Fanfics Brasil - Capítulo 32 (2ª Temporada) Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.)

Fanfic: Divergente, Insurgente, Convergente (Vondy adp.) | Tema: Série Divergente


Capítulo: Capítulo 32 (2ª Temporada)

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Acordo com dor de cabeça. Tento voltar a dormir. Pelo menos, quando estou dormindo, fico calma. Mas a imagem de Caleb em frente à porta passa pela minha mente continuamente, acompanhada do som de corvos grasnando.
Por que será que nunca questionei o motivo de Eric e Jeanine saberem que eu tinha aptidão para três facções?
Por que nunca me dei conta de que apenas três pessoas no mundo sabiam disso:
Maite, Caleb e Christopher?
Minha cabeça lateja. Não consigo entender. Não entendo por que Caleb me trairia. Quando isso começou? Será que foi depois da simulação de ataque? Ou depois da fuga da Amizade? Ou será que foi antes disso, quando meu pai ainda estava vivo? Caleb disse que havia deixado a Erudição quando descobriu o que eles estavam planejando. Será que estava mentindo?
Provavelmente. Aperto o punho contra a testa. Meu irmão escolheu a facção, acima do sangue. Deve haver uma razão. Ela deve tê-lo ameaçado. Ou coagido de alguma maneira.
A porta se abre. Não levanto a cabeça ou abro os olhos.
– Careta. – É o Peter, é claro.
– Sim. – Quando deixo que minha mão caia do rosto, uma mecha de cabelo cai junto. Olho para ela com o canto dos olhos. Meu cabelo nunca esteve tão oleoso.
Peter coloca uma garrafa de água ao lado da cama, junto com um sanduíche. Só de pensar em comer aquilo fico enjoada.
– Você teve morte cerebral? – pergunta ele.
– Acho que não.
– Não tenha tanta certeza disso.
– Rá, rá – respondo. – Há quanto tempo estou dormindo?
– Há cerca de um dia. Recebi ordens para levar você até o chuveiro.
– Se você disser que estou precisando de um banho – digo, cansada –, fincarei meu dedo em seu olho.
O quarto gira quando levanto a cabeça, mas consigo jogar as pernas para fora da cama e me levantar. Peter e eu começamos a descer o corredor. Mas, quando viramos em direção ao banheiro, há pessoas no final do corredor.
Uma delas é Christopher. Vejo o ponto onde vamos cruzar um com o outro. Encaro não ele, mas o local onde ele estará quando segurar minha mão, como fez quando nos cruzamos pela última vez. Minha pele se arrepia com a expectativa. Eu o tocarei novamente, mesmo que apenas por um segundo.
Seis passos até cruzarmos um com o outro. Cinco passos.
A quatro passos, no entanto, Christopher para. Seu corpo todo amolece, surpreendendo o guarda traidor da Audácia que o acompanha. O guarda o solta por apenas um segundo, e Christopher desaba no chão.
Depois, ele gira o corpo, lança-o para a frente e agarra a arma do coldre do
soldado da Audácia mais baixo.
A arma dispara. Peter mergulha para a direita, arrastando-me junto. A minha cabeça raspa a parede. A boca do guarda da Audácia está aberta. Ele deve estar gritando, mas não consigo ouvi-lo.
Christopher chuta sua barriga com força. A parte de mim que pertence à Audácia admira sua forma perfeita e sua velocidade incrível. Depois, ele vira, apontando a arma para Peter. Mas ele já me soltou.
Christopher agarra o meu braço esquerdo e me ajuda a levantar, depois começa a correr. Corro atrás dele, desajeitada. Cada vez que meu pé encosta no chão, sinto uma pontada de dor subindo até a cabeça, mas não posso parar. Afasto as lágrimas dos olhos. Corra, digo a mim mesma, como se isso fosse facilitar as coisas. A mão de Christopher é áspera e forte. Permito que ela me guie enquanto viramos um corredor.
– Christopher – digo, ofegante.
Ele para e olha para trás, para mim.
– Ah, não – diz ele, roçando os dedos em minha bochecha. – Vamos. Nas minhas costas.
Ele dobra o corpo, e eu jogo meus braços ao redor do seu pescoço, enfiando o rosto entre as suas omoplatas. Ele me levanta sem dificuldade e segura minha perna com a mão esquerda. Sua mão direita continua agarrada à arma.
Ele corre rapidamente, mesmo com meu peso. É incrível que ele um dia tenha pertencido à Abnegação, penso, preguiçosamente. Ele parece ser projetado para ser veloz e mortalmente preciso. Mas não para ser particularmente forte. Ele é esperto, mas não é forte. Só o bastante para me carregar.
