Fanfics Brasil - Capítulo 24 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 24 (2ª Temporada)

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Sangue tem uma cor estranha. É mais escuro do que imaginamos.
Olho para a mão de Marlene, que está agarrada ao meu braço. As unhas dela são curtas. E roídas. Ela me empurra para a frente, e eu devo estar andando, porque consigo sentir meu corpo se movendo, mas, dentro da minha cabeça, continuo diante de Eric, e ele ainda está vivo.
Ele morreu da mesma maneira que Afonso. Com o corpo caído para a frente, igual
ao do Afonso.
Pensei que a sensação de inchaço na minha garganta passaria depois que ele morresse, mas isso não aconteceu. Preciso respirar fundo para conseguir ar suficiente. Ainda bem que a multidão ao meu redor é tão barulhenta que ninguém consegue me ouvir. Marchamos em direção à porta. A multidão é liderada por Harrison, que carrega Maite nas costas como se ela fosse uma criança. Ela ri, com os braços em volta do pescoço dele.
Christopher apoia a mão nas minhas costas. Sei disso porque vejo-o chegando atrás de mim, e não porque realmente sinto sua mão. Não sinto absolutamente nada.
As portas são abertas de fora para dentro, e quase atropelamos Jack Kang e o grupo de membros da Franqueza que o seguiu até aqui.
– O que vocês fizeram? Acabo de ser informado de que Eric não está em sua cela.
– Ele estava sob a nossa jurisdição – diz Maite. – Nós o julgamos e o executamos.
Você deveria nos agradecer.
– Por que... – O rosto de Jack Kang fica vermelho. Sangue é mais vermelho que
um rosto ruborizado, mesmo que um consista do outro. – Por que eu deveria agradecer a vocês?
– Porque você também queria que ele fosse executado, não queria? Já que ele
matou uma de suas crianças? – Maite inclina a cabeça, seus olhos grandes e inocentes. – Bem, resolvemos isso para você. E agora, se nos der licença, estamos indo embora.
– O que... Indo embora? – balbucia Jack.
Se partirmos, ele será incapaz de atender a duas das três exigências que Max apresentou. Isso o aterroriza, e seu rosto mostra isso com clareza.
– Não posso deixar que vocês façam isso.
– Você não precisa nos deixar fazer nada – retruca Christopher. – Se não sair do caminho, seremos obrigados a passar por cima de você.
– Vocês não vieram aqui atrás de aliados? – pergunta Jack, irritado. – Se fizerem isso, juro que nos aliaremos à Erudição, e vocês nunca mais nos terão como aliados, seus...
– Não precisamos de vocês como aliados – diz Maite. – Somos da Audácia.
Todos gritam, e, de alguma maneira, os gritos cortam o atordoamento em minha mente. A multidão inteira segue adiante ao mesmo tempo. Os membros da Franqueza gritam e pulam para fora do caminho, enquanto enchemos o corredor, como se um cano se rompesse e a água da Audácia se espalhasse para encher o espaço vazio.
Marlene solta meu braço. Desço a escada correndo, seguindo os membros da Audácia que estão à minha frente e ignorando a confusão de cotovelos e os gritos ao meu redor. Sinto-me como uma inicianda novamente, correndo pelas escadas do Eixo depois da Cerimônia de Escolha. Minhas pernas ardem, mas não tem problema.
Alcançamos o saguão. Um grupo de membros da Franqueza e da Erudição nos espera lá, incluindo a mulher loira e Divergente que foi arrastada pelos cabelos até os elevadores, a menina que ajudei a escapar e Cara. Eles veem os membros da Audácia passarem correndo com olhares de impotência.
Cara me vê e agarra meu braço, puxando-me para trás.
– Para onde vocês estão indo?
– Para a sede da Audácia – respondo. Tento soltar o braço, mas ela não quer largar. Não olho para o seu rosto. Não consigo olhar para ela agora. – Fujam para a sede da Amizade. Eles prometeram abrigo para qualquer pessoa que quiser. Vocês não estarão seguros aqui.
Ela me solta, quase me empurrando para longe.
Do lado de fora, o chão parece escorregadio sob meus pés, e a bolsa de roupas quica nas minhas costas quando passo a correr menos rápido. A chuva bate na minha cabeça e nas minhas costas. Meus pés espalham a água das poças, molhando minhas calças.
Sinto o cheiro do concreto molhado e finjo que isso é tudo o que existe no mundo.


 


 


 


 


                                                       +++


 


 


 


 


