Fanfics Brasil - Capítulo 31 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 31 (2ª Temporada)

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Naquela noite, sonho não com Christopher ou com Afonso, mas com minha mãe. Estamos nos pomares da Amizade, as maçãs estão maduras e penduradas a poucos centímetros das nossas cabeças. As sombras das folhas formam um padrão no rosto dela, e ela está vestida de preto, embora nunca a tenha visto de preto enquanto estava viva. Ela está me ensinando a fazer uma trança, demonstrando em uma mecha do seu próprio cabelo, e rindo dos meus dedos desajeitados.
Acordo, perguntando-me como eu nunca havia notado, a cada dia que me sentei na frente dela na mesa de café da manhã, que a energia da Audácia quase transbordava do seu ser. Será que ela escondia bem? Ou será que fui eu que não a observei direito?
Mergulho o rosto no colchão fino sobre o qual dormi. Nunca a conhecerei de
verdade. Mas, pelo menos, ela também nunca saberá o que fiz a Afonso. A essa altura não sei se eu aguentaria se ela soubesse.
Ainda estou tentando afastar a névoa do sono dos meus olhos quando sigo Peter pelo corredor, segundos ou minutos depois. Não sei exatamente quanto tempo passou.
– Peter. — Minha garganta dói; devo ter gritado enquanto dormia. – Que horas
são?
Ele está usando um relógio, mas a tela está coberta e não consigo enxergar as horas. Ele nem se dá o trabalho de olhar o pulso.
– Por que você sempre me leva para os lugares? – pergunto. – Você não deveria estar envolvido em alguma atividade depravada, como chutar cachorrinhos, espionar garotas trocando de roupa ou algo assim?
– Eu sei o que você fez com Afonso, sabia? Não finja ser melhor do que eu, porque somos exatamente iguais.
A única coisa que distingue um corredor do outro é o comprimento deles. Decido nomeá-los de acordo com a quantidade de passos necessária para percorrê-los.
Dez. Quarenta e sete. Vinte e nove.
– Você está errado. Talvez nós dois sejamos maus, mas há uma diferença enorme entre nós. Eu não me contento em ser assim.
Peter solta uma pequena risada de desdém, e passamos entre as mesas do laboratório da Erudição. É aí que me dou conta de onde estou e para onde estou indo: de volta para a sala que Jeanine me mostrou. A sala onde serei executada.
Tremo tanto que meus dentes rangem e tenho dificuldade em continuar andando e pensando direito. É apenas uma sala, digo a mim mesma. Apenas uma sala como qualquer outra.
Sou uma grande mentirosa.
Dessa vez a câmara de execução não está vazia. Quatro traidores da Audácia estão reunidos em um dos cantos com dois membros da Erudição. Um deles é uma mulher de pele escura, e o outro é um homem mais velho, e ambos vestem jalecos e estão ao lado de Jeanine, perto da mesa de metal no meio da sala. Há várias máquinas montadas ao redor da mesa e fios por toda a parte.
Não sei o que a maioria das máquinas faz, mas uma delas é um monitor cardíaco. O que será que Jeanine pretende fazer para precisar de um monitor cardíaco?
– Ponha ela na mesa – diz Jeanine, em um tom entediado. Encaro por um segundo a placa de aço que me aguarda. Será que ela desistiu de esperar para me executar? Será que é agora que vou morrer? Peter agarra meus braços, e eu me contorço, usando toda a minha força para lutar contra ele.
Mas ele apenas me levanta, desviando-se dos meus chutes, e me joga com força na mesa de metal, deixando-me sem fôlego. Arquejo e lanço um soco no ar, tentando atingir qualquer coisa. Acabo atingindo seu pulso. Ele faz uma careta de dor, mas os outros traidores da Audácia já se apresentaram para ajudá-lo.