Agora, os corredores estão vazios. Mas isso não vai durar muito tempo. Daqui a pouco, todos os membros da Audácia que estiverem dentro do edifício vão nos atacar de todos os lados, e ficaremos presos neste labirinto pálido. Como será que Christopher planeja passar por eles?
Levanto a cabeça por tempo suficiente para ver que ele acabou de passar direto
por uma saída.
– Christopher, nós passamos direto.
– Passamos direto... pelo quê? – pergunta ele, ofegante.
– Por uma saída.
– Não estou tentando escapar. Eles atirariam em nós se tentássemos. Estou tentando... encontrar algo.
Eu suspeitaria de que estou sonhando se a dor na minha cabeça não fosse tão intensa. Geralmente, apenas os meus sonhos fazem tão pouco sentido. Se ele não está tentando escapar, por que me trouxe junto? E o que está fazendo, se não escapando?
Ele para de repente, quase me derrubando, ao chegar a um corredor largo com painéis de vidro nos dois lados, revelando escritórios. Os membros da Erudição ficam paralisados atrás de suas mesas, encarando-nos. Christopher não dá a menor atenção a eles. Seus olhos, pelo que posso ver, estão fixos na porta no fim do corredor. Uma placa do lado de fora da porta diz CONTROLE: A. Christopher procura em cada canto da sala, depois atira em uma câmera pendurada no teto, à nossa direita. A câmera desaba. Ele atira em outra câmera pendurada à
nossa esquerda. A lente estilhaça.
– Você precisa andar agora. Juro que não vamos mais correr.
Desço das costas dele e seguro sua mão. Caminhamos em direção a uma porta fechada e entramos em um depósito. Ele fecha a porta e prende uma cadeira quebrada sob a maçaneta. Olho para ele, com uma prateleira cheia de papéis atrás de mim. Acima de nós, a luz azul cintila. Seus olhos passeiam sobre meu rosto, quase vorazes.
– Não tenho muito tempo, então vou direto ao ponto.
Aceno com a cabeça.
– Não vim aqui em uma missão suicida. Vim aqui por duas razões. A primeira era encontrar as duas salas centrais de controle da Erudição, para, quando invadirmos, sabermos o que precisamos destruir primeiro, e então nos livrarmos dos dados da simulação, para que ela não consiga ativar os transmissores da Audácia.
Isso explica a correria sem fuga. E nós realmente encontramos uma sala de
controle, no final do corredor.
– A segunda é me assegurar de que você está aguentando firme, porque nós temos um plano.
– Que plano?
– De acordo com um dos nossos informantes, sua execução está marcada, provisoriamente, para daqui a duas semanas. Pelo menos é quando Jeanine planeja conseguir sua nova simulação à prova de Divergentes. Portanto, daqui a quatorze dias, os sem-facção, os membros fiéis da Audácia e os membros da Abnegação que estiverem dispostos a lutar vão invadir o complexo da Erudição e roubar sua arma mais poderosa: seu sistema de computadores.
– Mas você revelou para Jeanine a localização dos esconderijos dos sem-facção.
– É verdade. – Ele franze um pouco a testa. – Isso será um problema. Mas, como você e eu sabemos, muitos dos sem-facção são Divergentes, e muitos deles já estavam se mudando para perto do setor da Abnegação quando eu saí. Portanto, apenas alguns dos esconderijos estarão ativos. Eles ainda terão uma grande população para contribuir com a invasão.
Duas semanas. Será que aguentarei duas semanas disso? Já estou tão cansada que mal consigo ficar em pé sozinha. Até o resgate que Christopher está propondo quase não me atrai. Não quero a liberdade. Quero dormir. Quero que isso acabe.
– Eu não... – Engasgo com as palavras e começo a chorar. – Eu não... vou
aguentar... tanto tempo.
– Dul – diz ele, de maneira severa. Ele nunca me mima. Queria que apenas dessa vez ele me mimasse. – Você precisa. Você precisa sobreviver.
– Por quê? – A pergunta se forma em meu estômago e escapa da minha garganta como um gemido. Sinto vontade de bater com os punhos contra seu peito, como uma criança fazendo birra. Lágrimas cobrem minhas bochechas e sei que estou sendo ridícula, mas não consigo parar. – Por que tenho que fazer isso?
Por que outra pessoa não pode fazer alguma coisa para variar? E se eu não quiser mais?
Eu me dou conta de que estou me referindo à vida. Não quero mais viver. Quero os meus pais; e tenho querido isso há semanas. Tenho tentado me arrastar de volta para eles e agora estou tão perto, mas ele está dizendo que não devo fazer isso.