Fico parada diante do corrimão, olhando para o abismo. A água atinge o paredão sob mim, mas não chega alto o bastante para cobrir meus pés.
A cerca de cem metros de onde estou, Bud distribui armas de paintball. Outra pessoa distribui a munição. Em breve os cantos escondidos da sede da Audácia estarão cobertos de tinta multicolorida, que bloqueará as lentes das câmeras de segurança.
– Ei, Dul – diz Zeke, juntando-se a mim perto do corrimão. Seus olhos estão vermelhos e inchados, mas sua boca está curvada em um pequeno sorriso.
– Ei. Vocês conseguiram.
– Sim. Esperamos até que Shauna estivesse estável o bastante e depois a trouxemos até aqui. – Ele esfrega os olhos com o polegar. – Não queria movê-la, mas... Ficar na Franqueza já não era mais seguro. Obviamente.
– Como ela está?
– Não sei. Ela vai sobreviver, mas a enfermeira disse que talvez fique paralisada da cintura para baixo. Isso não me preocuparia tanto, mas... – Ele ergue um ombro. – Como ela vai poder continuar na Audácia se não conseguir andar?
Olho para o outro lado do Fosso, onde as crianças da Audácia perseguem umas às outras pelo caminho no muro, jogando bolinhas de paintball nas paredes. Uma das bolinhas estoura e suja a pedra de amarelo.
Penso no que Christopher disse quando passamos a noite entre os sem-facção, sobre os membros da Audácia mais velhos deixando a facção porque não eram mais fisicamente capazes de ficar. Penso na canção da Franqueza, afirmando que somos a facção mais cruel.
– Ela vai poder – digo.
– Dul. Ela nem conseguirá se locomover.
– Claro que vai. – Eu o encaro. – Ela pode arrumar uma cadeira de rodas, e alguém pode empurrá-la pelos caminhos do Fosso, e há um elevador no edifício lá de cima. – Aponto para a construção acima das nossas cabeças. – Ela não precisa andar para descer de tirolesa ou usar uma arma.
– Ela não vai querer que eu a empurre. – Sua voz treme um pouco. – Ela não vai
querer que eu a levante ou carregue.
– Ela terá que superar isso, então. Você vai permitir que ela abandone a Audácia por um motivo idiota como não poder andar?
Zeke fica calado por alguns segundos. Ele me encara, entrecerrando os olhos, como se estivesse me analisando e medindo.
Então, ele se vira, inclina o corpo para a frente e me envolve em seus braços.
Faz tanto tempo que não recebo um abraço que meu corpo fica tenso. Depois relaxo e permito que seu gesto esquente o meu corpo, que está gelado por causa das minhas roupas úmidas.
– Vou atirar por aí – diz ele, se afastando. – Quer vir comigo?
Dou de ombros e sigo-o pelo térreo do Fosso. Bud entrega uma arma de paintball para cada um de nós, e eu carrego a minha. Seu peso, formato e material
são tão diferentes de um revólver de verdade que não tenho dificuldade em segurá-la.
– Já cuidamos do Fosso e da seção subterrânea – diz Bud. – Mas vocês podem ir para a Pira.
– A Pira?
Bud aponta para o edifício de vidro acima de nós. A visão da construção me atinge como uma pontada de agulha. Na última vez que estive aqui, olhando para
o teto, estava em uma missão com o propósito de destruir a simulação. Eu estava com meu pai.
Zeke já começou a subir. Obrigo-me a segui-lo, dando um passo de cada vez.
Sinto dificuldade em andar porque mal sou capaz de respirar, mas acabo conseguindo, de alguma maneira. Quando alcanço a escada, a pressão no meu peito praticamente se foi.
Ao entrarmos na Pira, Zeke ergue sua arma e a aponta para uma das câmeras localizadas no teto. Ele atira, e a tinta verde se espalha por uma das janelas. Ele errou o alvo.
– Ai – digo, com uma careta. – Essa foi feia.
– Ah, é? Quero ver se você consegue acertar de primeira.
– Quer, é? – Ergo minha arma, apoiando-a no meu ombro esquerdo, e não no direito. É estranho empunhar a arma com a mão esquerda, mas ainda não consigo aguentar seu peso com a direita. Uso a mira para encontrar a câmera, depois entrecerro os olhos para me focar na lente. Uma voz sussurra na minha cabeça: Inale. Mire. Exale. Dispare. Demoro alguns segundos para perceber que é a voz de Christopher, porque foi ele quem me ensinou a atirar. Aperto o gatilho, e a bolinha de paintball atinge a câmera, espalhando a tinta azul sobre a lente. – Pronto. Agora você já viu. E com a mão errada.
Zeke murmura algo baixinho que não soa nada agradável.
– Ei! – grita uma voz animada. A cabeça de Marlene surge do espaço aberto no chão de vidro. Há uma mancha de tinta na sua testa, e isso faz com que ela pareça ter uma sobrancelha roxa. Com um sorriso malicioso, ela mira em Zeke e atinge sua perna, depois aponta a arma para mim. A bolinha de tinta atinge meu braço e sinto uma pontada de dor.
Marlene ri e se esconde sob o vidro. Eu e Zeke trocamos olhares, depois corremos atrás dela. Ela ri, descendo correndo o caminho do Fosso e atravessando um grupo de crianças. Atiro contra ela, mas acerto a parede. Marlene atira em um menino perto do corrimão. É Hector, o irmão mais novo de Lynn. A princípio, ele parece ficar chocado, mas depois atira de volta, atingindo a pessoa ao lado de
Marlene.
Sons de estalos enchem o ar à medida que todos no Fosso, jovens e velhos, começam a atirar uns nos outros, esquecendo momentaneamente as câmeras.
Desço correndo o caminho do Fosso, rodeada de risos e gritos. Nós nos reunimos em times, depois nos voltamos uns contra os outros.
Quando a batalha finalmente termina, minhas roupas estão mais coloridas de tinta do que pretas. Decido guardar a camisa, para me lembrar do motivo original
que me levou a escolher a Audácia: não foi por eles serem perfeitos, mas porque estão vivos. Porque são livres.




 manoellaaguiar_: Continuando linda bjss {#emotions_dlg.kiss}


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Autor(a): Fer Linhares

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Alguém faz uma incursão à cozinha da Audácia e esquenta os alimentos nãoperecíveis que estavam guardados lá para podermos comer algo quente de noite.Sento-me à mesma mesa a que costumava me sentar com Anahí, Al e Afonso. Logo que me sento, sinto um nó na garganta. Como é possível que ten ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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