Um deles segura meus tornozelos, e os outros, os meus ombros, enquanto Peter prende tiras pretas por todo o meu corpo para me manter imóvel. Contraio o rosto ao sentir uma pontada de dor no meu ombro ferido e desisto de lutar.
– O que diabos está acontecendo? – pergunto, erguendo o pescoço para olhar
para Jeanine. – Nós concordamos que iríamos cooperar para alcançar os resultados! Nós concordamos...
– Isso não tem nada a ver com nosso acordo – diz Jeanine, olhando para o
relógio em seu pulso. – Isso não tem nada a ver com você, Dulce.
A porta se abre novamente.
Christopher entra, mancando, rodeado de traidores da Audácia. Seu rosto está machucado, e há um corte sobre sua sobrancelha. Ele não se move com o cuidado de sempre; está perfeitamente ereto. Deve estar machucado. Tento não pensar em como ele ficou assim.
– O que é isto? – pergunta ele, com a voz rouca e falha.
Deve estar assim de tanto gritar.
Minha garganta parece estar inchada.
– Dul – diz ele, lançando-se em minha direção. Mas os traidores da Audácia são muito rápidos. Agarram-no antes que ele consiga dar mais do que alguns poucos passos. – Dul, você está bem?
– Estou – respondo. – E você?
Ele acena com a cabeça. Não acredito nele.
– Em vez de gastarmos mais tempo, sr. Uckermann, achei melhor assumir a abordagem mais lógica. É claro que seria melhor usar o soro da verdade, mas perderíamos dias tentando convencer Jack Kang a nos dar um pouco, já que a Franqueza guarda o soro com muito afinco, e não quero gastar mais tempo.
Ela dá um passo à frente com uma seringa na mão. O soro dentro da seringa é cinza. Talvez seja uma nova versão do soro de simulação, mas eu duvido.
O que será que esse soro faz? Pelo olhar de satisfação dela, não deve ser nada bom.
– Dentro de alguns segundos, injetarei este líquido em Dul. Nesse momento, acredito que seus instintos altruístas farão você nos contar exatamente o que precisamos saber.
– O que é que ela precisa saber? – pergunto a Christopher, interrompendo-a.
– Informações a respeito dos esconderijos dos sem-facção – responde ele, sem olhar para mim.
Arregalo os olhos. Os sem-facção são nossa última esperança, agora que metade dos membros leais da Audácia e toda a Franqueza estão prontas para ser controladas pela simulação e metade da Abnegação está morta.
– Não fale nada. Vou morrer de qualquer maneira. Não diga nada a ela.
– Refresque minha memória, sr. Uckermann – diz Jeanine. – O que fazem as simulações da Audácia?
– Isto não é uma sala de aula – responde ele, com dentes cerrados. – Diga-me o que você vai fazer.
– Direi, desde que você responda minha simples pergunta.
– Tudo bem. – Os olhos de Tobias voltam-se para mim. – As simulações
estimulam as amígdalas, que são responsáveis pelo processamento do medo, induzem alucinações baseadas nesse medo e transmitem os dados para um computador, para que possam ser processados e observados.
Parece que ele memorizou isso há muito tempo. Talvez realmente tenha memorizado. Afinal, ele passou um bocado de tempo administrando simulações.
– Muito bem – diz ela. – Quando desenvolvi as simulações da Audácia, há muitos anos, descobrimos que certos níveis de potência do soro sobrepujavam o cérebro e que o terror resultante tornava-o sensível demais para inventar novos ambientes.
Por isso diluímos a solução, para que as simulações se tornassem mais instrutivas.
Mas ainda sei preparar a solução original.
Ela bate com a unha na seringa.
– Medo – diz ela – é mais poderoso do que dor. Portanto, há algo que você queira dizer antes que eu injete isto na srta. Saviñón?
Christopher contrai os lábios.
E Jeanine enfia a agulha.