– Eu sei. – Nunca havia ouvido sua voz soar tão suave. – Sei que é difícil. É a coisa mais difícil que você já teve que fazer.
Balanço a cabeça.
– Não posso forçá-la a fazer isso. Não posso obrigá-la a querer sobreviver a isso.
– Ele me puxa para perto de si e passa a mão pelo meu cabelo, prendendo-o atrás da minha orelha. Seus dedos descem pelo meu pescoço, até os meus ombros, e ele diz:
– Mas você fará isso. Não importa se acha que é capaz ou não. Você fará isso, porque você é assim.
Afasto-me e levo minha boca à dele, não delicada ou hesitantemente. Beijo-o como costumava beijá-lo, quando eu tinha certeza sobre nós, e passo as mãos nas suas costas e pelos seus braços, como costumava fazer.
Não quero falar a verdade: que ele está errado, e eu não quero sobreviver.
As portas se abrem. Traidores da Audácia enchem o depósito. Christopher dá um passo para trás, vira a arma em sua mão e a oferece para o traidor da Audácia
mais próximo.



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Autor(a): Fer Linhares

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– Dulce.Acordo assustada. A sala onde estou agora, para uma experiência qualquer que eles querem fazer comigo, é grande, com monitores na parede dos fundos, luzes azuis brilhando logo acima do chão e fileiras de bancos acolchoados no meio. Estou sentada no banco mais ao fundo da sala, com Peter à minha esquerda. Continuo n ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • manoellaaguiar_ Postado em 09/10/2016 - 14:43:04

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 06/10/2016 - 22:22:23

    Continua ❤️

  • manoellaaguiar_ Postado em 04/10/2016 - 18:30:16

    Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 21:14:21

    Brigadaaa! Continuaaa

  • manoellaaguiar_ Postado em 03/10/2016 - 15:53:35

    Continuaaa! Faz maratonaaa!

  • manoellaaguiar_ Postado em 02/10/2016 - 14:43:08

    Eu nunca li o livro convergente pq eu N TO preparada pra aquele negocio que acontece hahahah! Já comprei a quase um ano e ainda tá guardado lá, um dia eu pego ele!

  • manoellaaguiar_ Postado em 01/10/2016 - 19:20:24

    Tá maravilhosaaa! Já vi esse filme e adorei! E tô amando a adaptação agora

  • manoellaaguiar_ Postado em 28/09/2016 - 22:35:16

    Cnttt

  • manoellaaguiar_ Postado em 27/09/2016 - 20:38:10

    Continuaaa

  • Postado em 25/09/2016 - 21:24:21

    Aaai deusss! Continuaaa


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