achei um! – grita alguém de um corredor distante, e eu começo a ficar
nervosa. Pulo por cima de corpos de homens e mulheres, crianças, adolescentes e
idosos, pisando dedos, estômagos ou calcanhares, à procura de sinais de dor.
Depois de um tempo, quase não vejo mais seus rostos e continuo sem encontrar reações. Estou brincando de pique-esconde com os Divergentes, mas não sou a única que está procurando.
De repente, consigo alguma coisa. Piso no dedo mindinho de uma garota da
Franqueza, e seu rosto se contrai. A contração é muito pequena e rápida. Ela soube esconder bem a dor. Mas é o bastante para chamar minha atenção.
Olho para trás para ver se há alguém por perto, mas todos já saíram do corredor central. Procuro a escada mais próxima. Há uma a apenas três metros de distância, em um corredor lateral, à minha direita. Agacho-me ao lado da cabeça da menina.
– Ei – sussurro, o mais baixinho que consigo. – Está tudo bem. Não sou um deles.
Seus olhos se abrem um pouco.
– Há uma escada a cerca de três metros daqui. Avisarei quando ninguém estiver olhando, e você terá que correr, está bem?
Ela acena com a cabeça.
Levanto-me e caminho lentamente em um círculo. Uma traidora da Audácia à minha esquerda está olhando em outra direção, cutucando um membro
inconsciente da Audácia com o pé. Outros dois atrás de mim estão rindo de alguma
coisa. Outro, à minha frente, caminha na minha direção, mas depois levanta a cabeça e desce o corredor novamente, na direção oposta.
– Agora.
A garota se levanta e corre em direção à escada. Observo-a, até que a porta se fecha, depois vejo meu reflexo em uma das janelas. Mas não estou sozinha no corredor de pessoas inconscientes, como pensava. Eric está bem atrás de mim.


 


 


 


 


                                                          +++


 


 


 


 


Olho para o reflexo de Eric na janela e ele me encara de volta. Se eu me mover rápido o bastante, talvez ele não esteja preparado para me segurar. Mas
imediatamente me dou conta de que não conseguirei correr mais rápido do que ele. E não conseguirei atirar nele, porque não peguei uma arma.
Giro o corpo, levantando o cotovelo e lançando-o contra o rosto de Eric. Atinjo a ponta do seu queixo, mas não forte o bastante para feri-lo. Ele agarra o meu braço esquerdo com uma das mãos e encosta o cano de sua arma na minha cabeça com a outra, depois sorri para mim.
– Não entendo – diz ele – como você pôde ser burra o bastante para subir aqui
sem uma arma.
– Bem, sou esperta o bastante para fazer isso. – Piso com força seu pé, que
atingi com um tiro há menos de um mês. Ele solta um grito, contorcendo o rosto
com a dor, e atinge o meu queixo com o punho da arma. Cerro os dentes para
reprimir um grunhido. Sangue escorre pelo meu pescoço. Ele abriu uma ferida em
meu rosto.
Apesar da luta, ele não solta o meu braço nem um segundo. Mas o fato de ele não ter atirado na minha cabeça agora me diz algo: ainda não tem a permissão de me matar.
– Foi uma surpresa descobrir que você ainda estava viva. Já que eu pedi para
Jeanine construir aquele tanque de água especialmente para você.
Tento pensar no que posso fazer que seja doloroso o bastante para que me solte. Decido chutá-lo com força na virilha, mas ele se move para trás de mim, segurando-me pelos dois braços e apertando seu corpo contra o meu com tanta força que mal consigo mover os pés. Suas unhas se cravam na minha pele e eu cerro os dentes, tanto por causa da dor quanto por causa da náusea causada pelo seu peito encostado nas minhas costas.
– Ela achava que estudar a reação de uma Divergente à versão real de uma
simulação seria fascinante – continua Eric, empurrando-me para a frente e me forçando a andar. Sinto sua respiração no meu cabelo. – E eu concordei. Sabe, a engenhosidade, uma das qualidades que mais valorizamos na Erudição, requer
criatividade.
Ele torce as mãos, e seus calos arranham meus braços. Jogo o peso do corpo levemente para a esquerda enquanto ando, tentando posicionar um dos meus pés entre os seus. Percebo, com prazer selvagem, que ele está mancando.
– Às vezes, a criatividade parece ineficaz, ilógica... a não ser que seja usada para um propósito maior. Nesse caso, o acúmulo de conhecimento.
Paro de andar por um segundo, para levantar o calcanhar com força entre as pernas de Eric. Um grito agudo morre em sua garganta, interrompido mesmo antes de começar, e suas mãos fraquejam por um instante. Imediatamente, torço o corpo com o máximo de força que consigo e me solto. Não sei para onde ir, mas preciso correr, preciso...
Ele agarra meu cotovelo, puxando-me para trás e fincando o polegar na ferida
em meu ombro e torcendo-o até minha visão escurecer por causa da dor e eu começar a gritar a plenos pulmões.
– Eu bem que lembrava, pelas imagens que vi de você naquele tanque de água, que você havia levado um tiro no ombro. Parece que eu estava certo.
Meus joelhos cedem, e ele agarra a gola da minha camisa de maneira quase descuidada, arrastando-me em direção ao elevador. O tecido aperta minha garganta, sufocando-me, e eu o sigo aos tropeções. Meu corpo lateja de dor.
Quando alcançamos o hall do elevador, ele me coloca de joelhos ao lado da mulher da Franqueza que vi antes. Ela e outras quatro pessoas estão sentadas entre duas fileiras de elevadores, vigiadas por guardas armados da Audácia.
– Quero uma arma nela o tempo todo – diz Eric. – Não apenas apontada contra ela, mas encostada nela.
Um homem da Audácia encosta o cano da sua arma na minha nuca. Sinto o círculo frio contra a minha pele. Levanto os olhos e encaro Eric. Seu rosto está vermelho, e seus olhos estão úmidos.
– Qual é o problema, Eric? – pergunto, com as sobrancelhas arqueadas. – Está com medo de uma garotinha?
– Não sou idiota – diz ele, passando as mãos no cabelo. – Essa encenação pode ter me enganado antes, mas não enganará novamente. Você é o melhor cão de ataque deles. – Ele se inclina mais para perto de mim. – Por isso, vou me certificar de que seja abatida o mais rápido possível.
Uma das portas do elevador se abre e um soldado da Audácia empurra Uriah, com os lábios ensanguentados, em direção à pequena fileira de Divergentes. Uriah
olha para mim, mas não consigo identificar se sua expressão é de sucesso ou derrota. Se ele está aqui, é porque provavelmente falhou. Agora, eles vão encontrar todos os Divergentes neste edifício, e a maioria de nós vai morrer.
Eu deveria estar com medo. Mas, em vez disso, uma risada histérica borbulha dentro de mim, porque, de repente, lembro-me de algo.
Posso até não conseguir segurar uma arma. Mas tenho uma faca no bolso de trás.




manoellaaguiar_: eu já li todos os livros e fiquei muito triste com aquele "negócio" que aconteceu, cont comentando bjss{#emotions_dlg.kiss}


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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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