 


 


 


 


                                                            +++


 


 


 


 


 


Começa silenciosamente, com o batimento de um coração. A princípio, não sei ao certo de quem é o coração que estou ouvindo, porque o som é alto demais para ser o meu. Depois, percebo que realmente vem do meu coração e está ficando cada vez mais rápido.
As palmas das minhas mãos e a parte de trás dos meus joelhos começam a acumular suor.
Depois, preciso arquejar para conseguir respirar.
É aí que começam os gritos.
E eu Não consigo Pensar.


 


 


 


                                                         +++


 


 


 


Christopher está lutando contra os traidores da Audácia que estão perto da porta.
Ouço algo que soa como o grito de uma criança ao meu lado e viro a cabeça para descobrir de onde está vindo, mas só vejo um monitor cardíaco. Acima de mim, as linhas entre os ladrilhos do teto se contorcem e dobram, transformando-se em criaturas monstruosas. Um cheiro de carne pútrida enche o ar, e eu engasgo. As criaturas monstruosas ganham formas mais definitivas, de pássaros, corvos, com bicos do tamanho do meu antebraço e asas tão escuras que parecem engolir toda a luz do ambiente.
– Dul – diz Christopher. Desvio o olhar dos corvos.
Ele está parado diante da porta, onde estava antes de eu receber o soro injetado, mas agora está segurando uma faca. Ele a afasta do seu corpo e depois a vira, fazendo com que a lâmina aponte para dentro, para sua barriga. Depois, ele a aproxima de si, encostando a ponta da lâmina na barriga.
– O que você está fazendo? Pare!
Ele abre um pequeno sorriso e diz:
– Estou fazendo isso por você.
Ele empurra ainda mais a faca, devagar, e o sangue mancha a barra da sua camisa. Eu engasgo e forço o corpo contra as amarras que me mantêm colada à mesa.
– Não, pare!
Eu me debato. Em uma simulação, eu já teria conseguido me soltar, então isso deve ser real, é real. Ele desaba no chão, e seu sangue escorre rapidamente, cercando seu corpo. Os pássaros feitos de sombras viram seus olhos cintilantes em sua direção e avançam em um tornado de asas e garras, bicando sua pele. Vejo seus olhos em meio à confusão de penas, e ele ainda está acordado.
Um dos pássaros pousa sobre os dedos que seguram a faca. Ele puxa a faca para fora e ela cai ruidosamente no chão. Eu deveria esperar que ele estivesse morto, mas sou egoísta e não consigo. Minhas costas erguem-se da mesa, todos os meus músculos se contraem e minha garganta dói com o grito que deixa de formar palavras e não consegue mais cessar.


 


 


 


                                                             +++


 


 


 


– Sedativo – comanda uma voz rígida.
Sinto outra agulha em meu pescoço e meu coração começa a desacelerar.
Soluço, aliviada. Durante alguns segundos, tudo o que consigo fazer é soluçar, aliviada.
Aquilo não foi medo. Foi algo diferente; uma emoção que não deveria existir.
– Soltem-me – diz Christopher, e sua voz está mais rouca do que antes. Pisco rápido, para conseguir enxergá-lo por entre minhas lágrimas. Há marcas vermelhas nos seus braços, onde os traidores da Audácia o seguraram, mas ele não está morrendo; está bem. – Só vou contar se me soltarem.
Jeanine assente com a cabeça, e Christopher corre até mim. Ele segura minha mão e acaricia meu cabelo. Seus dedos ficam molhados com minhas lágrimas. Ele não as seca. Inclina-se para a frente e encosta a testa na minha.
– Os esconderijos dos sem-facção – diz ele, em uma voz inexpressiva, bem ao lado da minha bochecha. – Tragam um mapa, e eu os marcarei para vocês.
A sensação da sua testa contra a minha é gelada e seca. Meus músculos doem, provavelmente por terem ficado contraídos durante o tempo em que Jeanine deixou aquele soro pulsando dentro de mim.
Christopher mantém os dedos entrelaçados nos meus, até que os traidores da
Audácia o arrastam para longe de mim, para outro lugar. Minha mão desaba, pesada, sobre a mesa. Não quero mais lutar contra as amarras. Só quero dormir.
– Já que você está aqui... – diz Jeanine, quando Christopher e os guardas que o acompanham se vão. Ela levanta o rosto e concentra seus olhos úmidos em um dos membros da Erudição. – Pegue-o e traga-o aqui. Está na hora.
Ela volta o olhar para mim novamente.
– Enquanto você dorme, faremos um pequeno procedimento para observar algumas coisas a respeito do seu cérebro. Não será nada invasivo. Mas, antes disso... Prometi a você que seria completamente transparente a respeito desses procedimentos. Portanto, acho justo que você saiba exatamente quem vem me ajudando em minhas experiências. – Ela abre um pequeno sorriso. – Foi ele quem me disse para quais três facções você tinha aptidão, qual seria a melhor estratégia para trazê-la até aqui e que deveríamos colocar sua mãe na última simulação para torná-la mais eficiente.
Ela olha para a porta enquanto o sedativo começa a fazer efeito, fazendo com que as beiradas da minha visão embacem. Olho para trás e, em meio ao torpor causado pela droga, eu o vejo.
Caleb.




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Autor(a): Fer Linhares

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Acordo com dor de cabeça. Tento voltar a dormir. Pelo menos, quando estou dormindo, fico calma. Mas a imagem de Caleb em frente à porta passa pela minha mente continuamente, acompanhada do som de corvos grasnando.Por que será que nunca questionei o motivo de Eric e Jeanine saberem que eu tinha aptidão para três facç&oti ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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